sábado, 2 de novembro de 2013

Obras de Misericórdia Espirituais

Meditação das ‘atitudes espirituais’ de Santa Faustina

1ª) Dar bom conselho
“Muitas vezes o Senhor me dá a conhecer interiormente as pessoas com quem me encontro na portaria. Uma alma, digna de compaixão, tomou a iniciativa de ela mesma me dizer alguma coisa. Aproveitando a ocasião, delicadamente dei-lhe a conhecer em que miserável estado se encontra sua alma. Retirou-se com melhor disposição.” §1283




2ª) Suportar com paciência as fraquezas do próximo
“A irmã designada para me acompanhar ia comigo, contrafeita. Demonstrou isso por diversas vezes e finalmente disse-me: ‘O que vamos fazer? tenho pouco dinheiro para o fiacre. Não respondi nada a isso. ‘E se não houver fiacre? Como é que vamos andar tanto?
Dizia isso e muitas outras coisas, unicamente para me inquietar, porque as queridas superioras deram dinheiro para tudo e não faltou. E, tendo conhecido interiormente tudo isso, ri-me e disse àquela irmã: ‘Estou inteiramente tranqüila, confiemos em Deus.’ Entretanto percebi que a minha profunda serenidade a irritava. Então, comecei a rezar na intenção dela. ‘O meu Senhor, tudo isso é para Vós, para conseguir misericórdia para os pobres pecadores.” §1636

3ª) Corrigir os que erram
“Hoje veio visitar-me certa pessoa leiga que me causou grandes dissabores, que abusou de minha bondade, mentindo em muitas coisas. No primeiro momento, quando a vi, ferveu-me o sangue nas veias, porquanto surgiu diante dos meus olhos tudo o que tive que sofrer por causa dela, embora eu pudesse livrar-me desses sofrimentos com uma só palavra. E tive uma idéia de lhe dar a conhecer a verdade decidida e imediatamente. Mas, nesse momento, vi diante dos meus olhos a misericórdia divina e resolvi proceder com ela como Jesus procederia se estivesse no meu lugar. Comecei a conversar com ela bondosamente, e quando ela quis conversar comigo a sós, aí lhe dei a conhecer claramente o triste estado da sua alma, de maneira muito delicada. Eu via sua profunda emoção, embora a esconder diante de mim.” §1694

4ª) Ensinar os ignorantes
“Na minha vida há instantes e momentos de conhecimento interior, ou seja, luzes divinas pelas quais a alma recebe um ensinamento interior sobre coisas que nem leu em livros, nem foi instruída por qualquer pessoa. São momentos de conhecimento interior; que o próprio Deus concede a alma. São grandes mistérios... frequentemente, recebo a luz e o conhecimento da vida interior de Deus e da Sua mais intima disposição, o que me enche de inefável confiança e tal felicidade que não posso conter em mim; só desejo dissolver-me toda nele...”



5ª) Consolar os aflitos
“A noite, no ultimo dia da minha permanência em Vilna, uma Irmã, já idosa, desvendou-me o estado da sua alma. Disse que já havia alguns anos sofria interiormente, que lhe parecia que todas as suas confissões eram malfeitas e que tinha duvidas sobre o perdão de Nosso Senhor. Perguntei-lhe se, alguma vez, tinha falado disso ao confessor. Respondeu-me: Já, varias vezes tenho falado disso aos confessores, e eles sempre me dizem que eu fique tranqüila e, no entanto, sofro muito e nada me traz alivio e sempre me parece que Deus não me perdoou.’ Respondi-lhe: ‘A Irmã deve ser obediente ao confessor e ficar inteiramente tranquila, porque com certeza se trata de tentação.’ Ela, no entanto, me suplicava com lágrimas nos olhos que eu perguntasse a Nosso Senhor se lhe havia perdoado e se suas confissões eram boas ou não. Respondi-lhe energicamente: ‘A Irmã mesma pergunte, se não confia nos confessores.’ Mas ela pegou-me pela mão e não queria soltar. Pediu que eu rezasse por ela e lhe transmitisse o que Nosso Senhor dela me dissesse. Chorando amargamente, retinha-me, dizendo: ‘Eu sei que Jesus fala com a Irmã.’ Não podendo desprender-me dela, porque me segurava pela mão, prometi-lhe que rezaria por ela. Á noite, durante a benção, ouvi na alma estas Palavras: ‘Diz-lhe que mais fere o Meu Coração a incredulidade do que os pecados que cometeu.’ Quando lhe falei disso, chorou como uma criança e uma grande alegria encheu a sua alma. Compreendi que Deus desejava consolar essa alma por meu intermédio e, embora isso me custasse muito, cumpri o desejo de Deus.” §628

6ª) Perdoar os que nos ofenderam
“Hoje tive um certo desgosto por causa de certa pessoa, ou seja, por causa de certa pessoa leiga. Essa pessoa, com base numa coisa verdadeira, disse muitas coisas inventadas, e como todas essas coisas foram tidas por verdadeiras e espalhadas pela casa toda, quando vieram aos meus ouvidos, senti uma dor no coração. Como se pode abusar da bondade dos outros? Mas resolvi não dizer palavra alguma em minha defesa e demonstrar uma bondade ainda maior para com essa pessoa. Mas, para suportá-lo com tranqüilidade, percebi que tinha poucas forças, pois isso se prolongava por semanas. Quando vi a tempestade a levantar-se e o vento a jogar areia diretamente nos meus olhos, fui diante do Santíssimo Sacramento e disse ao Senhor:
‘Jesus, peço-vos a força da Vossa graça atual, porque sinto que não vou conseguir suportar essa luta. Protegei-me com o Vosso peito.’
Então ouvi estas Palavras: ‘Não temas, Eu estou contigo.’
Quando me afastei do altar, uma estranha força e paz inundaram a minha alma, e a tempestade que se desencadeou batia contra a minha alma como contra um rochedo, e a espuma da tempestade caiu sobre aqueles que a provocaram.” §1150

7ª) Rezar pelos vivos e pelos mortos
“Quando entrei por um momento no dormitório vizinho para visitar as Irmãs doentes, uma delas disse: ‘Quando a Irmã morrer, não terei medo da Irmã. Venha falar comigo depois da morte, porque tenho um segredo da alma a confiar-lhe, para que a Irmã me resolva isso com Nosso Senhor. Eu sei que a Irmã pode conseguir isso para mim junto de Nosso Senhor.” §1615

“Já eram onze horas da noite, todas as Irmãs dormiam nas celas, apenas a minha alma estava lutando, e com uma grande esforço.

O tentador continua a falar-me: ‘Porque te importas com as outras almas? Tu deverias rezar apenas por ti mesma. Os pecadores, eles se converterão sem as tuas preces. Estou vendo que estas sofrendo muito neste momento; por isso vou te dar um conselho, do qual vai depender a tua felicidade: nunca fales da misericórdia de Deus e, especialmente, não encorajes os pecadores a confiança na Misericórdia de Deus, porque eles merecem o justo castigo.” §1497
Diário de Santa Faustina

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