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sábado, 25 de janeiro de 2014

Maria, falsos devotos

Falsos devotos e falsas devoções à Santíssima Virgem Maria
§92. Conheço sete espécies de falsos devotos e falsas devoções, a saber:
  1. Os devotos críticos;
  2. Os devotos escrupulosos;
  3. Os devotos exteriores;
  4. Os devotos presunçosos;
  5. Os devotos inconstantes;
  6. Os devotos hipócritas;
  7. Os devotos interesseiros.

1. Os devotos críticos
§93. Os devotos críticos são, ordinariamente, sábios orgulhosos, espíritos fortes e que se bastam a si mesmos. No fundo tem alguma devoção à Santíssima Virgem Maria, mas criticam quase todas as práticas de devoção que as almas simples tributam singela e santamente a esta boa Mãe, porque não condizem com a sua fantasia.
- Põem em dúvida todos os milagres e narrações referidas por autores dignos de crédito ou tiradas das crônicas de ordens religiosas, e que testemunham as misericórdias e o poder da Santíssima Virgem. Veem com desgosto pessoas simples e humildes ajoelhadas diante dum altar ou imagem da Virgem, talvez no recanto duma rua, para aí rezar a Deus.
- Acusam-nas até mesmo de idolatria, como se estivessem a adorar madeira ou pedra. Dizem que, quanto a si, não gostam dessas devoções exteriores, e que não são tão fracos de espírito que vão acreditar em tantos contos e historietas que correm a respeito da Santíssima Virgem.
- Quando lhes referem os louvores admiráveis que os Santos Padres tecem a Nossa Senhora, ou respondem que isso é exagero, ou explicam erradamente as suas palavras.
- Esta espécie de falsos devotos e de gente orgulhosa e mundana é muito para temer, e causam imenso mal à Devoção a Nossa Senhora, afastando eficazmente dela o povo, sob o pretexto de destruir abusos.

2. Os devotos escrupulosos
§94. Os devotos escrupulosos são pessoas que temem desonrar o Filho honrando a Mãe, rebaixar um ao elevar a outra. Não podem suportar que se prestem à Santíssima Virgem louvores muito justos, tais como os Santos Padres lhe dirigiram.
- Não toleram, senão contrariados, que haja mais pessoas de joelhos diante dum altar de Maria que diante do Santíssimo Sacramento. Como se uma coisa fosse contrária à outra, como se aqueles que rezam a Nossa Senhora não rezassem a Jesus Cristo por meio d'Ela! Não querem que se fale tantas vezes da Santíssima Virgem, nem que a Ela nos dirijamos tão frequentemente.
- Eis algumas frases que lhes são habituais:
  • Para que servem tantos terços, tantas confrarias e devoções externas à Santíssima Virgem?
- Há muita ignorância nisto tudo! Faz-se da religião uma palhaçada. Falem-me dos que têm Devoção a Jesus Cristo (frequentemente pronunciam este Santo Nome sem a devida reverência, sem descobrir a cabeça).
- É preciso pregar Jesus Cristo: eis a doutrina sólida!
- Isto que dizem é verdadeiro num certo sentido; mas quanto à aplicação que disso fazem, para impedir a Devoção à Virgem Santíssima, é muito perigoso. Trata-se duma cilada do inimigo sob pretexto dum bem maior. Pois nunca se honra mais a Jesus Cristo do que quando se honra muito à Santíssima Virgem. A razão é simples: só honramos a Virgem no intuito de honrar mais perfeitamente a Jesus Cristo, indo a Ela apenas como ao caminho que leva ao fim almejado, que é Jesus.
§95. A Santa Igreja, com o Espírito Santo, bendiz em primeiro lugar a Virgem e só depois Jesus Cristo: “Bendita sois Vós entre as mulheres e bendito é o fruto do Vosso ventre, Jesus” (Lc 1, 42).
- Não é que Maria seja mais que Jesus, ou igual a Ele: dizê-lo seria uma heresia intolerável. Mas, para
mais perfeitamente bendizer Jesus Cristo, é preciso louvar antes a Virgem Maria. Digamos, pois, com todos os verdadeiros devotos da Santíssima Virgem, e contra esses falsos devotos escrupulosos:
Ó Maria, bendita sois Vós entre as mulheres
e bendito é o fruto do Vosso ventre, Jesus!

3. Os devotos exteriores
§96. Os devotos exteriores são pessoas que fazem consistir toda a Devoção à Santíssima Virgem em práticas externas. Ficam apenas na exterioridade desta Devoção, por lhes faltar espírito interior.
- Rezarão muitos terços às pressas; ouvirão muitas Missas sem atenção; irão sem devoção às procissões; entrarão em todas as confrarias de Nossa Senhora sem mudar de vida, sem fazer violência às suas paixões, nem imitar as virtudes desta Virgem Perfeitíssima. Só apreciam o que há de sensível na Devoção, sem atender ao que tem de sólido. Se não experimentam prazer sensível nas suas práticas, julgam que já não fazem nada, desorientam-se, abandonam tudo, ou fazem as coisas precipitadamente.
- O mundo está cheio desta espécie de devotos exteriores, e não há ninguém como eles para criticar as almas de oração. Estas aplicam-se ao interior, por ser o essencial, sem todavia desprezar a modéstia exterior que acompanha sempre a Verdadeira Devoção.

4. Os devotos presunçosos
§97. Os devotos presunçosos são pecadores entregues às suas más paixões, ou amigos do mundo. Sob o belo nome de cristãos e devotos da Santíssima Virgem escondem ou o orgulho, ou a avareza, ou a impureza, ou a embriaguez, ou a cólera, ou a blasfêmia, ou a maledicência, ou a injustiça.
- Dormem em paz nos seus maus hábitos, sem se esforçar muito para os corrigir, sob o pretexto de que são devotos de Nossa Senhora. Dizem para consigo mesmos que Deus lhes perdoará, que não hão de morrer sem confissão e não serão condenados porque rezam o Terço, porque jejuam aos sábados e pertencem à confraria do Santo Rosário ou do escapulário, ou às suas congregações, ou porque trazem o hábito ou a cadeia da Santíssima Virgem etc.
- Se alguém lhes diz que a sua devoção não passa de ilusão do demônio e de perniciosa presunção capaz de os condenar, não querem acreditar. Dizem que Deus é bom e misericordioso, que não nos criou para a condenação, que todos pecam, que não morrerão impenitentes, que um bom “Pequei” (2 Sm 12, 13; Sl 50) à hora da morte será suficiente. E, para mais, são devotos de Nossa Senhora, usam o escapulário, rezam diariamente, sem falha e sem vaidade, sete Pai Nossos e sete Ave-Marias em sua honra. E, às vezes, até rezam o Terço e o ofício da Santíssima Virgem, e até jejuam!
- Para confirmar o que dizem e para ainda mais se cegarem, citam algumas histórias que ouviram ou leram em algum livro, histórias verdadeiras ou falsas (isso pouco importa). Nestas se conta como pessoas mortas em pecado mortal sem confissão, foram ressuscitadas para se confessarem, porque durante a vida tinham recitado orações ou praticado alguns atos de devoção à Santíssima Virgem.
- Ou ainda como a alma ficou miraculosamente no corpo até a confissão, ou obteve de Deus contrição e perdão dos seus pecados no momento da morte pela misericórdia da Virgem, sendo assim salva. E estes falsos devotos esperam o mesmo.

§98. Nada é tão prejudicial no Cristianismo como esta presunção diabólica. Pois poder-se-á dizer, com verdade, que se ama e honra a Santíssima Virgem, quando se fere, traspassa, crucifica e ultraja impiedosamente Jesus Cristo, seu Filho, com o pecado?!
- Se Maria se comprometesse a salvar, por misericórdia, esta espécie de pessoas, autorizaria o crime, ajudaria a crucificar e ofender seu Filho!
- Quem ousará sequer pensar coisa semelhante?!

§99. A Devoção à Santíssima Virgem é, depois da Devoção a Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento, a mais santa e a mais sólida.
- Por isso afirmo: abusar assim dela é cometer um horrível sacrilégio que, depois do sacrilégio da Comunhão indigna, é o menos perdoável de todos. Concordo que, para ser verdadeiro devoto da Santíssima Virgem, não é absolutamente necessário ser tão santo que se evite todo pecado, embora isso fosse de desejar, mas, pelo menos, é preciso (e note-se bem o que vou dizer):
  1. Ter uma sincera resolução de evitar, ao menos, todo pecado mortal, que ultraja tanto a Mãe como o Filho.
  2. Fazer violência contra si mesmo para evitar o pecado.
  3. Entrar em confrarias, rezar o Terço, o Santo Rosário ou outras orações, jejuar aos sábados etc.

§100. Isto é duma utilidade maravilhosa para a conversão dum pecador, mesmo endurecido. Se o meu leitor está nesse caso, aconselho-o a que o faça, ainda mesmo que já tenha um pé no abismo.
- Faça estas boas obras unicamente com o fim de obter de Deus, por intercessão da Santíssima Virgem, a graça da contrição e do perdão dos seus pecados, e a graça de vencer os seus maus hábitos.
- Não as faça, porém, pensando que poder-se-á demorar tranquilamente no estado de pecado, indo
contra o remorso da sua consciência a exemplo de Jesus Cristo e dos santos, e as máximas do Santo Evangelho.

5. Os devotos inconstantes
§101. Os devotos inconstantes são aqueles que praticam alguma devoção à Santíssima Virgem a intervalos e por capricho:
ora são fervorosos, ora tíbios; ora parecem dispostos a fazer tudo para servir Nossa Senhora, ora, e pouco depois, já não parecem os mesmos. A princípio abraçarão todas as devoções à Santíssima Virgem, entrarão em suas confrarias, mas logo depois já não praticarão as regras com fidelidade.
- Mudam como a Lua (Eclo 27, 12), e Maria esmaga-os sob os Seus pés como ao crescente (Ap 12, 1), porque são volúveis e indignos de serem contados entre os servos desta Virgem Fiel.
- Estes têm a fidelidade e a constância por herança. Mais vale não se sobrecarregar com tantas orações e práticas de devoção, e fazer pouco com amor e fidelidade, a despeito do mundo, do demônio e da carne.

6. Os devotos hipócritas
§102. Há ainda outros falsos devotos da Santíssima Virgem, que são os devotos hipócritas. Cobrem os seus pecados e maus hábitos com a capa desta Virgem Fiel, a fim de passar pelo que não são aos olhos dos homens.

7. Os devotos interesseiros
§103. Os devotos interesseiros só recorrem à Santíssima Virgem para ganhar algum processo, para evitar algum perigo, para obter a cura de alguma doença, ou para qualquer outra necessidade deste gênero, sem o que a esqueceriam. Uns e outros são falsos devotos, e não têm aceitação diante de Deus nem de sua Santa Mãe.

Guardemo-nos das falsas devoções
§104. Evitemos, portanto, pertencer ao número dos devotos:
1.      críticos, que não acreditam em nada e criticam tudo;
2.      escrupulosos, que temem ser demasiado devotos da Santíssima Virgem, por respeito para com Jesus Cristo;
3.      exteriores, que fazem consistir toda a sua devoção em práticas externas;
4.      presunçosos, que, ao abrigo da sua falsa devoção à Santíssima Virgem, apodrecem nos seus pecados;
5.      inconstantes que, por leviandade, variam as suas práticas de devoção, ou as deixam completamente à menor tentação;
6.      hipócritas, que entram em confrarias e usam as insígnias da Virgem a fim de se passar por bons;
7.      interesseiros, que só recorrem à Santíssima Virgem para ser livres dos males do corpo, ou obter bens temporais.
Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem Maria / São Luis Maria Grignion de Monfort

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Maria, 5ª verdade de devoção

É-nos muito difícil conservar a Graça e os Tesouros recebidos de Deus
§87-89. Quinta Verdade. É muito difícil, atendendo à nossa fraqueza e fragilidade, conservar em nós as graças e os tesouros recebidos de Deus:
1º. Porque temos este tesouro, mais valioso que o Céu e a Terra, em vasos frágeis (2 Cor 4, 7); num corpo corruptível, numa alma fraca e inconstante, que por um nada se perturba e abate.
2º. Porque os demônios, que são ladrões muito finos, querem apanhar-nos de improviso, para nos roubar e despojar.
- Para isso espreitam noite e dia o momento favorável. Rondam incessantemente, prontos para nos devorar e nos arrebatar num só momento, por um único pecado, tudo o que ganhamos em graças e méritos durante muitos anos. A sua malícia, a sua experiência, as suas astúcias e o seu número devem-nos fazer temer imensamente esta infelicidade.
- Já outras pessoas, mais cheias de graça, mais ricas de virtudes, mais fundadas na experiência e elevadas em santidade, foram surpreendidas, roubadas e lamentavelmente despojadas.
Ah! Quantos cedros do Líbano, quantas estrelas do firmamento não têm-se visto cair miseravelmente e, em pouco tempo, perder toda a sua elevação e claridade!
- Donde proveio esta estranha mudança? O que faltou não foi a graça, que não falta a ninguém, foi a humildade. Julgaram-se mais fortes e mais capazes do que eram; julgaram que podiam guardar os seus tesouros. Fiaram-se e apoiaram-se em si mesmos. Acharam a sua casa bastante segura e os seus cofres bastante fortes para guardar o precioso tesouro da graça. Foi por causa desta confiança não apercebida que tinham em si (embora lhes parecesse que se apoiavam unicamente na graça de Deus) que o Senhor, infinitamente justo, permitiu que fossem roubados e abandonados a si mesmos.
Ah! Se tivessem conhecido a Admirável Devoção que vou expor, teriam confiado o seu tesouro a uma Virgem poderosa e fiel, que o teria guardado como seu, considerando isto como um dever de justiça.

3º. É difícil perseverar na justiça, por causa da estranha corrupção do mundo. Ele está, presentemente, tão corrompido, que se torna quase inevitável serem os corações religiosos manchados, senão pela sua lama, ao menos pela poeira. Assim, é quase um milagre conservar-se alguém firme no meio desta torrente impetuosa sem ser arrastado; andar neste mar tormentoso sem ser submergido ou pilhado pelos piratas e corsários; respirar este ar empestado sem lhe sentir as más consequências.
- É a Virgem, a única sempre fiel, sobre a qual a serpente jamais teve poder, quem faz este milagre a favor daqueles e daquelas que a servem da melhor maneira.
Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem Maria / São Luis Maria Grignion de Monfort

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Quem não cresce, mingua

- Seria ilusão imaginar que quando nascemos para a Vida Natural e depois pelo Batismo para a Vida Sobrenatural, nasceríamos crescidos, amadurecidos e prontos para o que der e vier (CIC 1936).
- Quem pensasse assim ficaria decepcionado.

- Quando nascemos – VIDA NATURAL - já somos criaturas racionais, com as faculdades pelas quais somos incomparavelmente superiores a todas as coisas criadas. Estas faculdades da alma (Inteligência, memória, vontade), porém, estão no recém-nascido apenas de modo virtual, sujeitas à lei de um lento crescimento e amadurecimento.
- Para se atualizar, cada faculdade tem seu próprio tempo e dinamismo.
- Com intelecto, memória, vontade, afeto e livre arbítrio inteiramente normais, a criança só pouco a pouco será capaz de ter atos de inteligência e vontade. O processo dura muitos anos, sujeito a pacientes treinamentos, até chegar à maturidade e produzir frutos próprios.

- Na vida Cristã – VIDA SOBRENATURAL será parecido. Pelo Batismo nascemos de novo, do alto, pela água e pelo Espírito Santo. Mas nesta nova vida no Espírito não nascemos grandes e maduros.
- Recebemos virtualidades, faculdades, propriedades ou sementes que não estavam em nós segundo a ordem da criação. Foi-nos comunicada então a graça da filiação divina adotiva, da participação na natureza divina, chamada também Graça Santificante, com todo o cortejo de Virtudes Infusas e Dons do Espírito Santo (CIC 1803-1832).

- Como na Ordem da Criação/Vida Natural, ninguém vem ao mundo feito e já com aptidão de atuar de modo inteligente e livre, assim também na Ordem da Redenção/Vida Sobrenatural, ninguém nasce maduro e capaz de atuar como filho adotivo de Deus, enviado do Senhor Jesus e templo vivo do Espírito Santo.
- No Batismo recebemos o Espírito Santo como uma semente, que tem em si, a graça, mas que precisa ser atualizadas num penoso processo de crescimento.

- A vinda e ação do Paráclito em nós devem ser entendidas à luz da parábola do semeador em Mateus 13,3-30.
- Para poder desenvolver-se, a semente precisa de condições, sem as quais não será capaz de crescer e produzir fruto. Ai entra a formação recebida.
A semente é de excelente qualidade.
A diferença está no solo. E o solo somos nós.
1) “Todo aquele que ouve a Palavra do Reino e não a entende, vem o maligno e arrebata o que foi semeado no seu coração. Esse é o que foi semeado na beira do caminho.
2) O que foi semeado em lugares pedregosos é aquele que ouve a Palavra e a recebe imediatamente com alegria, mas não tem raiz em si mesmo, é de momento: quando surge uma tribulação ou uma perseguição por causa da Palavra, logo sucumbe.
3) O que foi semeado entre os espinhos é aquele que ouve a Palavra, mas os cuidados com do mundo e a sedução da riqueza sufocam a Palavra e ela se torna infrutífera.
4) O que foi semeado em terra boa é aquele que ouve a Palavra e a entende. Esse dá fruto, produzindo á razão de cem, de sessenta e de trinta”.

- Os cuidados com o mundo, a sedução das riquezas, os prazeres da vida, as ambições desmedidas, as dificuldades na caminhada, as tentações de todo tipo, tudo isso se opõe à germinação da semente, ao crescimento da planta, ao florescimento dos ramos e ao amadurecimento dos frutos.

- Quem se fechar à semeadura da semente (Palavra) da qual nascem os frutos do Paráclito, ou a arrancar de si, ou não se deixar guiar pelo Espírito, sentirá sem demora a brotação das obras da carne (conf. Gálatas 5, 16-21 e Mt 15,19).

Crescer juntos até a colheita
- Muitas vezes justificamos nossas atitudes e pensamentos perversos dizendo que “todo mundo” pratica ou pensa daquela forma, por isso, agimos ou pensamos assim; mas a resposta do Senhor é bem clara:
Deixai crescer juntos até a colheita. No tempo da colheita, direi aos ceifeiros: ‘Arrancai primeiro o joio e ataio em feixes para ser queimado; quanto ao trigo, recolhei-o no meu celeiro’”. Mateus 13, 30

- Não desanimemos:
“Nós, porém, vos exortamos, irmãos, a progredir cada vez mais.” ITess 4, 10
“No mundo tereis tribulações, mas tende coragem: Eu venci o mundo.” “Esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé.” João 16, 33 e I João 5, 4
- Não atrasemos o nosso crescimento deixando que a Palavra de Salvação seja abafada por nossas misérias:
Os espinhos cresceram e a abafaram.” Mateus 13, 7
- O Senhor nos concedeu a vida para que sejamos Louvor de Sua Glória, em tudo dai graças:
“Bem e mal, vida e morte, pobreza e riqueza, tudo vem do Senhor.” Eclo 11,14
“Não digas: ‘É o Senhor que me faz pecar’,
                    porque Ele não faz aquilo que odeia.
Não digas: ‘É Ele que me faz errar’,
                  porque Ele não tem necessidade de um homem pecador.
- O Senhor odeia toda espécie de abominação e nenhuma é amável para os que a temem. Desde o principio Ele criou o homem e o abandonou nas mãos de sua própria decisão:
  • Se quiseres, observarás os mandamentos: a fidelidade está no fazer a Sua vontade.
- Ele colocou diante de ti o fogo e a agua;
  • para o que quiseres estenderás a tua mão.
- Diante dos homens está a vida e a morte;
  • ser-te-á dado o que preferires. Eclo 15, 11-17

Viver em estado de graça
“Começareis por purificar-vos com a contrição interior, desapegando-vos da iniquidade e desejando a virtude.
Sem essa predisposição, exigida na medida de vossas possibilidades como ramos unidos à Videira, que é Jesus, nada recebereis.” Diálogo 69; CIC 1431

- Manter-se puro:
“Quando o espírito impuro sai do homem*, perambula em lugares áridos, procurando repouso, mas não o encontrando, diz:
‘Voltarei para minha casa, de onde saí’. Chegando lá, encontra-a varrida e arrumada**. Diante disso, vai e toma outros sete espíritos piores do que ele, os quais vêm habitar aí. E com isso a condição final daquele homem torna-se pior do que antes.” Lucas 11, 24-26
* O ‘espírito impuro sai do homem’ significando que houve uma libertação através dos Sacramentos e da Palavra de Deus; a alma então fica em estado de graça.
** ‘encontra-a varrida e arrumada’ significa que houve uma limpeza, jogou-se fora tudo que não presta, porém, não preencheu o coração com o Senhorio de Jesus, seu estado foi transitório conforme as quatro circunstâncias explicadas na Parábola do Semeador em Mateus 13, 18-23.

Romper com o pecado
- Todo pecado por menor que seja nos leva a morte lentamente:
“Vós ainda não resististes até o sangue em vosso combate contra o pecado” Hb 12,4
- O pecado tem aparência de bem:
“O Espírito Santo nos faz discernir entre:
  • a provação, necessária ao crescimento do homem interior em vista de uma ‘virtude comprovada’;
  • e a tentação, que leva ao pecado e a morte.
Devemos também discernir entre ‘ser tentado’ e ‘consentir’ na tentação.
O discernimento desmascara a mentira da tentação:
  • Aparentemente, seu objeto é ‘bom, sedutor para a vista, agradável’(Gn 3,6), ao passo que, na realidade, seu fruto é a morte.” CIC 2847
- Toda circunstância pode gerar uma escravidão. Enquanto vivemos nesta peregrinação, vivemos momentos de muita luta interior e que pouco a pouco vamos vencendo ou não, depende da vontade: O que falta vencer?
  • Alcoolismo, Jogo, Sexo: desejo, filmes...
  • Ira: trânsito, relacionamentos...
  • Gula
  • Inveja, Maledicência
  • Julgamento precipitado
  • Fidelidade a Doutrina Católica
“Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas não me deixarei escravizar por coisa alguma.” ICorintios 6, 12
- Este equilíbrio emocional e psíquico faz-se necessário uma vez que não somos mais ignorantes da Palavra de Deus e que haveremos de prestar contas de tudo o que fazemos ou falamos.(conf. Atos 17, 30)

Ficamos na letargia até atingirmos a maturidade

- O exemplo de Zacarias é claro; pode nos faltar a confiança em Deus, mesmo sendo justos e praticando a religião; após o anuncio do anjo, vacilou: “Sou velho e minha esposa de idade avançada. Respondeu-lhe o anjo: Eis que ficarás mudo e sem poder falar até o dia em que isso acontecer, porquanto não creste em minhas palavras, que se cumprirão no tempo oportuno...Somente após o nascimento de João sua boca “abriu-se”. Lucas 1

domingo, 27 de outubro de 2013

Pureza da alma

Maria, nosso modelo na pureza de alma*
- O acolhimento da pureza de espírito foi o caminho que me conduziu a uma pureza de coração.
- Pela porta da pureza de coração, entrai também vós comigo no mais profundo da minha vida, para descobrir como Eu fui pura de alma.
- Por um privilégio singular, fui preservada do pecado original e fui cumulada de graça.
- Durante a minha vida terrestre a minha alma jamais foi roçada nem por um só instante, pelo menor pecado, sequer venial; ela permaneceu sempre toda luz, toda bela, toda pura.
- Se já toda alma criada por Deus reflete a luz da Trindade, visto que ela é espiritual e que é elevada a um estado de participação à própria natureza de Deus, podeis compreender que nenhuma alma poderá jamais refletir, como um espelho dos mais fiéis o esplendor do Pai, do Filho e do Espírito Santo, como o fez a alma de vossa Mãe do Céu.

- São aos puros que são revelados os mistérios do reino de Deus. Aos puros de alma, que fogem da menor sombra de pecado, porque ela obscurece em vós a Luz de Deus e vos coloca na incapacidade de acolher seu Divino Mistério.
Impureza da alma*
- A alma torna-se impura quando é obscurecida e velada, ainda que seja apenas pela mais pequenina sombra de pecado.
- O mais pequenino pecado venial mancha o seu brilho; destrói o encanto da Luz.

Jejum da alma#
- Peço o jejum da alma, de modo a mate-la afastada de todo e qualquer pecado mesmo o menor, e assim poder nutrir-se unicamente com a vida da Graça e da Luz de Deus.
- Fugi do pecado mortal como do maior mal.
- Pratique o exame de consciência diário.
- Sede dócil à ação do Espírito Santo.
- Que se introduza novamente o tão salutar costume da confissão freqüente.
- Fugi das fáceis ocasiões de pecado.
- Peço-vos de modo especial manter os olhos e ouvidos fechados à televisão e ao cinema, para que possais perseverar na luz da pureza e da graça.

Impureza da alma
- Porta de entrada da impureza na alma: VONTADE.
- Virtudes que resgatam a pureza da alma: FUGIR DAS OCASIÕES DE PECADO.

Usando a vontade a meu favor+
- A Potência da vontade vos orienta a fazer sempre o seu divino querer.
- Como uma bússola se direciona para o pólo norte, assim a vossa vontade é atraída pelo Seu querer irresistivelmente.
- Quando, alguma vez, disso vos afastais, quase sem perceber-vos existe em vós uma força que vos dirige na direção certa, porque a vossa vontade está absorvida por sua Divina Vontade.
- Então a vossa mente torna-se sempre mais iluminada, porque vós pensais como Ele pensa, quereis aquilo que Ele quer e, assim, viveis numa intimidade de vida com Jesus que, na vossa existência, cumpre ainda hoje a sua divina missão de fazer a Vontade do Pai: “Eu venho, ó Deus, para fazer a tua vontade. – Não a minha, mas a tua Vontade seja feita”
- Ao usar a vontade para renunciar às afeições desordenadas e deixar-se levar pela caridade, sua vontade será purificada.

Movimento Sacerdotal Mariano / Padre Stefano Gobbi 14.02.1985; 16.03.1985; 31.03.1988)