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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Virtudes e Tentações


 Virtudes x Tentações  
- Aos homens que caminham pela estrada da mentira resta apenas, qual fruto, a ‘água morta’ para onde o demônio os convida. Tendo perdido a iluminação da fé, quais cegos e loucos sem entendimento seguiram-no, como se ele dissesse: ‘quem tem sede de água morta, venha a mim, que eu lhe darei’.
- Sirvo-me do demônio qual instrumento de minha justiça para atormentar os que me ofendem. Nesta vida o coloquei qual tentador, molestando os homens. Não para que sejam vencidos, mas para que conquistem a vitória e o prêmio pela comprovação das virtudes.
- Ninguém deve temer as possíveis lutas e tentações do demônio. Fortaleci os homens, dei-lhes energia para a vontade no Sangue de Cristo.
Demônio e criatura alguma conseguem dobrar a vontade.
Ela vos pertence, é livre.
Vós, pelo Livre Arbítrio, é que escolheis o querer ou não querer alguma coisa.
- A vontade, todavia, pode ser entregue como arma nas mãos do diabo, que pode usa-la para vos ferir e matar. Se a pessoa não lhe dá essa arma, se não consente ante as tentações e lisonjas do maligno, jamais pecará por tentação. Sairá dela até fortalecido e compreenderá que permito as tentações unicamente para vos conduzir ao bem e comprovar vossa virtude.
A caminhada para o bem passa pelo conhecimento de si e de Deus.
- Este duplo conhecimento aumenta no tempo da tentação, no sentido de que o homem toma consciência da própria nulidade, percebe que não consegue evitar as dificuldades indesejáveis, reconhece minha presença a fortalecer sua vontade para não consentir nos maus pensamentos, entende que a tentação é permitida por mim, vê que o demônio é fraco e nada pode além daquilo que lhe permito. Aliás, é por amor, não por maldade, que permito as tentações; desejo a vossa vitória, não a derrota. Quero que me conheçais e vos conheçais, atingindo uma virtude provada, pois o bem é comprovado em seu contrário.
O Inferno
- Como vês, os demônios são encarregados por mim de atormentar os condenados ao inferno e de provar a virtude dos que se acham nesta existência. Tal não é a intenção dos demônios, pois nada fazem por amor. Desejariam privar-vos da virtude, mas não conseguem. A menos que queirais.
- Vê como é grande a tolice humana, cedendo justamente onde tornei o homem mais forte e consignando-se nas mãos do diabo.
Esforça-te por entender: é voluntariamente que os condenados se entregam ao demônio na hora da morte.
Disse ‘voluntariamente’, já que ninguém os pode obrigar a isso.
- Sem aguardar qualquer julgamento, logo depois do ultimo suspiro, os pecadores julgam-se a si mesmos pela própria consciência e se põem sob o perverso domínio do maligno. Desse modo, desesperados, condenam-se. No instante supremo, com muito ódio, encaminham-se para o abismo; e antes mesmo de chegar a ele, voluntariamente o escolhem como paga, junto aos demônios, seus senhores.
O Céu
- Aqueles que morrem na caridade perfeita, quando atingem o derradeiro instante, após ter vivido na perfeita iluminação da fé, na fé e na esperança do Sangue do Cordeiro, contemplam o prêmio que lhes preparei; com amor, o acolhem; apertam-me com os laços da afeição, qual Bem sumo e terno. Antes de deixar o corpo, antes de morrer, já gozam da vida eterna.
O Purgatório
- Outros, que haviam passado a vida na ‘caridade comum’ e atingem o ultimo momento sem essa perfeição, também acolhem o prêmio eterno com a nossa fé e esperança, mas de modo imperfeito. Sentem-se culpados, mas reconhecem que minha misericórdia é maior que seus pecados.
Os pecadores não agem assim. Ao divisar o lugar que lhes toca, recebem-no com ódio. Uns e outros, nem esperam o julgamento. Logo que deixam esta vida, cada um vai para o seu lugar, pressentido e aprendido antes mesmo de deixar o corpo na morte:
  • Os condenados, para o inferno, com ódio e desespero;
  • Os perfeitos, com amor , fé e esperança;
  • Os imperfeitos, com fé no perdão, vão para o purgatório.

O Diálogo-Santa Catarina de Sena , pg100

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Ninho de Águia para nossos filhos

- Muitos dizem que não há manual de instruções para educação de crianças, mas há, sim, diretrizes que nos capacitam como pais para lidar com o dia a dia de nossos filhos.

- Certa vez quando estive em um Museu de História Natural, me atentei a perceber como é que a águia faz o ninho para seus filhos. Já estudo sobre a águia há anos, porque admiro suas atitudes e singularidade.

- Não é a toa que a águia está nos emblemas dos EUA como símbolo de força, coragem e poder. Se você ler a Bíblia perceberá que em vários momentos é citado que quando esperamos em Deus, Ele renovará nossas forças e nos dará “olhos e asas de águia”.

- É importante este comentário porque águias sempre enxergam além, sempre voam mais alto e mais longe, pois não se contentam em enxergar a vida em um ângulo raso.

- A águia tem muito a nos ensinar e só de perceber como elas lidam com a tempestade, já nos serve de grande lição nas condutas da vida.

- Observe primeiramente, a forma que constroem seus ninhos e que tem a ver com a educação de filhos:
Elas o fazem no mais alto dos penhascos e a sua estrutura em três camadas:
·         A primeira delas é de penas,onde extrai partes de seu próprio corpo para dar aconchego e proteção aos seus filhotes.
Conforme eles vão crescendo, a águia vai tirando pena a pena, uma a uma, até eles chegarem na segunda camada: os gravetos.
·         Perceba que neste momento, o corpinho dos filhotes não está mais sobre as penas gostosas e macias, mas passam a ter que lidar com a secura dos galhos onde os filhotes vão viver. Passado um tempo, a águia vai tirando um a um dos gravetos, até que os fazem entrar em contato com a terceira camada do ninho que são os espinhos.
·         Neste momento, os espinhos vão espetando e incomodando tanto, que os tiram da zona de conforto e isso os obriga a voar para descobrirem o mundo e explorar suas forças.

- Que grande manual temos em nossas mãos ao entendermos que ajudamos nossos filhos a crescerem quando “construímos ninhos de águia” para eles.

- Pais que deixam seus filhos sempre na primeira camada, ou seja, nas penas, não contribuem com o seu crescimento, pois os filhos nunca vão despertar para descobrir suas próprias habilidades porque não vão querer deixar o conforto e a proteção que as penas trazem.

- Quando os estimulamos contribuímos para enxergarem a vida com “olhos de águia” olhando sempre à frente e acima de toda e qualquer circunstância.

- Fazendo isso, os ajudamos a lidar com os momentos críticos da vida pois, se você observar, na hora de uma tempestade, todas as aves do céu se recolhem para procurar abrigo seguro, mas a águia vai além das nuvens onde a tempestade se forma e fica assistindo as rajadas de trovão e ventos contrários de forma que aquilo não lhe atinge.

- Nós, muitas vezes, nos primeiros sinais de perigo já estamos com medo, mas quem tem “olhos de águia” vai olhar sempre além.
- O ar de tranquilidade da águia diante do perigo parece zombar da tempestade, ao desafiar suas forças na emoção de atravessar as turbulentas correntes de ar, navegando por cima delas com graça e controle.

- Com os filhos e durante nossa vida, certamente passamos por tempestades que nos assustam mas, tal como escrito há anos, se confiarmos em Deus, nós voaremos como águias e enxergaremos como elas, porque veremos além das circunstâncias e nunca nos esqueceremos que por trás de grandes nuvens, lá está o sol, pronto para brilhar e mostrar a leveza e a delícia de um dia ensolarado e quente.

Karine Rizzardi, psicóloga em Cascavel (PR) especialista em casais, família e em aconselhamento familiar. Fez pós-graduação em Psicologia na Chicago University, em Chicago, nos Estados Unidos.

(Carta Mensal nº466, Equipe de Nossa Senhora)

domingo, 8 de dezembro de 2013

Desejo de Deus

- Quando as almas não tem possibilidade, como desejariam, de ficar longas horas em Minha presença porque são obrigadas a tomar repouso ou a se entregar a ocupações que absorvem suas faculdades (Vontade, Inteligência e memória), nada lhes impede de fazer comigo uma convenção em que melhor provarão o seu amor do que no ardor da devoção livre e tranqüila.
- Então, vai descansar como deves, mas antes, encarrega as potências de tua alma (Vontade, Inteligência e memória) de Me renderem o culto de teu amor durante a noite inteira.
- Dá liberdade aos mais ternos afetos de teu coração a fim de que durante o sono dos teus sentidos (audição, visão, tato, paladar, olfato) eles não cessem de ficar na presença do único Objeto de teu amor.
- Basta um instante para Me dizeres:
“Senhor vou dormir, (ou trabalhar...), mas minha alma vos fará companhia. É sua atividade que descansará durante a noite (ou se empregará durante este trabalho), mas todas as minhas potências ficarão sob vosso domínio e meu coração vos conservará o amor mais constante e terno.
De Jesus a Josefa da Sociedade do Sagrado Coração

no Livro “Apelo ao amor” página 430.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Sacrifício Verdadeiro

- Quem seria suficientemente louco para crer que Deus necessita dos sacrifícios que lhe são oferecidos?
- O culto que se presta a Deus beneficia o homem e não a Deus.
- Não é a fonte que se beneficia quando dela se bebe, nem a luz quando a vemos.
- Não há senão um modo de compreender os sacrifícios oferecidos por nossos pais: eles eram o sinal daquilo que se cumpria em nós mesmos, isto é, nossa adesão a Deus.
- O sacrifício visível é o sacramento ou sinal sagrado do sacrifício invisível.

- O verdadeiro sacrifício é tudo aquilo que fazemos para estar unidos a Deus, para estar em comunhão com Ele.
- O próprio homem, quando consagrado ao nome de Deus e vivendo para Deus, é um sacrifício. E também nosso corpo, quando, por Deus, nós o dominamos pela temperança, quando não nos oferecemos ao mal, é um sacrifício.
- É a isso que nos conclama o apóstolo Paulo:
“Exorto-vos, portanto, irmãos, pela misericórdia de Deus, a que ofereçais vossos corpos como hóstia viva, santa e agradável a Deus: esse é o vosso culto espiritual” Romanos 12, 1-2

- Dai deriva que todo o povo resgatado, isto é, a comunhão e a comunidade dos santos, é o sacrifício universal oferecido a Deus pelo sumo sacerdote, Ele que, em sua Paixão, se ofereceu a si mesmo por nós, para que nos tornássemos o seu corpo.
- Foi sua condição de homem que Ele ofereceu, é segundo essa condição humana que Ele é mediador, é nela que Ele é sacerdote, é nela que Ele é sacrifício.
- Eis portanto o sacrifício dos cristãos: todos juntos, um só corpo em Cristo. É esse o mistério que a Igreja celebra tão amiúde no sacramento do altar, onde lhe é mostrado que, naquilo que ela oferece, é ela que está sendo oferecida.

Santo Agostinho, Cidade de Deus X, 5-6

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

São Maximiliano Maria Kolbe - desenho animado legendado

Maduros na fé


Os 30 'quês' de uma pessoa madura na fé
- Renovados que estamos e ao voltarmos para casa, para os ambientes em que vivemos apliquemos em nossos relacionamentos o que aprendemos e renovamos.
- Estamos num mundo completamente pluralista, por isso precisamos nos tornar verdadeiros especialistas em matéria de fé e conversão. Se não for dessa forma, os cristãos “mais ou menos” não vão resistir; daí a necessidade de um amadurecimento real e concreto na fé.

- O Projeto Nacional de Evangelização diz que é preciso ter e levar os outros ao encontro pessoal com Jesus, pois só assim vamos nos tornando maduros na fé, que nada mais é do que sermos crianças nas mãos de Deus.

- Livres da maturidade somente humana que questiona tudo, vamos a caminho de sermos verdadeiros cristãos com coluna vertebral.

- Textos-base para um aprofundamento e um exame de consciência a respeito da nossa fé:
1 Cor 3, 1-9; Heb 5, 12-14; Ef 4, 11-15.

A pessoa que tem uma fé vivida de forma madura com Deus é uma pessoa:
01 – Que escolhe inteiramente por Deus.
02 – Que sabe discernir a Vontade de Deus.
03 – Que faz a Vontade de Deus até o fim.
04 – Que vive o Evangelho sem questionamentos.
05 – Que é livre em Deus.
06 – Que sabe obedecer.
07 – Que sabe reconhecer os sinais do tempo.
08 – Que vive uma individualidade e não um individualismo.
09 – Que é capaz de viver a alteridade.
10 – Que vive uma fé com obras.

A pessoa que tem uma fé vivida de forma madura com o próximo é uma pessoa:
01 – Que pergunta, sem duvidar do próximo.
02 – Que vive a fé com o próximo.
03 – Que consegue se adaptar com o diferente.
04 – Que se alegra com o crescimento do próximo.
05 – Que reconhece o outro por também ser um filho de Deus.
06 – Que sabe o seu papel na sociedade.
07 – Que contagia o próximo com a santidade.
08 – Que tem como única competição amar mais o próximo.
09 – Que ama com caridade.
10 – Que é original na fé e na opinião.

A pessoa que tem uma fé vivida de forma madura consigo mesma é uma pessoa:
01 – Que tem autonomia na fé.
02 – Que é perseverante, mesmo no sofrimento.
03 – Que se engaja e se compromete.
04 – Que é especialista no que faz.
05 – Que é como pára-raios na intercessão.
06 – Que conhece a própria verdade.
07 – Que assume as experiências vividas.
08 – Que sabe receber elogios e também as críticas.
09 – Que sabe falar, mas também escutar.
10 – Que se deixa trabalhar no temperamento pelo Espírito de Deus.
 Padre Anderson Marçal

sábado, 16 de novembro de 2013

Reescrever minha história


O sonho de Deus
- Desde o começo, Deus tinha um sonho.
- Seu sonho era restaurar o homem à plena comunhão com Ele, o seu Criador.
- Jesus foi a resposta a esse sonho.
- Todos os homens piedosos que, ao longo dos séculos, escreveram a Bíblia, registraram vislumbres desse sonho, incluindo-os em seus escritos.
- Por isso, em toda a Bíblia –desde a criação até o nascimento de Jesus- podemos ver os autores bíblicos se referindo a esse sonho messiânico.

Jesus, então, é o tema central da Bíblia.
  • Abraão viu seu reflexo em Melquizedeque, Rei de Salém, ou Rei da Paz.
  • Jacó o chamou de Silo, o enviado.
  • Para Moisés Ele foi o Cordeiro da Páscoa, Aquele que seria levantado.
  • Para Josué Ele foi o Capitão da nossa Salvação.
  • Rute O viu como o Parente Resgatador.
  • Samuel O retratou como Nosso Rei.
  • Davi O chamou de Leão de Judá e Bom Pastor.
  • Para Salomão Ele é o Amado.
  • Esdras e Neemias O viram como o Restaurador.
  • Para Ester Ele é o nosso Advogado.
  • disse que Ele era o seu Redentor.
  • Isaías O descreveu como o Servo Sofredor.
  • Jeremias O viu como O Grande Oleiro.
  • Ezequiel O chamou de Filho do Homem.
  • Daniel O chamou de Príncipe e Pedra.
  • Oséias O comparou a um marido restaurando Sua esposa caída.
  • Para Joel Ele era o Restaurador.
  • Amós O viu como o Lavrador Celestial.
  • Para Abadias Ele era o Salvador.
  • Jonas O retratou como a Ressurreição e a vida.
  • Miquéias O chamou de Testemunha.
  • Para Naum Ele era Fortaleza no dia da angústia.
  • Habacuc O chamou de Deus da Minha Salvação.
  • Para Sofonias Ele era o Senhor Zeloso.
  • Ageu disse que Ele era o Desejado das nações.
  • Zacarias O denominou Renovo de Justiça.
  • Malaquias O chamou de Sol de Justiça.
  • João Batista, por fim, proclamou:
“Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.

- Estes acontecimentos foram refletidos e aprofundados.
- Os pais contavam a seus filhos, de geração a geração.
- Aos poucos, começaram a escrever; a Bíblia começou a ser formada.
- Aos poucos estes escritos foram colecionados; assim, hoje, temos um livro que nos conta a descoberta de Deus pelo povo da Bíblia.

- Temos na Bíblia a revelação de Deus. Deus nos fala por meio dela.
- A Bíblia ilumina os acontecimentos de hoje e nos ajuda a interpretá-los.
- A Bíblia foi escrita por muitas pessoas diferentes e há muito tempo, mas ela é sempre a Boa Nova, sempre o livro atual, seja no passado, presente ou futuro.

- Tudo o que se passou conosco está escrito em nosso livro de vida. Não podemos apagar nada. Talvez, até aqui não tenhamos escrito nada valoroso, apenas alguns rabiscos, mas nada profundo.
- Precisamos assumir: temos sido maus escritores e é necessário reescrever nossa história sem receio de assinar embaixo.
- Perdoar-nos por ter escrito a história da nossa própria vida de forma errada.

- A Bíblia nos ensina a reescrever nossa história, pois no tempo de nossa ignorância de conhecimento de Deus ficamos dispersos e fomos levados pelos “...joguetes das ondas, agitados por todo vento de doutrina, presos pela artimanha dos homens e da sua astúcia que nos induz ao erro.
MAS, seguindo a verdade em amor, cresceremos em tudo em direção àquele que é a cabeça, Cristo”.(Efésios 4,14s)

Colocando em prática
- É realmente surpreendente, até mesmo misterioso, considerar que o Deus transcendente do céu e da terra queira comunicar-se comigo, um minúsculo grão de areia neste imenso universo.
- Por mais incrível que pareça, é verdade.
- Deus quer falar conosco, especialmente através de Sua Palavra.
- Ele não grita, nem nos força a parar em nossa vida cheia de pressa.
- Ele apenas nos convida a reescrever nossa história n’Ele e com Ele:
“Levá-lo-ei ao deserto e falarei ao seu coração” (Oséias 2,16)

A Liturgia Diária é o ‘caminho ao deserto’; além dela poderá também exercitar-se nesta Palavra durante 7-dias:
  • 1º dia- Isaias 55, 1-3.10.11 A Palavra que sair de minha boca não voltará a mim sem fazer seu efeito.
  • 2º dia- Jeremias 7, 1-15-Enquanto Eu vos falava...vós não me escutastes.
  • 3º dia- Jeremias 23, 16-29 Não é Minha Palavra como fogo e como martelo?
  • 4º dia- Oséias 6, 1-6 Palavra punidora de Deus que quer amor e não sacrifícios.
  • 5º dia- Sabedoria 18, 14-16 Do alto do céu, a Vossa Palavra onipotente.
  • 6º dia- Salmo 8 Senhor, nosso soberano, quão admirável o Vosso Nome.
  • 7º dia- Salmo 19 Narram os céus a glória de Deus.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Dever de sentar-se

Dever ignorado
- Neste século de atividades desordenadas e de velocidades vertiginosas, há uma obrigação bastante desconhecida. E, no entanto, Cristo a menciona por duas vezes (Lc 14, 28-33): é o Dever de Sentar-se.
- Acredito não fazer um julgamento temerário ao afirmar que os melhores esposos cristãos, aqueles mesmo que nunca esquecem o dever de se ajoelhar, cometem muitas vezes o pecado de não se sentarem.
- Antes de empreenderdes a construção do vosso lar, confrontastes sem dúvida os vossos pontos de vista, pesastes os vossos recursos materiais e espirituais, elaborastes um plano, mas, depois que vos entregastes ao trabalho, não houve da vossa parte negligência em vos sentardes juntos a examinar a tarefa já realizada, reencontrar o ideal entrevisto, consultar o Mestre da obra?
- Sei das objeções e dificuldades, mas sei também que a casa desmorona um dia se não tivermos vigiando a sua estrutura (Mt 7, 24-27).
- No lar que não encontra tempo para uma pausa destinada a reflexão, frequentemente:
·         a desordem material e moral se introduz insidiosamente;
·         a rotina se apodera da oração comum, das refeições e de todos os ritos familiares;
·         a educação fica reduzida a reflexos de pais mais ou menos nervosos;
·         a união conjugal fica abalada.
- Estas deficiências e muitas outras se observam, não só nos casais sem formação, naqueles que ignoram os problemas da educação e da espiritualidade familiar, mas muitas vezes naqueles mesmos que são considerados como competências em ciências familiares e o são na realidade... teoricamente.
- Por não tomarem a distância necessária a uma boa visão, os esposos não veem mais o que qualquer visita percebe logo ao transpor o limiar da casa; o desleixo que faz objeto da conversa dos amigos, por vezes desolados, mas evitando falar aos interessados muitas vezes incapazes de compreensão ou simplesmente susceptíveis.
- Houve casais que compreenderam o perigo, encararam e adotaram vários meios para combatê-lo. Um deles dizia-me recentemente, depois de fazer a experiência, quanto é útil para os esposos, abandonarem todos os anos os filhos e irem juntos repousar ou fazer uma viagem de uma ou duas semanas.
- Mas, pensareis talvez ao ler-me, não é dado a todo mundo ter a disposição pessoal, amigos ou parentes a quem se possam confiar assim as crianças. Há, entretanto, outras soluções.
- Três famílias se associaram para as férias, foram para o mesmo lugar: cada casal pôde ausentar-se durante uma semana, deixando aos outros dois o cuidado dos filhos.

- Para evitar o perigo da rotina no lar, há outro recurso a respeito do qual quero vos entreter um pouco mais longamente:
·         Tomai a vossa ‘agenda’ e assim como nela seria inscrito eventualmente um compromisso qualquer, seja um concerto ou uma visita a amigos, anotai um encontro convosco mesmo; e fique bem estipulado que estas duas ou três horas são sagradas, e que por nada neste mundo vos faria suprimir esse ‘encontro’, como não suprimiriam um espetáculo na cidade ou um jantar de amigos.

Como utilizar estas horas?
·         Em primeiro lugar, ireis tomar a decisão de que não estais com pressa, uma vez que não é costume.
·         Mudai de ambiente; é preciso a qualquer preço modificar o quadro habitual e esquecer as preocupações.
·         Leiam, juntos, um capitulo bem escolhido de um livro propositalmente posto em reserva para esta hora privilegiada (pode ser a Bíblia, a Imitação de Cristo... ou qualquer leitura espiritual de sua predileção).
·         Fazei longamente uma oração: que cada qual faça, quanto possível, em voz alta, uma oração pessoal e espontânea; esta forma de oração, sem condenar as outras, aproxima milagrosamente os corações.
·         Penetrando assim na paz do Senhor, comunicai-vos um ao outro aqueles pensamentos, aquelas queixas, aquelas confidências que não é fácil nem recomendável fazer no decurso das jornadas, ativas e ruidosas e que, no entanto, seria perigoso fechar no segredo do coração, pois que, bem o sabeis, há ‘silenciosos inimigos do amor’.
·         Não vos detenhais somente sobre vós mesmos, nem sobre as preocupações atuais, mas fazei uma excursão às fontes de vosso amor, reconsiderando o ideal vislumbrado então, na época em que juntos e com passo decidido empreendestes a marcha pela estrada.
·         ‘Renovai o vosso fervor e o sentimento de vossas almas’(leia Efésios 4, 22-32): É preciso crer naquilo que fazemos e fazê-lo com entusiasmo.
·         Voltai para o presente, confrontai ideal e realidade, fazei o exame de consciência de vossa própria família (não o vosso exame de consciência pessoal) e tomai as resoluções práticas e oportunas para curar, consolidar, rejuvenescer, arejar, abrir o vosso lar. Empregai neste exame lucidez e sinceridade; remontai às causas do mal diagnosticado.
·         Meditar alguns instantes sobre cada um de vossos filhos, pedindo ao Senhor que ponha ‘suas próprias vistas dentro de vosso coração’ segundo a sua promessa, a fim de que possais vê-los e amá-los como Ele próprio, a fim de conduzi-los segundo as suas vistas.
·         Finalmente, perguntai a vós mesmos se Deus é o primeiro servido em vosso lar.
·         Se sobrar tempo, fazei aquilo que bem entenderdes, mas eu vos suplico, não retorneis às banalidades a rádio ou TV.

Não tendes mais nada a dizer?
·         Calai-vos juntos, este momento também é de grande proveito.
·         Será de grande importância fazer por escrito um pequeno relatório daquilo que tiver sido descoberto, estudado, decidido, no decorrer do encontro, mas isto poderá ser feito depois, por um dos dois e será lido por ambos, juntos, no próximo encontro.

- O que faz objeto destas minhas palavras, nada mais é do que um meio de conservar jovem e vivo o vosso amor e o vosso lar; há seguramente muitos outros.
- Adotado por numerosos casais que eu conheço, já deu provas de sua eficiência.

Padre Henri Caffarel-Fundador das Equipes de Nossa Senhora (L’Anneau d’Or nº 5/Novembro 1945)

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Do Papai para os filhos


Exortação do Pai aos filhos
- Vinde agora aprender, filhos meus o que vos pede vosso Pai como prova de amor: bem sabeis que a disciplina é necessária no exército e o regulamento na família bem ordenada.
- Também na grande família de Jesus Cristo impõe-se uma Lei, mas uma Lei cheia de suavidade.
- Na ordem humana os filhos usam sempre o nome do pai, sem o que não poderiam ser reconhecidos como da sua família. Assim, os filhos que são Meus usam o nome de Cristãos, que lhes é conferido pelo Sacramento do Batismo, ao nascerem.
- Vós, que recebestes este nome, sois meus filhos, tendes direito a todos os bens de Vosso Pai...

- Sei que não Me conheceis nem Me tendes amor, antes, pelo contrário, Me odiais e perseguis...mas Eu, vos amo com amor infinito e quero dar-vos parte daquela herança a que tendes direito.
Crede no Meu Amor e na Minha Misericórdia...
Vós Me ofendestes: Eu vos perdôo...
Vós Me perseguistes: Eu vos amo...
Vós Me feristes com Palavras e com ações...Eu quero fazer-Vos bem e abrir para Vós os meus tesouros.
- Não penseis que ignoro como até aqui vivestes: sei que desprezastes as minhas graças, talvez mesmo tenhas profanado Meus Sacramentos. Pois Eu vos perdôo.

- E agora, se quereis viver felizes na terra e assegurar ao mesmo tempo a vossa eternidade, fazei o que vou dizer-vos:
- Sois pobres?
- Esse trabalho que vos é imposto pela necessidade, fazei-o com submissão e ficai sabendo que também Eu vivi trinta anos sujeito à mesma lei, porque fui pobre e até muito pobre.
- Não olheis aos vossos patrões como tiranos...não desejeis a sua desgraça, mas fazei valer os seus interesses e sede fiéis.
- Sois ricos?
- Tendes por vossa conta operários, servos?
- Não exploreis o seu trabalho...remunerai o seu labor segundo a justiça e provai-lhes a vossa afeição e a vossa bondade, porque, se tendes uma alma imortal, eles também a têm; se recebestes os bens que possuís, não foi somente para vosso gozo e bem-estar pessoais, mas a fim de que, administrando-os com prudência, possais exercer a caridade para com o próximo.
- Depois de terdes uns e outros, aceitado a submissão a lei do trabalho, reconhecei humildemente a existência de um Ser que está acima de tudo o que é criado. Esse Ser é o Vosso Deus e, ao mesmo tempo, Vosso Pai.

- Como Deus, exige que cumprais a sua Lei Divina.
- Como Pai, pede-vos filial submissão aos seus Mandamentos.
- Assim, depois de terdes passado uma semana inteira nos vossos trabalhos, nos vossos negócios, nos vossos recreios lícitos, pede-vos que deis uma hora ao menos, ao cumprimento do seu preceito. Será exigir muito?
- Ide pois á sua Casa, a Igreja. Ele lá vos espera dia e noite; e, em cada domingo ou dia de festa dai-lhe essa hora, assistindo ao mistério de Amor e de Misericórdia que se chama Missa.
- Durante ela, falai-Lhe de tudo: da vossa família, dos vossos filhos, dos vossos negócios, dos vossos desejos...apresentai-Lhe as vossas penas, as vossas dificuldades, os vossos sofrimentos...
- Se soubésseis como Ele vos ouvirá e com que Amor vos atenderá.

- Talvez Me diga: Não sei participar da Missa...há tanto tempo não entro numa Igreja.
- Não vos atemorizeis; vinde! Passai simplesmente essa hora a meus pés...deixai que a consciência vos diga o que deveis fazer e não cerreis os ouvidos à sua voz...abri vossa alma...então Minha graça vos falará...mostrar-vos-á, pouco a pouco como deveis proceder em cada circunstância de vossa vida, como haveis de comporta-vos com vossa família ou nos vossos negócios...como deveis educar os vossos filhos, amar os vossos inferiores, respeitar os superiores.
- Ele vos dirá, talvez, que deveis abandonar esta empresa, quebrar aquela amizade má, afastar-vos energicamente daquela reunião perigosa.
- Ela vos dirá que odiais tal pessoa sem razão, e que, ao contrário, desta pessoa que frequentais e amais, deveis separar-vos e fugir dos seus conselhos...
- Experimentai e, pouco a pouco, vereis como se vai estendendo a cadeia das minhas graças. Porque acontece com o bem, como com o mal, basta começar. Os anéis da cadeia prendem-se uns aos outros.
- Se HOJE ouvirdes a minha graça e a deixardes trabalhar em vós, amanhã a ouvireis melhor; mais tarde, ainda melhor, e assim, de dia para dia, a Luz aumentará, a paz crescerá e preparareis a vossa felicidade eterna.

- Porque o homem não foi criado para ficar sempre neste mundo. É feito para a eternidade.
- Sendo imortal, deve portanto viver, não para aquilo que morre, mas para o que permanecerá...
- Juventude, riqueza, sabedoria, glória humana, tudo isso passa e acaba...só Deus subsiste por toda a eternidade.

- Se o mundo e a sociedade estão repletos de ódios e em lutas continuas, povos contra povos, nações contra nações e indivíduos contra indivíduos, é porque o grande fundamento da fé quase desapareceu.
- Reanime a fé, a paz voltará e a caridade reinará.
- A fé não prejudica a civilização e não se opõe ao progresso, pelo contrário, quanto mais se enraíza nos indivíduos e nos povos, mais crescem neles a sabedoria e a ciência, porque Deus é Sabedoria e Ciência infinitas.

O sentido da Paternidade de Deus
- Gosto que Me chames de PAI.
- Quando Me dás o nome de PAI, Meu Coração se sente obrigado a cuidar de ti.

- Aqui na terra, quando a criança começa a falar e pronunciar esta palavra tão terna:“PAI”, os pais transbordam de alegria, abrem-lhe os braços e apertam-na ao coração com tanto amor, que todos os prazeres do mundo nada são perto de tal felicidade.
- Se o pai e a mãe da terra são assim, como não será Aquele que É ao mesmo tempo PAI, MÃE, DEUS, CRIADOR, SALVADOR e ESPOSO; Aquele cujo coração não tem rival em ternura e amor.

- Alma querida, quando te achares angustiada e oprimida, vem, corre a Mim, chama-me “PAI” e repousa em meu coração.
- Se não podes no meio de teu trabalho lançar-te a meus pés como gostarias, repete apenas isto: “PAI”.
- Então ajudar-te-ei, sustentar-te-ei, guiar-te-ei e te consolarei.

“Vós Me chamareis Meu Pai” Jeremias 3,4; 19

De Jesus a Josefa da Sociedade do Sagrado Coração

no Livro “Apelo ao amor” páginas 474; 521-525.

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“Senhor, que vosso Amor, Sofrimento,

Sangue derramado e Morte na Cruz,

não tenha sido em vão pelas nossas almas e

pelas almas dos Vossos Sacerdotes,

Filhos Prediletos de Nossa Senhora.”

“Senhor, sou teu servo, filho de Tua Serva.”

sábado, 2 de novembro de 2013

Obras de Misericórdia Espirituais

Meditação das ‘atitudes espirituais’ de Santa Faustina

1ª) Dar bom conselho
“Muitas vezes o Senhor me dá a conhecer interiormente as pessoas com quem me encontro na portaria. Uma alma, digna de compaixão, tomou a iniciativa de ela mesma me dizer alguma coisa. Aproveitando a ocasião, delicadamente dei-lhe a conhecer em que miserável estado se encontra sua alma. Retirou-se com melhor disposição.” §1283




2ª) Suportar com paciência as fraquezas do próximo
“A irmã designada para me acompanhar ia comigo, contrafeita. Demonstrou isso por diversas vezes e finalmente disse-me: ‘O que vamos fazer? tenho pouco dinheiro para o fiacre. Não respondi nada a isso. ‘E se não houver fiacre? Como é que vamos andar tanto?
Dizia isso e muitas outras coisas, unicamente para me inquietar, porque as queridas superioras deram dinheiro para tudo e não faltou. E, tendo conhecido interiormente tudo isso, ri-me e disse àquela irmã: ‘Estou inteiramente tranqüila, confiemos em Deus.’ Entretanto percebi que a minha profunda serenidade a irritava. Então, comecei a rezar na intenção dela. ‘O meu Senhor, tudo isso é para Vós, para conseguir misericórdia para os pobres pecadores.” §1636

3ª) Corrigir os que erram
“Hoje veio visitar-me certa pessoa leiga que me causou grandes dissabores, que abusou de minha bondade, mentindo em muitas coisas. No primeiro momento, quando a vi, ferveu-me o sangue nas veias, porquanto surgiu diante dos meus olhos tudo o que tive que sofrer por causa dela, embora eu pudesse livrar-me desses sofrimentos com uma só palavra. E tive uma idéia de lhe dar a conhecer a verdade decidida e imediatamente. Mas, nesse momento, vi diante dos meus olhos a misericórdia divina e resolvi proceder com ela como Jesus procederia se estivesse no meu lugar. Comecei a conversar com ela bondosamente, e quando ela quis conversar comigo a sós, aí lhe dei a conhecer claramente o triste estado da sua alma, de maneira muito delicada. Eu via sua profunda emoção, embora a esconder diante de mim.” §1694

4ª) Ensinar os ignorantes
“Na minha vida há instantes e momentos de conhecimento interior, ou seja, luzes divinas pelas quais a alma recebe um ensinamento interior sobre coisas que nem leu em livros, nem foi instruída por qualquer pessoa. São momentos de conhecimento interior; que o próprio Deus concede a alma. São grandes mistérios... frequentemente, recebo a luz e o conhecimento da vida interior de Deus e da Sua mais intima disposição, o que me enche de inefável confiança e tal felicidade que não posso conter em mim; só desejo dissolver-me toda nele...”



5ª) Consolar os aflitos
“A noite, no ultimo dia da minha permanência em Vilna, uma Irmã, já idosa, desvendou-me o estado da sua alma. Disse que já havia alguns anos sofria interiormente, que lhe parecia que todas as suas confissões eram malfeitas e que tinha duvidas sobre o perdão de Nosso Senhor. Perguntei-lhe se, alguma vez, tinha falado disso ao confessor. Respondeu-me: Já, varias vezes tenho falado disso aos confessores, e eles sempre me dizem que eu fique tranqüila e, no entanto, sofro muito e nada me traz alivio e sempre me parece que Deus não me perdoou.’ Respondi-lhe: ‘A Irmã deve ser obediente ao confessor e ficar inteiramente tranquila, porque com certeza se trata de tentação.’ Ela, no entanto, me suplicava com lágrimas nos olhos que eu perguntasse a Nosso Senhor se lhe havia perdoado e se suas confissões eram boas ou não. Respondi-lhe energicamente: ‘A Irmã mesma pergunte, se não confia nos confessores.’ Mas ela pegou-me pela mão e não queria soltar. Pediu que eu rezasse por ela e lhe transmitisse o que Nosso Senhor dela me dissesse. Chorando amargamente, retinha-me, dizendo: ‘Eu sei que Jesus fala com a Irmã.’ Não podendo desprender-me dela, porque me segurava pela mão, prometi-lhe que rezaria por ela. Á noite, durante a benção, ouvi na alma estas Palavras: ‘Diz-lhe que mais fere o Meu Coração a incredulidade do que os pecados que cometeu.’ Quando lhe falei disso, chorou como uma criança e uma grande alegria encheu a sua alma. Compreendi que Deus desejava consolar essa alma por meu intermédio e, embora isso me custasse muito, cumpri o desejo de Deus.” §628

6ª) Perdoar os que nos ofenderam
“Hoje tive um certo desgosto por causa de certa pessoa, ou seja, por causa de certa pessoa leiga. Essa pessoa, com base numa coisa verdadeira, disse muitas coisas inventadas, e como todas essas coisas foram tidas por verdadeiras e espalhadas pela casa toda, quando vieram aos meus ouvidos, senti uma dor no coração. Como se pode abusar da bondade dos outros? Mas resolvi não dizer palavra alguma em minha defesa e demonstrar uma bondade ainda maior para com essa pessoa. Mas, para suportá-lo com tranqüilidade, percebi que tinha poucas forças, pois isso se prolongava por semanas. Quando vi a tempestade a levantar-se e o vento a jogar areia diretamente nos meus olhos, fui diante do Santíssimo Sacramento e disse ao Senhor:
‘Jesus, peço-vos a força da Vossa graça atual, porque sinto que não vou conseguir suportar essa luta. Protegei-me com o Vosso peito.’
Então ouvi estas Palavras: ‘Não temas, Eu estou contigo.’
Quando me afastei do altar, uma estranha força e paz inundaram a minha alma, e a tempestade que se desencadeou batia contra a minha alma como contra um rochedo, e a espuma da tempestade caiu sobre aqueles que a provocaram.” §1150

7ª) Rezar pelos vivos e pelos mortos
“Quando entrei por um momento no dormitório vizinho para visitar as Irmãs doentes, uma delas disse: ‘Quando a Irmã morrer, não terei medo da Irmã. Venha falar comigo depois da morte, porque tenho um segredo da alma a confiar-lhe, para que a Irmã me resolva isso com Nosso Senhor. Eu sei que a Irmã pode conseguir isso para mim junto de Nosso Senhor.” §1615

“Já eram onze horas da noite, todas as Irmãs dormiam nas celas, apenas a minha alma estava lutando, e com uma grande esforço.

O tentador continua a falar-me: ‘Porque te importas com as outras almas? Tu deverias rezar apenas por ti mesma. Os pecadores, eles se converterão sem as tuas preces. Estou vendo que estas sofrendo muito neste momento; por isso vou te dar um conselho, do qual vai depender a tua felicidade: nunca fales da misericórdia de Deus e, especialmente, não encorajes os pecadores a confiança na Misericórdia de Deus, porque eles merecem o justo castigo.” §1497
Diário de Santa Faustina

Obras de Misericórdia Corporais


Meditação das ‘atitudes corporais’ de Santa Faustina
1ª) Alimentar os famintos
“Jesus veio hoje à portaria na figura de um jovem pobre. Esse miserável jovem, com as vestes terrivelmente rasgadas, descalço e de cabeça descoberta, todo a tiritar, porque o dia era chuvoso e frio. Pediu algo de quente para comer. Fui a cozinha e nada encontrei para os pobres; mas depois de procurar melhor, achei um pouco de sopa, que esquentei, ajuntei um pedaço de pão e ofereci ao pobre, que a tomou. No momento em que estava me entregando o prato, deu-me a conhecer que era o Senhor do céu e da terra. Logo que vi quem era, desapareceu dos meus olhos. Entrando na casa refleti sobre o que tinha sucedido na portaria, e ouvi estas palavras na alma:
- Minha filha, chegaram aos meus ouvidos as bênçãos dos pobres, que, afastando-se da portaria, Me bendizem, e gostei dessa tua caridade nos limites da obediência e por isso desci do Trono para saborear o fruto da tua misericórdia.”§1312
  
2ª) Dar de beber a quem tem sede
“Hoje veio visitar-me certa pessoa leiga que me causou grandes dissabores, que abusou de minha bondade, mentindo em muitas coisas. Essa pessoa me pediu um copo de água e mais duas outras coisas, no que de boa vontade a satisfaço. Contudo, se não fosse a graça de Deus, não teria condições de proceder assim com ela. Quando saiu, agradeci a Deus pela graça que então me fortaleceu.” §1694
  



3ª) Vestir os nus
“Quando vêm à portaria os mesmos pobres, trato-os com maior bondade e não lhes dou a conhecer que já estiveram uma vez, para deixá-los a vontade, e eles então me falam abertamente dos seus sofrimentos e necessidades.
Embora uma das irmãs me diga que não procede assim com mendigos e, na minha presença, lhes feche bruscamente a porta na cara, sempre que ela não está trato-os como o meu Mestre o faria. Algumas vezes se dá mais não dando nada do que dando muito, mas de maneira rude.” 1282
  





4ª) Visitar os doentes
“Uma vez fui visitar uma irmãzinha doente; tinha já 84-anos e distinguia-se por muitas virtudes. Perguntei-lhe: ‘Certamente a irmã já está pronta para se apresentar diante do Senhor’ Respondeu-me que se preparou a vida toda para essa última hora e disse-me estas palavras: ‘A idade não dispensa a luta’ §517
  



5ª) Visitar os presos
“Quando perguntei a Nosso Senhor como pôde suportar tantos delitos e diversos crimes e não os castigar, respondeu-me o Senhor:
‘Para castigá-los tenho a eternidade, e agora prolongo-lhes o tempo da misericórdia, mas ai deles se não conhecerem o tempo da minha visitação. Minha filha, secretária da minha misericórdia, não apenas estás obrigada a escrever e divulgar a minha misericórdia, mas também pedir a graça, para que também eles bendigam a minha misericórdia” §1160





6ª) Acolher os peregrinos
“Desejo que a festa da misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores. Nesse dia, estão abertas as entranhas da minha misericórdia. Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da minha misericórdia. A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das culpas e das penas. Nesse dia, estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais fluem as graças.” §699
  





7ª) Enterrar os mortos
“Quando faleceu a Irmã Dominika, por volta da uma hora da noite, veio ter comigo e deu-me a conhecer que havia falecido. Rezei ardentemente por ela. De manhã disseram-me as irmãs que já estava morta. Respondi que sabia, porque tinha vindo falar comigo. Multipliquei as minhas orações por ela.” §1382



Diário de Santa Faustina


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Necessidade da oração


A oração é a força e a luz da esperança cristã
- No Concilio Vaticano II, que tanto se preocupou com o homem, fez-se esta pergunta: Quem é o homem? Onde responderam:
Desde as suas origens o ser humano se entretinha com Deus;
Desde o seu nascimento o homem é chamado ao diálogo com Deus;
Desde o seio materno Deus me chamou (Is 49,1).
- O homem é o centro e o vértice de tudo o que existe sobre a terra; mas é um ser finito, limitado, aberto e sempre em busca de Deus.
- O homem existe para dialogar com Deus, iluminado pelos faróis da fé e da razão. Existe para fazer da vida um diálogo de; amor com o Deus Criador, com o Cristo Redentor, e com o Espírito Santo Santificador. Sempre criatura amada; sempre filho perdoado e redimido por amor; e, por gratidão sempre aberto para acolher e agradecer este gesto de amor de Deus.

- Oração, em breves palavras, é justamente isto; diálogo da criatura com o Criador, diálogo entre Deus e o ser humano. Santa Tereza D’Ávila definiu:
“Oração mental não é senão tratar de amizade, estando muitas vezes tratando a sós, com quem sabemos que nos ama”
- Poder dialogar com Deus não é só desejo de quem busca a perfeição, mas a vocação. Empreender um caminho para chegar a dialogar com Deus é uma aventura digna do ser humano. Santo Agostinho exclamou:
“Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração está inquieto até descansar em ti”. Um coração que vivia afogado e sem poder respirar até descobrir Aquele que o conhecia e o chamava desde o ventre materno.
João Paulo II dizia: “Sem a oração nosso esforço seria inútil e nossa esperança de uma nova evangelização que seja eficaz poderia ficar sem fundamento”.

É fácil rezar?
- A oração é uma arte. Há quem diga que o artista nasce e pronto. Certamente a tendência é inata, mas o artista torna-se artista explorando o dom concedido por Deus, trabalhando com esforço essa tendência, esse dom. Todos nós somos chamados a dialogar com Deus. Este dom está na bagagem do homem que sai das mãos do Criador para a viagem neste mundo. Resta a cada um de nós explorá-lo para que produza frutos Mt 25,15.
- Ser chamado ao diálogo com Deus significa que há um caminho que devemos percorrer com nosso empenho. É uma aventura, empreendida por quem sente esta sede e quer satisfazer o inquieto coração. Ninguém sai para uma aventura sem uma boa dose de esperança, de confiança e de coragem para enfrentar os obstáculos que poderá encontrar.
- A arte exige exercício diário, sem descanso.
- ‘Rezar é o tempo da encarnação de Deus em ti,
  • é o tempo em que deixas inspirar por Deus,
  • o tempo em que te deixas transformar em imagem de Deus,
  • o tempo em que aprendes a conhecer Deus como ele é, vendo aquilo que te estás tornando”
- Os artistas treinam muito e não poderia ser diferente com a oração, a mais nobre das artes.

A Igreja precisa de ti
“A Igreja do Concílio Vaticano II considera o mundo moderno com o amor, que sabe descobrir em toda parte os vestígios de Deus; serve-o com o gênio da caridade e de sua oração”. A Igreja “abre-se para o mundo moderno não para contaminar-se com seus costumes, mas para infundir-lhe o fermento de sua salvação”. Esse fermento és tu, somos nós. Por isso, a pergunta: de quem necessita a Igreja?
- A Igreja necessita de cada um de nós, do casal cristão, da comunidade.
- A Igreja precisa de quem busca aproximar-se de Deus, de quem reza, de quem se coloca no alto da montanha, como fazia Moisés, quando queria encontrar-se com Deus, para escutar a Deus e dele receber as orientações do que devia fazer e como devia fazer.
- O matrimônio e a família precisam ouvir da boca de Deus o seu projeto sobre o matrimônio e a família.
- Deus está a espera dos orantes, lá no alto da montanha, para comunicar-lhes seu projeto, para iluminar a Igreja.
- A Igreja necessita de pessoas que se deixam habitar por Deus. O Mais aberto para escutar é o mais apto para servir. Quem mais reza é quem mais serve.
- A oração ilumina a visão do mundo. O bem e o mal existentes no mundo são percebidos pelos que se aproximam de Deus através da oração. Na beleza do mundo resplandece o vestígio de Deus, e no mal que afeta os homens percebe-se a grande ausência de Deus. O mal impera onde não há lugar para Deus.
Vida de oração e a amizade
- Seguindo a definição de Santa Tereza, a oração é ‘tratar de amizade’.
- O orante está na presença de Deus como um amigo está diante do amigo. - Sabemos o valor do amigo pela Palavra de Deus na Escritura. É um verdadeiro tesouro. “Um amigo fiel é um poderoso refúgio; quem o descobriu, descobriu um tesouro” Eclo 6,14. E quem encontra o tesouro é capaz de vender tudo para adquiri-lo e fará de tudo para não perde-lo Mt13.
“Onde está o teu tesouro ai estará também o teu coração Mt 6,21.
- O amigo me conhece como eu me conheço, porque aos amigos abrimos o coração.
- Oração é estar com Deus como amigo verdadeiro. Tornar-se amigo de Deus é tornar-se orante. Jesus nos ensina o segredo da verdadeira amizade quando diz: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos”Jo 15,13. Essa afirmação de Jesus vem ao nosso encontro para curar, ensinar e transformar o coração. Só o amor transforma. Não é possível conceber o amor sem a capacidade de entrega, sem doação sem oblação.

Como tornar-se um homem de oração
- Um sério caminho espiritual começa quando abrimos um espaço para Deus no barco da vida. Para acolhermos Deus no barco de nossa vida precisamos colocar alguns objetivos:
- Em primeiro lugar, a oração pessoal todos os dias, isso se chama fidelidade.
- A oração deve ser um encontro previsto e desejado. A vida espiritual tem seu ponto de partida aqui: fidelidade pontual para os encontros com o Senhor.
- Oração que se faz ocasionalmente denota valor relativo. Deus é necessidade e valor absoluto.
- O Senhor precisa entrar na nossa barca, na barca da vida. Um lugar definido para Deus no espaço do dia, guardado com fidelidade persistente, é que nos define como homens e mulheres de oração.
- A oração precisa ser um encontro desejado. A vida torna-se árida, sem gosto, quando não há oração.
- Precisamos adquirir gosto pela oração e, como os discípulos de Jesus, manifestar o desejo:

“Senhor, ensina-nos a rezar”Lc11,1.