Meditação das ‘atitudes espirituais’ de Santa Faustina
1ª) Dar bom conselho
“Muitas vezes o Senhor me dá a
conhecer interiormente as pessoas com quem me encontro na portaria. Uma alma,
digna de compaixão, tomou a iniciativa de ela mesma me dizer alguma coisa.
Aproveitando a ocasião, delicadamente dei-lhe a conhecer em que miserável
estado se encontra sua alma. Retirou-se com melhor disposição.” §1283
2ª) Suportar com paciência as fraquezas do próximo
“A irmã designada para me
acompanhar ia comigo, contrafeita. Demonstrou isso por diversas vezes e
finalmente disse-me: ‘O que vamos fazer? tenho pouco dinheiro para o fiacre.
Não respondi nada a isso. ‘E se não houver fiacre? Como é que vamos andar
tanto?
Dizia isso e muitas outras
coisas, unicamente para me inquietar, porque as queridas superioras deram
dinheiro para tudo e não faltou. E, tendo conhecido interiormente tudo isso,
ri-me e disse àquela irmã: ‘Estou inteiramente tranqüila, confiemos em Deus.’ Entretanto
percebi que a minha profunda serenidade a irritava. Então, comecei a rezar na
intenção dela. ‘O meu Senhor, tudo isso é para Vós, para conseguir misericórdia
para os pobres pecadores.” §1636
3ª) Corrigir os que erram
“Hoje veio visitar-me certa
pessoa leiga que me causou grandes dissabores, que abusou de minha bondade,
mentindo em muitas coisas. No primeiro momento, quando a vi, ferveu-me o sangue
nas veias, porquanto surgiu diante dos meus olhos tudo o que tive que sofrer
por causa dela, embora eu pudesse livrar-me desses sofrimentos com uma só
palavra. E tive uma idéia de lhe dar a conhecer a verdade decidida e
imediatamente. Mas, nesse momento, vi diante dos meus olhos a misericórdia
divina e resolvi proceder com ela como Jesus procederia se estivesse no meu
lugar. Comecei a conversar com ela bondosamente, e quando ela quis conversar
comigo a sós, aí lhe dei a conhecer claramente o triste estado da sua alma, de
maneira muito delicada. Eu via sua profunda emoção, embora a esconder diante de
mim.” §1694
4ª) Ensinar os ignorantes
“Na minha vida há instantes e
momentos de conhecimento interior, ou seja, luzes divinas pelas quais a alma
recebe um ensinamento interior sobre coisas que nem leu em livros, nem foi
instruída por qualquer pessoa. São momentos de conhecimento interior; que o
próprio Deus concede a alma. São grandes mistérios... frequentemente, recebo a
luz e o conhecimento da vida interior de Deus e da Sua mais intima disposição,
o que me enche de inefável confiança e tal felicidade que não posso conter em
mim; só desejo dissolver-me toda nele...”
5ª) Consolar os aflitos
“A noite, no ultimo dia da minha
permanência em Vilna, uma Irmã, já idosa, desvendou-me o estado da sua alma.
Disse que já havia alguns anos sofria interiormente, que lhe parecia que todas
as suas confissões eram malfeitas e que tinha duvidas sobre o perdão de Nosso
Senhor. Perguntei-lhe se, alguma vez, tinha falado disso ao confessor. Respondeu-me:
Já, varias vezes tenho falado disso aos confessores, e eles sempre me dizem que
eu fique tranqüila e, no entanto, sofro muito e nada me traz alivio e sempre me
parece que Deus não me perdoou.’ Respondi-lhe: ‘A Irmã deve ser
obediente ao confessor e ficar inteiramente tranquila, porque com certeza se
trata de tentação.’ Ela, no entanto, me suplicava com lágrimas nos olhos
que eu perguntasse a Nosso Senhor se lhe havia perdoado e se suas confissões
eram boas ou não. Respondi-lhe energicamente: ‘A Irmã mesma pergunte, se
não confia nos confessores.’ Mas ela pegou-me pela mão e não queria soltar. Pediu
que eu rezasse por ela e lhe transmitisse o que Nosso Senhor dela me dissesse.
Chorando amargamente, retinha-me, dizendo: ‘Eu sei que Jesus fala com a
Irmã.’ Não podendo desprender-me dela, porque me segurava pela mão, prometi-lhe
que rezaria por ela. Á noite, durante a benção, ouvi na alma estas Palavras: ‘Diz-lhe que mais fere o Meu Coração a
incredulidade do que os pecados que cometeu.’ Quando lhe falei disso,
chorou como uma criança e uma grande alegria encheu a sua alma. Compreendi que
Deus desejava consolar essa alma por meu intermédio e, embora isso me custasse
muito, cumpri o desejo de Deus.” §628
6ª) Perdoar os que nos ofenderam
“Hoje tive um certo desgosto por
causa de certa pessoa, ou seja, por causa de certa pessoa leiga. Essa pessoa,
com base numa coisa verdadeira, disse muitas coisas inventadas, e como todas
essas coisas foram tidas por verdadeiras e espalhadas pela casa toda, quando
vieram aos meus ouvidos, senti uma dor no coração. Como se pode abusar da
bondade dos outros? Mas resolvi não dizer palavra alguma em minha defesa e
demonstrar uma bondade ainda maior para com essa pessoa. Mas, para suportá-lo
com tranqüilidade, percebi que tinha poucas forças, pois isso se prolongava por
semanas. Quando vi a tempestade a levantar-se e o vento a jogar areia
diretamente nos meus olhos, fui diante do Santíssimo Sacramento e disse ao
Senhor:
‘Jesus, peço-vos a força da Vossa
graça atual, porque sinto que não vou conseguir suportar essa luta. Protegei-me
com o Vosso peito.’
Então ouvi estas Palavras:
‘Não temas, Eu estou contigo.’
Quando me afastei do altar, uma
estranha força e paz inundaram a minha alma, e a tempestade que se desencadeou
batia contra a minha alma como contra um rochedo, e a espuma da tempestade caiu
sobre aqueles que a provocaram.” §1150
7ª) Rezar pelos vivos e pelos mortos
“Quando entrei por um momento no
dormitório vizinho para visitar as Irmãs doentes, uma delas disse: ‘Quando a
Irmã morrer, não terei medo da Irmã. Venha falar comigo depois da morte, porque
tenho um segredo da alma a confiar-lhe, para que a Irmã me resolva isso com
Nosso Senhor. Eu sei que a Irmã pode conseguir isso para mim junto de Nosso Senhor.”
§1615
“Já eram onze horas da noite,
todas as Irmãs dormiam nas celas, apenas a minha alma estava lutando, e com uma
grande esforço.
O tentador continua a
falar-me: ‘Porque te importas com as outras almas? Tu deverias rezar apenas
por ti mesma. Os pecadores, eles se converterão sem as tuas preces. Estou vendo
que estas sofrendo muito neste momento; por isso vou te dar um conselho, do
qual vai depender a tua felicidade: nunca fales da misericórdia de Deus e,
especialmente, não encorajes os pecadores a confiança na Misericórdia de Deus,
porque eles merecem o justo castigo.” §1497
Diário de Santa Faustina
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