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domingo, 17 de setembro de 2017

Da Prisão a Flagelação de Jesus


A prisão e o sacrário
- Contempla-Me na prisão onde passei grande parte da noite.
- Ali vinham os soldados insultar-Me com palavras e ações, escarnecendo de Mim, ultrajando-Me, batendo-Me na cabeça e sobre o Meu Corpo.
- Fartos de Mim, abandonaram-Me sozinho e amarrado, num lugar úmido e escuro.
- Deram-Me uma pedra por assento onde o Meu Corpo dolorido se sentiu transido de frio.
  • Comparemos aqui a prisão com o coração daqueles que Me recebem.
- Na prisão, passei apenas parte da noite.
  • Mas no sacrário... quantos dias, quantas noites?
- Na prisão fui insultado e maltratado pelos soldados que eram Meus inimigos.
  • Mas no sacrário... quantas vezes não o sou por almas que Me chamam de Pai... mas não se comportam como filhos.
- Na prisão, sofri frio e sono, fome e sede, tristeza, vergonha e abandono.
  • E vi, no decorrer dos séculos, tantos tabernáculos onde Me faltaria o abrigo do amor... tantos corações gelados que seriam para Meu Corpo chagado, como a pedra da prisão.
Senhor, quero suavizar sua tristeza
- E quantos dias esperarei que tal alma ou tal outra, venha visitar-Me no sacrário e Me receber no seu coração.
- Quantas noites passadas a desejar sua vinda:
  • Mas ela se deixa dominar por suas ocupações, por sua moleza, pelo medo de prejudicar a saúde... e não vem.
  • Esperava-te para saciar Minha sede e para consolar Minha tristeza, alma querida, e não vieste.
- Quantas vezes terei fome das almas, de sua fidelidade, de sua generosidade:
  • Saberão elas aplacar esta fome ardente com aquela pequenina vitória sobre si mesmas, ou aquela leve mortificação?
  • Saberão aliviar Minha tristeza com sua ternura e compaixão?
  • Saberão, quando vier um momento mais doloroso a natureza?
  • Saberão, quando tiverem que suportar um sofrimento qualquer?
  • Um esquecimento?
  • Um desprezo?
  • Uma mágoa de coração ou de família?
- E com tudo isso, dizer-Me do fundo da alma:
“Isto será para suavizar Vossa tristeza,
para Vos acompanhar na Vossa Solidão”
- Ah, se soubessem unir-se a Mim com que paz atravessariam a dificuldade, como sua alma sairia dali fortificada e como Meu Coração seria consolado e aliviado.

Minha prisão e a frieza das almas
- Na prisão quantas palavras obscenas proferidas contra Mim Me haviam de cobrir de confusão:
  • E essa dor aumentava ainda lembrando-Me que semelhantes palavras cairiam um dia de lábios muito amados.
- Na prisão, enquanto aquelas mãos imundas descarregavam pancadas e bofetões sobre Meu Corpo:
  • Eu Me via espancado e esbofeteado pelas almas que Me receberiam sem delicadeza e Me acabrunhariam sob golpes repetidos de pecados habituais e consentidos.
- Depois, quando Me empurraram e Me deixaram cair por terra, atado e sem forças:
  • Vi muitas almas preferirem suas satisfações e acorrentarem-Me por suas ingratidões , repelirem-Me e renovarem Minha dolorosa queda, prolongando Minha solidão.
- Ó almas escolhidas, aproximai-vos de Vosso Esposo na prisão, comtemplai-O durante essa noite de padecimento:
  • E vede-A prolongar-se na solidão de tantos sacrários e na frieza de tantas almas.
Quereis dar-Me prova de vosso amor?
- Quereis dar-Me prova de vosso amor?
  • Deixai-Me vosso coração para que dele faça minha prisão.
  • Atai-Me com as cadeias do vosso amor.
  • Cobri-Me com as vossas delicadezas.
  • Saciai-Me a fome com a vossa generosidade.
  • Dai-Me de beber com o vosso zelo.
  • Consolai a Minha tristeza com a fidelidade de vossa companhia.
  • Tirai-Me esta dolorosa confusão com a vossa pureza e a vossa reta intenção.
- Quereis que Eu repouse em vós?
  • Preparai-Me um leito com vossos atos de mortificação.
  • Sujeitai a vossa imaginação.
  • Acalmai os tumultos de vossas paixões.
- Então, no silêncio de vossa alma, dormirei tranquilo e ouvireis a Minha Voz dizendo suavemente:
v  Ó Esposa Minha, que és agora o Meu Descanso, Eu serei o teu na eternidade.
v  Já que, com desvelo e amor, Me guardaste na prisão do teu coração, Minha recompensa não terá limites e nunca te arrependerás dos sacrifícios que por Mim fizeste durante a tua vida.

- Paremos aqui, Josefa, deixa-Me passar o dia de hoje na prisão de tua alma. Haja nela profundo silêncio para escutares as Minhas Palavras e responderes aos desejos que Eu te confiar.

Almas fieis imitadoras de Meu Coração
- Depois de ter passado a maior parte da noite na prisão úmida, escura e sórdida.
- Depois de ter suportado os ultrajes e os escárnios da criadagem curiosa acerca do que Me sucederia, quando já Meu Corpo estava exausto com tantos tormentos...
- O que Me consumia de amor e avivava em Mim nova sede de dores, era o pensamento de muitas almas que Eu atrairia mais tarde a seguir-Me os passos.
- Eu as via, como fiéis imitadoras de Meu Coração, aprendendo de Mim, não apenas mansidão, paciência e serena aceitação dos sofrimentos e dos desprezos, mas até o amor daqueles que as perseguiriam.
- Vi-as chegarem ao ponto de se sacrificar por eles, como Eu próprio Me sacrificava pela salvação dos que Me maltratavam.
- Vi-as:
  • amparada por Minha Graça,
  • responderem ao apelo Divino,
  • abraçarem o estado de perfeição,
  • mergulharem na solidão,
  • amarrarem-se, elas mesmas nas cadeias do amor,
  • renunciarem a tudo que amavam legitimamente,
  • suportarem com coragem as revoltas da sua própria natureza,
  • deixarem-se julgar,
  • aceitarem desprezos, difamação e mesmo serem tidas por loucas,
  • guardarem, apesar de tudo, seu coração, intimamente unido a seu Deus e Senhor.
- Assim, no meio de ultrajes e tratamentos infames, o Amor Me consumia em desejos de cumprir a Vontade do Pai e Meu coração, estreitamente unido a Ele nas horas de solidão e de dor, oferecia-se para reparar a Sua Glória.

- Também, almas religiosas que permaneceis na prisão escolhida pelo Amor e que, mais de uma vez passais aos olhos das criaturas, por inúteis e quiça prejudiciais... não temais:
  • Nas horas de solidão e dor deixai revoltar-se o mundo contra vós.
  • Una-se vosso coração mais intimamente a Deus, único Objeto de vosso amor.
  • Reparai Sua Glória ultrajada por tantos pecados.
Amanheceu
- Ao amanhecer do dia seguinte, Caifaz ordenou que Me conduzissem a Pilatos a fim de que pronunciasse contra Mim a sentença de morte.
- Pilatos interrogou-Me com sagacidade, com a esperança de descobrir um verdadeiro motivo de condenação, mas, não encontrando nenhum, sentiu logo a consciência perturbada a vista da injustiça que ia cometer. Então, para se desembaraçar de Mim, mandou-Me conduzir a Herodes.

Alma de Pilatos
- Pilatos é o tipo das almas que, balouçadas entre os impulsos da Graça e os das paixões, se deixam dominar pelo respeito humano e pelo amor excessivo de si mesma.
- Encontram-se diante de tentação ou de ocasião perigosa? Tornam-se voluntariamente cegas e raciocinam até ficarem persuadidas de que não há nisso mal nem perigo algum... que elas tem juízo bastante para decidir, e não precisam de conselho... receiam parecer ridículas aos olhos do mundo... faltam de energia para vencerem a si próprias e, passando ao lado da graça, caem de uma ocasião em outra e acabam como Pilatos, entregando-Me a Herodes.
- Quando é uma alma religiosa, não haverá talvez ocasião para ofensa grave.
- Mas, para resistir, seria preciso aceitar uma humilhação, suportar uma contrariedade.
- E se, longe de obedecer ao movimento da graça e de descobrir lealmente sua tentação, a alma consultar sua própria razão e se convencer de que não há motivo para afastar tal perigo ou recusar tal satisfação, cairá brevemente em perigo maior.
- Como Pilatos, cegará seus próprios olhos, perderá a coragem para agir com retidão e, pouco a pouco, senão rapidamente, também ela Me entregará a Herodes.

Meu Reino não é deste mundo (João 18,36)
- A todas as perguntas de Pilatos nada respondi, mas quando Me disse:
“És tu o Rei dos Judeus?”
- Então com gravidade e na plenitude de Minha responsabilidade, respondi:
“Tu o disseste, Sou Rei, mas Meu Reino não é deste mundo”
- Assim deve a alma responder com energia e generosidade, quando se apresentar ocasião de vencer o respeito humano, de aceitar algum sofrimento ou humilhação aos quais lhe seria fácil escapar.
- “Não, Meu Reino não é deste mundo” eis porque não procuro o favor dos homens.
- Vou para a minha verdadeira pátria onde me espera repouso e felicidade.
- Aqui na terra não devo fazer caso da opinião do mundo mas cumprir fielmente o meu dever.
- Se para isso precisar atravessar humilhação e sofrimento, não recuarei; escutarei a Voz da Graça.
- Se não for capaz de o conseguir sozinha, buscarei socorro e pedirei conselho, pois bem sei que o amor próprio e a paixão tentam cegar a alma para enveredá-la pelo mau caminho.
- Pilatos, pois, dominado pelo respeito humano e o receio de arcar com tamanha responsabilidade, ordenou que Me levassem a Herodes.
- Era este um homem perverso que só procurava satisfazer suas paixões desordenadas.
- Regozijou-se vendo-Me comparecer a seu tribunal, esperando divertir-se com Minhas Palavras e Meus Milagres.

“Para os puros, todas as coisas são puras;
mas para os impuros e descrentes; nada é puro:
tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas” Tito 1, 15
- Considerai, almas queridas, a repulsão que experimentei na presença daquele homem viciado e cujas perguntas, gestos e movimentos Me cobriram de confusão.
- Almas puras e virginais, vinde cercar vosso Esposo.
- Escutai os falsos testemunhos que se levantam contra Mim.
- Vede a implacável sede dessa multidão ávida de escândalos e da qual Me tornara joguete.

Quando Deus se cala
- Herodes espera que Eu responda as suas perguntas sarcásticas para Me justificar e Me defender; mas Meus Lábios não se abrem e guardo diante dele o mais profundo silêncio.
- Este silêncio era a maior prova que lhe podia dar da Minha dignidade.
- As suas palavras obscenas não mereciam cruzar-se com as Minhas puríssimas.

União intima do Coração de Jesus com o Pai eterno, eu me uno a Vós
- Durante esse tempo Meu Coração estava intimamente unido a Meu Pai Celeste.
- Consumia-Me em desejo de dar, pelas almas, que tanto amo, o Meu Sangue até a última gota.
- O pensamento de todas as almas, que um dia Me seguiriam, conquistadas pelos Meus exemplos e pela Minha liberalidade, inflamava-Me em amor.
- E não só regozijava-Me durante aquele terrível interrogatório mas desejava ao suplicio da Cruz.
- Depois de ter suportado as piores ignominias no mais perfeito silêncio, deixei que Me tratassem como louco e, coberto com veste branca sinal de zombaria e irrisão, por entre gritos da multidão, fui levado novamente ao tribunal de Pilatos.
- Vê como esse homem está aturdido e apavorado.
- Não sabe que fazer de Mim e para ver se acalma a sede daquele povo que pede a Minha morte, ordena que Me flagelem.

Discernir entre ‘ser tentado’ e ‘consentir’ na tentação CIC 2847
- Assim faz a alma que não tem coragem e generosidade para romper energicamente com as exigências do mundo, da sua natureza ou das suas paixões.
- Em vez de afrontar a tentação e cortar pela raiz, como lhe pede a consciência, o que ela sabe que não vem do espírito bom:
  • Ora cede a um pequeno capricho.
  • Ora concede a si mesma alguma leve satisfação.
  • Se tenta vencer-se num ponto, capitula diante de outro que lhe custaria maior esforço.
  • Se mortifica alguns desejos, hesita em muitos outros em que deveria, para ser fiel a Graça ou obedecer a regra privar-se de muita coisa que alimenta a sensualidade e agrada a natureza.
  • Concede a si mesma a metade de um capricho, a metade do que exige a paixão, e pacifica assim o remorso da consciência.
Paixão não mortificada
- Tratar-se-á por exemplo, de divulgar uma falta que ela crê descobrir no próximo?
- Não é nem caridade fraterna, nem desejo do bem, mas uma paixão oculta, um secreto movimento de inveja que lhe inspiram essa ideia.
- A Graça e a consciência lançam então dentro dela um grito de alarme e a previnem do espírito que a guia e da injustiça que vai cometer.
- Haverá, de certo, na alma, um primeiro instante de luta, mas a paixão que ela não mortificou priva-a brevemente de luz e de coragem para repelir a ideia diabólica.
- Então inventa um meio para só calar uma parte do que sabe, mas não tudo; e ela se desculpa diante de si mesma:
“É preciso que se saiba... só direi uma palavra...”
- Assim é que Me abandonas, como Pilatos para ser flagelado.
- Dentro em pouco, essa paixão te obrigará a terminar sua obra.
- Não penses acalmar assim tua sede.
- Hoje deste um passo, amanhã irás mais longe.
- E, tendo cedido numa pequena ocasião, com quanto mais razão cederá diante de grave tentação.

A Flagelação
- E agora, contemplai, almas caríssimas a Meu Coração, como Me deixei conduzir com mansidão de cordeiro, ao terrível suplicio da flagelação.
- Sobre Meu Corpo, moído de pancadas e alquebrado de cansaço, os verdugos descarregam cruelmente açoites e chicotes.
- Todos os Meus ossos são abalados com a mais terrível dor, feridas sem conta Me estraçalham.
- De Minha Carne Divina lá se vão pedaços arrancados pelos açoites.
- O Sangue jorra de todos os Meus Membros e em breve fico reduzido a tão lastimável estado que não tenho mais aparência de homem.
- Ah, como podeis contemplar-Me neste oceano de amargura sem que vosso coração se compadeça de Mim?
Não pertence aos algozes consolar-Me,
mas a vós, almas escolhidas, para aliviar a Minha Dor.
- Contemplai as Minhas feridas e vede se tem quem tenha sofrido tanto para vos provar seu amor.

O instrumento contempla Jesus Flagelado
- E, dirigindo-se a Josefa, Jesus continua:
“Contempla-Me nesse estado de ignominia”
- Jesus se cala e ela ergue os olhos para o Mestre.
- Ali está, diante dela, naquele lamentável estado em que o pusera a flagelação, Ele a mantém longo tempo diante da dolorosa contemplação como que para lhe imprimir para sempre na alma.
  • “Dize-Me se Minhas Feridas não te darão força para te venceres e resistires a tentação”
  • Dize-Me se não te encontrarás generosidade para te sacrificares e te entregares totalmente a Minha Vontade”
  • “Sim, olha para Mim e deixa-te guiar pela graça e pelo desejo de Me consolares neste estado de vitima.”
  • “Não temas. Teu sofrimento jamais igualará ao Meu e Minha Graça te assistirá em tudo o que Eu te pedir.”
  • “Adeus. Conserva-Me assim em teus olhos.”
Os efeitos da Mensagem de Amor e da contemplação
- Então o Senhor desaparece. Josefa continua imóvel, com os olhos fechados e uma indizível emoção gravada no rosto.
- Envolve-a impressionante silêncio.
- Pouco a pouco volta a si... não pode falar... com a mão trêmula, escreve:
- Mostrou-se no estado em que O deixaram depois da Flagelação, e esta visão me encheu de tanta compaixão que me parece que ora em diante terei coragem para sofrer o que for até o fim de minha vida.
- Dor nenhuma chegará perto sequer da Sua Dor.
- O que mais me impressionou foram Seus Olhos que são habitualmente tão belos e cujo Olhar tanto me fala a alma... hoje, estavam fechados, muito inchados e ensanguentados, principalmente o Olho direito.
- Os Cabelos cheios de Sangue caiam-lhe sobre o Rosto, sobre os Olhos e sobre a Boca.
- Estava em Pé mas curvado e atado a alguma coisa, mas eu não via senão a Ele.
- Suas Mãos estavam amarradas uma a outra, a altura da cintura e cobertas de Sangue.
- Seu Corpo sulcado de feridas e manchas roxas com as veias dos braços inchadas e quase pretas.
- Do Ombro esquerdo pendia um pedaço de Carne s destacar-se e também de várias outras partes do Corpo.
- As Vestes estavam a Seus Pés rubras de Sangue.
- Uma corda muito apertada segurava a altura da Cintura um pedaço de pano Ensanguentado que não se lhe podia ver a cor.
- Não posso dizer em que estado O vi... não sei exprimi-lo.

17.março.1923 (397-409)
“Apelo ao Amor” A mensagem do Coração de Jesus ao Mundo e Sua Mensageira Irmã Josefa Menéndez da Sociedade do Sagrado Coração.

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quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Jesus abandonado


- Meus Apóstolos Me abandonaram.
- Só Pedro, levado pela curiosidade, se disfarçou no meio dos criados.
- Em volta de Mim, apenas falsas testemunhas que acumulavam mentiras sobre mentiras para atiçar a raiva dos juízes iníquos.
- Os mesmos lábios que outrora tanto aclamaram meus milagres, tornam-se hoje meus acusadores.
- Chamam-Me perturbador, profanador do sábado, falso profeta, e a soldadesca excitada por essas calúnias profere contra Mim gritos e ameaças.
- Aqui farei ouvir um apelo aos Meus Apóstolos de então, as Minhas almas escolhidas de hoje.

- Onde estáveis, Apóstolos e discípulos, testemunhas de Minha Vida, dos Meus Ensinamentos, dos Meus Milagres?
- Ai de todos aqueles que Me deviam alguma prova de amor, nenhum ali está para Me defender.
- Estou só, acusado dos mais abomináveis crimes, cercado de soldados que, como lobos vorazes, querem devorar-Me.
- Todos Me maltratam, um Me bate na face, outro cospe em Mim a sua saliva imunda, aquele outro expõe-Me ao escárnio.

- E enquanto Meu Coração se oferece a todos estes suplícios para livrar as almas da escravidão do pecado...
... Pedro constituído por Mim, Chefe da Igreja,
... Pedro, que poucas horas antes prometera seguir-Me até a morte,
... Pedro que tem ocasião de dar testemunho de Mim, responde a uma simples pergunta com uma negação.
- E como a pergunta é repetida e o temor se apodera cada vez mais dele, jura que nunca Me conheceu e que jamais fôra Meu Discípulo.
- Ah, Pedro, juras que não conheces teu Mestre! E não só juras, mas pela terceira vez O renégas com horríveis imprecações.

Almas escolhidas
- Almas escolhidas, medite quão dolorosa é para Meu Coração que arde e se consome de Amor ver-se renegado pelos Seus?
- Quando o mundo se revolta contra Mim e que tantas almas Me desprezam, Me maltratam e procuram matar-Me e que, voltando-Se para os Seus Meu Coração só encontra isolamento e abandono...
Que tristeza e que amargura.

Recorrei a Mim
- A vós, como a Pedro, Ei direi:
- Esquecestes as provas de Amor que vos tenho dado?
- Os laços que vos prendem a Mim?
- As promessas com que tantas vezes protestáveis fidelidade em defender-Me até a morte?
- Se sois fracas e receais ceder ao respeito humano, vinde pedir-Me força para vencer.
- Não vos apoieis sobre vós mesmas, mas recorrei a Mim com confiança e Eu vos sustentarei.

Fugi das ocasiões de pecado
- Se viveis no meio do mundo, cercadas de perigos e ocasiões de pecado, não vos exponhais voluntariamente ao perigo.
- Teria Pedro sucumbido se, resistindo corajosamente, não tivesse cedido a vã curiosidade?
- E vós que trabalhais na Minha Seara ou na Minha Vinha, se, em alguma ocasião vos sentirdes arrastados a ação por uma satisfação humana: fugi.

Trabalhai em comunhão com a Igreja
- Mas se trabalhais puramente por obediência, para Minha Glória e a Salvação das Almas, nada temais:
  • Eu vos defenderei e vós passareis vitoriosamente através do perigo.

Procurai e pensai nas coisas do alto (Colossenses 3)
- Enquanto os soldados Me conduziam a prisão, avistei Pedro no meio dos criados e Meus Olhos fitaram-no; ele olhou para Mim e chorou amargamente seu pecado.
- É assim que fixo Meus Olhos sobre a alma culpada.
- Mas ela? Olhará para Mim? E os nossos olhares se encontrarão sempre?
- Ai, quantas vezes o Meu em vão procura o dela.
- A alma não Me vê, está cega.
- Insisto  com doçura, ela não Me ouve.
- Chamo-a pelo nome, não Me responde.
- Tento acorda-la com alguma tribulação, ela não desperta do seu sono.

Sem fé a razão falha
- Almas que amo, se não olhardes mais para o céu, sereis nesta terra como entes privados de razão.
- Levantai a cabeça para o vosso fim, para a Pátria que vos espera.
- Procurai a Vosso Deus e O encontrareis sempre com os Olhos fixos sobre vós; e no Seu Olhar, Paz e Vida.

16.março.1923 (390-396)
“Apelo ao Amor” A mensagem do Coração de Jesus ao Mundo e Sua Mensageira Irmã Josefa Menéndez da Sociedade do Sagrado Coração.

sábado, 9 de setembro de 2017

Getsêmani e seus ensinamentos


- Vamos ao Getsêmani e enche tua alma com os sentimentos de tristeza e amargura que inundaram a Minha.

Aprendei de Mim (Mateus 11,28)
- Depois de ter pregado as multidões, curado doentes, restituído vista aos cegos, ressuscitado mortos...
- Depois de ter vivido três anos no meio de meus Apóstolos para forma-los e ensinar-lhes Minha Doutrina...
- Acabei finalmente por lhes mostrar com Meu exemplo, a se amarem e a se suportarem mutuamente, a praticarem caridade uns para com os outros, lavando-lhes os pés e tornando-Me seu alimento.

Entrega e Sacrifício
- Era chegada a hora em que o Filho de Deus feito homem, Redentor do gênero humano, ia derramar o Sangue e dar a Vida pelo mundo.
- Foi então que quis pôr-Me em oração e entregar-Me a Vontade de Meu Pai.
- Almas caríssimas, Aprendei de Mim, Vosso Modelo, que a única coisa necessária, quaisquer que sejam as revoltas da natureza, é entregar-vos e sacrificar-vos humildemente com um ato supremo da vontade, ao cumprimento da Vontade de Deus, seja em que circunstância for.

Oração antes da ação
- Aprendei de Mim que toda ação importante deve ser precedida de oração e por ela vivificada, pois é na oração que a alma alcança fortaleza para as horas difíceis.
- É pela oração que Deus se comunica, aconselha e inspira, mesmo sem que a alma o sinta.
- Retirei-Me ao Jardim de Getsêmani, isto é, a solidão.
- Assim a alma há de procurar a seu Deus, longe de tudo, dentro de si mesma.
- Para O encontrar há de impor silencio a todas as agitações da natureza, tantas vezes em luta contra a graça.
- Há de fazer calar os raciocínios do amor próprio ou da sensualidade, que procuram abafar as inspirações da graça e se opõem ao encontro de Deus.

- Tomei comigo Três dos meus Discípulos para ensinar que as Três Potências da Alma devem acompanhar-vos na oração:
  • Recorde-vos a Vossa Memória as Perfeições e os Benefícios de Vosso Deus, Sua Misericórdia, Seu Amor, Seu Poder, Sua Bondade.
  • O Vosso Entendimento procure os meios de corresponder a tantas graças maravilhosas que multiplicou para vós.
  • A Vossa Vontade fortaleça-se com o desejo de fazer mais e melhor por Ele... de trabalhar pela salvação das almas, quer no labor apostólico, quer no silencio e na oração de uma vida humilde e oculta.
- Submetei a Vossa Vontade a Vontade de Deus... Adorai Seus Desígnios para convosco, sejam quais forem... e todo o vosso ser se prostre como convém a criatura diante do Criador.
- Foi assim que Eu Me ofereci para realizar a Obra da Redenção do mundo.

Agonia sem morte (Lucas 22,44)
- No mesmo instante vi cair sobre Mim todos os tormentos da Minha Paixão, as calunias e os insultos, os açoites e a coroa de espinhos, a sede, a cruz.
- Todas estas dores se acumularam diante de Meus olhos e ao mesmo tempo a multidão de ofensas, de pecados e de crimes que se cometeriam no decurso dos séculos.
- Não somente Os vi, mas senti-Me revestido de todos esses horrores.
- E sob este fardo de ignomínias, apresentei-Me a Meu Pai Santíssimo para implorar Misericórdia.
- Então senti precipitar-se sobre Mim a cólera de um Deus ofendido e irritado e ofereci-Me como fiador. Eu, Seu Filho, para aplacar Sua ira e satisfazer a Sua Justiça.
- Mas, sob o peso de tantos crimes, experimentei na Minha natureza humana tal angústia e tão mortal agonia que todo o Meu corpo ficou coberto com um suor de Sangue.
- Oh! Pecadores, que Me fazeis sofrer assim. Dar-vos-á este Sangue salvação e vida? Ou ficará perdido para vós?
- Como exprimir Minha dor, pensando neste suor, nestas angústias, nesta agonia, neste Sangue, inúteis para tantas e tantas almas.
  
Consolar e ser consolado
- Venho revelar-te os sentimentos de Meu Coração, mas também repousar-Me no meio de vós.
- Ah, que alegria Me dão as almas que sabem receber-Me com júbilo... porque as visito ora para consolá-las, ora para nelas procurar consolo. Mas elas nem sempre Me reconhecem, mormente quando tem que sofrer.
“Quando sofres, é Meu consolo e Meu repouso.
Quando repousas, Sou Eu que te guardo” (182)

Desperta, tu que dormes (Efésios 5,14)
- Aproxima-Te de Mim e quando Me vires submerso num oceano de tristeza, vem comigo procurar os três discípulos que deixei a alguma distância.
- Tinha-os escolhido para repousar ao pé deles, associando-os a Minha prece e a Minha Angústia.
- Como dizer o que sofreu o Meu Coração quando, indo procurá-los os encontrei adormecidos?  Que mágoa para quem ama, ver-se só e sem poder confiar nos seus.
- Quantas vezes Meu Coração sofre com esta dor, e quantas vezes procurando alívio junto de suas Almas escolhidas, as encontra adormecidas.
- Em vão tento despertá-las, arrancá-las a si mesmas e as preocupações pessoais, aos entretenimentos inúteis e frívolos. Muitíssimas vezes respondem-Me, com atos, se não com palavras:
  • Agora não posso, tenho muito que fazer, estou muito cansada, preciso de um pouco de sossego.
- Então, insistindo suavemente, digo a essa alma:
  • Vem um momento, vem orar comigo, agora é que tenho necessidade de ti, não receies sacrificar esse descanso por Mim, pois serei Eu tua recompensa.
- Recebo a mesma resposta.
- Pobre alma adormecida, que não pode velar uma hora comigo.
  
É vão o socorro humano (Salmo 107, 13)
- Aprendei de Mim, almas queridas, como é inútil e vão procurar alívio junto das criaturas.
- Ao pé delas, muitas vezes não encontrareis senão acréscimo de sofrimento, pois estão dormindo e não respondem nem a vossa expectativa, nem ao vosso amor.

Meu Pai
- Voltando depois a Minha oração, prostei-Me de novo, adorei o Pai e implorei-Lhe socorro.
- Não Lhe disse: “Meu Deus” mas “Meu Pai”.
- Quando o vosso coração sofre mais, deveis também chamar a Deus Vosso Pai.
- Suplicai-Lhe que vos ajude, expondo-Lhe os vossos sofrimentos, os vossos temores, os vossos desejos, e, com os gemidos da vossa dor, recordai-Lhe que sois sua filha, seu filho.
- Dizei-Lhe:
  • que vosso corpo está extenuado,
  • que vosso coração está opresso até a morte,
  • que vossa alma parece experimentar o suor de sangue.
- Orai com confiança de filha e esperai tudo dAquele que É Vosso Pai.
- Ele próprio vos consolará e vos dará a força necessária para atravessar a tribulação ou o sofrimento, seja este vosso ou das almas que vos são confiadas.
- Minha alma, triste e desamparada ia sofrer angústia ainda mais mortal, pois sob o peso das iniquidades dos homens e em troca de tanto padecimento e de tanto amor só via Eu ultrajes e ingratidões.

Sangue Divino! Méritos infinitos!
- O Sangue que escorria por todos os Meus poros e que daí a pouco havia de jorrar de todas as minhas feridas seria inútil para muitíssimas almas, muitas se perderiam, outras, em maior número, Me ofenderiam, e grandes multidões nem sequer Me conheceriam.
- Eu derramaria Meu Sangue por todas e Meus Méritos seriam oferecidos a cada uma; Sangue Divino! Méritos infinitos! Inúteis entretanto para tantas e tantas almas.
- Sim, por todas derramaria Meu Sangue e todas seriam amadas com grande Amor:
·         Mas para algumas quanto seria mais terno, mais delicado, mais ardente este Amor. Dessas almas escolhidas esperava Eu mais consolo e amor, mais generosidade e abnegação; em uma palavra, mais correspondência as Minhas Bondades.
·         Mas ai! Quantas vi, naquele momento, desviarem-se de Mim; fecharem umas os ouvidos a Minha voz; outras ouvirem-na sem a seguirem; outras, corresponderem por algum tempo, com certa generosidade mesmo, ao Apêlo de Meu Coração, depois adormecerem pouco a pouco, e um dia chegarem a dizer-Me por sua obras:
o   Já trabalhei bastante, fui fiel aos pormenores de minhas obrigações, dominei minha natureza, vivi na abnegação; agora preciso de um pouco mais de liberdade, já não sou criança. Tantas privações, tanta vigilância, não são mais necessárias, bem posso largar tal coisa que me incomoda, etc...
- Pobre alma! Começas a adormecer?
- Dentro em pouco voltarei e, no teu sono, não me ouvirás.
- Virei oferecer-Te Minha Graça e não a receberás.
- Terás algum dia força para despertar?
- Não é para temer que, tendo ficado por longo tempo sem alimento, te enfraqueças e não possas mais sair de tua letargia.
- Almas que amo, sabei que muitos foram surpreendidos pela morte no meio de profundo sono.
- Onde e como acordaram?
- Tudo isso estava diante de Meus olhos e de Meu Coração.
- Que fazer?
- Recusar?
- Pedir ao Pai que Me livrasse dessa angústia?
- Representar-Lhe a inutilidade de Meu Sacrifício para tantas almas?
- Não!
- Submeti-Me novamente a Sua Vontade Santíssima, aceitei o Cálice para esgotá-lo até as fezes.
  
Não recuse o sofrimento
- Assim procedi para ensinar-Vos a não recuar diante do sofrimento.
- Nunca julgueis inútil, mesmo se não virdes o seu resultado:
  • Submetei o vosso juízo e deixai que a Vontade Divina opere e se cumpra em vós.
- Eu não quis recuar nem fugir, e, sabendo que ali naquele Jardim viriam prender-Me os inimigos. De lá não arredei o pé.

Os traidores
- Depois de ter sido reconfortado pelo Enviado de Meu Pai (Lucas 22,43), vi que se aproximava Judas, um dos Meus Doze Apóstolos e atrás dele vinham os que haviam de apoderar-se de Mim.
- Estavam armados com bordões e pedras, traziam correntes e cordas para Me prender e amarrar.
- Levantei-Me e indo-lhes ao encontro, disse-lhes: “A quem procurais?”
- Então Judas, pondo as mãos sobre os Meus ombros, beijou-Me!
- Ah! Judas, que fazes e que significa este ósculo?
- A quantas almas não posso Eu dizer também. Que fazeis? Por que Me atraiçoais com um ósculo?

Reuniões perigosas
- Alma que amo, que acabas de Me receber, que Me repetes os protestos do teu amor; mal sais da Minha presença, logo Me entregas aos Meus inimigos?
- Bem sabes que nessa reunião que te atrai, há conversas que Me ferem e tu, que Me recebeste pela manhã e Me receberás talvez no dia seguinte, perdes ali a brancura preciosa de Minha Graça.

Negócios ilícitos
- Porque levas adiante esse negócio que te enegrece as mãos? Direi a outra.
- Não sabes que não é licito o modo por que adquires essa fortuna, como te elevas a essa posição e como procuras esse bem estar?
- Tu Me recebes e Me beijas como Judas, depois, dai a alguns instantes, ou quando muito, daí a algumas horas, és tu mesmo que dás sinal aos Meus inimigos para que me reconheçam e se apoderem de Mim.
  
Amizade perigosa
- Também Me dirijo a ti, alma Cristã, que Me atraiçoas com essa amizade perigosa.
- Não só Me acorrentas e Me lapidas, mas és causa de que outra Me atraiçoe também.
- Por que Me entregas assim? Tu que Me conheces e que mais de uma vez te tens gloriado da tua piedade e da tua caridade?
- Sem dúvida, poderias recolher com elas grande mérito mas na realidade, que são senão véu que encobre tua malícia?

Almas escolhidas
- Amigo, por que vieste?
- Judas! Com um beijo traiste o Filho de Deus, Teu Mestre e Teu Senhor. Aquele que te ama e está pronto a te perdoar ainda... tu, um dos Meus Doze... um dos que se sentaram a Minha Mesa e aos quais lavei Eu próprio os pés.
- Quantas vezes posso e devo falar assim as almas mais caras a Meu Coração.
- Alma querida! Porque te deixas arrastar por esta paixão?
- Porque lhe deixas campo livre?
- Não está sempre em teu poder te livrares dela, mas só te peço combate-la, lutar e resistir-lhe.
- Que são os prazeres momentâneos? Senão os trinta dinheiros por que Judas Me vendeu e que só serviram para perdição?
- Quantas almas Me te vendido e Me venderão ainda pelo preço vil de um deleite passageiro.
- Ah! Pobres almas. A quem procurais?
- A Mim? A este Jesus que conheceis e que amáveis?

Vigiai e orai (Mateus 26,41)
- Sim, trabalhai sem descanso a fim de que vossos defeitos e vossas más inclinações não cheguem a se transformar em hábitos.
- A erva dos campos dever ser ceifada todos os anos e, até mesmo, em cada estação.
- É preciso lavrar a terra para fortifica-la e arrancar incessantemente as ervas daninhas.
- Do mesmo modo, a alma deve vigiar e endireitar com cuidado as suas tendências defeituosas.
- Nem sempre é uma falta grave que abre caminho a desordens piores.
- O ponto de partida das maiores quedas é frequentemente pouca coisa:
  • Um pequeno gozo;
  • Um momento de fraqueza;
  • Um consentimento, talvez licito, mas pouco mortificado;
  • Um prazer legitimo em si, mas que não convém.
- Tudo isso aumentando e multiplicando-se, a alma vai caindo na cegueira, a graça tem menos preponderância, a paixão se fortifica e afinal triunfa.
- Ah! Como é triste para o Coração de Deus, cujo Amor é infinito, ver tantas almas aproximarem-se insensivelmente no abismo.

Balança do Amor
- Toma a Cruz e nada temas.
- Nunca ultrapassará tuas forças, pois Eu a medi e a pesei na Balança do Amor.
- Ah! Sabes quanto te amo e quanto amo as almas. É por elas que Me sirvo de ti, pois embora sejas muito pequena e pouco valhas, utilizo tua pequenez conservando-te unida a Meus Méritos e a Meu Coração.
- Fica com Minha Cruz e sofre pelas almas e por amor de Mim.

Pecado, arma contra Deus
- Como as almas que Me ofendem gravemente, Me entregam aos inimigos a fim de que Me levem a morte, ou antes, são elas que se tornam inimigas e a arma de que se servem contra Mim é o pecado.

Almas de eleição
- Não se trata porém sempre de grandes quedas.
- Há também almas, e almas de eleição que Me atraiçoam por:
·         suas faltas habituais,
·         suas más inclinações não combatidas,
·         suas condescendências com a natureza imortificada,
·         suas faltas de caridade, de obediência, de silêncio, etc...
- E se Meu Coração sofre com os pecados e a ingratidão do mundo, quanto mais, se são ofensas vindas de almas muito amadas.
- Se o beijo de Judas Me causou tanta dor, foi justamente por ser dos Meus Doze e que dele, como dos outros, esperava Eu mais amor, mais consolo, mais delicadeza.
- Ó vós, que escolhi para lugar de Meu repouso e Jardim das Minhas Delicias, de vós também espero muito mais amor, ternura, delicadeza, que de outras que não Me são tão intimamente unidas.
- Sêde o bálsamo que cicatriza as Minhas feridas, enxugai Minha Face manchada e desfigurada.
- Ajudai-Me a esclarecer as almas cegas que, na escuridão da noite, Me prendem e Me amarram para Me conduzirem a morte.

Sou Eu, aquele que te ama
- Não Me deixeis só.
- Acordai e vinde, porque se aproximam os Meus inimigos.
- Quando os soldados avançaram para Me prender, disse-lhes:
  • Sou Eu! É a palavra que repito a alma que se acerca do perigo e da tentação; Sou Eu sim, Sou Eu! Tu vens para Me trair e Me entregar.
- Não importa!
- Vem, Sou Teu Pai e se quiseres, ainda estás a tempo:
  • Perdoar-te-ei; e ao invés de Me amarrares tu, com teus pecados; Eu é que te prenderei com os laços do Meu Amor.
- Vem, Sou Aquele que te ama. Aquele que derramou todo o Sangue por ti.
- Tenho compaixão de tua fraqueza e espero-te, com desejo ardente de te acolher em Meus Braços.
- Vem, alma Minha Esposa, Meu Sacerdote, Sou a Misericórdia infinita.
- Não te hei de castigar, não te hei de repelir, mas abrir-te-ei Meu Coração e Te amarei com mais ternura ainda.
- Lavarei tuas manchas no Sangue de Minhas Chagas.
- Tua beleza recobrada causará admiração ao céu e Meu Coração repousará em ti.

Apelo as almas
- Ah! Que tristeza, quando, depois de um apelo destes a almas cegas e ingratas, elas Me ligam e Me conduzem a morte.
- Depois de Me ter dado o beijo da traição, Judas saiu do Jardim e compreendendo o alcance de seu crime, caiu em desespero.
- Quem poderá calcular a Minha Dor quando vi Meu Apostolo correr para a perdição eterna?
- Entretanto soara a hora e, dando inteira liberdade aos soldados, entreguei-Me com docilidade de cordeiro.
- Arrastaram-Me logo a casa de Caifaz onde fui recebido com zombarias e insultos, onde um dos criados Me deu a primeira bofetada.
- A primeira bofetada.
- Compreende isto bem: Acaso Me fez sofrer mais que os golpes da flagelação? Não, mas nesta primeira bofetada, Eu vi o primeiro pecado mortal de tantas almas que tinham, vivido até então na Minha Graça.
- E depois do primeiro, quantos outros, e quantas almas arrastadas pelo exemplo ao mesmo perigo.
- Talvez a mesma desgraça: a desgraça de morrer em pecado.

“Apelo ao Amor” A mensagem do Coração de Jesus ao Mundo e Sua Mensageira Irmã Josefa Menéndez da Sociedade do Sagrado Coração 12 a 15.março.1923. (378)

Veja também: 

domingo, 27 de agosto de 2017

Reparar os pecados desta hora

Reparar os pecados desta hora
- Ó Deus infinitamente Santo!
- Pai Infinitamente Misericordioso, eu vos adoro!
- Desejo reparar todos os ultrajes que recebeis dos pecadores:
·         em todos os lugares da terra,
·         em todos os momentos do dia e da noite.
·         Mas, sobretudo, ó Meu Pai, quisera reparar as ofensas e pecados que se cometem nesta hora.
- Para isso, Vos apresento todos os Atos de Adoração e Reparação das almas que vos amam e sobretudo o Holocausto Contínuo do Vosso Divino Filho, Imolando-Se sobre o altar em todos os recantos da terra e em cada instante desta hora.
- Ó Pai Terno e Compassivo!
- Recebei este Sangue Divino e Puríssimo em reparação de todos os ultrajes que Vos fazem os homens, e por Ele, perdoai-Lhes os pecados e usai para com eles de misericórdia.
Amém.
Apelo ao Amor pg 356 / Mensagem do Coração de Jesus ao Mundo e sua mensageira Irmã Josefa Menendez

domingo, 6 de agosto de 2017

Oremos pelos Cristãos perseguidos


- Além da informação real e imediata da situação nesses locais de conflito e guerra, bem como toda a ação e reação às necessidades do povo por meio de centenar de projetos, a ACN, com o apoio da CNBB, convida você e sua comunidade a rezar! 
- Frei Hans, presidente da ACN Brasil, escreveu uma nova carta aos párocos do Brasil pedindo comunhão à causa.
- Neste 6 de Agosto, domingo da transfiguração de Nosso Senhor Jesus Cristo, convidamos a participação das paróquias (sugerimos como intenção na Oração dos Fiéis); aos grupos, pastorais e famílias sugerimos a oração do Terço, um momento de Adoração, ou mesmo a oração pessoal, nas intenções de toda pessoa que sofre por viver sua fé.

terça-feira, 11 de julho de 2017

Chagas de Jesus

Olhe Minhas chagas: adore-as, beije-as.
- Não foram as almas que as fizeram, foi o Amor.
- Sabes que Me enterrou esta coroa? O Amor.
- Sabes que Me abriu o Coração? O Amor.
Jesus a Santa Josefa

sábado, 29 de abril de 2017

Jesus as Almas Consagradas


Apelo de Jesus as Almas consagradas
- Quero dirigir-Me agora as minhas Almas consagradas, a fim de que possam dar-Me a conhecer aos pecadores e ao mundo inteiro.
- Dirijo-me também as Almas comuns.
- Muitas dessas almas ainda não sabem aprofundar os Meus sentimentos.
- Tratam-Me como alguém de quem vivem afastadas, como alguém que conhecem pouco e em quem não depositam bastante confiança.
- Quero que reanime a sua fé e o seu amor, e vivam de confiança e de intimidade com Aquele a quem amam e que as ama.

- Numa família, em geral é o filho mais velho quem melhor conhece os sentimentos e os segredos de seu pai. É nele, com efeito, que o pai confia mais completamente, visto como os mais novos ainda não são capazes de se interessar pelos negócios sérios, nem ver mais do que a superfície das coisas. Por isso é ao mais velho que compete transmitir aos seus irmãos mais novos os desejos e as vontades do pai, quando este vem a morrer.

- Na Minha Igreja, Eu tenho filhos mais velhos: são almas que escolhi para Mim. Consagradas pelo Sacerdócio ou pelos Votos religiosos, são elas que vivem mais perto de Mim, que participam das Minhas graças de eleição e a quem Eu confio os Meus segredos, Meus desejos e Meus sofrimentos, também! São elas que Eu encarrego, por meio do Santo Ministério, de velar pelos meus filhinhos, seus irmãos, e, direta ou indiretamente, de os instruir, de os guiar e de lhes transmitir os Meus desejos.

- Se estas almas escolhidas Me conhecem bem, facilmente poderão tornar-Me conhecido, e se Me amam me farão amar.
- Mas, que hão elas de ensinar aos outros, se pouco Me conhecem?
- Pode amar-se muito Aquele que se conhece mal?
- Falar com verdadeira intimidade Aquele de quem vivemos afastados?
- Que temos pouca confiança?

- Eis precisamente o que quero recordar as Minhas Almas de eleição.
- Não lhes digo nada de novo, mas tem ela necessidade de reanimar a sua fé, o seu amor e a sua confiança.
- Quero que elas me tratem com maior intimidade, que Me procurem dentro de si mesmas, pois sabem que a alma em estado de graça é morada do Espírito Santo. E, ali devem ver-Me tal como sou, isto é, como Deus de amor.
- Tenham mais amor que temor, creiam que Eu as amo e nunca o esqueçam. Muitas com efeito, sabem perfeitamente que Eu as escolhi porque as amei. Mas quando as suas misérias, talvez mesmo as suas faltas, as confundem, então a tristeza as invade, porque pensam que o Meu Amor já não é o mesmo que foi antes.

- Essas almas não Me conhecem.
- Essas almas não compreendem o que o Meu Coração Divino é.
- São precisamente as suas misérias e as suas faltas que inclinam a Minha Bondade para elas.
- E, quando, reconhecendo a sua impotência e a sua fraqueza, se humilham e vem a Mim com toda a confiança, é então que Me glorificam muito mais do que antes de haverem caído.
- O mesmo acontece quando oram por si mesmas ou pelos outros:
- Se hesitam e duvidam de Mim, não honram o Meu Coração; mas quando esperam com certeza o que Me pedem, sabendo que não lhes posso recusar senão o que não convém ao bem estar de sua alma, então glorificam ao Meu coração.
- Quando o Centurião veio suplicar-Me a cura de seu servo, disse-Me com profunda humildade:
  • “Não sou digno de que entreis na minha morada...”
- Mas cheio de fé e de confiança, acrescentou:
  • “Todavia, Senhor, dizei uma só palavra e o meu servo será curado.”
- Este homem conhecia Meu coração.
- Sabia que não posso resistir a suplica duma alma que espera tudo de Mim.
- Este homem deu-Me grande glória, porque a humilhação juntou firme e inteira confiança.
- Sim, este homem conhecia Meu Coração.
- E, no entanto, Eu não Me tinha manifestado a ele como Me manifesto as minhas almas escolhidas.
- Pela confiança é que alcançarão copiosíssimas graças, não somente para si mesmas mas também para os outros.
- É o que Eu quero que compreendam a fundo, porque desejo que revelem o Meu Coração as pobres almas que não Me conhecem.

- Torno a repetir: o que estou dizendo agora nada é de novo. Mas assim como a chama tem necessidade de alimento para não se apagar, também as almas precisam de novo impulso que as mova a avançar e de novo calor que as reanime.

- Entre as almas que Me são consagradas, poucas são as que tem em Mim confiança verdadeira, porque poucas vivem em união intima comigo.
- Quero que saibam que amo as almas tais quais são.
- Sei que sua fragilidade as levará a cair mais de uma vez.
- Sei que em muitas ocasiões não cumprirão o que Me prometem.
- Mas a sua determinação Me glorifica, o ato de humildade que fizeram depois da queda, a confiança que em Mim depositam Me honram tanto que Meu coração derrama sobre elas torrentes de graças.

- Quero que todas as almas saibam quanto desejo, se reanimem e renovem nesta vida de união e intimidade.
- Não devem contentar-se com falar-Me só quando estão ao pé do Tabernáculo. Estou lá, é certo, mas também vivo nelas e apraz-Me viver em união com elas.
- É preciso que Me falem de tudo! Consultem-Me em tudo! Tudo Me peçam!
- Vivo nas almas para ser a sua vida, moro nas almas para ser sua força.
- Sim, repito, não esqueçam que Me agrada ficar unido a elas, lembrem-se que estou nelas. Ali as vejo, as ouço, as amo. Ali espero que correspondam ao Amor que lhes tenho.

- Há muitas almas que, todas as manhãs, fazem oração. Mas esta é mais uma fórmula do que uma entrevista de amor... Ouvem ou celebram Missa e recebem-Me na comunhão; mas saídas do Lugar Santo, não se deixam elas absorver pelas suas ocupações, a tal ponto que mal pensam em Me dirigir uma palavra no resto do dia?

- Estou nessa alma como num deserto, ela nada Me diz, nada Me pede... E quando tem necessidade de consolação, o mais das vezes vai pedi-la a uma criatura que tem de ir procurar, e não a Mim, Seu Criador, que estou e vivo nela!
- Não é isto falta de união, falta de vida interior ou, o que dá no mesmo, falta de amor?

- Quero também repetir as almas que Me estão consagradas, como Eu as escolhi de modo especial para que, vivendo em intima união comigo, Me consolem e ofereçam reparações por todos aqueles que Me ofendem.
- Quero recordar-lhes que devem estudar o Meu Coração, a fim de partilharem os seus sentimentos e realizarem os seus desejos, tanto quanto lhes for possível.

- Quando um homem trabalha no campo que lhe pertence, aplica-se a arrancar todas as ervas daninhas e não se poupa nem a trabalhos, nem a fadigas, até que consiga. Assim Eu quero que as minhas almas escolhidas, desde que conheçam os Meus desejos, trabalhem com zelo e ardor no seu cumprimento, não recuem diante de nenhum esforço, de nenhum sofrimento, para aumentar a Minha Glória e reparar as ofensas do mundo.

- Chamo-as todas: Meus Padres, Minhas Religiosas, Meus Religiosos, a viverem em intima união comigo.
- A estas almas pertence conhecer os Meus desejos e participar das Minhas alegrias e das Minhas tristezas.
  • A elas, cumpre trabalhar pelos Meus interesses, sem se pouparem a esforços nem a sofrimentos.
  • A elas, compete reparar, com as suas orações, trabalhos e penitências, as ofensas de tantas e tantas almas!
- Devem, sobretudo redobrar sua união comigo e fazer-Me companhia... e não Me deixar só! Ah! Muitas não compreendem isto e esquecem-se de que lhes compete fazer-Me companhia e consolar-Me!
- Devem, enfim, formar uma liga de Amor e, unindo-se todas no Meu Coração, implorar para as almas o conhecimento da Verdade, a luz e o perdão.
- E quando, cheias de dor, a vista das ofensas que recebo de todos os lados, elas, as minhas almas escolhidas, se oferecem para reparar e para trabalhar na Minha Obra, é necessário que todas elas tenham inteira confiança, porque Eu não poderei resistir as suas suplicas e as despacharei da maneira mais favorável.
- Apliquem-se, pois, todas a estudar o Meu Coração e aprofundar os Meus sentimentos. Esforcem-se por viver unidas comigo, por Me falar, e por Me consultar.

- Sejam as suas ações revestidas dos Meus Méritos e cobertas do Meu Sangue.
- Consagrem a sua vida a Salvação das almas e ao aumento da Minha Glória.
- Não se diminuam, considerando a si mesmas. Mas dilatem o coração, vendo-se revestidas do poder do Meu Sangue e dos Meus Méritos.
- Porque, se trabalharem sozinhas, nunca poderão fazer grande coisa.
Mas, se trabalharem Comigo, em Meu Nome e para Minha Glória, então serão poderosas.
- Reanimem as minhas almas consagradas o seu desejo de reparar, e peçam confiadamente que se erga sobre o mundo o Dia do Divino Rei, isto é, o Dia do Meu Reino Universal!
  • Não temam, esperem em Mim, confiem em Mim.
  • Devore-as o zelo e a caridade pelos pecadores!
  • Tenham compaixão deles, orem por eles e tratem-nos com mansidão!
- Narrem ao mundo inteiro a Minha Bondade, o Meu Amor e a Minha Misericórdia!
- Em seus trabalhos apostólicos, armem-se de oração, de penitência e sobretudo de confiança, não em seus próprios esforços, mas no Poder, na Bondade do Meu Coração que os acompanha!
  • “Em Vosso Nome, Senhor, farei isto e sei que serei poderoso”.
- Esta foi a oração dos meus Apóstolos, homens pobres e ignorantes, mas ricos e sábios de Riqueza e Sabedoria Divinas!
- Peço três coisas as minhas almas consagradas:
  • Reparação: quer dizer, vida de união com o Reparador Divino: Trabalhar por Ele, com Ele, nEle, em espírito de reparação, em estreita união com os Seus sentimentos e com os Seus Desejos.
  • Amor: quer dizer, intimidade com Aquele que É todo Amor e que se põe ao nível das suas criaturas para lhes pedir que não O deixem só e que Lhe deem amor.
  • Confiança: isto é, segurança
    • Naquele que é Bondade e Misericórdia,
    • Naquele com quem vivo dia e noite... que Me conhece e que eu conheço... que me ama e que eu amo,
    • Naquele que, chama de maneira especial suas almas escolhidas, a fim de que, vivendo com Ele e conhecendo Seu Coração, tudo esperem Dele.
- Josefa, por que Me amas?
- Senhor, porque sois Bom.
- Sim, bem dizes: Sou Bom!
- Para compreende-lo só falta uma coisa as almas: união e vida interior.
- Se minhas almas escolhidas vivessem mais unidas a Mim, haveriam de Me conhecer melhor.
- Senhor, -responde Josefa ingenuamente- é difícil... porque as vezes elas tem tanto que fazer para Vós!
- Sim, bem sei, e é por isso que, quando se afastam, procuro-as para as aproximar de Mim.
- Eis nosso trabalho do alto do céu:
  • Ensinar as almas a viverem unidas a Mim, não como se Eu estivesse longe delas, mas nelas, pois pela graça vivo dentro delas e durante o tempo da comunhão, minha Santa Humanidade, por assim dizer, nelas se encarna.
- Se as minhas Almas escolhidas assim vivessem unidas a Mim e Me conhecessem em verdade, que bem não poderiam fazer a tantas pobres almas que vivem longe de Mim e não Me conhecem.
- Quando as minhas Almas escolhidas se unirem estreitamente ao Meu Coração, compreenderão os Meus Sentimentos. Então, Me consolarão, repararão e, cheias de confiança em Minha Bondade, pedirão perdão e obterão graça para o mundo!

“Apelo ao Amor” A mensagem do Coração de Jesus ao Mundo e Sua Mensageira Irmã Josefa Menéndez da Sociedade do Sagrado Coração. 01 a 09.dezembro.1923