Mostrando postagens com marcador Santa Catarina de Sena. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Santa Catarina de Sena. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Pecado e morte

O pecado e a morte
- Naquele momento extremo, o homem pecador será acusado pelo demônio, pelo mundo e pela carne.
- Não mais lhe farão propostas atraentes; não lhe apresentarão o amargo como doce o imperfeito como perfeito, como acontecia durante a vida.
- A Verdade virá patenteada como é.
- O remorso, antes tão enfraquecido, ladrará velozmente, quase levando o pecador ao desespero.
- Não obstante os próprios pecados; é preciso conservar a esperança no Sangue de Cristo. Meu perdão é dado por meio Dele e Minha Misericórdia é infinitamente maior do que todos os males do mundo.
- Não se demore, porém. É terrível achar-se desarmado num campo de batalha entre numerosos inimigos!

A morte do bom
- Sabes que o sofrimento existe por causa da vontade: ninguém padeceria, se a vontade de todos fosse reta e estivesse em conformidade com a minha vontade. Com isto não quero dizer que iriam desaparecer as dificuldades.
- É o sofrimento que não existiria, pois as contrariedades seriam voluntariamente aceitas por meu amor. As pessoas aceitariam-nas, por saber que são queridas por mim.
- O homem conformado a minha vontade é:
* desapegado de si mesmo,
* vence o mundo,
* o demônio e
* a carne;
ao chegar o momento da morte, seu falecimento acontece na paz.
- Como seus inimigos foram vencidos durante a vida:
* o mundo não o perturba, pois conhece as suas ilusões e já renunciou a seus prazeres;
* a carne enfraquecida não se ergue para o acusar, uma vez que foi dominada pela mortificação, vigílias, oração humilde e continua.
- Graças a renuncia ao pecado e apego a virtude, não sente mais tendências para o que é sensível e amor pelo corpo; atitudes essas que tornam a morte indesejável.
- Por um sentimento natural, o homem teme a morte; o justo supera esse sentimento, vence o medo natural mediante o desejo de alcançar a meta. Desaparece, pois, todo sofrimento que vem do apego natural ao corpo.

- A consciência do homem justo que agoniza está tranquila; durante a vida ela montou boa guarda, dera o alarme quando os inimigos da alma queriam assaltar a cidade interior.
- Como o cachorro late a chegada dos inimigos (sentidos) e acorda os guardas (potências), assim ela sempre advertira a razão. Esta última, em ação conjugada com o Livre arbítrio, distinguia quem era amigo, quem não:
* Diante dos amigos –virtudes e santos desejos do coração- acolhia-os com atenções;
* Diante dos inimigos –vícios e maus pensamentos- eram afastados com a espada do ódio e do amor.
- Dessa forma a consciência não atormenta.
- O interior da pessoa constitui uma família feliz, tudo está em paz.

- É verdade que o homem humilde, que conhece o valor do tempo e das virtudes, acusa-se na hora da morte por não ter aproveitado melhor a própria vida. Mas tal atitude não causa aflição; é mesmo meritória. Leva a pessoa a concentrar-se e a considerar o Sangue do Cordeiro Imaculado e humilde.
- Naquele instante a alma não fica a pensar nas virtudes praticadas; sabe que não pode confiar nelas, mas unicamente no Sangue de Cristo, onde achou o perdão.
- Mas como a lembrança do Sangue sempre a acompanhara, também naquele último instante nele se inebria e afoga.

- Quanto aos demônios, não tendo em que acusar o justo, aproxima-se a procura de qualquer coisa. São feios e crêem atemorizar o justo por suas figuras. Como no justo não há pecado, a visão dos demônios não atemoriza. E eles, ao notar a alma mergulhada no Sangue de Cristo, afastam-se atacam de longe, sem perturbar o homem.

- De fato, este justo, já começou a gozar da vida eterna:
* Pela fé, já contempla o bem infinito e eterno, que Sou Eu;
* Pela esperança, não por méritos pessoais mas por dom gratuito, está seguro de atingir-me na virtude do Sangue de Cristo;
* Pela caridade, estende seus braços e abraça-me.
- Antes de chegar a Mim a alma já Me possui.
- Bondosamente os coloco em seus respectivos lugares, conforme o grau de amor com que até mim chegaram.

A morte do mau
- Se grande é a dignidade do bom sacerdote, enorme é a baixeza do mau sacerdote. No momento de falecer, os demônios o acusam tremendamente e mostram-lhe sua figura que é horrível.
O homem deveria tolerar qualquer sofrimento nesta vida para não o ver jamais!
- O remorso corrói o mau sacerdote moribundo com mais violência; a sensualidade até então considerada como senhora –e também os prazeres desordenados, acusam-no. Ao tomar consciência de coisas que desconhecia, o mau se perturba grandemente, pois vivera como um infiel.
- O egoísmo apagara-lhe a iluminação da fé. Agora o demônio aponta a maldade, provocando-lhe o desespero.
- Muito difícil esta batalha para o mau sacerdote moribundo, desarmado, sem o escudo da caridade.
- Qual amigo do diabo, de tudo se vê despojado: não possui a Iluminação sobrenatural da fé, nem a Ciência Sagrada.
- Nada compreendera desta ultima, porque a soberba não lhe permitira penetrar em sua natureza intima. Na grande luta final, nem sabe o que fazer. Não se alimenta de esperança; jamais confiara no Sangue de Cristo, do qual fora distribuidor. Sua confiança repousava em si mesmo, nos cargos importantes, nos prazeres mundanos.

(O Diálogo-Santa Catarina de Sena, pg 282; 284; 288)

domingo, 5 de janeiro de 2014

Misericórdia e Justiça

Justiça, misericórdia e fidelidade
Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, que pagais o dízimo da hortelã, do coentro e do cominho, mas omitis as coisas mais importantes da lei:
  • a justiça,
  • a misericórdia e
  • a fidelidade.
Importava praticar estas coisas, mas sem omitir aquelas.
Condutores cegos, que coais o mosquito e tragais o camelo!
Mateus 23, 23-24

Misericórdia e Justiça
- Nosso corpo possui uma Lei perversa que continuamente luta contra o espírito.
- Minha filha, a Providência jamais faltará para quem a deseja, isto é, para quem espera em mim com perfeição.
- Refiro-me as pessoas que realmente me imploram no amor e na luz da fé, e não apenas com palavras.
- Quem me suplica só com palavras: “Senhor, Senhor” jamais experimentará Minha Divindade, Minha Providência.
Não os reconheço:
- Quem me invoca sem (a prática das) virtudes,
só reconheço pela justiça, não pela misericórdia.

- Afirmo-te, pois, que Minha Providência não falha em favor dos que esperam em mim.
- Quero, porém, que te dirijas a mim na paciência; desejo ajudar essas pessoas e todos os que criei a minha imagem e semelhança, num grande ato de amor.
- Não reconheço os que me imploram:
  • Sem a prática das virtudes;
  • Sem a vivência da Justiça.
- Eu te garanto:
  • Jamais faltará minha providência para quem nela espera.
  • Somente estará ausente para os que se desesperam ou confiam em si mesmos.
(O Diálogo-Santa Catarina de Sena, pg304; 405)

Dia da Justiça | Cruz Luminosa
- Antes de vir como Justo Juiz
venho como Rei da Misericórdia.
- Antes de vir o dia da justiça, nos céus será dado aos homens este sinal:
Apagar-se-á toda a luz no céu e haverá uma grande escuridão sobre a terra. Então aparecerá o sinal da Cruz no céu, 
e dos orifícios onde foram pregados as mãos e os pés do Salvador 
sairão grandes luzes, que, por algum tempo, iluminarão a Terra.
- Isto acontecerá pouco antes do último dia.
Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de Jesus, como fonte de misericórdia para nós,
eu confio em Vós!
O Diário-Santa Faustina §83

Misericórdia e Justiça
- Sabendo que Deus é Justiça, mas também Misericórdia, o Profeta Jeremias clamou o quanto pôde por seus irmãos, até que Deus o proibiu de interceder por eles:
“Quanto a ti, não intercedas por esse povo. Não ergas em favor deles queixas ou súplicas e não insistas junto a Mim, porque não te escutarei. Não vês o que faz eles nas cidades? Os filhos juntam lenha, os pais acendem o fogo e as mulheres sovam a massa para fazer tortas destinadas à rainha do céu, depois fazem libações a deuses estranhos, o que provoca a Minha ira. Eles se firmam na falsidade e recusam converter-se. Ninguém se arrepende de sua maldade...” Jr 7, 16-18; 8, 5-6.
- Nem o Rei nem o povo quis ‘escutar’ a voz de Deus pela boca do Profeta. 
- A história diz o trágico fim de Jerusalém por sua ‘desobediência’ a Palavra de Deus. Jr 39

- Deus é Misericórdia no sentido de proteger e guardar aqueles que lhe ‘obedecem’ e seguem os ‘caminhos’ que Ele indica, pois Ele sabe melhor que nós mesmos o que é ideal para nossa vida.

- Deus se torna Justiça no sentido de deixar os ‘desobedientes’ em sua auto-suficiência para conhecerem o certo e o errado, a luz e as trevas, a vida e a morte.
- Portanto, a Misericórdia e Justiça Divinas, não se anulam, não são opostas, mas se complementam. 
- Poderíamos definir que a Misericórdia de Deus age para os ‘obedientes’; 
e a Justiça é consequência das escolhas dos ‘desobedientes’.
“Aquele que caminha na justiça e só fala a verdade, que se recusa a ficar rico com a exploração, que esconde a mão para não aceitar suborno, que tapa os ouvidos para não ouvir proposta assassina, que fecha os olhos para não apoiar a injustiça; este habitará nas alturas, os lugares inacessíveis dos rochedos serão o seu refugio.
- O pão de que necessita lhe será dado, e a água para a sua subsistência lhe será assegurada.” Isaias 33, 15-16
- Não reconheço os que me imploram:
  • Sem a prática das virtudes;
  • Sem a vivência da Justiça.
- Eu te garanto:
  • Jamais faltará minha providência para quem nela espera.
  • Somente estará ausente para os que se desesperam ou confiam em si mesmos. (O Diálogo-Santa Catarina de Sena, pg304)
- Outra face da Misericórdia e da Justiça seria a ação daquele que ‘escuta’ a Palavra de Deus e a põe em prática, este é um homem sensato; 
diferente daquele que ‘escuta’ a Palavra de Deus e não as pratica, este homem é comparado a um insensato, com certeza colherá os frutos de suas escolhas. 
Mateus 7, 24-27
- Onde encontrar a Misericórdia de Deus?
Em Sua Palavra.
- Onde está Sua Palavra Senhor?
Na Igreja.

“Minha filha (o), medita sobre a vida divina que está contida na Igreja, para a salvação e a santificação da tua alma. 
- Reflete sobre como estás aproveitando estes tesouros de graças, estes esforços do Meu amor.”
(O Diário-Santa Faustina §1758)
Clique aqui e veja também:

Oremos: “Senhor, abre meus olhos para eu contemplar as maravilhas que vêm de tua Lei. Eu sou um estrangeiro na terra, não escondas de mim teus mandamentos. Minha alma se consome desejando tuas normas todo o tempo. Eu escolhi o caminho da verdade, e me conformo ás tuas normas. Ensina-me o bom senso e o saber, pois eu creio nos teus mandamentos.” Salmo 118

sábado, 21 de dezembro de 2013

Homem superior a criação

- O homem é maior que as realidades criadas, não o contrário.
- Somente estará satisfeito quando atingir um bem superior a si.
- Como somente Eu Sou maior que o homem, disto decorre que somente Eu, Deus Eterno, consigo sacia-lo.
- Separado de Mim pelo pecado, o homem vive perenemente atormentado e sofredor.
- O homem é superior a toda a criação.
- Só se satisfaz com bens superiores a Ele, que é Deus.
- Ao amar realidades inferiores a si, torna-se insaciável;
- No entanto, são as coisas que devem servir ao homem, não vice-versa.
- Só a Mim deve o homem servir, Sou seu fim ultimo.
(O Diálogo-Santa Catarina de Sena, pg192; 343)

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Faculdades da Alma e os Sentidos

Faculdades da alma e os Sentidos
- É admirável como os perfeitos trazem bem ordenados os sentidos, sob as ordens da vontade.
- Por estarem fechadas as portas externas da alma, a pessoa toda emite uma harmoniosa melodia.
- Sua vontade acha-se fechada ao egoísmo e aberta ao amor por mim e pelos homens;
- Sua inteligência, fechada aos prazeres, deleites e misérias do mundo, que constituem uma tenebrosa noite, mas aberta a Luz da Verdade;
- Sua memória recusa as recordações pecaminosas e lembra-se dos meus benefícios.
- Com tudo isso, a pessoa emite uma harmonia alegre, uníssona, prudente, iluminada, toda orientada para a Glória do Meu Nome.
- A essa harmonia das faculdades junta-se o som agudo dos sentidos corporais.
- Os imperfeitos emitem sons mortais quando acolhem os inimigos do homem;
- Os perfeitos emitem sons de vida, acolhem as virtudes, ressoam em boas obras.
- Cada um deles cumpre exatamente sua finalidade: 
os olhos ao enxergar; 
os ouvidos ao escutar; 
o olfato ao cheirar; 
o paladar ao saborear; 
a mão ao tocar e agir; 
os pés ao caminhar.
- Todos sentidos e faculdades- ressoam na mesma tonalidade:
  • para servir os homens,
  • para louvar-me e
  • para aperfeiçoar a alma com ações virtuosas.
- São instrumentos obedientes, 
por isso os perfeitos são pessoas agradáveis a mim, aos anjos e aos santos, 
que os aguardam alegremente no céu, para com eles partilhar a sua felicidade.
- De boa ou má vontade, até os pecadores admiram-nos e muitos deles 
–conquistados por semelhante harmonia interior- 
abandonam sua vida má e recuperam a vida da graça.
- Todos os santos conquistaram homens mediante tal instrumento da harmonia pessoal:
* O primeiro foi o Verbo Encarnado que, pela união da Natureza Divina com a Humana, emitiu agradável melodia do alto da cruz:
com ele redimiu a humanidade, 
derrotou o demônio e 
retirou-lhe o domínio que exercia depois do Pecado Original.
* Junto a tal Mestre todos vós deveis aprender semelhante harmonia, imitando: 
os apóstolos, que espalharam a Palavra de Cristo por todo o mundo, 
os mártires
os confessores
os doutores
as virgens, que também salvaram almas.
- Minha providência concede a todos o instrumento, a partitura e a maneira de tocar. 
- Tudo quanto permito nesta vida tem como finalidade aperfeiçoar tal harmonia no homem. 
- A condição imposta é que a pessoa se aproxime da luz, 
dela não se afaste pelo egoísmo em busca de prazer e gostos pessoais.
(O Diálogo-Santa Catarina de Sena, pg 336)
Veja também:

Faculdades da Alma e os Mandamentos de Deus

Faculdades da Alma e os Mandamentos de Deus
- Sabes que os Mandamentos da Lei se reduzem a dois; 
sem eles, nenhum outro é observado. 
São Amar-me sobre todas as coisas e amar o próximo como a ti mesmo.
- Eis o começo, o meio e o fim dos Mandamentos da Lei.
- Todavia esses ‘dois’ não se ‘reúnem’ em Mim sem os ‘três’, isto é, sem a unificação das três Faculdades da alma: a memória, a inteligência e a vontade.
* A memória há de recordar-se dos meus benefícios e da minha bondade;
* A inteligência pensará no amor inefável revelado em Cristo, pois ele se oferece como objeto de reflexão para manifestar a chama do meu amor;
* A vontade, unindo-se as duas faculdades anteriores, me amará e desejará como seu fim.
- Quando essas três Faculdades estão assim reunidas, acho-me presente entre elas pela graça. 
- E, como conseqüência, a pessoa vê-se repleta de amor por mim e pelo próximo, ‘na companhia’ de verdadeiras e múltiplas virtudes.
Em primeiro lugar, a vontade se dispõe a ter sede.
- Sede das virtudes, sede da minha glória, sede das almas.
- As demais sedes se apagam e morrem. 
- Tendo subido o primeiro degrau, da afeição, o homem caminha seguro de si, sem temor servil.
- Livre do egoísmo, a vontade se põe acima de si mesma e acima dos bens passageiros. 
- Se a pessoa quer possuir tais bens, ama-os e deles se serve de mim, com temor santo e verdadeiro, virtuosamente.
- Em seguida, passa-se ao segundo degrau, o da inteligência, no qual a pessoa, em cordial amor por mim, medita sobre Cristo Crucificado, enquanto mediador.
- Por fim a memória enche-se da minha caridade e alcança a paz e a tranquilidade.
- Um recipiente vazio, ao ser tocado, faz rumor; 
o recipiente cheio, nenhum som produz. 
- Da mesma forma, quando a memória está tomada pela luz da inteligência e pelo amor, a pessoa já não se perturba diante das adversidades ou atrativos do mundo;
está repleta da minha presença, como sumo bem; 
não sente falsas alegrias, nem impaciência.
- Quando o homem sobre os três degraus comuns (despojamento dos vícios, aquisição de virtudes e a paz), suas faculdades unificam-se, colocam-se sob o domínio da razão e ‘congregam-se’ em meu nome. 
- Uma vez reunidos os dois amores: 
–por Deus e pelo próximo- 
com as três faculdades: 
a memória para reter, 
a inteligência para refletir e 
a  vontade para amar 
encontra-se o homem na minha companhia, forte e seguro; 
está na companhia das virtudes; 
caminha seguro de si. 
- Estou presente nele.
- Parte, então, o cristão, inflamado de desejo santo, sequioso de ir pelo caminho da verdade, a procura da fonte da água viva. 
- É o desejo da minha glória, 
da salvação pessoal e 
da santificação alheia que incentiva a caminhar, 
pois é o único meio que possibilita alcançar a meta final.
(O Diálogo-Santa Catarina de Sena, pg122)

Faculdades da Alma na Vida Espiritual

Função das Faculdades da Alma na Vida Espiritual
- Todos os males procedem do egoísmo; 
é ele que obscurece a razão, na qual se encontra a iluminação da fé. 
- Quem perde uma dessas duas luzes, perde ambas.
- Ao criar o homem à minha imagem e semelhança, dei-lhe a memória, a inteligência e a vontade.
- Entre elas, a mais nobre é a inteligência
- Embora seja movida pela vontade, é a inteligência que alimenta a vontade
- Por sua vez, a vontade fornece a memória a recordação de mim e dos meus favores. 
- Essa recordação dará à pessoa solicitude e gratidão.
- Como vês, uma faculdade reabastece a outra, nutrindo o homem na vida da graça.
- Não vive o homem sem amor; 
ele sempre procura algo para amar.
Criei por amor, 
criei-o no amor.
- Assim, a vontade move a inteligência, quase dizendo-lhe:
“Quero amar; 
o amor é meu sustento”.
- Desperta-se então a inteligência e responde:
“Se queres amar, 
vou dar-te o bem para que o ames”!
- Reflete ela sobre a dignidade humana e sobre a indignidade proveniente do pecado:
  • na dignidade enxerga a bondade e o amor com que criei o homem;
  •  na indignidade percebe a misericórdia, graças à qual dou-lhe o tempo (de arrepender-se) e o liberto do mal.
- Diante dessas realidades, a vontade se alimenta de amor: 
sente o desejo santo, despreza a sensualidade, torna-se humilde e paciente, concebe interiormente as virtudes, pratica-as mais ou menos perfeitamente no próximo, de acordo com a perfeição atingida.
- Em sentido inverso, se o apetite sensível procura os bens materiais, a eles orienta-se a inteligência
e quando a mesma toma como objeto os bens passageiros, surgem o egoísmo, o desprezo pelas virtudes, o apego ao vicio e, como consequência, o orgulho e a impaciência.
- Por sua vez, a memória encher-se-á com tais elementos, fornecidos pelo afeto sensual, obscurecendo-se a inteligência, que não mais vê senão aparências de bem.
- Tais aparências ficam sendo, então, a única claridade mediante a qual a inteligência olha e a vontade ama todo objeto de prazer.
- Sem estas aparências, o homem não pecaria, pois, como tendência inata, ele só pode desejar o bem. 
- Peca, porque o mal toma colorações de bem.
- A inteligência não mais discerne ou reconhece a Verdade; 
por cegueira, engana-se e procura o bem e a satisfação onde eles não estão.
- Os prazeres mundanos são espinhos venenosos; 
engana-se a inteligência ao considerá-los; 
a vontade ao amá-los; 
a memória ao retê-los.
- Comporta-se a inteligência como uma ladra, apoderando-se do alheio;
igualmente a memória, conservando a contínua lembrança de realidades distantes de mim. 
- Com tudo isso, a alma se priva da minha graça.
- É muito estreita a união destas três faculdades. 
- Quando uma delas me ofende, as outras também o fazem; 
uma apresenta a outra o bem ou o mal, conforme agrada ao livre arbítrio. 
- Este se acha na vontade e a move como quer, em conformidade ou não com a razão.
- Possuís a razão 
–sempre unida a mim, a menos que o livre arbítrio a afaste mediante um amor desordenado- 
e tendes em vós uma lei perversa (conf. Rom 7,23), que luta contra o espírito.
- Tendes, então, duas partes em vós mesmos: A sensualidade a razão.
- A sensualidade foi dada ao homem como servidora, a fim de que as virtudes sejam exercidas e provadas através do corpo.
- O homem é livre, já que meu Filho o libertou com seu sangue. 
- Ninguém pode dominar a pessoa humana quanto à vontade, pois ela possui o livre arbítrio
- Este se identifica com a vontade, concorda com ela. 
- Fica, pois, o livre arbítrio entre a sensualidade e a razão, e inclina-se ora de um lado, ora de outro, conforme preferir.
- Quando a pessoa tenta livremente ‘congregar’ as Três Faculdades em mim, na maneira explicada, todas as atividades espirituais e corporais humanas ficam unificadas.
- O livre arbítrio se afasta da sensualidade, tende para o lado da razão e Eu me coloco no centro das faculdades, realizando a Palavra de Meu Filho: 
“Quando dois ou três se reunirem em meu nome, estarei no meio deles” (Mt 18,20). 
- Ninguém pode vir a Mim, senão por meio de Cristo.
(O Diálogo-Santa Catarina de Sena pg117)
Veja Também:

Vontade de Deus

Vontade de Deus
- Todos os que nascem e vivem neste mundo passam por fadigas corporais e espirituais. Sim, também os meus servidores padecem nos seus corpos; mas em seus espíritos não, porque suas vontades estão identificadas com a minha.
- O que faz o homem sofrer é a vontade.
- Sabe qual é a grande felicidade dos santos? É possuir a vontade satisfeita em todas as suas aspirações:
Ao desejar-me, possuem-me, tendo deixado o peso do corpo que produzia a lei que luta contra o espírito.
- Na vida terrena, o corpo impedia o perfeito conhecimento da Verdade e minha visão face a face. Separando-se do corpo, a vontade dos bem-aventurados realiza-se: ao desejo de ver-me corresponde a visão, e com ela, a beatitude:
Vendo, conhecem-me; conhecendo, amam-me; amando, saboreiam-me; saboreando, realizam-se quanto ao desejo de me ver e conhecer.
Desejando, possuem; possuindo, desejam.
- O sofrimento está distante do desejo e o fastio da saciedade. Como vês, meus servidores são felizes, especialmente na visão celeste. Ela satisfaz seus desejos, sacia suas vontades. Neste sentido afirmei que a vida eterna consiste na posse das coisas que a vontade deseja, isto é, conhecer-me, ver-me.
- Já a partir desta vida meus servidores gozam da eternidade, ao saborearem a causa de sua felicidade.
- E qual é tal causa? Respondo: é a certeza da minha presença em suas vidas, é o conhecimento da minha Verdade. Tal conhecimento se realiza na inteligência, que é o olho da alma; pupila de tal olho é a fé.
- Pela iluminação da fé, eles distinguem, conhecem e seguem a estrada mensagem do Verbo encarnado. Sem a fé, ninguém reconhece tal estrada, à semelhança daquele que possuísse o olho, mas coberto por um pano. Sim a pupila deste olhar é a fé; nada verá quem cobrir sua inteligência com o pano da infelicidade, por causa do egoísmo. Tal pessoa terá a inteligência, mas não a luz para conhecer.
- Portanto, tais pessoas vendo, conhecem; conhecendo, amam; amando, afogam e destroem a vontade própria; tendo-a destruído, revestem-se da minha vontade, a qual deseja unicamente a vossa santificação.
- Neste sentido meus servidores não padecem no espírito, mas somente no corpo.
O querer sensível já morreu, ele que é a fonte de sofrimento e dor para o homem.

- Destruída essa ‘vontade’ sensível, o sofrimento desaparece e meus servidores tudo passam a tolerar com respeito. Consideram como graça as dificuldades que permito, só desejam o que eu desejo. Quando deixo que os demônios os atormentem com tentações para provar suas virtudes eles as superam com a intervenção da vontade, por mim fortalecida. Humilham-se, consideram-se indignos de sossego e merecedores de castigo. Vivem, pois, na alegria, sem sofrer.
- Nas perseguições e adversidades provenientes dos homens, na pobreza ou rebaixamento de posição social, na morte de filhos e pessoas amadas –espinhos produzidos pela terra depois do pecado de Adão- meus servidores tudo suportam com discernimento e fé. Confiam em mim, Bondade Suprema, certos de que somente quero o bem e para o seu bem tudo permito com amor.

O Diálogo-Santa Catarina de Sena , pg105

Virtudes e Tentações


 Virtudes x Tentações  
- Aos homens que caminham pela estrada da mentira resta apenas, qual fruto, a ‘água morta’ para onde o demônio os convida. Tendo perdido a iluminação da fé, quais cegos e loucos sem entendimento seguiram-no, como se ele dissesse: ‘quem tem sede de água morta, venha a mim, que eu lhe darei’.
- Sirvo-me do demônio qual instrumento de minha justiça para atormentar os que me ofendem. Nesta vida o coloquei qual tentador, molestando os homens. Não para que sejam vencidos, mas para que conquistem a vitória e o prêmio pela comprovação das virtudes.
- Ninguém deve temer as possíveis lutas e tentações do demônio. Fortaleci os homens, dei-lhes energia para a vontade no Sangue de Cristo.
Demônio e criatura alguma conseguem dobrar a vontade.
Ela vos pertence, é livre.
Vós, pelo Livre Arbítrio, é que escolheis o querer ou não querer alguma coisa.
- A vontade, todavia, pode ser entregue como arma nas mãos do diabo, que pode usa-la para vos ferir e matar. Se a pessoa não lhe dá essa arma, se não consente ante as tentações e lisonjas do maligno, jamais pecará por tentação. Sairá dela até fortalecido e compreenderá que permito as tentações unicamente para vos conduzir ao bem e comprovar vossa virtude.
A caminhada para o bem passa pelo conhecimento de si e de Deus.
- Este duplo conhecimento aumenta no tempo da tentação, no sentido de que o homem toma consciência da própria nulidade, percebe que não consegue evitar as dificuldades indesejáveis, reconhece minha presença a fortalecer sua vontade para não consentir nos maus pensamentos, entende que a tentação é permitida por mim, vê que o demônio é fraco e nada pode além daquilo que lhe permito. Aliás, é por amor, não por maldade, que permito as tentações; desejo a vossa vitória, não a derrota. Quero que me conheçais e vos conheçais, atingindo uma virtude provada, pois o bem é comprovado em seu contrário.
O Inferno
- Como vês, os demônios são encarregados por mim de atormentar os condenados ao inferno e de provar a virtude dos que se acham nesta existência. Tal não é a intenção dos demônios, pois nada fazem por amor. Desejariam privar-vos da virtude, mas não conseguem. A menos que queirais.
- Vê como é grande a tolice humana, cedendo justamente onde tornei o homem mais forte e consignando-se nas mãos do diabo.
Esforça-te por entender: é voluntariamente que os condenados se entregam ao demônio na hora da morte.
Disse ‘voluntariamente’, já que ninguém os pode obrigar a isso.
- Sem aguardar qualquer julgamento, logo depois do ultimo suspiro, os pecadores julgam-se a si mesmos pela própria consciência e se põem sob o perverso domínio do maligno. Desse modo, desesperados, condenam-se. No instante supremo, com muito ódio, encaminham-se para o abismo; e antes mesmo de chegar a ele, voluntariamente o escolhem como paga, junto aos demônios, seus senhores.
O Céu
- Aqueles que morrem na caridade perfeita, quando atingem o derradeiro instante, após ter vivido na perfeita iluminação da fé, na fé e na esperança do Sangue do Cordeiro, contemplam o prêmio que lhes preparei; com amor, o acolhem; apertam-me com os laços da afeição, qual Bem sumo e terno. Antes de deixar o corpo, antes de morrer, já gozam da vida eterna.
O Purgatório
- Outros, que haviam passado a vida na ‘caridade comum’ e atingem o ultimo momento sem essa perfeição, também acolhem o prêmio eterno com a nossa fé e esperança, mas de modo imperfeito. Sentem-se culpados, mas reconhecem que minha misericórdia é maior que seus pecados.
Os pecadores não agem assim. Ao divisar o lugar que lhes toca, recebem-no com ódio. Uns e outros, nem esperam o julgamento. Logo que deixam esta vida, cada um vai para o seu lugar, pressentido e aprendido antes mesmo de deixar o corpo na morte:
  • Os condenados, para o inferno, com ódio e desespero;
  • Os perfeitos, com amor , fé e esperança;
  • Os imperfeitos, com fé no perdão, vão para o purgatório.

O Diálogo-Santa Catarina de Sena , pg100

Atraídos pelo Amor

Colaboração humana
- Cada pessoa tem uma vinha, a vinha da própria alma.
- Nela trabalha com a vontade pessoal, livre, durante o tempo desta vida. Acabado este tempo, nenhum outro trabalho será realizado, seja para o bem como para o mal.
- Agora, sim, cada um pode industriar-se na vinha em que o coloquei. O operário de tal vinha –a vontade- recebe de mim tamanha força, que criatura alguma, mesmo o demônio, é capaz de impor-lhe algo sem o seu consentimento. Semelhante força lhe é dada no batismo, bem como, o amor pela virtude e o ódio pelo vicio. Esse amor e ódio provem do Sangue de Cristo, o qual, versando o Sangue por amor a vós e repulsa ao pecado, até morreu. É deste Sangue que recebeis a Vida Divina no Batismo.
- Tendes, então, a espada do amor e do ódio.
- Deve ser livremente usada durante a vida terrena para destruir os pecados e semear a virtude.
Mas é unicamente pelos ministros, por mim postos na Igreja para lutar contra o mal e distribuir a graça no Ministério do Sangue pelos Sacramentos que obtereis o fruto desse Sangue.

- Começareis por purificar-vos com a contrição interior, desapegando-vos da iniqüidade e desejando a virtude. Sem essa predisposição exigida na medida de vossas possibilidades como ramos unidos a Videira, que é Meu Filho(João 15,1), nada recebereis...
  
Atraídos pelo Amor
- No momento em que Cristo foi elevado no lenho da cruz uma ponte se ergueu do céu a terra, essa ponte é Cristo. Antes de ser erguida, ninguém passava por ela. Essa ponte tem três degraus:
* 1º degrau (despojamento dos vícios): é formado pelos Pés de Cristo, que faz com que a alma caminhe no duplo amor(Deus e o próximo).
* 2º degrau (adquire virtudes): vendo-se amada, se enche de caridade caminha ao Coração de Cristo que é a fonte do amor.
* 3º degrau (goza a paz): depois de vencer as culpas encontra a paz, que é a Boca de Cristo.
“Quando Eu for elevado, atrairei a mim todas as coisas” Jo 12,32
- Ao manifestar sua imensa caridade, meu Filho atraiu a si todas as coisas.
- É sempre o amor que atrai o coração humano. Dando a vida por vós, ele revelou o amor maior.
- Quando não existe no homem a oposição maldosa, a força do amor atrai sempre.

- O coração humano, ao ser atraído, leva consigo todas as Faculdades da alma: a memória, a inteligência, a vontade.
* Quando tais faculdades são reunidas e harmonizadas, todas as ações humanas –corporais e espirituais- ficam-me agradáveis, pois unem-se a mim na caridade.
“Quando Eu for elevado, atrairei a mim todas as coisas”, Jesus queria significar:
1º) Quando o coração humano e as faculdades forem atraídas, todas as demais faculdades e suas ações também o serão.
2º) Que todos os seres foram criados para o homem. Os demais seres devem servir ao homem e não o contrario.
- Se a humanidade for atraída, todos os demais seres a seguirão, pois para o homem foram criados.


Falso amor
- Quero que entendas melhor a maldade e crueldade dos pecadores, que vão pelo rio do pecado. Começam por conceber o mal no próprio intimo, enfermando-se; depois o praticam exteriormente e perdem a graça.
- Afogados no rio do falso amor mundano, eles morrem para a graça. Assemelham-se ao cadáver, privado de sensações, que já não se move a não ser carregado por outros.
- Nos pecadores, assim, ‘mortos’:
  • A memória já não retém a recordação da minha misericórdia.
  • A inteligência não compreende minha Verdade, preocupada que está com a própria sensualidade e pessoa.
  • A vontade permanece insensível à minha vontade e apega-se às realidades mortas.
- Com a morte destas três faculdades, toda a atividade interna e externa do pecador se esvazia quanto a graça. O pecador já não consegue defender-se dos inimigos (mundo, demônio e carne), já não reage sem meu auxilio.
- É verdade que todo ‘morto’ possui LIVRE ARBITRIO durante esta vida mortal no corpo, e, ao implorar socorro, sempre o terá de mim.
- Mas, sozinho, nada fará.
- O pecador é insuportável a si mesmo; pretendendo ser o dono do mundo, deixa-se dominar pela escravidão do nada, o pecado.
O Diálogo-Santa Catarina de Sena , pg69; 73;83

Caminho da Verdade
“Ninguém consegue seguir o ‘Caminho da Verdade’:
- Sem a luz da RAZÃO –recebida de mim com a inteligência (na concepção); e
- Sem a luz da FÉ –infundida na hora do Santo Batismo.

O Diálogo-Santa Catarina de Sena , pg69; 73;83;205

Clique aqui e veja também:

Ato de Consagração ao Imaculado Coração de Maria

As Famílias que se Consagraram a Mim

Quando o Filho do Homem voltar

Anúncio da Nova Era

Dia do Padre

 “Senhor, que vosso Amor, Sofrimento e Sangue derramado,

não tenha sido em vão pelas nossas almas e

pelas almas dos Vossos Sacerdotes, Filhos Prediletos de Nossa Senhora.”

“Senhor, sou teu servo, filho de Tua Serva.”

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Vontade: porta de entrada da alma

- A VONTADE, constitui como que a porta de entrada da alma, não permito que se abra ante os inimigos; seja os demônios como os demais adversários poderão penetrar por outros setores, mas não pela VONTADE, que é a porta principal da cidade da alma.
- Como defensor está o LIVRE ARBÍTRIO.
- Só ele pode deixar ou não que alguém passe.
- As portas que dão ingresso ao interior do homem são muitas.
- As principais são as três potências:
  • a MEMÓRIA,
  • a INTELIGÊNCIA, e
  • a VONTADE.
- Delas, somente uma abre quando quer e serve de defesa para as outras:
é a VONTADE.
- Com sua permissão, o primeiro inimigo a entrar é o EGOISMO.
- Os outros vêm depois:
  • a INTELIGÊNCIA se obscurece;
  • a MEMÓRIA dá acolhida ao ódio, que faz lembrar as ofensas recebidas e se opõe á caridade pelo próximo; a MEMÓRIA recorda, também, os prazeres ilícitos.

- Depois de abertas essas portas, escancaram-se os portões dos SENTIDOS (audição, visão, olfato, paladar, tato), que refletem em si o amor desordenado e as más ações:
- O OLHO ocupa-se em ver coisas que não deve; por sua volubilidade, vaidade, desonestidade e trejeitos, captam a morte para a própria pessoa e para os demais.
Ó olho infeliz! Eu te fiz para ver o céu, as belezas da criação, meus mistérios, e tu te fixas na lama, na baixeza, á procura da morte!

- O OUVIDO compraz-se em assuntos desonestos ou fica á espreita de noticias, a fim de emitir julgamentos.
No entanto, eu o dei ao homem para escutar minha palavra e tomar conhecimento das necessidades alheias.

- Quanto a LÍNGUA, criei-a para anunciar a palavra, confessar as culpas e promover a salvação dos homens; mas dela serve-se a pessoa para reclamar de mim, seu criador, e para prejudicar o próximo. Murmura contra ele diz que suas ações são más e blasfemas, dá falso testemunho, põe em perigo a si mesmo e os demais com palavras desonestas, diz frases ofensivas que, como punhais, ferem os corações, provocando raiva. Como são numerosos os pecados - homicídios, desonestidades, rancores, ódio, perda de tempo – provocados pela língua.

- O OLFATO também peca por desordenado prazer em sentir em sentir perfumes; se for cheiro de alimento, dá origem à gula e à insaciável procura de comida, seja pela quantidade, seja pela qualidade, a fim de satisfazer o estômago. Quem abre este portão da alma, infelizmente não percebe que a gula incentiva a sensualidade e conduz à corrupção.

- AS MÃOS foram feitas para prestar serviço ao próximo e socorrê-lo com esmolas, mas são usadas para furtar e praticar ações desonestas.

- OS PÉS têm a função de conduzir o homem a lugares santos e úteis, seja para si como para os outros, com vistas a minha glória e louvor; no entanto são usados para ir-se a lugares escusos, onde conversas e divagações corrompem as pessoas.

- Recordei tudo isso, filha querida, para que possas chorar ao ver a cidade da alma em tão grave situação, a fim de chorar ao ver a cidade da alma em tão grave situação, a fim de que sintas o mal que entra no homem pela porta principal da vontade.
- Como disse antes, não permito que os males entrem livremente no homem pela vontade, mas podem fazê-lo pelas outras faculdades.
* Consinto que a inteligência seja invadida por pensamentos ruins;
* Que a memória pareça esquecer-se de mim, que todos os sentidos se vejam sacudidos por lutas diversas.
- As vezes, até o fato de olhar, ouvir, adorar e procurar coisas santas, estremece o homem com sentimentos de desonestidade e corrupção. Tudo isto, porém, não produz a morte da alma, de minha parte não quero tal morte; só mesmo se a pessoa a quiser, livremente.
- Todas essas sensações ficam na periferia da cidade da alma, não penetram em seu interior. A menos, repito, que a pessoa o queira.
- Qual o motivo por que deixo o homem cercado por tantos inimigos? Certamente, não para que perca a graça; mas para que veja quanto sou misericordioso.
- Quero que confie em mim, não em si mesmo; que se refugie em mim e não seja negligente.
- Sou seu defensor, o Pai Bondoso que deseja sua salvação.
- Quero recordar-lhe: de mim recebeu o ‘ser’ e os demais benefícios.
Sou a sua vida.

Dureza do coração
- Enquanto se acham nesta vida e possuem a liberdade, os duros de coração, poderão invocar o sangue do meu Filho e derramá-lo sobre o próprio coração; então Cristo o romperá e elas receberão o fruto do sangue.
- Mas se demorarem, o tempo oportuno se esgotará. Já não haverá remédio, porque não aproveitaram o dom que lhes dera eu através da:
* MEMÓRIA, para se recordarem dos benefícios recebidos;
* INTELIGÊNCIA, para conhecerem a Verdade;
* VONTADE, para me amarem como herança eterna.

- Sim, esse é o dom que vos entreguei e que deve voltar as minhas mãos paternas.
- Quando o homem vende ou dá ao demônio tal presente, então passa a caminhar com o maligno e leva consigo o que adquiriu na vida, ou seja:
* MEMÓRIA cheia de recordações desonestas, de orgulho, de amor-próprio, de ódio e desprezo pelos outros, qual perseguidor dos meus servidores fiéis.

(Diálogo-Santa Catarina de Sena, pg 34; 326 e msm 04.03.81; 16.03.85 e conforme Apocalipse 2 e 3; 2,23)

domingo, 1 de dezembro de 2013

A providência e os acontecimentos da vida

Por não ler e não viver a mensagem de Jesus,
o homem, torna-se insuportável a si mesmo.
- Por minha providência reconstruí o segundo mundo, que é o homem.
- Ao primeiro permiti que causasse sofrimentos e rebelião, para o vosso bem. É algo de providencial, com a finalidade de evitar que confies nele (no mundo) e vos orienteis para mim, vossa meta final.
- Na pior das hipóteses, a importunação dos males mundanos fará a pessoa erguer o coração e o afeto até mim.
- Infelizmente os homens são demais ignorantes e nada compreendem; são de tal forma débeis, que procuram os bens terrenos apesar de todas as dificuldades e recusam-se a procurar a pátria celeste.
- Pense no que aconteceria se tudo na terra fosse perfeito, se o mundo fosse um lugar de descanso, sem dificuldades! É para provar a virtude e premiar o esforço e mesmo a violência que os bons fizerem a si mesmos.
- Desse modo, tudo ordenei com sabedoria.

- Concedo favores aos homens, porque sou rico, e posso doar ainda mais.
Minha riqueza é infinita.
- Tudo quanto existe foi feito por mim, sem minha intervenção nada subsiste:
  • Se queres beleza, Eu sou a beleza;
  • Se queres bondade, Eu sou a bondade.
- Sou a sabedoria, o Deus benigno, piedoso, justo, misericordioso.
- Sou liberal sem avareza e recompenso quem trabalha por minha glória.
- Sou alegre e faço feliz quem cumpre minha vontade.
- Sou providência que jamais falha ao cuidar dos servidores que em mim confiam, seja no que se refere a alma como ao corpo.

- Como pode o homem:
  • que me vê alimentar o verme dentro da madeira seca, nutrir os animais selvagens, dar comida aos peixes do mar e aos pássaros do céu:
  • que me vê dar a luz do sol as plantas e o orvalho que emudece a terra
- Como pode o homem pensar que não o sustento, justo a ele que foi criado a minha imagem e semelhança?
- Em todos os sentidos, seja no plano do espírito como dos bens corporais, o homem somente encontra a chama e o abismo do meu amor, manifestada em uma providência altíssima, amorosa, verdadeira, perfeita.

- Nada disso ele compreende.
- Tendo desprezado a luz, não se preocupa em entender.
- Escandaliza-se, ama menos o próximo, angustia-se pelo dia de amanhã, em uma atitude proibida pelo meu Filho, que dizia:
“Não penseis no dia de amanhã; basta a cada dia a sua preocupação”
Mateus 6,34
- Com essas palavras ele queria repreender vossas infidelidades e mostrar-vos minha providência, bem como a brevidade da vida.
Dizia: “Não penseis no dia de amanhã”, como a significar: “Não penseis nas realidades incertas; basta o presente.”
- Mediante meu filho ensinei a pedir-me primeiro o reino do céu (Mateus 6,33), isto é, uma vida santa e honesta.
- Quanto as realidades menores, bem sei que delas precisais. Por isso, na criação, ordenei a terra que produzisse frutos. (Genesis 1,11)

- Por falta de confiança em mim, o homem infeliz costuma fechar seu coração e as mãos ao próximo.
Por não ler e não viver a mensagem de Jesus,
o homem, torna-se insuportável a si mesmo.

- Todo o erro está em confiar em si mesmo, não em mim.
- Julgam-se as intenções alheias, esquecendo-se de que eu sou o juiz.
- Minha vontade não é compreendida e interpretada favoravelmente; a não ser quando tudo corre bem, em satisfação pessoal e prazer mundano.
- Já que repôs sua confiança nas realidades terrenas, revolta-se o homem quando elas acabam e começa a dizer que minha providência não existe para ele, acredita-se carente de tudo.
- Qual cego, não vê riqueza alguma ou mérito na paciência. Desde esta vida é um morto; já possui a garantia do inferno.
- Mesmo assim, não deixo de proteger bondosamente as pessoas. Faço a terra produzir frutos, tanto para o pecador como para o justo (Mateus 5,45), propiciando sol e chuva para as lavouras.
- Algumas vezes o pecador recebe até mais do que o justo.
- Ajo assim para dar maiores riquezas espirituais ao justo, que por meu amor se despojou de bens materiais e mesmo d vontade própria.
- Estes últimos tornam perfeitas suas almas, alegram-se no abismo do meu amor, despreocupam-se das riquezas e de si mesmos.
- Dirijo-os espiritual e materialmente, uso para com eles uma providência especial, acrescentada a geral.

- O Espírito Santo lhes é servidor.
- Se bem recordas, leste na “Vida dos Santos Padres” que, certa vez, adoeceu um eremita, que tudo abandonara para me glorificar; o Espírito Santo enviou um anjo que cuidasse de suas necessidades.
- Enquanto o seu corpo era socorrido, sua alma alegrava-se grandemente com a presença do enviado de Deus.
- O Espírito Santo é qual mãe a nutrir no divino amor.
- Ele liberta o homem, torna-o dono de si, isento da escravidão do egoísmo.
A chama da minha caridade não sobrevive junto ao egoísmo.

- O Espírito Santo reveste o homem, alimenta-o inebria-o de gozo e abundância.
- Quem tudo abandonou, tudo encontra; ao despojar-se de si mesmo, reveste-se o homem de mim.
- Pela humildade, passa de servo a senhor, com domínio sobre o mundo e a sensualidade.
- Como para tudo se fez cego, vive em uma perfeitíssima iluminação, coroado de fé viva e esperança perfeita, livre de sofrimentos e angústias, gozando já da vida eterna.
Como é feliz tal homem!

- Vivendo num corpo mortal, experimenta a felicidade dos imortais.
- Tudo vê com respeito, pois tanto lhe vale a mão esquerda como a direita, a dor como a consolação, a fome e a sede como o comer e o beber, o frio e o calor e a nudez como os agasalhos, a vida como a morte, a honra como a desonra, a aflição como o prazer.
Em tudo permanece estável, fundamentado na rocha viva.

- Orientado pela luz da fé e da esperança, compreende que tudo é dado por mim como uma única finalidade: a vossa salvação.

Santa Catarina de Sena O Diálogo 34.3