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segunda-feira, 24 de abril de 2017

Jesus as almas comuns


Apelo de Jesus as almas comuns
- Dirijo-Me a todos:
  • As almas consagradas e as do mundo;
  • Aos justos e aos pecadores;
  •  Aos sábios e aos ignorantes;
  • Aos que governam e aos que obedecem.
- A todos venho dizer:
  • Se queres felicidade, Eu Sou a Felicidade;
  • Se procurais riqueza, Eu Sou a Riqueza infinita.
  • Se DESEJAIS paz, Eu Sou a Paz.
  • Sou a Misericórdia e o Amor.
Diferentes respostas das almas aos convites e ao Amor de Deus
- Uns Me conheceram verdadeiramente e, sob o impulso do amor, sentiram acender-se neles vivo DESEJO de se dar completa e desinteressadamente ao Meu serviço que é o de Meu Pai.
- Perguntaram-Lhe que poderiam fazer por Ele, e Meu Pai respondeu:
  • Deixa a vossa casa, abandonai os vossos bens, renunciai a vós mesmos, depois vinde após mim e fazei tudo o que Eu vos disser!

- Outros sentiram o seu coração comover-se a vista do que o Filho de Deus fez pela sua salvação. Cheios de boa vontade, apresentaram-se a Ele, procurando como poderiam reconhecer a Sua Bondade e trabalhar pelos Seus interesses, mas sem abandonar os próprios.
- A esses disse o Pai:
  • Guardai a lei que o Senhor Vosso Deus vos deu. Guardai os Seus Mandamentos e, sem desvio para a direita ou para a esquerda, vivei na paz dos meus servos fieis.

- Outros, pouco compreenderam quanto Deus os ama!
  • Todavia, não lhes falta boa vontade e vivem sob a sua lei, mas sem amor, e são levados pela inclinação natural para o bem, que a graça deixou no fundo de sua alma. Estes não são servos voluntários, porque não se oferecem as ordens do Seu Deus... Mas, como não há neles má vontade, basta-lhes uma indicação, em muitos casos, para se prestarem ao Seu serviço.

- Outros enfim, mais por interesse que por amor, não se submetem a Deus senão na medida estreitamente exigida para não perderem a recompensa final prometida a observância da Sua Lei.

- Mas, apresentam-se porventura todos os homens ao serviço do Seu Deus?

- Não há também os que ignoram o grande Amor de que são objeto e que não corresponderão jamais ao que Jesus Cristo fez por eles?
- Ai!... se muitos O conheceram e desprezaram, muitos nem mesmo O conhecem!

A todos Jesus Cristo vai dizer uma palavra de amor
A quem não Me conhece:
- Falarei primeiro aqueles que não Me conhecem, sim... a vós filhos queridos, que, desde a mais tenra infância, vivestes longe de Vosso Pai! Vinde! Eu vos direi porque O não conheceis e, quando souberdes quem é Ele, e que Coração amante e terno tem para vós, não podereis resistir ao Seu Amor.
- Não acontece muitas vezes aqueles que crescem longe de seus pais, terem pouco ou nenhum amor para com eles?... Mas, se, um dia, a esses filhos se revelam a doçura e a ternura de um pai e de uma mãe, não se prendem a eles talvez ainda mais do que aqueles que, desde a infância, nunca deixaram o lar?

A quem não Me ama, Me odeia e Me persegue:
- A vós, que não somente não Me amais, mas ainda Me odiais e até Me perseguis, perguntarei:
- Por que esse ódio tão grande?
- Que vos fiz para que Me maltrateis dessa maneira?
- Muitos nunca propuseram a si mesmos esta pergunta e hoje que Eu próprio lhe proponho, responderão talvez:
  • Não sei.
- Pois responderei Eu por vós:
  • Se, desde a vossa infância, não Me conheceis é porque ninguém vos ensinou a conhecer-Me. E, ao passo que foi crescendo, cresciam também em vós as inclinações da natureza viciada:
    • O amor do prazer e do gozo,
    • O DESEJO da riqueza e da liberdade...
- Depois, um dia, ouvistes falar de Mim, ouvistes dizer que, para viver segundo a Minha Vontade, é preciso amar e suportar o próximo, respeitar os seus direitos e os seus bens, submeter e refrear a própria natureza; numa palavra, viver sob o jugo duma Lei.

A quem segue somente suas paixões:
- E vós que desde os vossos primeiros anos, viveis seguindo a inclinação da natureza e talvez os incitamentos das vossas paixões, vós, que não sabíeis de que Lei se tratava, protestastes bem alto:
  • Quero gozar! Quero ser livre! Não quero outra lei senão o meu gosto!
- Foi assim que começastes a odiar-Me e a perseguir-Me... Mas, Eu, que Sou Vosso Pai, Vos amava. E enquanto vos via tão cegamente revoltados, o Meu Coração, mais que nunca se enchia de ternura por vós. Assim se passaram os anos de vossa vida, muitos talvez.

Eu Sou Jesus
- Hoje, não posso conter por mais tempo o impulso do Meu Amor!
- E, vendo que viveis em guerra declarada contra Aquele que tanto vos ama, venho Eu mesmo dizer-vos quem Sou.
- Filhos queridos! Eu Sou Jesus, e este Nome significa Salvador. Por isso é que as minhas Mãos foram transpassadas pelos cravos que Me prenderam a Cruz, onde morri por vosso amor.
- Os Meus pés ostentam o vestígio das mesmas feridas, e o Meu Coração está aberto pela lança que o atravessou depois da Minha Morte!
- É assim que Me apresento a vós, para vos ensinar quem Sou e qual é a Minha Lei. Não vos atemorizeis! É a Lei do Amor!...
- E quando Me conhecerdes, achareis paz e felicidade.
- É triste viver na orfandade: vinde, filhos Meus, vinde a Vosso Pai.

A quem Me persegue porque não Me conhece:
- As pobres almas que Me perseguem porque não Me conhecem.
- Quero dizer-lhes o que Sou Eu e o que elas são:
  • Eu Sou o Vosso Deus e Vosso Pai! O Vosso Criador e o Vosso Salvador!
  • Vós sois as minhas criaturas, os meus filhos, os meus resgatados também, porque foi a custa da Minha Vida e do Meu Sangue que vos livrei da escravidão e da tirania do pecado.
  • Vós tendes uma alma grande, imortal e feita para a felicidade sem fim, tendes uma vontade capaz do bem, um coração nobre que tem necessidade de amar e de ser amado.
- Se procurais apagar com bens terrenos e passageiros essa sede de felicidade e essa necessidade de amar, tereis sempre fome e nunca achareis alimento que vos sacie. Vivereis continuamente em luta convosco, sempre tristes, inquietos e perturbados.
- Se sois pobres e o vosso ganha pão é o trabalho, as misérias da vida vos encherão de amargura.
- Sentireis crescer em vós o ódio contra aqueles que são vossos patrões e, talvez, ireis até o ponto de lhes DESEJAR a desgraça, a fim de que também eles se vejam como vós, sujeitos as mais duras necessidades...
- Sentireis cair sobre vós o cansaço, a revolta, o desespero, mesmo porque o caminho é áspero e, por fim é fatal a morte!
- Sim, sob o ponto de vista humano, tudo isto é duro!
- Mas Eu venho mostrar-vos a vida sob um aspecto real, muito diferente daquilo que vedes:

- Vós, que estais privados dos bens da terra e obrigados a trabalhar sob o comando de um patrão para viver, não sois todavia escravos, mas fostes criados para ser livres na eternidade...

- Vós, que procurais amor e que nunca vos sentis saciados, fostes feito para amar, não o que passa mas o que é eterno...

- Vós, que amais profundamente a vossa família e que trabalhais para assegurar a sua subsistência, o seu bem estar e a sua felicidade na terra, não esqueçais que se a morte um dia vos separa dela será por pouco tempo...

- Vós, que servis um patrão e que deveis trabalhar para ele, amá-lo e respeitá-lo, cuidar dos seus interesses e valoriza-los com o vosso trabalho e vossa fidelidade; não esqueçais que esse patrão não é o vosso patrão senão por poucos anos, pois a vida passa rapidamente e vos conduzirá a um lugar em que não mais sereis operários, mas reis para toda a eternidade...

- A vossa alma que foi criada por um Pai que vos ama, não com qualquer amor, mas com amor imenso e eterno, encontrará um dia o lugar da felicidade sem fim que Esse Pai vos prepara, resposta a todas as suas necessidades.
  • Lá, encontrareis a recompensa do trabalho cujo peso houverdes suportado aqui na terra.
  • Lá, encontrareis a família que tanto amastes sobre a terra e pela qual vertestes vossos suores.
  • Lá, vos unireis ao Vosso Pai que é Vosso Deus!
  • Se soubésseis a felicidade que vos espera!

- Mas, ouvindo-Me, talvez estejas dizendo:
- Quanto a mim, não tenho fé! Não creio na outra vida!

- Não tens fé?
- Então se não crês em Mim, porque Me persegues?
- Porque te revoltas contra as minhas Leis, e fazes guerra aqueles que Me tem amor?
- E se queres a liberdade para ti, porque não a dás aos outros?

- Não acreditas na vida eterna?
- Dize-me se vives feliz na terra e se não sentes necessidade de alguma coisa que não podes encontrar aqui...
- Procuras prazer e, se chegas a consegui-lo não ficas saciado....
- Andas atrás de riqueza e, se a encontras um dia, dentro em pouco tempo estas cansado!...

- Não, coisa nenhuma destas é o que tu DESEJAS...
- O que DESEJAS, certamente não encontrarás na terra!
- Porque, aquilo de que tens necessidade, é de paz, não a paz do mundo, mas a dos filhos de Deus, e como poderias tu encontra-la no seio da revolta?

- Por isso é que Eu venho mostrar-te onde está essa paz, onde encontrarás essa felicidade, onde saciarás esta sede que há longo tempo te devora.
- Não te revoltes, se Me ouves dizer-te:
- Tudo isso, encontrarás no cumprimento da Minha Lei; não te espantes desta palavra, a Minha Lei não é tirânica: é Lei de amor!
- Sim, a Minha Lei é de amor, porque Eu Sou teu Pai.
- Venho ensinar-te o que é essa Lei e o que é o Meu Coração que vo-la dá, esse Coração que tu não conheces e que tantas vezes tens ferido! Procuras-Me para Me dar a morte, ao passo que Eu te procuro para te dar a vida.

- Qual de nós dois triunfará?
- A tua alma ficará tão endurecida que não se renda Aquele que te deu a Sua própria Vida e todo o Seu Amor?

- Vinde agora aprender, filhos Meus, o que vos pede Vosso Pai, como prova de amor: Bem sabeis que a disciplina é necessária no exercito, e o regulamento na família bem ordenada. Também na grande família de Jesus Cristo, impõe-se uma Lei, mas uma Lei cheia de suavidade.


“Apelo ao Amor” A mensagem do Coração de Jesus ao Mundo e Sua Mensageira Irmã Josefa Menéndez da Sociedade do Sagrado Coração. 10 a 19.junho.1923

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Desejo Santo



Desejo Santo de Santa Catarina
- Desejando conhecer e seguir mais virilmente a Verdade, aquela serva elevou a Deus quatro pedidos: por si mesma, pela Igreja, pelo mundo e por um caso particular.
- O ardor era grande, contínuo. E aumentou ainda mais, quando a Verdade Primeira lhe revelou as necessidades do mundo, mostrando-lhe sua confusão e pecados.
- Tudo isso lhe acendia a chama do DESEJO SANTO, num misto de tristeza pelos pecados e de alegria pela esperança de que Deus haveria de dar solução a tantos males. 1.3

A culpa é reparada pelo amor
- Filha, fiz-te ver que a culpa não é reparada neste mundo pelos sofrimentos, suportados unicamente como sofrimentos, mas sim pelos sofrimentos aceitos com amor, com DESEJO SANTO -da glória divina e salvação dos homens-. 2.2
- Então Deus Pai, deixando-se levar pelas lágrimas e reter pelos laços do DESEJO SANTO daquela serva, olhou misericordiamente para ela e queixou-se nestes termos: Filha muito amável, tuas lágrimas me coagem, porque estão unidas a mim e são derramadas por amor; prendem-me os teus sofrimentos íntimos. 4.1
- Há um remédio, capaz de aplacar minha ira. São os meus servidores, quando se esforçam por coagir-me ao perdão com suas lágrimas, por reter-me com os laços do amor. Com essa corrente tu me amarraste! Dei tais servidores a ti, porque desejava ser misericordioso para com o mundo. É por tal motivo que infundo neles o ardor e o DESEJO de glorificar-me, bem como de salvar os homens.
- Quero ser coagido pelas suas lágrimas, diminuir a violência da minha justiça... é assim que realizarei o teu DESEJO. 4.4

Glória de Deus e Salvação dos homens
- Impulsionada pelo DESEJO SANTO, afervorou-se mais ainda e na fé pôs-se a refletir sobre o amor de Deus. Ela compreendia experimentalmente quanto somos obrigados a DESEJAR e promover a Glória Divina e a Salvação da humanidade. 9

Felicidade dos santos
- O homem justo, ao encerrar sua vida terrena no amor, já não poderá progredir na virtude. Para sempre continuará a amar no grau de caridade que atingiu ao chegar até mim. Também será julgado na proporção do amor.
- Continuamente me DESEJA, continuamente me possui; suas aspirações não caem no vazio.
- Ao DESEJAR, será saciado; ao saciar-se, sentirá ainda fome; distanciando-se, assim, do fastio da saciedade e do sofrimento da fome.
- Os bem aventurados continuam no céu, eternamente, aquele mesmo amor com que encerraram a vida terrena. Conformam-se inteiramente a minha vontade, só DESEJAM o que Eu DESEJO. Chegando ao momento da morte em estado de graça, seu livre arbítrio fixa-se no amor e eles não pecam mais. Seus DESEJOS estão saciados. 14.4
- Sou um Deus imutável, livre da acepção de pessoas, unicamente atento ao DESEJO SANTO.
- A felicidade dos santos é possuir a vontade satisfeita em todas as suas aspirações. Ao DESEJAR-ME, possuem-me. Só DESEJAM o que Eu DESEJO.
- Separando-se do corpo, a vontade dos bem aventurados realiza-se: ao DESEJO de ver-me corresponde a visão, e com ela, a beatitude. Vendo, conhecem-me; conhecendo, amam-me; amando, saboreiam-me; saboreando realizam-se quanto ao DESEJO de me ver e conhecer.
- DESEJANDO, possuem; possuindo, DESEJAM.
- Como disse o sofrimento está distante do DESEJO e o fastio da saciedade. Como vês, meus servidores são felizes, especialmente na visão celeste. Ela satisfaz seus DESEJOS, sacia suas vontades.
- Neste sentido afirmei que a vida eterna consiste na posse das coisas que a vontade DESEJA, isto é, conhecer-me, ver-me. 14.9

Ilusão do pecado
- O demônio convida os homens para a água morta, a única que lhe pertence, cegando-os com prazeres e satisfações do mundo. Usa o anzol do prazer e fisga-os mediante a aparência de bem. Sabe ele que por outros caminhos nada conseguiria; sem o vislumbre de um bem ou satisfação, os homens não se deixam aprisionar.
- Quando o homem decide suportar as tentações, parece-lhe difícil a quem DESEJA seguir a estrada da Verdade. Há sempre luta entre a consciência de um lado e a sensualidade do outro.
- Mas quando a pessoa virilmente renega a si mesma e se decide dizendo: "Quero seguir Cristo crucificado", então ela quebra aqueles espinhos e descobre inestimável doçura. A doçura será maior ou menor conforme a boa disposição e o esforço pessoal. 14.8

Riquezas
- As almas DESEJOSAS de grande perfeição, desprezaram o ouro, afetiva e efetivamente; estes são os que seguem os conselhos evangélicos quanto ao DESEJO e quanto a prática, conforme o legado de Cristo.
- Outros, na posse de bens, seguem os conselhos evangélicos somente pelo DESEJO não na vida prática.
- Como os conselhos evangélicos estão ligados aos mandamentos, ninguém vive estes últimos se não segue os conselhos, senão efetivamente, pelo menos quanto ao DESEJO. Em outras palavras: o cristão que possui bens, deve fazê-lo na humildade, sem orgulho, como coisa emprestada, não própria.
- O afeto do coração deve estar em mim, não nas coisas externas; elas não pertencem aos homens, são dadas em empréstimo.
- Não tenho preferência por pessoas ou posições sociais; somente pelos DESEJOS do coração. 14.11

Remorso
- Quanta ilusão produz o remorso; como se martiriza quem DESEJA vingar-se! O homem DESEJOSO de vingança se corrói e morre antes mesmo de matar o inimigo. O primeiro morto é ele mesmo. Mata-se com o punhal do ódio. 14.12

Adversidades
- Venham de onde vierem, as adversidades são instrumentos meus que fazem meus servidores padecer no corpo; perseguidos pelo mundo, nada sofrem no espírito. Identificaram-se com a minha vontade e até se alegram em tolerar males por mim.
- Quanto aos pecadores sofrem externe e internamente. Sobretudo internamente! Seja pelo medo de perder quanto amam, seja por DESEJAR o que não conseguem adquirir. 14.13

Perseverança
- Quem não persevera, jamais realiza seus DESEJOS, levando a termo o que começou. 14.14


 O Diário | Santa Catarina de Sena

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Resgate do EU


Resgate do EU

                                        Meu nome é José Paulo Sanitá, moro no Território dos Sentidos no País do Medo, Estado da Desmotivação, Cidade da Solidão á Rua da Perda do Prazer de Viver; sou vizinho da Srª Taquicardia mãe da Falta de Ar que é prima da Hipertensão esposa do Queda de Cabelo. Aqui o sentir é comum aos seus habitantes e a porta de entrada para este Território é o Tato, Paladar, Olfato, Visão e Audição.
                                        Minha profissão é Dor de Cabeça, minha Função é Desanimar meus clientes, o produto que vendo é Sofrimento por Antecipação, Agressividade, Sentimento de Culpa Intenso, Baixa Auto estima e Cansaço exagerado, o produto mais vendido é a Ideia de Desistir da Vida, pois a matéria prima deste produto é bem fácil de se encontrar neste Território e que ao longo da vida são propostos:
- Consumismo (tendência a comprar exageradamente ou além da necessidade);
- Corrupção (cuidados com o mundo e a sedução das riquezas terrenas);
- Hedonismo (considerar o prazer como objetivo de vida);
- Relativismo (ato de afirmar que as verdades que cremos –morais, religiosas, etc... variam conforme a época, lugar, grupo social ou indivíduos).
- Permissivismo [tudo posso, faço, ouço e vejo tudo o que quero, tudo experimento em minha vida. Contrário a Palavra de Deus que diz: “Tudo posso, mas nem tudo me convém” (ICor6,12)]
                                       No Banco Perdas e Frustrações se movimenta a Angústia e o Estresse, as moedas deste Território.
                                       O transporte utilizado aqui é feito da Matéria Prima Corrupção, o nome da empresa é Autossabotagem e o motorista é o Srº Gastrite.
                                       Fui convidado pelo Srº Inconsciente da Equipe de Reedição da Criatividade a conhecer outros Territórios utilizando o Caminho da Transfiguração; atravessar o Rio da Liberdade pela Ponte da Superação, sem bagagem, totalmente desapegado dos Bens Exteriores acumulados no Território dos Sentidos. Orientou-me a ter as seguintes disposições para viajar entre os Territórios:
Atitude Física: Recolhimento; fechar as portas dos sentidos. (conf. Mateus 6,6)
Atitude Psicológica: Raciocínio Anti dialético; predisposição a remover o modo de vida anterior para revestir-se do homem novo. (conf. Rom 12,2; Ef 4, 22-24)
Atitude Espiritual: Desejar a Sabedoria, pois Ela é a perfeição da inteligência. (conf. Sab 6)
Foi assim que cheguei ao Território Psíquico.

                  A Equipe Reinterpretar recebeu-me no Território Psíquico e foi logo dizendo-me que o EU poderia mudar seus Comportamentos através da mudança dos Pensamentos e que após o processo de mudança e Ressignificação dos Pensamentos, voltaria ao Território dos Sentidos, aplicaria o método aprendido conformando este novo comportamento com a vida sensível (Rom 12, 2).
Candidatei-me no Processo seletivo chamado Pensar antes de Agir ou Reagir.
Conquistei o Território Psíquico onde o Inteligir é comum aos habitantes deste Território.
                                        Puxa vida, o EU começou a pensar. Conheci o tão famoso Território Psíquico escondido na Cidade da Alma e em seu interior dois Estados: a Lógica e a Emoção, que tem como projeto social Gerenciar Pensamentos e Administrar Emoções. No alto Comando da Cidade da Alma está a Excelentíssima Vontade cujo defensor é o Exército do Livre Arbítrio, tem um Banco de Dados com divisões e sub divisões de altíssima tecnologia e capacidade de armazenamento chamado Memória. Com Autoridade e Poder a Vontade me exortou:
“Não te guies pelo sentimento, porque nem sempre ele está em teu poder,
mas todo poder e mérito está contido na Vontade” (Diário §1760).
                                          A princípio não entendi porque tudo era diferente da Vida Sensível, mesmo assim fiz novos amigos: Auto imagem, Auto estima, Auto consciência, Auto diálogo e Auto crítica que me encaminharam para Contemplar o Belo, soube que Ele é o Início e o Fim de tudo, Ele é a Sabedoria, Beleza, Bondade, Ordem e Harmonia em Perfeição e que o EU poderia participar de tudo d’Ele e jamais seria o mesmo depois desta experiência; porém, mandou-me Ama-lo como Ele me ama e amar aqueles a quem Ele me confiar como eu passaria a me amar quando voltasse para o Território dos Sentidos e que minha queda ou minha ascensão afetaria toda a comunidade em que vivo e a felicidade do EU é composta de conhecimento e amor (Sab 3,9). Que a restauração e transformação daqueles a quem Ele me confiar se dará pela atração não pela imposição, assim como ocorreu com o meu EU (conf. Mateus 28, 20).
                                        Soube também que o Território Psíquico é intermediário entre o Território dos Sentidos e o Território Eterno e quanto mais convivência e correspondência no Território Intermediário mais Sementes de Valor Eterno serão plantadas para compartilhar e multiplicar no Território dos Sentidos cujos frutos serão colhidos no Território Eterno.
                                        Logo que aceitei o desafio a Equipe da Qualidade de Vida me transferiu para a Cidade Metanoia, lá pratiquei o Sono Reparador a Alimentação Saudável a Arte de Ouvir e a Arte de Dialogar, descobri que é possível Resgatar a Liderança do EU que estava à deriva no Rio do Pensamento Acelerado e no Lago das Ideias fúteis.
                                     Depois de algum tempo mostraram-me uma sala silenciosa chamada Mesa Redonda do Eu onde conheci a Inteligência Multifocal e a Inteligência Existencial, tão logo aprendi a usar estas Inteligências inteligindo, percebi que o domínio dos dois Territórios era possível, poderia desfrutar de uma Vida Saudável, poderia torná-la uma Festa e que é possível também alcançar uma tal de Saúde Financeira, que, a propósito, já o tinha ouvido no Canal Prazer de Viver no Programa Código do EU como Gestor do Intelecto e das Emoções, cujo apresentador é o Ancião Resiliência que é exemplo na superação das tribulações e minha Inspiração consciente; sempre dizia: (IICor4, 8; 16-18)
“Somos atribulados por todos os lados, mas não esmagados;
postos em extrema dificuldade, mas não vencidos pelos impasses;
perseguidos mas não abandonados;
prostrados por terra, mas não aniquilados.
Embora em nós o Homem Exterior vá caminhando para sua ruína,
o Homem Interior se renova dia a dia;
pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno”

                                           Sob a supervisão do mediador Auto controle tenho caminhado confiante, indo e vindo entre os Territórios, buscando acumular Bens Interiores, vivendo dos Bens Necessários e a desapegar dos Bens Exteriores; mesmo que de vez em quando, apressado me deparo com a Autossabotagem me oferecendo carona na Rua das Decisões para chegar mais rápido na Avenida das Escolhas e apesar de ter desejo de viver só na mansão do Território Psíquico e Espiritual o EU é sabedor que AMANHÃ terei que abandonar o Território dos Sentidos e ascender para o Território Eterno onde haverei de levar somente o Território Psíquico e possuir em perfeição os Bens Interiores desejados HOJE, porque o ONTEM não existe mais.

                                           De Território em Território, do desejo de perfeição a perfeição, dos Bens Necessários aos Bens Eternos; estes são os presentes que me foram dados e que me proporcionaram conhecer o outro lado do EU enquanto EU estava a Procura de Mim Mesmo. Eu amo todas as etapas; sou um e outro e o mesmo; minha Alma exulta de alegria e Gratidão ao Belo a oportunidade de conhece-Lo e ama-Lo, porque, sem o conhecimento dos Bens e Amor Eternos jamais seria o que sou HOJE, ou seja, ter a capacidade de compartilhar e respeitar, com toda a criação, dos Bens Passageiros.

Duvidando, Criticando e Determinando no Território dos Sentidos, Silenciando no Território Psíquico, e desejando o Território Eterno, despeço-me com um ósculo santo convidando-o a conhecer o seu EU na sua Cidade da Alma.

Esta é uma experiência compartilhada pelo autor José Paulo Sanitá com os integrantes do Curso de Gestão das Emoções para o Sucesso Profissional  (junto com seus dois filhos Jessica e Guilherme)  / GESP 19º Encontro / Dezembro/2015

sábado, 8 de março de 2014

Oração

Sequencia da postagem “Eucaristia”
A Oração
            33. O quinto meio e o mais necessário para a vida espiritual e para se ter o amor a Jesus Cristo, é a Oração.
            Em primeiro lugar, Deus nos faz conhecer, por este meio, o grande amor que nos tem. Que maior prova de amizade uma pessoa pode dar a seu amigo do que lhe dizer: pede-me o que quiseres e de mim receberás? Ora, é justamente isso que o Senhor nos diz: “Pedi e vos será dado, buscai e achareis” Lucas11, 9. Por isso mesmo, a oração se torna poderosa junto de Deus para nos alcançar todos os bens. A oração tudo pode, quem reza alcança de Deus o que quer.
“Bendito seja Deus que não rejeitou minha oração,
nem retirou de mim sua misericórdia” Sl 62,20
- S.Agostinho: Quando percebes que não te falta a oração, fica sossegado, pois a misericórdia de Deus não te faltará.
- S.João Crisóstomo: “Sempre se alcança, até mesmo enquanto estamos rezando”. Quando pedimos ao Senhor, já antes de terminarmos de pedir, ele nos dá a graça que suplicamos.
- Se, portanto, somos pobres, queixemo-nos só de nós mesmos.
- Somos pobres porque assim o queremos e por isso não merecemos compaixão. Que compaixão pode merecer um mendigo que, tendo um patrão muito rico e disposto a lhe dar tudo, contanto que peça, prefere ficar na sua miséria só para não pedir o que lhe é necessário?
- Deus está pronto a enriquecer todos os que lhe pedem:
“Rico para todos que o invocam” Rm 10,12

            34. A prece humilde consegue tudo de Deus. Saibamos também que ela nos é útil e mesmo necessária para nossa salvação. Para vencermos as tentações temos necessidade absoluta da ajuda de Deus. Algumas vezes, em tentações mais fortes, a graça suficiente que Deus não nega a ninguém, poderia bastar para resistirmos ao pecado. Mas, devido as nossas más tendências, ela não nos bastará; necessitamos então de uma graça especial. Quem reza, alcança esta graça; quem não reza, não a consegue e se perde.
            Tratando-se particularmente da graça da perseverança final, isto é, de morrer na amizade de Deus, o que é absolutamente necessário para a nossa salvação, do contrário estaremos para sempre perdidos, esta graça Deus não a dá senão a quem pede. Este é um dos motivos porque muitos não se salvam, pois são poucos os que cuidam de pedir a Deus a graça da perseverança final.

Rezar sempre
35. Resumindo, a oração é necessária não só por necessidade de preceito, mas ainda por necessidade de meio. Isto quer dizer: quem não reza, é impossível que se salve. A razão é que não podemos alcançar a salvação sem o auxilio da graça de Deus e Deus só dá esta graça a quem lhe pede. Sendo contínuas as tentações e os perigos de perdermos a amizade de Deus, contínuas também devem ser as nossas orações.
- S.Tomáz: A oração contínua é necessária ao homem. Para entrar no céu. No momento em que deixarmos de nos recomendar a Deus, o demônio nos vencerá.
            Embora a graça da perseverança final não possa se merecida por nós, como ensina o Concilio de Trento, contudo pode-se merecê-la de certo modo com a oração.
- S.Gregório: O Senhor quer nos dar suas graças, mas quer que as peçamos; que até mesmo ser importunado e como que constrangido com nossas orações.
- S.Maria Madalena Pazzi: Quando pedimos as graças de Deus, ele não só nos atende, mas de certo modo nos agradece. Sim, porque sendo Deus a bondade infinita, DESEJA comunicar-se com as pessoas tendo, por assim dizer, um DESEJO enorme de distribuir seus bens; mas ele quer que peçamos. Por isso, quando uma pessoa lhe pede, é tanto o seu prazer que de certo modo se vê obrigado a agradecer.
            36. Portanto, se queremos permanecer na amizade de Deus até a morte, precisamos sempre nos fazer mendigos e ter a boca aberta para pedir a Deus que nos ajuda, repetindo sempre:
“Meu Jesus, misericórdia! Não permitais que eu me separe de vós.
Meu Deus, ajudai-me, socorrei-me”
- A oração frequente dos antigos monges do deserto era: “Senhor atendei as minhas preces, vinde depressa em meu auxilio” Senhor, ajudai-me depressa, porque se demorardes, eu cairei na desgraça e me perderei.
- É preciso fazer assim principalmente nos momentos de tentações. Quem não faz assim, está perdido!

Confiança na oração
            37. Tenhamos grande fé na oração: Deus prometeu atender aquele que lhe pede: “Pedi e recebereis” Jo16,24. Por que vamos duvidar, se o Senhor se obrigou com sua promessa e ele não pode faltar à promessa de nos conceder a graça que lhe pedimos?.
- Quando recorremos a Deus, tenhamos plena confiança de que Deus nos atenderá e alcançaremos aquilo que queremos. “Tudo o que pedirdes na oração, crede que o recebereis, e ser-vos-á dado” Mc 11,24.

            38. Mas alguém poderá dizer:
- Sou um pecador, não mereço ser ouvido.
- Mas Jesus é que disse “Todo aquele que pede, recebe” Lc11,10 seja justo ou pecador.
- S.Tomás diz que a força da oração para obtermos a graça, não vem dos nossos méritos mas da misericórdia de Deus que prometeu ouvir aquele que lhe pede. Nosso Salvador para nos tirar todo receio quando rezamos, nos diz: “Em verdade, em verdade vos digo, o que pedirdes ao Pai, em meu nome, ele vos dará” Jo16,23 É como se dissesse: Pecadores, não tendes merecimentos para ganhar as graças. Fazei assim, quando DESEJARDES as graças: pedi ao meu Pai em meu nome, isto é, pelos meus merecimentos e pelo amor; pedi quanto quiserdes e vos será dado.
- Notemos a expressão “em meu nome”, isto é, em nome do Salvador. Por isso tudo que pedimos deve ser graças referentes a nossa salvação; é bom reparar que a promessa não se refere a bens temporais. Os bens temporais, quando são úteis a salvação eterna, ele nos concede, mas quando não são, ele nos nega. Pedindo bens temporais, lembremo-nos de pedi-los com a condição de que sejam uteis a nossa alma. Quando são graças espirituais, então não existem condições, mas confiança e confiança infalível.
- Podemos dizer: “Pai eterno, em nome de Jesus Cristo, livrai-me desta tentação e dai-me a santa perseverança, dai-me vosso amor, dai-me o céu”
- Todas estas graças podemos pedi-las a Jesus Cristo em seu nome, isto é, pelos méritos, pois aqui existe a promessa de Jesus:
“Tudo que pedirdes a meu Pai em meu nome, eu o farei”
- Quando rezamos a Deus, não nos esqueçamos de nos recomendar a dispensadora das graças. Maria.
- Deus é quem dá as graças, mas é pelas mãos de Maria que ele as dá.
- S.Bernardo: “Busquemos as graças e busquemo-las por meio de Maria, porque o que ela procura para nós, sempre acha; nada lhe pode ser recusado”
- Se Maria pede também por nós, estamos seguros, porque as orações de Maria são todas ouvidas e nunca rejeitadas.
 A Prática de amor a Jesus Cristo Cap VIII– Santo Afonso Maria de Ligório

sexta-feira, 7 de março de 2014

Eucaristia

Sequencia da postagem “Meditação”
A Eucaristia
            26. O quarto meio para se chegar a perfeição e perseverar na graça de Deus é a comunhão frequente.
- Não se pode fazer nada mais agradável a Jesus Cristo do que recebe-lo muitas vezes na Eucaristia.

- S.Tereza: Não há melhor meio para se chegar a perfeição do que a comunhão frequente. Oh, como o Senhor a vai aperfeiçoando de um modo admirável!
- Falando de uma maneira geral, as pessoas comungam com mais frequência geralmente são mais avançadas na perfeição. Nos mosteiros onde se frequenta ,as a comunhão, ali existe mais amos. Eis porque os santos padres louvaram e incentivaram a comunhão frequente e até diária.
- Concilio de Trento: a comunhão liberta-nos das faltas diárias, protege-nos dos pecados mortais.

- S.Bernardo: diz: A comunhão reprime os movimentos da ira e sensualidade, as duas paixões que mais fortemente e mais vezes nos assaltam. A comunhão destrói as tentações do demônio, dá-nos uma grande inclinação para as virtudes e agilidade em pratica-las, uma grande paz, tornando-nos assim mais fácil e agradável o caminho da santificação.
- De modo especial, nenhum outro sacramento faz crescer tanto o amor de Deus nas almas, como a Eucaristia, onde Jesus se dá todo para nos unir inteiramente a ele através de seu amor.

- S.João Ávila: Quem se afasta da comunhão frequente faz o papel do demônio, porque o demônio tem ódio da Eucaristia, onde as pessoas recebem grande força para progredir no amor de Deus.

            27. Para comungar bem, é preciso fazer uma conveniente preparação. A primeira preparação para se poder comungar bem todos os dias ou muitas vezes durante a semana é:
1.      Evitar toda falta deliberada, isto é, cometida de olhos abertos.
2.      Praticar muita meditação.
3.      Mortificar os nossos sentidos a paixões.
- A preparação mais próxima para a comunhão é tudo isso, mais todas as orações que se fazem antes da comunhão.

            28. Para tirar grandes frutos da comunhão é conveniente fazer depois a ação de graças. O tempo que segue a comunhão é “tempo de ganhar muitas graças de Deus”.

- S.Maria Madalena Pazzi: O tempo mais apropriado para crescermos no amor de Deus é aquele que segue após a comunhão.
- S.Tereza: Não percamos tão boa ocasião de negociar com Deus! Ele não costuma pagar mal a hospedagem, se o recebemos bem.

Fuga da Comunhão
            29. Certas pessoas tímidas, aconselhadas pelo seu confessor a comungar com mais frequência, costumam responder: eu não sou digna.
Não sabes que quanto menos comungas mais indigna te tornas, porque sem a comunhão terás menos força e cairás em mais faltas?
- Obedece ao confessor, deixa-se guiar por ele!  As faltas, quando não plenamente voluntárias, não impedem a comunhão. Das tuas faltas, a maior é a de não obedecer ao teu confessor.

            30. Mas, dirá ainda: Mas eu levei uma vida má no passado!
- Não sabes que tem mais necessidade do médico e dos remédios justamente a pessoa que está mais doente? Jesus na Eucaristia é médico e remédio.
- S.Ambrósio: Eu, que sempre peco, preciso sempre do remédio ao meu alcance. Este pão do céu requer que se tenha fome, ele quer ser DESEJADO. Este pensamento: “Hoje eu comunguei, amanhã eu vou comungar” nos torna atentos pata fugir do pecado e fazer a vontade de Deus!
            Mas eu não sou fervoroso.
- Se falas do fervor sensível, isso não é necessário e Deus nem sempre o dá até mesmo as pessoas mais piedosas. Basta que tenha o fervor de ima vontade resolvida a ser toda de Deus e a progredir no amor de Deus.
- Gerson diz que quem deixa a comunhão por não sentir a devoção que DESEJARIA sentir, faz como aqueles que não se achegam ao fogo porque sentem frio.

            31. Quantas pessoas deixam de procurar a comunhão para não se sentirem obrigadas a viver com maior recolhimento e maior desapego das coisas desta terra. Esse é o motivo verdadeiro porque muitos não comungam com maior frequência. Sabem que a comunhão diária não pode estar junto com o DESEJO de aparecer, com a vaidade no vestir, com o apego aos prazeres da gula, as comodidades, as conversas maldosas. Sabem que deveria haver mais oração, praticar mais mortificações internas e externas, maior recolhimento. É por isso que se envergonham de aproximar mais vezes da comunhão. Sem dúvida, tais pessoas fazem bem em deixar a comunhão frequente enquanto se acham neste estado lastimoso de tibieza. Mas deve sair dessa situação de tibieza quem se sente chamado a uma vida mais perfeita e não quer pôr em perigo a própria salvação eterna.

            32. É também muito bom para se manter com fervor espiritual, fazer frequentemente a “Comunhão espiritual”, louvada pelo Concílio de Trento, que exorta os fiéis a pratica-la. Ela consiste num fervoroso DESEJO de receber a Jesus Cristo na Eucaristia.
- Por isso os santos a faziam varias vezes ao dia.
- O modo de faze-la é este:
“Meu Jesus creio que estais no sacramento da Eucaristia. Amo-vos e DESEJO vos receber; vinde a minha alma. Uno-me a vós e vos peço que não permitais que nunca me separe de vós”.
- Ou então, simplesmente:
“Meu Jesus, vinde a mim, eu quero vos receber para que vivamos intimamente unidos e não vos separeis de mim”

- Este tipo de comunhão espiritual pode ser feito varias vezes ao dia, quando se reza, ou se faz uma visita ao Santíssimo Sacramento ou também na missa quando não se pode comungar.
- A Bem aventurada Agueda da Cruz costumava dizer:
“Se não me tivessem ensinado este modo de comungar muitas vezes ao dia, não sei como poderia viver”


A Prática de amor a Jesus Cristo Cap VIII– Santo Afonso Maria de Ligório

terça-feira, 4 de março de 2014

Ser de Deus

Sequencia da postagem “Desejo de perfeição”
Escolha do melhor
            15. A segunda resolução é preciso escolher sem restrição aquilo que é o melhor, não só o que agrada a Deus, mas aquilo que lhe agrada mais.
- S.Francisco Sales: “É preciso começar com uma grande e firme resolução de dar-se inteiramente a Deus, prometendo-lhe que queremos pertencer-lhe para sempre, sem nenhuma reserva. Depois, renovar muitas vezes essa mesma resolução.”

- S. André Avelino fez uma promessa de cada dia progredir sempre mais na perfeição. Quem quer ser santo, não precisa fazer uma promessa, mas deve procurar cada dia dar alguns passos no caminho da santificação.
- S.Lourenço Justiniano: “Quando alguém caminha de verdade, sente em si mesmo um desejo continuo de avançar mais. Quanto mais cresce na perfeição, tanto mais cresce nele esse desejo porque, aumentando a luz de Deus em sua alma, parece-lhe que não tem nenhuma virtude e não faz nenhum bem. Se, por acaso, praticou alguma coisa boa ele a sente como muito imperfeita, não fazendo caso dela. Por isso é que se esforça continuamente em alcançar a perfeição, sem parar.

            16. É necessário começar logo, não deixando para o dia seguinte. Quem nos garante que, mais tarde, teremos tempo? “Tudo que tua mão encontra para fazer, faze-o logo” oque podes fazer, não adies, “porque na região dos mortos para onde vais, não há mais trabalho, nem ciência, nem inteligência, nem sabedoria”
- Na outra vida não há tempo, para se praticar as boas ações nem motivos para merecimentos; lá não existe a sabedoria de fazer bem as coisas nem a ciência ou a experiência dos outros para a gente se aconselhar. Depois da morte, o que está feito, está feito!

-Certa religiosa de um mosteiro de Roma levava uma vida muito tíbia. Padre Lancízio veio pregar os exercícios espirituais as religiosas e esta freira, apegada a sua vida espiritual relaxada, assistia aos exercícios de má vontade. A graça de Deus, porém, tocou-lhe a alma na primeira pregação. Dirigiu-se ao pregador e lhe disse com verdadeira resolução: “Padre, eu quero ser santa logo” De fato, fez assim ajudada por Deus, porque viveu apenas oito meses e, nesse pouco tempo, viveu e morreu como uma santa.


            17. “Agora começo”, dizia Davi e o mesmo costumava falar S. Carlos Borromeu: “hoje começo a servir a Deus”. È assim que devemos fazer, como se no passado não tivéssemos feito nenhum bem. Tudo o que fazemos por Deus é nada, pois apenas cumprimos um dever. Portanto, tomemos cada dia a resolução de sermos inteiramente de Deus. Não fiquemos a olhar o que os outros fazem ou como fazem. Poucos são aqueles que se tornam santos de verdade.

- S. Bernardo: “Ninguém pode ser perfeito sem ser diferente” se queremos imitar o comum dos homens, seremos sempre imperfeitos como em geral eles são. É preciso vencer tudo, renunciar a tudo, para conseguir tudo, Deus.

- S.Tereza: “Porque não resolvemos dar todo o nosso coração a Deus, também não nos é dado todo o seu amor” “ Tudo o que podemos fazer é nada em comparação a uma gota de sangue de Jesus, derramada por nós.”
- Como é pouco tudo aquilo que se faz por Jesus Cristo! Ele deu seu sangue e sua vida por nós”
- Os santos não se poupam quando se trata de agradar a um Deus que se deu todo a nós, justamente para nos obrigar a não negarmos nada.

- S.João Crisóstomo: “Tudo te deu, nada deixou para si”. Já que Deus se deu todo a nós, não é justo que tenhamos reservas com ele. “Ele morreu por todos, a fim de que os que vivem já não vivam para si, mas para aquele que por eles morreu”

A liberdade de Espírito
            VII 9. Aqueles que em seus trabalhos procuram só a vontade de Deus, gozam daquela santa liberdade de espírito, própria dos filhos de Deus; ela faz com que abracem tudo o que agrada a Jesus Cristo, apesar de qualquer repugnância do amor próprio ou do respeito humano. O amor de Jesus Cristo dá as pessoas uma total indiferença, tornando-lhes tudo igual, tanto as coisas penosas como as suaves. Nada querem do que lhes traz prazer, mas ardentemente desejam o que agrada a Deus. Com a mesma paz procuram fazer tudo, coisas grandes e pequenas, agradáveis ou desagradáveis; basta-lhes que agradem a Deus.

            10. Muitos querem servir a Deus, mas conforme seu gosto, em tal emprego, em tal lugar, com tais companheiros, em tais circunstâncias. Se não for assim, ou deixam os seus deveres ou agem de má vontade. Essas pessoas não tem a liberdade de espírito, mas são escravas de seu amor próprio. Por isso, há pouco merecimento no que fazem. Vivem inquietas, enquanto o jugo de Jesus Cristo torna-se pesado para elas.

- Aquelas pessoas que amam verdadeiramente a Jesus Cristo, só procuram fazer aquilo que lhe agrada e porque lhe agrada, quando, onde, como Jesus o quer. Pouco importa se ele nos deseja em funções honrosas aos olhos dos homens ou numa vida obscura e humilde. O que importa é amar a Jesus Cristo com puro amor; nisto devemos trabalhar, combatendo sempre os desejos do amor próprio que gostaria de nos ver ocupados em obra honrosas e de acordo com as nossas inclinações.

11. É preciso que estejamos desapegados de tudo, mesmo dos exercícios espirituais quando o Senhor nos quer empregar em outra coisa de sua vontade.
- Pe. Alvarez, achando-se, uma vez muito ocupado, desejou desembaraçar-se para ir fazer suas orações, porque lhe parecia não estar unido a Deus naquele tempo de trabalho. Mas o Senhor o fez sentir interiormente: “mesmo que eu não o tenha comigo, fique contente porque eu me sirvo de você” Aviso excelente para as pessoas que talvez se inquietam quando a obediência ou a caridade as obrigam a deixar as costumeiras práticas de piedade. Essa inquietação não vem certamente de Deus, mas ou do demônio ou do amor próprio.
Agradar a Deus e morrer, eis a primeira regra dos santos!


A Prática de amor a Jesus Cristo Cap VIII– Santo Afonso Maria de Ligório

segunda-feira, 3 de março de 2014

Desejo de perfeição

Sequencia da postagem “Tibieza”
9. O primeiro meio para deixar a tibieza é o DESEJO de perfeição. – Os SANTOS DESEJOS são as asas que nos fazem voar da terra. Por um lado, eles nos dão força para caminhar na perfeição, por outro lado, eles nos aliviam os sofrimentos da caminhada.
- Quem DESEJA de verdade a perfeição nunca deixa de progredir nela e, se não ficar desanimado, vai consegui-la. Aquele, porém, que não a DESEJA, andará sempre para trás e se torna mais imperfeito do que no começo.
Na caminhada para Deus quem não avança, sempre retrocede arrastado pela correnteza de nossa natureza corrompida.

            10. É um grande erro dizer como alguns dizem: Deus não quer que todos sejam santos. “Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação” Tess 4,3
- Deus quer todos santos , cada um no seu estado de vida: o religioso como religioso, o leigo como leigo, o sacerdote como sacerdote, o casado como casado, o negociante como negociante, o soldado com soldado, e assim em todos os estados de vida.
- S. Tereza: “Os nossos pensamentos sejam grandes, porque deles nascem nosso bem... É preciso não diminuir os nossos DESEJOS, mas confiar em Deus; esforçando-nos, chegaremos pouco a pouco até onde os santos chegaram com a graça de Deus”. Em confirmação, diz ela ter visto pessoas corajosas que em pouco tempo fizeram grande progresso espiritual: “Agradam ao Senhor tanto os DESEJOS como se já fossem realizações... Deus não concede muitas graças importantes, senão para quem muito DESEJOU o seu amor... Deus não deixa de pagar qualquer bom DESEJO nesta vida, pois, ele ama as almas generosas quando não confiam em si mesmas”
- S. Tereza tinha esse espírito generoso. Chegou uma vez, a dizer ao Senhor que pouco lhe importaria ver no céu pessoas gozando maior felicidade do que ela; mas ver pessoas que o amassem mais do que ela, não sabia como poderia suportar.

            11. É preciso ter coragem.
- S. Tereza: “O Senhor é bom para aqueles que o procuram”, é extremamente bom e aberto para com as pessoas que o buscam de coração. Se DESEJAMOS ser santos de verdade, nem os pecados cometidos podem nos impedir. “O demônio faz tudo para nos parecer um orgulho ter grandes DESEJOS e o querer imitar os santos; mas ajuda muito ter coragem para as coisas grandes. Mesmo que a alma não tenha logo a força, ele dá um voo generoso e avança muito.”
“Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” Rm 8,28
- Mesmo os pecados cometidos podem concorrer para a nossa santificação, na medida em que sua lembrança nos faz mais humildes, mais agradecidos as graças que Deus nos deu, depois de tantas ofensas.
- O pecador deve dizer: nada posso, nada mereço, a não ser o inferno. Mas sirvo a um Deus de bondade infinita e ele prometeu ouvir a todos que lhe pedem alguma coisa. Já que ele me livrou da condenação e quer que eu me torne um santo oferecendo-me sua ajuda, então posso me tornar um santo, não com minhas forças, mas com a graça de Deus que me sustenta:
“Tudo posso naquele que me conforta” Fil 4,13
- Tendo os bons DESEJOS, é preciso que tenhamos coragem e, confiantes em Deus, procuremos realizar esses DESEJOS. Encontrando depois alguma dificuldade na sua realização, permaneçamos na vontade de Deus. A vontade de Deus deve estar acima de todos os nossos DESEJOS.

Decisão de ser de Deus
12. O segundo meio para chegar a santificação é a decisão de dar-se a Deus. Chamados a perfeição, muitos sentem o DESEJO de obtê-la, movidos pela graça. Se depois, porém, não tomam a decisão, vivem e morrem no lodo de sua vida tíbia e imperfeita.
- Não basta só o DESEJO de ser santo, se não juntarmos a ele uma firme resolução de alcança-lo. Quantas pessoas se alimentam só de DESEJOS e nunca dão um passo nos caminhos de Deus. Estes são os DESEJOS de que fala em Prov 21,25:
“Os DESEJOS do preguiçoso o matam”.
- O preguiçoso DESEJA sempre e nunca se decide a empregar os meios próprios de seu estado de vida para se tornar santo. Por isso, costuma dizer: Oh! Se eu morasse num deserto e não nesta casa! Se eu estivesse vivendo em outro convento, eu me entregaria todo a Deus! E no entanto, não suporta um companheiro, não pode ouvir uma palavra que o contraria, dissipa-se com muitas coisas inúteis, cai em muitas faltas, pecados da gula, curiosidade, orgulho, e depois suspirando diz: Oh! Se eu pudesse...
- Tais DESEJOS são mais prejudiciais do que úteis; alimenta-se deles e no entanto vive e continua a viver imperfeitamente.

- S. Francisco Sales: Não concordo com uma pessoa que, ligada por uma obrigação ou por uma vocação, fique a DESEJAR outro tipo de vida, fora daquele que é seu dever, os outros trabalhos que são incompatíveis com seu estado presente. Isso lhe dissipa o coração e a faz afrouxar nas suas obrigações.

            13. Portanto, é necessário DESEJAR a perfeição e empregar com decisão os meios de alcança-la.
- S. Tereza: “Deus não quer de nós apenas uma resolução, para ele depois fazer o resto. O demônio não tem medo das pessoas irresolutas.”; “Prefiro oração de pouco tempo mas que produz grandes efeitos, do que orações de muitos anos nas quais a pessoa não chega a resolução de fazer alguma coisa de valor por Deus... Sei por experiência que se alguém, desde o começo, toma a resolução de fazer alguma coisa por Deus, por difícil que seja, nada tem que temer”.
- A meditação é útil para conhecer os meios que conduzem a santidade. Alguns fazem oração, mas nunca tiram conclusão alguma.

            14. A primeira resolução deve ser esta: esforçar-se sempre e preferir morrer do que cometer um pecado deliberado, por pequeno que seja. É verdade que nossos esforços, sem a ajuda da Deus, não bastam para vencermos as tentações. Deus, porém, quer que, de nossa parte, nos esforcemos. Ele suprirá com sua graça, socorrerá nossa fraqueza e nos alcançará a vitória. Essa resolução nos torna possível caminhar para frente e ao mesmo tempo nos dará grande coragem, trazendo-nos a certeza da graça divina.

- S. Francisco Sales: “A maior segurança que podemos ter neste mundo de estar na graça de Deus, não consiste tanto nos sentimentos que temos de seu amor, mas no puro e irrevogável abandono de todo nosso ser nas suas mãos e na resolução firme de nunca mais consentir em algum pecado, nem grande nem pequeno.” Nisso consiste a delicadeza de consciência.
- Note-se que uma coisa é ser delicado de consciência, e outra é ser escrupuloso:
·         Ser delicado de consciência é uma necessidade para se tornar santo.
·         Ser escrupuloso é um defeito e nos faz mal; devemos, por isso, obedecer ao diretor espiritual e vencer os escrúpulos, preocupações inúteis e sem razão.

A Prática de amor a Jesus Cristo Cap VIII– Santo Afonso Maria de Ligório

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Amor de Cristo

I,13. S. João de Ávila era tão entusiasmado por Jesus Cristo que em todas suas pregações não deixava nunca de falar do amor de Cristo por nós. Escrevendo sobre o amor de nosso querido Redentor, expressa estes ardentes sentimentos, que por serem muito bonitos, resolvi colocar aqui:
14. “Vós Redentor, amastes o homem de tal modo que, quem considerar este amor, não pode deixar de vos amar. Vosso amor faz violência aos corações, como diz S. Paulo: “O amor de Cristo nos constrange” IICor 5,14 A origem do amor de Jesus Cristo para com os homens é sua caridade para com Deus. Ele mesmo o disse aos seus discípulos na quinta-feira santa: “Para que o mundo saiba que amo o Pai: Levantai-vos e vamos”.
            Mas para onde?
            Morrer pelos homens, na cruz!

15. Inteligência alguma compreenderá o quanto arde este fogo no Coração de Jesus Cristo. Assim como lhe foi mandado sofrer uma morte, do mesmo modo, se lhe tivesse sido ordenado que sofresse mil mortes, ele teria amor bastante para sofrê-las todas. Foi-lhe imposto sofrer por todos os homens; mas se lhe fosse pedido fazê-lo pela salvação de um só, tê-lo-ia feito do mesmo modo que o fez por todos. Assim como esteve três horas na cruz, se fosse necessário estar nela até o dia do juízo, ele teria amor para o fazer.
Jesus Cristo amou muito mais do que sofreu.
- O amor divino, fostes maior do que exteriormente vos mostrastes. Mostrastes-vos grande exteriormente, porque tantas chagas e feridas nos falam de um grande amor. Mas não dizem toda sua grandeza. Interiormente fostes maior do que exteriormente vos manifestastes: vossas dores físicas foram, apenas, uma faísca que saiu daquela grande fornalha de imenso amor.
- O maior sinal de amor é dar a vida pelos amigos. Contudo, não foi um sinal que bastasse a Jesus Cristo para exprimir seu amor por nós.

16. Esse amor, quando se dá a conhecer, faz as pessoas boas saírem de si e ficarem estarrecidas. Por isso as pessoas sentem afervorar-se o coração, DESEJAM o martírio, alegram-se no sofrimento, têm alivio nos grandes sofrimentos. Passeiam nas brasas como se fossem rosas, DESEJAM os tormentos, regozijam-se com o que o mundo teme, abraçam o que o mundo detesta. Para a pessoa unida a Cristo na cruz –diz S. Ambrósio- nenhuma coisa é mais consoladora e gloriosa do que trazer consigo os sinais de jesus Crucificado.

Frutos da Caridade
III,8. Eis o que S. João Crisóstomo diz dos frutos gerados em uma pessoa que possui o amor de Deus: “Quando o Amor de Deus se apodera de uma pessoa, produz nela um insaciável DESEJO de trabalhar pela pessoa amada; tanto que, por muitas e grandes que sejam as obras que faça, e por mais longo que seja o tempo dedicado a seu serviço, tudo parece nada.
- Sempre se aflige por fazer pouco para Deus, e se lhe fosse lícito morrer e consumir-se inteiramente por ele, de bom grado o faria. Por isso, por mais que faça sempre se considera inútil. O amor ensina a pessoa o que Deus merece, e na caridade desta luz divina vê todos s defeitos de suas ações, de tudo tira confusão e sofrimento, reconhecendo que todos os seus trabalhos são bem pouca coisa para um Senhor tão grande.

9. Diz S. Francisco de Sales: Como se engana a pessoa que faz consistir a santidade em outras coisas e não em amar a Deus! Uns põem na austeridade ou em dar esmolas, outros na oração ou frequência dos sacramentos. Para mim, não conheço outra santidade senão a de amar a Deus de todo o coração; todas as outras virtudes sem este amor não passam de um montão de pedras. E se não possuímos esse amor, a culpa é nossa, pois não nos decidimos a nos dar inteiramente a Deus.

10. S. Tereza sentiu em sua alma, certa vez, como se Jesus lhe dissesse: “Tudo o que não me agrada, é vaidade”. Como seria bom que todos entendessem esta verdade: “Uma só coisa é necessária”. Não é necessário ser rico neste mundo, ganhar a estima dos outros, levar vida cômoda, ter dignidades, passar por sábio.
A única coisa necessária é amar a Deus e fazer sua vontade.
- Só para este fim ele nos criou e nos conserva a vida; somente assim podemos ser admitidos no céu. A toda a alma que DESEJA ser sua esposa, o Senhor diz: “Coloca-me como um selo sobre teu coração, como um selo sobre teus braços” Ct8, 6 para que:
·         dirijas a mim todos os teus DESEJOS e ações; sobre teu coração a fim de que não entre em ti outro amor senão o meu, sobre teu braço para que não tenhas em vista senão a mim em tudo que fazes.
- Como corre rapidamente na perfeição quem só olha Jesus Crucificado em todas suas ações e só a ele procura agradar!

11. O fim de todos nossos esforços deve ser, portanto, adquirir um verdadeiro amor a Jesus Cristo. Os mestres da vida espiritual descrevem os sinais do verdadeiro amor:
·         É TEMEROSO, e o seu medo é dar desgosto a Deus.
·         É GENEROSO, cheio de confiança em Deus, tudo faz para a sua glória.
·         É FORTE, pois resiste a todas as más inclinações mesmo nas mais violentas tentações, e nos mais profundos sofrimentos.
·         É OBEDIENTE, porque procura seguir imediatamente a voz de Deus.
·         É PURO, amando somente a Deus e só porque Deus merece ser amado.
·         É ARDENTE, porque desejaria inflamar todos os corações, vendo-os consumidos pelo amor de Deus.
·         É ARREBATADOR, pois arrasta a alma e a faz viver como que fora de si mesma, como se não visse, não ouvisse e não tivesse mais os sentidos para as coisas da terra. Atenta em só amar a Deus.
·         É UNITIVO, unindo estreitamente à vontade da criatura a vontade de seu Criador.
·         É DESEJOSO, porque enche a alma do DESEJO de deixar a terra para unir-se perfeitamente a Deus no Paraiso, a fim de amá-lo com todas suas forças.

12. Mas ninguém ensina melhor as características e a prática da caridade do que o grande pregador desta rainha das virtudes, São Paulo. Ele diz primeiramente que sem a caridade o homem é nada, e de nada se aproveita: “Ainda que eu tivesse toda a fé a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada. Ainda que eu distribuísse todos meus bens em sustento dos pobres, ainda que entregasse meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria”. ICor 13, 1-7
- S. Paulo nos indica os sinais da verdadeira caridade, e ao mesmo tempo nos ensina a prática das virtudes que são filhas da caridade:
“A caridade é paciente, é bondosa. A caridade não tem inveja, não se ostenta, não se enche de orgulho, não é ambiciosa e não busca os seus próprios interesses. Não se irrita, não guarda rancor, nem se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” ICor 13, 1-7

A Prática de amor a Jesus Cristo Cap I, II e III– Santo Afonso Maria de Ligório