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sábado, 2 de novembro de 2013

Obras de Misericórdia Espirituais

Meditação das ‘atitudes espirituais’ de Santa Faustina

1ª) Dar bom conselho
“Muitas vezes o Senhor me dá a conhecer interiormente as pessoas com quem me encontro na portaria. Uma alma, digna de compaixão, tomou a iniciativa de ela mesma me dizer alguma coisa. Aproveitando a ocasião, delicadamente dei-lhe a conhecer em que miserável estado se encontra sua alma. Retirou-se com melhor disposição.” §1283




2ª) Suportar com paciência as fraquezas do próximo
“A irmã designada para me acompanhar ia comigo, contrafeita. Demonstrou isso por diversas vezes e finalmente disse-me: ‘O que vamos fazer? tenho pouco dinheiro para o fiacre. Não respondi nada a isso. ‘E se não houver fiacre? Como é que vamos andar tanto?
Dizia isso e muitas outras coisas, unicamente para me inquietar, porque as queridas superioras deram dinheiro para tudo e não faltou. E, tendo conhecido interiormente tudo isso, ri-me e disse àquela irmã: ‘Estou inteiramente tranqüila, confiemos em Deus.’ Entretanto percebi que a minha profunda serenidade a irritava. Então, comecei a rezar na intenção dela. ‘O meu Senhor, tudo isso é para Vós, para conseguir misericórdia para os pobres pecadores.” §1636

3ª) Corrigir os que erram
“Hoje veio visitar-me certa pessoa leiga que me causou grandes dissabores, que abusou de minha bondade, mentindo em muitas coisas. No primeiro momento, quando a vi, ferveu-me o sangue nas veias, porquanto surgiu diante dos meus olhos tudo o que tive que sofrer por causa dela, embora eu pudesse livrar-me desses sofrimentos com uma só palavra. E tive uma idéia de lhe dar a conhecer a verdade decidida e imediatamente. Mas, nesse momento, vi diante dos meus olhos a misericórdia divina e resolvi proceder com ela como Jesus procederia se estivesse no meu lugar. Comecei a conversar com ela bondosamente, e quando ela quis conversar comigo a sós, aí lhe dei a conhecer claramente o triste estado da sua alma, de maneira muito delicada. Eu via sua profunda emoção, embora a esconder diante de mim.” §1694

4ª) Ensinar os ignorantes
“Na minha vida há instantes e momentos de conhecimento interior, ou seja, luzes divinas pelas quais a alma recebe um ensinamento interior sobre coisas que nem leu em livros, nem foi instruída por qualquer pessoa. São momentos de conhecimento interior; que o próprio Deus concede a alma. São grandes mistérios... frequentemente, recebo a luz e o conhecimento da vida interior de Deus e da Sua mais intima disposição, o que me enche de inefável confiança e tal felicidade que não posso conter em mim; só desejo dissolver-me toda nele...”



5ª) Consolar os aflitos
“A noite, no ultimo dia da minha permanência em Vilna, uma Irmã, já idosa, desvendou-me o estado da sua alma. Disse que já havia alguns anos sofria interiormente, que lhe parecia que todas as suas confissões eram malfeitas e que tinha duvidas sobre o perdão de Nosso Senhor. Perguntei-lhe se, alguma vez, tinha falado disso ao confessor. Respondeu-me: Já, varias vezes tenho falado disso aos confessores, e eles sempre me dizem que eu fique tranqüila e, no entanto, sofro muito e nada me traz alivio e sempre me parece que Deus não me perdoou.’ Respondi-lhe: ‘A Irmã deve ser obediente ao confessor e ficar inteiramente tranquila, porque com certeza se trata de tentação.’ Ela, no entanto, me suplicava com lágrimas nos olhos que eu perguntasse a Nosso Senhor se lhe havia perdoado e se suas confissões eram boas ou não. Respondi-lhe energicamente: ‘A Irmã mesma pergunte, se não confia nos confessores.’ Mas ela pegou-me pela mão e não queria soltar. Pediu que eu rezasse por ela e lhe transmitisse o que Nosso Senhor dela me dissesse. Chorando amargamente, retinha-me, dizendo: ‘Eu sei que Jesus fala com a Irmã.’ Não podendo desprender-me dela, porque me segurava pela mão, prometi-lhe que rezaria por ela. Á noite, durante a benção, ouvi na alma estas Palavras: ‘Diz-lhe que mais fere o Meu Coração a incredulidade do que os pecados que cometeu.’ Quando lhe falei disso, chorou como uma criança e uma grande alegria encheu a sua alma. Compreendi que Deus desejava consolar essa alma por meu intermédio e, embora isso me custasse muito, cumpri o desejo de Deus.” §628

6ª) Perdoar os que nos ofenderam
“Hoje tive um certo desgosto por causa de certa pessoa, ou seja, por causa de certa pessoa leiga. Essa pessoa, com base numa coisa verdadeira, disse muitas coisas inventadas, e como todas essas coisas foram tidas por verdadeiras e espalhadas pela casa toda, quando vieram aos meus ouvidos, senti uma dor no coração. Como se pode abusar da bondade dos outros? Mas resolvi não dizer palavra alguma em minha defesa e demonstrar uma bondade ainda maior para com essa pessoa. Mas, para suportá-lo com tranqüilidade, percebi que tinha poucas forças, pois isso se prolongava por semanas. Quando vi a tempestade a levantar-se e o vento a jogar areia diretamente nos meus olhos, fui diante do Santíssimo Sacramento e disse ao Senhor:
‘Jesus, peço-vos a força da Vossa graça atual, porque sinto que não vou conseguir suportar essa luta. Protegei-me com o Vosso peito.’
Então ouvi estas Palavras: ‘Não temas, Eu estou contigo.’
Quando me afastei do altar, uma estranha força e paz inundaram a minha alma, e a tempestade que se desencadeou batia contra a minha alma como contra um rochedo, e a espuma da tempestade caiu sobre aqueles que a provocaram.” §1150

7ª) Rezar pelos vivos e pelos mortos
“Quando entrei por um momento no dormitório vizinho para visitar as Irmãs doentes, uma delas disse: ‘Quando a Irmã morrer, não terei medo da Irmã. Venha falar comigo depois da morte, porque tenho um segredo da alma a confiar-lhe, para que a Irmã me resolva isso com Nosso Senhor. Eu sei que a Irmã pode conseguir isso para mim junto de Nosso Senhor.” §1615

“Já eram onze horas da noite, todas as Irmãs dormiam nas celas, apenas a minha alma estava lutando, e com uma grande esforço.

O tentador continua a falar-me: ‘Porque te importas com as outras almas? Tu deverias rezar apenas por ti mesma. Os pecadores, eles se converterão sem as tuas preces. Estou vendo que estas sofrendo muito neste momento; por isso vou te dar um conselho, do qual vai depender a tua felicidade: nunca fales da misericórdia de Deus e, especialmente, não encorajes os pecadores a confiança na Misericórdia de Deus, porque eles merecem o justo castigo.” §1497
Diário de Santa Faustina

Obras de Misericórdia Corporais


Meditação das ‘atitudes corporais’ de Santa Faustina
1ª) Alimentar os famintos
“Jesus veio hoje à portaria na figura de um jovem pobre. Esse miserável jovem, com as vestes terrivelmente rasgadas, descalço e de cabeça descoberta, todo a tiritar, porque o dia era chuvoso e frio. Pediu algo de quente para comer. Fui a cozinha e nada encontrei para os pobres; mas depois de procurar melhor, achei um pouco de sopa, que esquentei, ajuntei um pedaço de pão e ofereci ao pobre, que a tomou. No momento em que estava me entregando o prato, deu-me a conhecer que era o Senhor do céu e da terra. Logo que vi quem era, desapareceu dos meus olhos. Entrando na casa refleti sobre o que tinha sucedido na portaria, e ouvi estas palavras na alma:
- Minha filha, chegaram aos meus ouvidos as bênçãos dos pobres, que, afastando-se da portaria, Me bendizem, e gostei dessa tua caridade nos limites da obediência e por isso desci do Trono para saborear o fruto da tua misericórdia.”§1312
  
2ª) Dar de beber a quem tem sede
“Hoje veio visitar-me certa pessoa leiga que me causou grandes dissabores, que abusou de minha bondade, mentindo em muitas coisas. Essa pessoa me pediu um copo de água e mais duas outras coisas, no que de boa vontade a satisfaço. Contudo, se não fosse a graça de Deus, não teria condições de proceder assim com ela. Quando saiu, agradeci a Deus pela graça que então me fortaleceu.” §1694
  



3ª) Vestir os nus
“Quando vêm à portaria os mesmos pobres, trato-os com maior bondade e não lhes dou a conhecer que já estiveram uma vez, para deixá-los a vontade, e eles então me falam abertamente dos seus sofrimentos e necessidades.
Embora uma das irmãs me diga que não procede assim com mendigos e, na minha presença, lhes feche bruscamente a porta na cara, sempre que ela não está trato-os como o meu Mestre o faria. Algumas vezes se dá mais não dando nada do que dando muito, mas de maneira rude.” 1282
  





4ª) Visitar os doentes
“Uma vez fui visitar uma irmãzinha doente; tinha já 84-anos e distinguia-se por muitas virtudes. Perguntei-lhe: ‘Certamente a irmã já está pronta para se apresentar diante do Senhor’ Respondeu-me que se preparou a vida toda para essa última hora e disse-me estas palavras: ‘A idade não dispensa a luta’ §517
  



5ª) Visitar os presos
“Quando perguntei a Nosso Senhor como pôde suportar tantos delitos e diversos crimes e não os castigar, respondeu-me o Senhor:
‘Para castigá-los tenho a eternidade, e agora prolongo-lhes o tempo da misericórdia, mas ai deles se não conhecerem o tempo da minha visitação. Minha filha, secretária da minha misericórdia, não apenas estás obrigada a escrever e divulgar a minha misericórdia, mas também pedir a graça, para que também eles bendigam a minha misericórdia” §1160





6ª) Acolher os peregrinos
“Desejo que a festa da misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores. Nesse dia, estão abertas as entranhas da minha misericórdia. Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da minha misericórdia. A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das culpas e das penas. Nesse dia, estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais fluem as graças.” §699
  





7ª) Enterrar os mortos
“Quando faleceu a Irmã Dominika, por volta da uma hora da noite, veio ter comigo e deu-me a conhecer que havia falecido. Rezei ardentemente por ela. De manhã disseram-me as irmãs que já estava morta. Respondi que sabia, porque tinha vindo falar comigo. Multipliquei as minhas orações por ela.” §1382



Diário de Santa Faustina


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Necessidade da oração


A oração é a força e a luz da esperança cristã
- No Concilio Vaticano II, que tanto se preocupou com o homem, fez-se esta pergunta: Quem é o homem? Onde responderam:
Desde as suas origens o ser humano se entretinha com Deus;
Desde o seu nascimento o homem é chamado ao diálogo com Deus;
Desde o seio materno Deus me chamou (Is 49,1).
- O homem é o centro e o vértice de tudo o que existe sobre a terra; mas é um ser finito, limitado, aberto e sempre em busca de Deus.
- O homem existe para dialogar com Deus, iluminado pelos faróis da fé e da razão. Existe para fazer da vida um diálogo de; amor com o Deus Criador, com o Cristo Redentor, e com o Espírito Santo Santificador. Sempre criatura amada; sempre filho perdoado e redimido por amor; e, por gratidão sempre aberto para acolher e agradecer este gesto de amor de Deus.

- Oração, em breves palavras, é justamente isto; diálogo da criatura com o Criador, diálogo entre Deus e o ser humano. Santa Tereza D’Ávila definiu:
“Oração mental não é senão tratar de amizade, estando muitas vezes tratando a sós, com quem sabemos que nos ama”
- Poder dialogar com Deus não é só desejo de quem busca a perfeição, mas a vocação. Empreender um caminho para chegar a dialogar com Deus é uma aventura digna do ser humano. Santo Agostinho exclamou:
“Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração está inquieto até descansar em ti”. Um coração que vivia afogado e sem poder respirar até descobrir Aquele que o conhecia e o chamava desde o ventre materno.
João Paulo II dizia: “Sem a oração nosso esforço seria inútil e nossa esperança de uma nova evangelização que seja eficaz poderia ficar sem fundamento”.

É fácil rezar?
- A oração é uma arte. Há quem diga que o artista nasce e pronto. Certamente a tendência é inata, mas o artista torna-se artista explorando o dom concedido por Deus, trabalhando com esforço essa tendência, esse dom. Todos nós somos chamados a dialogar com Deus. Este dom está na bagagem do homem que sai das mãos do Criador para a viagem neste mundo. Resta a cada um de nós explorá-lo para que produza frutos Mt 25,15.
- Ser chamado ao diálogo com Deus significa que há um caminho que devemos percorrer com nosso empenho. É uma aventura, empreendida por quem sente esta sede e quer satisfazer o inquieto coração. Ninguém sai para uma aventura sem uma boa dose de esperança, de confiança e de coragem para enfrentar os obstáculos que poderá encontrar.
- A arte exige exercício diário, sem descanso.
- ‘Rezar é o tempo da encarnação de Deus em ti,
  • é o tempo em que deixas inspirar por Deus,
  • o tempo em que te deixas transformar em imagem de Deus,
  • o tempo em que aprendes a conhecer Deus como ele é, vendo aquilo que te estás tornando”
- Os artistas treinam muito e não poderia ser diferente com a oração, a mais nobre das artes.

A Igreja precisa de ti
“A Igreja do Concílio Vaticano II considera o mundo moderno com o amor, que sabe descobrir em toda parte os vestígios de Deus; serve-o com o gênio da caridade e de sua oração”. A Igreja “abre-se para o mundo moderno não para contaminar-se com seus costumes, mas para infundir-lhe o fermento de sua salvação”. Esse fermento és tu, somos nós. Por isso, a pergunta: de quem necessita a Igreja?
- A Igreja necessita de cada um de nós, do casal cristão, da comunidade.
- A Igreja precisa de quem busca aproximar-se de Deus, de quem reza, de quem se coloca no alto da montanha, como fazia Moisés, quando queria encontrar-se com Deus, para escutar a Deus e dele receber as orientações do que devia fazer e como devia fazer.
- O matrimônio e a família precisam ouvir da boca de Deus o seu projeto sobre o matrimônio e a família.
- Deus está a espera dos orantes, lá no alto da montanha, para comunicar-lhes seu projeto, para iluminar a Igreja.
- A Igreja necessita de pessoas que se deixam habitar por Deus. O Mais aberto para escutar é o mais apto para servir. Quem mais reza é quem mais serve.
- A oração ilumina a visão do mundo. O bem e o mal existentes no mundo são percebidos pelos que se aproximam de Deus através da oração. Na beleza do mundo resplandece o vestígio de Deus, e no mal que afeta os homens percebe-se a grande ausência de Deus. O mal impera onde não há lugar para Deus.
Vida de oração e a amizade
- Seguindo a definição de Santa Tereza, a oração é ‘tratar de amizade’.
- O orante está na presença de Deus como um amigo está diante do amigo. - Sabemos o valor do amigo pela Palavra de Deus na Escritura. É um verdadeiro tesouro. “Um amigo fiel é um poderoso refúgio; quem o descobriu, descobriu um tesouro” Eclo 6,14. E quem encontra o tesouro é capaz de vender tudo para adquiri-lo e fará de tudo para não perde-lo Mt13.
“Onde está o teu tesouro ai estará também o teu coração Mt 6,21.
- O amigo me conhece como eu me conheço, porque aos amigos abrimos o coração.
- Oração é estar com Deus como amigo verdadeiro. Tornar-se amigo de Deus é tornar-se orante. Jesus nos ensina o segredo da verdadeira amizade quando diz: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos”Jo 15,13. Essa afirmação de Jesus vem ao nosso encontro para curar, ensinar e transformar o coração. Só o amor transforma. Não é possível conceber o amor sem a capacidade de entrega, sem doação sem oblação.

Como tornar-se um homem de oração
- Um sério caminho espiritual começa quando abrimos um espaço para Deus no barco da vida. Para acolhermos Deus no barco de nossa vida precisamos colocar alguns objetivos:
- Em primeiro lugar, a oração pessoal todos os dias, isso se chama fidelidade.
- A oração deve ser um encontro previsto e desejado. A vida espiritual tem seu ponto de partida aqui: fidelidade pontual para os encontros com o Senhor.
- Oração que se faz ocasionalmente denota valor relativo. Deus é necessidade e valor absoluto.
- O Senhor precisa entrar na nossa barca, na barca da vida. Um lugar definido para Deus no espaço do dia, guardado com fidelidade persistente, é que nos define como homens e mulheres de oração.
- A oração precisa ser um encontro desejado. A vida torna-se árida, sem gosto, quando não há oração.
- Precisamos adquirir gosto pela oração e, como os discípulos de Jesus, manifestar o desejo:

“Senhor, ensina-nos a rezar”Lc11,1.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Quem não cresce, mingua

- Seria ilusão imaginar que quando nascemos para a Vida Natural e depois pelo Batismo para a Vida Sobrenatural, nasceríamos crescidos, amadurecidos e prontos para o que der e vier (CIC 1936).
- Quem pensasse assim ficaria decepcionado.

- Quando nascemos – VIDA NATURAL - já somos criaturas racionais, com as faculdades pelas quais somos incomparavelmente superiores a todas as coisas criadas. Estas faculdades da alma (Inteligência, memória, vontade), porém, estão no recém-nascido apenas de modo virtual, sujeitas à lei de um lento crescimento e amadurecimento.
- Para se atualizar, cada faculdade tem seu próprio tempo e dinamismo.
- Com intelecto, memória, vontade, afeto e livre arbítrio inteiramente normais, a criança só pouco a pouco será capaz de ter atos de inteligência e vontade. O processo dura muitos anos, sujeito a pacientes treinamentos, até chegar à maturidade e produzir frutos próprios.

- Na vida Cristã – VIDA SOBRENATURAL será parecido. Pelo Batismo nascemos de novo, do alto, pela água e pelo Espírito Santo. Mas nesta nova vida no Espírito não nascemos grandes e maduros.
- Recebemos virtualidades, faculdades, propriedades ou sementes que não estavam em nós segundo a ordem da criação. Foi-nos comunicada então a graça da filiação divina adotiva, da participação na natureza divina, chamada também Graça Santificante, com todo o cortejo de Virtudes Infusas e Dons do Espírito Santo (CIC 1803-1832).

- Como na Ordem da Criação/Vida Natural, ninguém vem ao mundo feito e já com aptidão de atuar de modo inteligente e livre, assim também na Ordem da Redenção/Vida Sobrenatural, ninguém nasce maduro e capaz de atuar como filho adotivo de Deus, enviado do Senhor Jesus e templo vivo do Espírito Santo.
- No Batismo recebemos o Espírito Santo como uma semente, que tem em si, a graça, mas que precisa ser atualizadas num penoso processo de crescimento.

- A vinda e ação do Paráclito em nós devem ser entendidas à luz da parábola do semeador em Mateus 13,3-30.
- Para poder desenvolver-se, a semente precisa de condições, sem as quais não será capaz de crescer e produzir fruto. Ai entra a formação recebida.
A semente é de excelente qualidade.
A diferença está no solo. E o solo somos nós.
1) “Todo aquele que ouve a Palavra do Reino e não a entende, vem o maligno e arrebata o que foi semeado no seu coração. Esse é o que foi semeado na beira do caminho.
2) O que foi semeado em lugares pedregosos é aquele que ouve a Palavra e a recebe imediatamente com alegria, mas não tem raiz em si mesmo, é de momento: quando surge uma tribulação ou uma perseguição por causa da Palavra, logo sucumbe.
3) O que foi semeado entre os espinhos é aquele que ouve a Palavra, mas os cuidados com do mundo e a sedução da riqueza sufocam a Palavra e ela se torna infrutífera.
4) O que foi semeado em terra boa é aquele que ouve a Palavra e a entende. Esse dá fruto, produzindo á razão de cem, de sessenta e de trinta”.

- Os cuidados com o mundo, a sedução das riquezas, os prazeres da vida, as ambições desmedidas, as dificuldades na caminhada, as tentações de todo tipo, tudo isso se opõe à germinação da semente, ao crescimento da planta, ao florescimento dos ramos e ao amadurecimento dos frutos.

- Quem se fechar à semeadura da semente (Palavra) da qual nascem os frutos do Paráclito, ou a arrancar de si, ou não se deixar guiar pelo Espírito, sentirá sem demora a brotação das obras da carne (conf. Gálatas 5, 16-21 e Mt 15,19).

Crescer juntos até a colheita
- Muitas vezes justificamos nossas atitudes e pensamentos perversos dizendo que “todo mundo” pratica ou pensa daquela forma, por isso, agimos ou pensamos assim; mas a resposta do Senhor é bem clara:
Deixai crescer juntos até a colheita. No tempo da colheita, direi aos ceifeiros: ‘Arrancai primeiro o joio e ataio em feixes para ser queimado; quanto ao trigo, recolhei-o no meu celeiro’”. Mateus 13, 30

- Não desanimemos:
“Nós, porém, vos exortamos, irmãos, a progredir cada vez mais.” ITess 4, 10
“No mundo tereis tribulações, mas tende coragem: Eu venci o mundo.” “Esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé.” João 16, 33 e I João 5, 4
- Não atrasemos o nosso crescimento deixando que a Palavra de Salvação seja abafada por nossas misérias:
Os espinhos cresceram e a abafaram.” Mateus 13, 7
- O Senhor nos concedeu a vida para que sejamos Louvor de Sua Glória, em tudo dai graças:
“Bem e mal, vida e morte, pobreza e riqueza, tudo vem do Senhor.” Eclo 11,14
“Não digas: ‘É o Senhor que me faz pecar’,
                    porque Ele não faz aquilo que odeia.
Não digas: ‘É Ele que me faz errar’,
                  porque Ele não tem necessidade de um homem pecador.
- O Senhor odeia toda espécie de abominação e nenhuma é amável para os que a temem. Desde o principio Ele criou o homem e o abandonou nas mãos de sua própria decisão:
  • Se quiseres, observarás os mandamentos: a fidelidade está no fazer a Sua vontade.
- Ele colocou diante de ti o fogo e a agua;
  • para o que quiseres estenderás a tua mão.
- Diante dos homens está a vida e a morte;
  • ser-te-á dado o que preferires. Eclo 15, 11-17

Viver em estado de graça
“Começareis por purificar-vos com a contrição interior, desapegando-vos da iniquidade e desejando a virtude.
Sem essa predisposição, exigida na medida de vossas possibilidades como ramos unidos à Videira, que é Jesus, nada recebereis.” Diálogo 69; CIC 1431

- Manter-se puro:
“Quando o espírito impuro sai do homem*, perambula em lugares áridos, procurando repouso, mas não o encontrando, diz:
‘Voltarei para minha casa, de onde saí’. Chegando lá, encontra-a varrida e arrumada**. Diante disso, vai e toma outros sete espíritos piores do que ele, os quais vêm habitar aí. E com isso a condição final daquele homem torna-se pior do que antes.” Lucas 11, 24-26
* O ‘espírito impuro sai do homem’ significando que houve uma libertação através dos Sacramentos e da Palavra de Deus; a alma então fica em estado de graça.
** ‘encontra-a varrida e arrumada’ significa que houve uma limpeza, jogou-se fora tudo que não presta, porém, não preencheu o coração com o Senhorio de Jesus, seu estado foi transitório conforme as quatro circunstâncias explicadas na Parábola do Semeador em Mateus 13, 18-23.

Romper com o pecado
- Todo pecado por menor que seja nos leva a morte lentamente:
“Vós ainda não resististes até o sangue em vosso combate contra o pecado” Hb 12,4
- O pecado tem aparência de bem:
“O Espírito Santo nos faz discernir entre:
  • a provação, necessária ao crescimento do homem interior em vista de uma ‘virtude comprovada’;
  • e a tentação, que leva ao pecado e a morte.
Devemos também discernir entre ‘ser tentado’ e ‘consentir’ na tentação.
O discernimento desmascara a mentira da tentação:
  • Aparentemente, seu objeto é ‘bom, sedutor para a vista, agradável’(Gn 3,6), ao passo que, na realidade, seu fruto é a morte.” CIC 2847
- Toda circunstância pode gerar uma escravidão. Enquanto vivemos nesta peregrinação, vivemos momentos de muita luta interior e que pouco a pouco vamos vencendo ou não, depende da vontade: O que falta vencer?
  • Alcoolismo, Jogo, Sexo: desejo, filmes...
  • Ira: trânsito, relacionamentos...
  • Gula
  • Inveja, Maledicência
  • Julgamento precipitado
  • Fidelidade a Doutrina Católica
“Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas não me deixarei escravizar por coisa alguma.” ICorintios 6, 12
- Este equilíbrio emocional e psíquico faz-se necessário uma vez que não somos mais ignorantes da Palavra de Deus e que haveremos de prestar contas de tudo o que fazemos ou falamos.(conf. Atos 17, 30)

Ficamos na letargia até atingirmos a maturidade

- O exemplo de Zacarias é claro; pode nos faltar a confiança em Deus, mesmo sendo justos e praticando a religião; após o anuncio do anjo, vacilou: “Sou velho e minha esposa de idade avançada. Respondeu-lhe o anjo: Eis que ficarás mudo e sem poder falar até o dia em que isso acontecer, porquanto não creste em minhas palavras, que se cumprirão no tempo oportuno...Somente após o nascimento de João sua boca “abriu-se”. Lucas 1

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Virtude e Pecado


Toda virtude é praticada no próximo
-Toda pessoa que vive longe de mim (Deus) prejudica o próximo; e a si, dado que cada um é o primeiro próximo de si mesmo.
- Acontece uma desordem geral porque sois obrigados a amar os demais como a vós mesmos. De que maneira?
  • Socorrendo espiritualmente pela oração,
  • dando bom exemplo,
  • auxiliando quanto ao corpo e quanto ao espírito, conforme as necessidades.
- No caso de alguém nada possuir, pelo menos há de ter o desejo de auxiliar!
- Quem não me ama, também não ama os homens; por isso não os socorre.
- Quem despreza a vida da graça, prejudica antes de tudo a si mesmo, mas prejudica também os outros, deixando de apresentar diante de mim –como é seu dever- orações e aspirações em favor deles.
Todo e qualquer auxilio prestado ao próximo deve provir do amor que se tem por aquela pessoa, mas como consequência do amor que se tem por mim (Deus).
- Da mesma forma, todo mal se realiza no próximo, e quem não me ama, também não tem amor pelos outros.
- A origem dos pecados está na ausência da caridade para comigo e para com o homem.
Para fazer o mal, basta que se deixe de fazer o bem.
- Contra quem se age, a quem se prejudica na prática do mal? Primeiramente contra si mesmo; depois, contra o próximo. A mim não prejudica.
- Eu não posso ser atingido, a não ser no sentido de que considero feito a mim o que se faz ao homem.
- Será um prejuízo que leva a culpa com privação da graça e, nesse caso, coisa pior não poderia acontecer; / ou será uma recusa de afeição e amor, obrigatórios e que exigem o socorro pela oração e súplicas diante de mim.
- Tudo isso é auxilio de ordem geral, porque é devido aos homens em comum.

- O auxilio de ordem pessoal consiste na colaboração prestada a pessoas com quem convivemos, pois existe a obrigação aos homens de se ajudarem mutuamente com bons conselhos, ensinamentos, bons exemplos e qualquer outra boa obra de que se necessite.
- O bom conselho há de ser desinteressado, como se fosse dado a si mesmo, sem segundas intenções egoístas.
- Quem não me ama, certamente não agirá convenientemente e prejudicará os demais. Nem serão apenas prejuízos por omissão do bem, mas ações más e danos até repetidos.

É no homem que se ama a Deus
- Todos os pecados são cometidos através do próximo, no sentido de que eles são ausência da caridade, que é a forma de todas as virtudes.
- No mesmo sentido, o egoísmo, que é a negação do amor ao próximo, constitui-se como razão e fundamento de todo o mal. Ele é a raiz dos escândalos, do ódio, da maldade, dos prejuízos causados aos outros.
O egoísmo envenenou o mundo inteiro.
- As virtudes se fundamentam no amor pelos outros; é da caridade que as virtudes recebem a vida. Sem ela, nenhuma virtude existe, pois as virtudes se adquirem no puro amor por mim.
- Consciente da minha benevolência, o homem me ama direta e indiretamente.
- Diretamente, não pensando em si mesmo ou em interesses pessoais; indiretamente, através da prática da virtude.
- Toda virtude é concebida no intimo do homem por amor de mim:
deverá ter ódio ao pecado e amor a virtude, não existe maneira de me agradar e de se chegar até mim (Deus).
- Depois de ter concebido interiormente a virtude, a pessoa a pratica no próximo. Aliás, tal modo de agir é a única prova de que alguém possui realmente uma virtude.
Quem me ama, procura ser útil ao próximo.
- Nem poderia ser de outra maneira, dado que o amor por mim e pelo próximo são uma só coisa. Tanto alguém ama o próximo, quanto me ama, pois de mim se origina o amor do outro.
- O PRÓXIMO, eis o meio que vos dei para praticardes e manifestardes a virtude que existe em vós. Como nada podeis fazer de útil para mim, deveis ser de utilidade ao homem.
- Esta é a prova de que estou presente em vós pela graça:
  • se auxiliais os outros com orações numerosas e humildes,
  • se desejais minha glória e a salvação dos homens.
Quem se apaixona por mim, jamais cessa de trabalhar pelos outros.
É na dificuldade que se provam as virtudes
- Todas as virtudes revelam sua existência e são exercitadas no próximo, da mesma forma como é nele que os maus cometem seus pecados:
  • a paciência ao ser injuriado pelos outros;
  • a humildade, quando se acha diante do orgulhoso;
  • a diante do infiel;
  • a esperança, na presença de quem nada espera;
  • a mansidão e a benignidade, ante o irascível;
- É diante da soberba que aparece a humildade. O homem humilde vence o orgulho, pois o orgulhoso é incapaz de prejudicar quem é humilde.
- Do mesmo modo o descrente –que não ama a Deus, nem N’Ele espera- não faz diminuir a fé do homem fiel ou a esperança daqueles que a possuem no coração por meu amor. Ao contrário, até as faz crescer e manifestar-se mediante o amor altruísta (sentimento de bondade desinteressada, que coloca outra pessoa acima de si próprio).

- A virtude da justiça não diminui diante das injustiças; evidencia-se até, pois a justiça se revela na paciência.
- Também a benignidade e a mansidão são evidenciadas pela doce paciência no tempo do ódio; e o amor caridoso, todo cheio da sede e desejo de salvação alheia, torna-se visível diante da inveja, do desprezo e ódio.

- Além de provar que são virtuosas, pagando o mal com o bem, tais pessoas frequentemente atiram brasas (Rm 12,20) de amor, as quais consumirão a raiva e o rancor do coração do irascível, levando-o a passar da ira a benevolência.
- Tudo isso acontece graças a caridade e perfeita paciência daquele que suporta a raiva e demais defeitos do malvado.

- Relativamente as virtudes da fortaleza e perseverança, elas são comprovadas mediante os longos sofrimentos, as ofensas, as difamações daqueles que procuram afastar o servidor fiel do caminho verdadeiro, seja com atrativos, seja com ameaças.
- Quando o servidor fiel possui a fortaleza interior, mostra-se realmente forte e perseverante, dando prova disso no contato com os homens.
Quando alguém não resiste no tempo das contradições,
é sinal de que não possuía uma virtude verdadeira.

Texto extraído do Livro “O Diálogo 2.6-2.8” de Santa Catarina de Sena

Orar sem cessar

O que é oração?
“A oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da alegria”. (Santa Terezinha do Menino Jesus)
“A oração é a elevação da alma a Deus ou o pedido a Deus dos bens convenientes” (São João Damasceno)

A vida de oração
- A oração é a vida do coração novo e deve nos animar a cada momento.
- Nós, porém, esquecemo-nos daquele que é nossa Vida e nosso Tudo. Por isso os Padres espirituais insistem na oração como "recordação de Deus", como um despertar frequente da "memória do coração":
"E preciso se lembrar de Deus com mais frequência do que se respira".
- Mas não se pode orar "sempre", se não se reza em certos momentos, por decisão própria: são os tempos fortes da oração cristã, em intensidade e duração.
- A oração não se reduz ao surgir espontâneo de um impulso interior:
para rezar é preciso querer.
- A Igreja propõe aos fiéis ritmos de oração destinados a nutrir a oração continua.

Orar sem cessar ou jaculatórias
"A oração mental, a meu ver, é apenas um relacionamento íntimo de amizade em que conversamos muitas vezes a sós com esse Deus por quem nos sabemos amados" (Santa Teresa de Jesus).
- A oração mental busca "aquele que meu coração ama". É Jesus e, nele, o Pai. Ele é procurado porque desejá-lo é sempre o começo do amor, e é procurado na fé pura, esta fé que nos faz nascer dele e viver nele. Na oração, podemos ainda meditar; contudo, o olhar se fixa no Senhor.
- A meditação mobiliza:
·         o pensamento,
·         a imaginação,
·         a emoção
·         e o desejo.
- Essa mobilização é necessária para:
  • aprofundar as convicções de fé,
  • suscitar a conversão do coração e
  • fortificar a vontade de seguir a Cristo.
- A oração cristã procura meditar de preferência "os mistérios de Cristo", como na "lectio (leitura) divina" ou no Rosário. Esta forma de reflexão orante é de grande valor, mas a oração cristã deve procurar ir mais longe: ao conhecimento de amor do Senhor Jesus, à união com Ele.

- Em nosso dia a dia e a cada batida de nosso coração é possível ‘orar sem cessar’ para que nossa vida esteja, em todas as circunstancias, mergulhada no mistério de Cristo. Eis alguns exemplos:
- Ao acordar (Salmo 117,24):
“Este é o dia que o Senhor fez, exultemos e alegremo-nos nele.”
- Pedindo o Espírito Santo (MSM-Movimento Sacerdotal Mariano):
“Vinde Espírito Santo, vinde por meio da poderosa intercessão do Imaculado Coração de Maria Vossa amadíssima esposa” 3x

- Ao deitar-se (Santa Josefa):
“Senhor, tomai e recebei: minha liberdade, minha vontade, minha memória e minha inteligência”, pois se sou ou tenho alguma coisa foi de vós que recebi.

- Medo do futuro, envolvido demais com as coisas do mundo e com os contra valores cristãos propostos pelo mundo (Efésios 4,14; CIC 2726s) como:
- Consumismo (tendência a comprar exageradamente ou além da necessidade);
- Corrupção (cuidados com o mundo e a sedução das riquezas terrenas sufocando a Palavra Mt 13);
- Hedonismo (considerar o prazer como objetivo de vida-msm080989);
- Relativismo (ato de afirmar que as verdades que cremos –morais, religiosas, etc-.variam conforme a época, lugar, grupo social ou indivíduos).
- Permissivismo (tudo posso, faço, ouço e vejo tudo o que quero, tudo experimento em minha vida. Contrario a Palavra de Deus que diz: “Tudo posso, mas nem tudo me convém”)
“Senhor, salva-nos, estamos perecendo” (Mateus 8,25)

- Nas necessidades, angustias, fraquezas e impotências (2ªCor 12, 1-10):
“Quando sou fraco, então que sou forte”

- Quando for rezar por um doente (João 11, 3):
“Senhor, aquele que amas está doente”

- Quando faltar humildade (Lucas 18, 9-14):
“Kyrie Eleison!” = “Senhor, tende piedade de mim, sou pecador”
- Para aumentar a confiança em Deus [terço da misericórdia (Santa Faustina)]:
“Jesus, eu confio em Vós”

“Oh Sangue e água que jorrastes do coração de Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós”

“Deus santo, Deus forte, Deus imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro”

- Ato Incessante de amor (Santa Consolata):
“Jesus, Maria, amo-Vos, salvai almas.”

- Exorcismo (se possível aspergindo água benta no local ou objeto):
“Levanta-te Deus, intercedendo a Bem Aventurada sempre Virgem Maria, São José seu castíssimo esposo, São Miguel Arcanjo e todas as milícias celestes e sejam dispersos todos aqueles que vos odeiam.
Em nome do Pai do Filho e do Espirito Santo.”

“Ave Maria, virgem poderosa, Imaculada Conceição, Rainha das vitórias, que vossas lágrimas de sangue destruam os poderes do inferno, assim seja.

- Pedindo a vinda do Senhor (Apocalipse 22, 20):
Maranatha = “Vem, Senhor Jesus!”

- Rezar por aqueles que não conhecem o amor de Deus (Do Anjo aos Pastorinhos de Fátima: Francisco, Jacinta e Lúcia)
“Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, eu Vos adoro profundamente; e vos ofereço o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, presente em todos os Sacrários da terra em reparação pelos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido.
E pelos merecimentos infinitos do seu Santíssimo Coração e pela intercessão do Imaculado Coração de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores.
- Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos; peço-Vos perdão por aqueles que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam, amém.


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Impureza

- É dever dos meus ministros ficar junto a cruz de Cristo pelo desejo santo, trabalhando pela minha glória e pela salvação dos homens.
- Embora se trate de uma obrigação geral dos cristãos, com maior razão a isso devem dedicar-se aqueles que escolhi para ministrar o Sangue de Cristo Crucificado pelo exemplo de uma vida santa, pelo trabalho a favor dos homens segundo o exemplo de Meu Filho, conformados nos sofrimentos e no desejo santo.
- Os pecados cometidos ultrapassam aqueles da fraqueza natural, que a razão pode dominar quando a vontade o quer. Esses infelizes, não somente não refreiam tal tendência, mas fazem algo de muito pior e caem no vicio contra a natureza.
- São cegos e estúpidos, cuja inteligência obnubilada não percebe a baixeza em que vivem. Desagrada-me este ultimo pecado, pois SOU A PUREZA ETERNA.
- Ele me é tão abominável, que somente por sua causa fiz desaparecer cinco cidades (Conforme Sabedoria 10,6; Gênesis 19). Minha justiça não mais consegue suportá-lo. Esse pecado, aliás, não desagrada somente a mim. É insuportável aos próprios demônios, que são tidos como patrões por aqueles infelizes. Os demônios não toleram esse pecado. Não porque desejam a virtude; por sua origem Angélica, recusam-se a ver tão hediondo vício. Eles atiram as flechas envenenadas de concupiscência, mas voltam-se no momento em que o pecado é cometido.

(O Diálogo-Santa Catarina de Sena, pg258)

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Obediência e desobediência


- Adão, foi desobediente a Deus; e em conseqüência fechou a porta do céu a toda a sua descendência. Todo pecado nada mais é do que desobedecer a Deus. Ao comer do fruto proibido, nossos primeiros pais pecaram e entrou no mundo a morte.
- Jesus, foi obediente ao Pai; e em conseqüência reabriu a porta do céu a todos aqueles que lhe foram fieis e Nele crêem. Por meio de outro alimento, o ‘Pão descido do céu’, foi-nos restituída a vida eterna. Na Eucaristia, o próprio Deus se oferece ao homem como comida, dando-lhe infinitamente mais do que havia perdido.
- Em Jesus a obediência foi tão forte e perfeita que para cumpri-la chegou a correr ao encontro da morte da cruz.
- Basta olhar para Adão e verá quem o afastou da obediência: o orgulho, o egoísmo e o desejo de agradar a sua companheira. A prática da desobediência produziu a infidelidade e o afastou da perfeição, perdeu a vida da graça, morreu pelo pecado, ficou sem a inocência e sepultou-se na impureza e miséria. Não apenas o primeiro homem, mas a humanidade inteira.
- O sinal indicador de que possui a obediência é a virtude da paciência; se não a tens, a impaciência o dirá.
- Todas as virtudes nascem da caridade. Da caridade nascem duas irmãs: a obediência e a paciência. Quem perde uma, perde a outra. O alimento da obediência é a humildade.
- A desobediência é fruto da soberba, do egoísmo e da falta de humildade.
- Desobediência e impaciência são irmãs; assim como obediência e paciência também o são.
- Na obediência encontram-se todas as virtudes: fundamentada na fé, nasce a caridade, produz esperança, tranqüilidade e paz.
- O obediente submete-se aos Mandamentos e ao próximo por causa de Deus, suporta humildemente e com paciência todas as dificuldades e maledicências, não sente ódio no tempo das injurias, conhece o preceito do perdão e deseja segui-lo, não padece durante a falta de bens materiais, pois pela obediência sabe que somente a Deus deve desejar, pois sabe que sua providência jamais faltará.
- Diz Jesus a Santa Catarina de Sena “O homem termina muitas vezes na angustia e no desânimo, desespera-se, prejudica o próprio aperfeiçoamento, sem perceber que na base de tudo está o orgulho. Se em lugar do orgulho houvesse humildade, compreenderia que Eu, Verdade bondosíssima, dou tudo: estado da alma, acontecimentos, situações, consolações e sofrimentos em conformidade com as exigências da vossa santificação, visando vosso aperfeiçoamento. Entenderia que faço tudo por amor.”
Texto extraído do Livro “O Diálogo” de Santa Catarina de Sena

Obediência como testemunho
- Quando um pai diz ao seu filho que ele tem que ser obediente para que ele aprenda alguma coisa ou desenvolva alguma virtude ou trabalho bem feito, o que parece no primeiro momento para o filho é que de alguma forma seu pai o está dominando e impondo sob sua liberdade.
- Na realidade o desejo dos pais para com o filho é que ele se aproveite de suas experiências de vida, ganhe tempo, aproveite e aprenda com os erros de seus pais ou de seus professores, monitores, etc...
Resultado da Obediência:
- Sem considerar a desobediência como pecado e vendo somente pelo lado humano; o resultado da obediência do filho gera um ganho de tempo em seu desenvolvimento domestico, pessoal, profissional, pois o mesmo aprendeu a observar tudo o que os pais praticaram e praticam; pois assim considera que os feitos de seus pais nos dias de hoje é o resultado de duras quedas e tentativas de erros e acertos.
- Lógico que esta meditação está considerando pais que também sejam obedientes a Deus, Leis Naturais e as Leis humanas, e que, nas experiências vividas discerniu entre o que é certo e errado, absteve-se de maledicências, palavras torpes, lugares impróprios, abandonou vícios, vive em estado de graça e enfim é um homem com desejo santo em seu coração.

- Acreditamos também que o desenvolvimento humano existe e acontece em outra fase da vida: o pós obediência.
- Depois de aprender o que os pais lhe ‘obrigaram’ por obediência, o filho entra numa nova fase, que é a adaptação da causa aprendida ao tempo presente, ou seja, irá somar a tudo o que aprendeu ao obedecer aos seus dons naturais, novas tecnologias, necessidades atuais, entre outras. Essa adaptação é importante que aconteça, porém, que não se perca os valores e sempre seria bom imaginar como aquela causa foi importante como Patrimônio da humanidade, pois passa de pai para filho.
Resultado da Desobediência:
- Por outro lado imaginemos a desobediência do filho, que se rebela contra tudo o que os pais adotam, instruem e propõem, o resultado é simplesmente
desastroso, catastrófico e egoísta, pois o tempo que se poderia ganhar, se perde iniciando um aprendizado baseado em suas expectativas pessoais, sem fundamentos e sem visão global.
- Como consequência também poderíamos enumerar a solidão, pois o filho não ouve as experiências passadas relacionadas a causa que pretende empreender; quando ouve julga já saber, considera somente o presente e despreza a tradição e normas.
- Enquanto o obediente já caminha na conclusão da causa empreendida o desobediente está na fase das tentativas de erros e acertos que os pais e avós cometeram até seu nascimento.

Para ser bom pai boa mãe, é preciso ser um bom filho
- Como dissemos anteriormente o pai justo é aquele que vive de acordo com o projeto de Deus. Ele é fiel tanto no tempo fácil como no tempo difícil.
- A fidelidade a Deus espelha o anseio mais profundo da própria vida humana. Ser fiel a Deus, portanto, é uma questão fundamental para o justo, pois não se trata apenas de agradar a Deus, mas também de realizar profunda e totalmente a si mesmo.
- Porém, muitas vezes a realidade nos impõem duras perdas e frustações, justificamos assim o fato de não termos sido bons pais ou bons filhos.

- Ainda há tempo!
- É ocasião para marido e mulher reverem seus papéis de pais e companheiros; é ocasião para os filhos reverem seu relacionamento com os pais, suas lutas para se estabelecerem no mundo e sua busca de companheiro(a) para a formação de nova família.

- Se seus pais vivem, procure-os, faça uma revisão de vida com eles, peça e receba o perdão.
- Se seus pais tenham falecido, peça perdão a Deus por tê-los ofendido, desobedecido, maltratado e provocado tantos desconfortos a eles. E perdoa-lhes por tudo aquilo que julga que eles te provocaram.
- Reze por eles todos os dias, isso vai mudar o resultado de sua vida.