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quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Atitudes que salvam


- Toda Atitude que Deus exige de nós obtêm-se um mérito, seja para nós mesmos, seja para as almas que estão no perigo de perderem-se.
- Toda ação tem uma reação.

Abandono
- O primeiro dos tesouros é um grande abandono a tudo que Eu te pedir direta ou indiretamente, confiando, sem cessar, na Bondade de Meu Coração que toma sempre cuidado de ti.
  • Assim repararás o orgulho de tantas almas que duvidam do Meu Amor.

Humildade
- O segundo destes tesouros é uma humildade profunda que consistirá em reconheceres que não és nada, em te abaixares diante de todas as Irmãs, e quando Eu te disser, em pedires também a tua Madre que te humilhe.
  • Repararás assim o orgulho de muitas almas.

Mortificação
- O terceiro é o tesouro de uma grande mortificação em tuas palavras e ações.
- Quero que te mortifiques corporalmente tanto quanto a obediência te permitir e que recebas com verdadeiro desejo os sofrimentos que Eu mesmo te enviar.
  • Assim repararás a imortificação de grande número de almas e Me consolarás de algum modo pelas ofensas que Me causam tantos pecados de sensualidade e tantos prazeres maus.
27.dezembro.1920 a 09.janeiro.1921.


Dou-vos Graça e Força para vencerdes a natureza
- Se vos peço Amor, não o recuseis: é tão fácil amar Aquele que é o próprio Amor.
- Se exijo alguma coisa que custe a vossa natureza, dou-vos ao mesmo tempo a graça e a força necessária para vos vencerdes.

- Escolhi-vos para encontrar em vós consolo.
- Deixai-Me pois, entrar em vossa alma e, se nada tendes que seja digno de Mim, dizei com humildade e confiança:
  • Senhor, conheceis as flores e os frutos de meu jardim. Vinde e dizei-me o que devo fazer para que desde já cresça a flor que desejais.
- A alma que assim Me falar com verdadeiro desejo de Me dar provas de seu amor, Eu responderei:
  • Alma caríssima, se queres que teu jardim produza a flor de que gosto:
    • deixa que Eu próprio o cultive,
    • deixa-Me lavrar essa terra,
    • deixa-Me arrancar as raízes que Me estorvam e que tu não tens coragem para tirar.
  • Se te peço sacrificares teus gostos ou teu caráter, tal ato de caridade, de paciência ou de abnegação, tal prova de zelo, de obediência ou de mortificação, isso é o adubo que fertilizará o solo, permitindo-lhe produzir flores e frutos:
    • A vitória que alcançares sobre ti mesma dará luz a um pecador.
  • Um aborrecimento suportado com alegria:
    • cicatrizará as feridas que ele Me causou, reparará sua ofensa e expiará sua falta.
  • Uma observação aceita com paz e até com alegria:
Obterá para as almas, cegas pelo orgulho, 
a graça de deixarem penetrar luz em si 
e de pedirem humildemente perdão.
- Farei isto em tua alma se nela me deixares em liberdade.
- Então, nela crescerão flores, rapidamente, e serás o consolo de Meu Coração.
- Estou a busca de consolo e quero encontra-lo em Minhas Almas Escolhidas.
06.março.1923

“Apelo ao Amor” A mensagem do Coração de Jesus ao Mundo e Sua Mensageira Irmã Josefa Menéndez da Sociedade do Sagrado Coração.


segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Chaves do Tesouro


Chaves do Tesouro
- Enquanto Josefa reza diante do sacrário, Jesus lhe aparece “trazendo na Mão direita –escreve ela-  uma correntinha de brilhantes que reunia três chaves pequeninas, douradas e muito bonitas.”

- Olha –diz Ele- uma... duas... três..., são de ouro.
- Sabes o que representam estas chaves?
- Cada uma guarda um tesouro dos quais quero que te apoderes.


Primeiro Tesouro: Abandono
- O primeiro dos tesouros é um grande abandono a tudo que Eu te pedir direta ou indiretamente, confiando, sem cessar, na Bondade de Meu Coração que toma sempre cuidado de ti.
  • Assim repararás o orgulho de tantas almas que duvidam do Meu Amor.


Segundo Tesouro: Humildade
- O segundo destes tesouros é uma humildade profunda que consistirá em reconheceres que não és nada, em te abaixares diante de todas as Irmãs, e quando Eu te disser, em pedires também a tua Madre que te humilhe.
  • Repararás assim o orgulho de muitas almas.


Terceiro Tesouro: Mortificação
- O terceiro é o tesouro de uma grande mortificação em tuas palavras e ações.
- Quero que te mortifiques corporalmente tanto quanto a obediência te permitir e que recebas com verdadeiro desejo os sofrimentos que Eu mesmo te enviar.
  • Assim repararás a imortificação de grande número de almas e Me consolarás de algum modo pelas ofensas que Me causam tantos pecados de sensualidade e tantos prazeres maus.
- Atitudes de Abandono, Humildade e Mortificação agem contra:
  • Orgulho,
  • Imortificação,
  • Sensualidade,
  • Prazeres maus.

- Enfim, a correntinha que prende as três chaves é amor ardente e generoso que te ajudará a viver abandonada e entregue, humilde e mortificada.

“Apelo ao Amor” A mensagem do Coração de Jesus ao Mundo e Sua Mensageira Irmã Josefa Menéndez da Sociedade do Sagrado Coração. 27.dezembro.1920 a 09.janeiro.1921.

Veja também: Atitudes que salvam.

sábado, 4 de março de 2017

Conhecimento da Verdade




"Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da Verdade" ITimóteo 2,4

Conhecimento da Verdade
7. O conhecimento da Verdade tem três graus.
- A verdade buscamo-la em nós, no próximo e em si mesma:
·         em nós, julgando-nos a nós mesmos;
·         no próximos, compadecendo-nos de seus males;
·         em si mesma, contemplando-a com coração limpo.

- Assinalei-te o número dos graus; observa agora sua ordem. Gostaria, antes
de tudo, de que a própria Verdade te ensinasse por que ela deve ser buscada antes nos próximos que em si mesma. Entenderás, depois, por que deves buscá-la antes em ti que nos próximos.
- Ao pregar as bem-aventuranças, com efeito, o Senhor antepôs os misericordiosos aos limpos de coração (Mt 5, 7-8). É que os misericordiosos logo descobrem a verdade nos próximos: dirigem-lhes seus afetos e adaptam-se de tal modo, que sentem como próprios os bens e os males dos outros:
·         Com os doentes, adoecem; com os que se escandalizam, abrasam-se (II Cor 11, 29). “Alegrai-vos com os que estão alegres, chorai com os que choram” (Rm 12, 15).
- Purificados já no íntimo de seu coração pela mesma caridade fraterna, deleitam-se em contemplar a verdade em si mesma, por cujo amor toleram os males dos outros.
- Os que no entanto não se consociam assim com seus irmãos, senão que ofendem aos que choram, menosprezam aos que se alegram, ou não entendem em si mesmos o que se passa com os outros, por não sentir afetos semelhantes aos seus, nunca poderão descobrir a verdade nos próximos. A estes, adequa-se perfeitamente o tão conhecido ditado: “Nem são sente o que sente o doente, nem o saciado o que sente o faminto”. O doente e o faminto, com efeito, são os que melhor se compadecem dos doentes e dos famintos, porque o vivem igualmente.
- A verdade pura não a compreende senão o coração puro; e ninguém sente tão vivamente a miséria do irmão do que o coração que assume sua própria miséria.
- Para que sintas na miséria de teu irmão teu próprio coração de miséria, precisas conhecer antes tua própria miséria:
·         só assim poderás viver em ti seus males, e surgirão em ti iniciativas de ajuda fraterna.
- E, com efeito, foi assim que agiu o nosso Salvador:
·         quis sofrer para saber compadecer-se; fez-se miserável para aprender a ter misericórdia.
- E, assim como dele se escreveu: “Aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu” (Hb 5, 8), assim também soube o que é a misericórdia. Isso, naturalmente, não quer dizer que Aquele cuja misericórdia é eterna ignorasse a misericórdia, senão que aprendeu no tempo pela experiência o que por sua natureza sabia desde a eternidade.

13. Se o que não era miserável se fez miséria para experimentar o que já sabia previamente, quanto mais não deves tu, não digo fazer-te o que não és, mas atender ao que és, porque, com efeito, és miserável? Aprenderás assim a misericórdia, e só assim a podes aprender.
- Porque, se consideras o mal de teus próximos e não atendes ao teu, sentir-se-á movido não à compaixão, mas à indignação; tendemos, com efeito, a julgar, não a ajudar; a destruir furiosamente, não a instruir com brandura. “Vós, que sois espirituais”, diz o Apóstolo, “admoestai-o com espírito de mansidão” (Gl 6, 1). O conselho e preceito do Apóstolo consiste em que ajudes ao irmão enfermo com a mesma mansidão que queres que te ajudem a ti quando te enfermas; e consiste ainda em que entendas quanta mansidão deves ter no trato com o pecador: “refletindo cada um sobre si mesmo”, diz ainda o Apóstolo, “não caia também em tentação”.

14. Importa considerar com que perfeição o discípulo da verdade segue a ordem estabelecida pelo Mestre. Nas bem-aventuranças a que me referi mais acima, com efeito, os misericordiosos precedem aos limpos de coração, e os mansos aos misericordiosos (Mt 5, 4.7-8). O Apóstolo, ao exortar os espirituais a que instruam os carnais, acrescenta: “com espírito de mansidão”.
- A instrução dos irmãos certamente corresponde aos misericordiosos; fazê-lo com brandura, aos mansos. É como se dissesse: não pode contar-se entre os misericordiosos aquele que não é manso em si. Veja como o Apóstolo mostra claramente o que mais acima prometi demonstrar:
·         a verdade, com efeito, havemos de buscá-la antes em nós mesmos que nos próximos “Refletindo cada um sobre si mesmo”, isto é, sobre quão fácil é tentado e quão propenso é a pecar: por esta consideração, far-se-á manso e poderá aproximar-se dos outros para socorrê-los “com espírito de mansidão”.
- E, se não és capaz de escutar o discípulo que te aconselha, teme ao menos o Mestre que te acusa:
·         “Hipócrita, tira primeiro a trave de teu olho, e então verás para tirar a aresta do olho de teu irmão” (Mt 7, 5).

- A soberba da mente, com efeito, é essa trave grande e grossa no olho, que por sua corpulência vã, não sã, inchada, não sólida, obscurece o olho da mente, e escurece a verdade. Se chegar a ocupar tua mente, já não poderás ver-te nem sentir-te como és ou como podes ser, mas como te queres, como pensas que és, ou como esperas vir a ser.
- Que é a soberba senão, como a define Santa Teresa de Ávila, o amor da própria excelência?
- E podemos dizer que, pelo contrário, a humildade é o entendimento da própria excelência, que o humilde não ama desordenadamente a própria excelência, mas sabe reconhecê-la em si, quando é real, sem jamais perder de vista que ela é, antes e acima de tudo, um dom de Deus.

- Nem o amor nem o ódio conhecem o juízo da verdade.
- Queres ouvir o juízo da verdade?
·         “Julgo segundo o que ouço” (Jo 5, 30): não segundo odeio, nem segundo amo, nem segundo temo.
- Há um juízo do ódio, como este:
·         “Nós temos uma lei, e segundo a lei [Ele] deve morrer” [Jo 19, 7].
- Há um também do temor, como este:
·         “Se o deixamos assim, crerão todos nele; e virão os romanos, e destruirão nossa cidade e nossa nação” [Jo 11, 48].
- Mas o juízo do amor é como o de Davi com respeito ao filho parricida:
·         “Trata bem”, diz ele, “ao jovem Absalão” [II Sm 18, 5].

- Há uma norma segundo as leis humanas que se observa tanto nas causas eclesiásticas como nas civis:
·         está disposto que os amigos íntimos dos litigantes nunca devem ser convocados a juízo, para que, levados pelo amor dos amigos, não enganem nem se deixem enganar.
- E, se o amor que professas a teu amigo influi em teu critério como atenuante ou ausência de culpa, quanto mais o amor que te professas a ti mesmo não te enganará quanto emitas um juízo contra ti?

15. Por conseguinte, o que cuida de conhecer a verdade de si mesmo deve tirar a trave de sua soberba, porque ela impede a seus olhos a luz, e terá de dispor-se a ascender no coração, observando-se a si mesmo em si mesmo, até alcançar, com o décimo segundo grau da humildade (Temor a Deus), o primeiro da verdade:
·         “Rememorar a própria pequenez e a degradação dos pecados cometidos, fazendo tudo não mais pelo temor do inferno, mas por amor a Cristo” (Regra de São Bento Capitulo VII)
- Quando pois tiver encontrado em si mesmo a verdade, ou melhor, quando se tiver encontrado a si mesmo na verdade e puder dizer:
·         “Eu fiei-me, e por isso falei; eu estou pois extremamente humilhado” [Sl 116, 10], ascenda mais então o homem no coração, para que a verdade seja exaltada, e alcance o segundo grau, e diga em seu arroubo: “Todos os homens são mentirosos” [Sl 116, 11].
- Pensas que Davi não seguiu esta mesma ordem? Pensas que o profeta não advertiu o que o Senhor, o Apóstolo e eu entendemos seguindo seu exemplo? Diz ele:
·         “Eu fiei-me” na Verdade, que dizia: “O que me segue não anda nas trevas” [Jo 8, 12]. “Fiei-me”, pois, seguindo-a, “e por isso falei” confessando.
- Que confessei?
·         A verdade que conhecia na fé. E, depois que “me fiei” para a justiça e “falei” para a salvação, “estou extremamente humilhado” – ou seja, perfeitamente.
- É como se dissesse:
·         já que não me envergonhei confessando contra mim mesmo a verdade que conheci em mim, cheguei à perfeição da humildade.
- “Extremamente”, portanto, pode entender-se por “perfeitamente”, como aqui:
·         “Compraz-se extremamente em seus mandatos” [Sl 112, 1].
- Se todavia alguém sustenta que “extremamente” significa aqui “muito” e não “perfeitamente”, por ser tal o significado que lhe dão os expositores, tal tradução não discordaria do sentido do Profeta, como se se dissesse:
·         Eu, com efeito, quando ainda não conhecia a verdade, considerava-me algo, ainda que não fosse nada. No entanto, desde que me fiei em Cristo, ou seja, desde que imitei sua humildade, passei a conhecer a verdade: ela foi enaltecida em mim, por causa de minha mesma confissão.
- Mas “eu estou extremamente humilhado”, isto é:

·         a mesma consideração de mim suscitou-me grande desprezo.

27. Há pois um caminho para cima e outro para baixo. Um caminho leva ao bem, enquanto o outro ao mal. Esquiva o mau caminho, e escolhe o bom. Se porém te sentes incapaz disso, suplica com o profeta dizendo: “Da via da iniquidade, afasta-me” [Sl 118, 29].
De que modo?
“E concede-me o favor de tua lei” [Sl 118, 29], ou seja, da lei que deste aos que delinquem no caminho, aos que deixam a verdade. Um destes sou eu, que caí da verdade. Mas, então, o que cai já não poderá levantar-se?
Por isso elegi o caminho da verdade, para ascender até à cúspide de onde caí por causa de minha soberba.
Ascenderei e cantarei: “Foi bom para mim, Senhor, que me humilhasses; melhor para mim é a lei de tua boca que milhares de moedas de ouro e de
prata” [Sl 118, 71-72].

- Pode parecer-te, sim, que Davi propõe dois caminhos; mas presta atenção e verás que não é senão um, ainda que com dois nomes:
Chama-se iniquidade para os que descem,
e verdade para os que sobem.
·          Os degraus são os mesmos tanto para os que ascendem ao trono como para os que descem.
·          Um só, com efeito, é o caminho tanto para os que se aproximam da cidade como para os que a deixam; e
·          Uma só é a porta tanto para os que entram na casa como para os que saem dela.
- Jacó viu em sonho que por uma mesma e só rampa subiam e desciam anjos (Gn 28, 12). Que quer dizer isso? Que, se queres voltar à verdade, não precisas buscar um novo e desconhecido caminho:
- Basta-te o mesmo pelo qual desceste. Já o conheces. E, desandando o mesmo caminho, sobe humilhado os mesmos degraus que desceste ensoberbecido.
- Desse modo, o que é o:
·         décimo segundo degrau da soberba (O costume de pecar) para o que desce,
o   esse mesmo degrau há de ser o primeiro da humildade (O Temor a Deus: nos sentidos, na vontade e na inteligência) para o que sobe;
·         o décimo primeiro da Soberba (Liberdade de pecar) para o que desce,
o   o segundo da Humildade (A negação dos próprios desejos) para o que sobe;
·         o décimo da Soberba (Rebelião) para o que desce,
o   o terceiro da Humildade (Prática da obediência) para o que sobe;
·         o nono da Soberba (Confissão simulada) para o que desce,
o   o quarto da Humildade (Suportar o desprezo e a injustiça dos homens) para o que sobe;
·         o oitavo da Soberba (Escusa dos pecados) para o que desce,
o   o quinto da Humildade (Confiar a consciência ao Diretor Espiritual) para o que sobe;
·         o sétimo da Soberba (Presunção) para o que desce,
o   o sexto da Humildade (Renunciar a qualquer conforto externo) para o que sobe;
·         o sexto da Soberba (Arrogância) para o que desce,
o   o sétimo da Humildade (Renunciar ao reconhecimento dos méritos pessoais) para o que sobe;
·         o quinto da Soberba (Singularidade) para o que desce,
o   o oitavo da Humildade (Renunciar ao desejo de governar a qualquer tipo de mando) para o que sobe;
·         o quarto da Soberba (Jactância) para o que desce,
o   o nono da Humildade (Exercitar o silêncio) para o que sobe;
·         o terceiro da Soberba (Alegria tola) para o que desce,
o   o décimo da Humildade (Ser circunspecto e evitar o riso fútil) para o que sobe;
·         o segundo da Soberba (Ligeireza de espírito) para o que desce,
o   o décimo primeiro da Humildade (Ser discreto) para o que sobe;
·         o primeiro da Soberba (Curiosidade) para o que desce,
o   o décimo segundo da Humildade (Rememorar a própria pequenez e a degradação dos pecados cometidos, fazendo tudo não mais pelo temor do inferno, mas por amor a Cristo) para o que sobe.
(Resumo esquemático Regra de São Bento Capitulo VII)
- Quanto houveres encontrado, ou melhor, reconhecido em ti tais degraus
da soberba, já não terás de laborar para encontrar o caminho da humildade.

Os Graus da Humildade e da Soberba-São Bernardo de Claraval-Editora Concreta

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Desejo Santo



Desejo Santo de Santa Catarina
- Desejando conhecer e seguir mais virilmente a Verdade, aquela serva elevou a Deus quatro pedidos: por si mesma, pela Igreja, pelo mundo e por um caso particular.
- O ardor era grande, contínuo. E aumentou ainda mais, quando a Verdade Primeira lhe revelou as necessidades do mundo, mostrando-lhe sua confusão e pecados.
- Tudo isso lhe acendia a chama do DESEJO SANTO, num misto de tristeza pelos pecados e de alegria pela esperança de que Deus haveria de dar solução a tantos males. 1.3

A culpa é reparada pelo amor
- Filha, fiz-te ver que a culpa não é reparada neste mundo pelos sofrimentos, suportados unicamente como sofrimentos, mas sim pelos sofrimentos aceitos com amor, com DESEJO SANTO -da glória divina e salvação dos homens-. 2.2
- Então Deus Pai, deixando-se levar pelas lágrimas e reter pelos laços do DESEJO SANTO daquela serva, olhou misericordiamente para ela e queixou-se nestes termos: Filha muito amável, tuas lágrimas me coagem, porque estão unidas a mim e são derramadas por amor; prendem-me os teus sofrimentos íntimos. 4.1
- Há um remédio, capaz de aplacar minha ira. São os meus servidores, quando se esforçam por coagir-me ao perdão com suas lágrimas, por reter-me com os laços do amor. Com essa corrente tu me amarraste! Dei tais servidores a ti, porque desejava ser misericordioso para com o mundo. É por tal motivo que infundo neles o ardor e o DESEJO de glorificar-me, bem como de salvar os homens.
- Quero ser coagido pelas suas lágrimas, diminuir a violência da minha justiça... é assim que realizarei o teu DESEJO. 4.4

Glória de Deus e Salvação dos homens
- Impulsionada pelo DESEJO SANTO, afervorou-se mais ainda e na fé pôs-se a refletir sobre o amor de Deus. Ela compreendia experimentalmente quanto somos obrigados a DESEJAR e promover a Glória Divina e a Salvação da humanidade. 9

Felicidade dos santos
- O homem justo, ao encerrar sua vida terrena no amor, já não poderá progredir na virtude. Para sempre continuará a amar no grau de caridade que atingiu ao chegar até mim. Também será julgado na proporção do amor.
- Continuamente me DESEJA, continuamente me possui; suas aspirações não caem no vazio.
- Ao DESEJAR, será saciado; ao saciar-se, sentirá ainda fome; distanciando-se, assim, do fastio da saciedade e do sofrimento da fome.
- Os bem aventurados continuam no céu, eternamente, aquele mesmo amor com que encerraram a vida terrena. Conformam-se inteiramente a minha vontade, só DESEJAM o que Eu DESEJO. Chegando ao momento da morte em estado de graça, seu livre arbítrio fixa-se no amor e eles não pecam mais. Seus DESEJOS estão saciados. 14.4
- Sou um Deus imutável, livre da acepção de pessoas, unicamente atento ao DESEJO SANTO.
- A felicidade dos santos é possuir a vontade satisfeita em todas as suas aspirações. Ao DESEJAR-ME, possuem-me. Só DESEJAM o que Eu DESEJO.
- Separando-se do corpo, a vontade dos bem aventurados realiza-se: ao DESEJO de ver-me corresponde a visão, e com ela, a beatitude. Vendo, conhecem-me; conhecendo, amam-me; amando, saboreiam-me; saboreando realizam-se quanto ao DESEJO de me ver e conhecer.
- DESEJANDO, possuem; possuindo, DESEJAM.
- Como disse o sofrimento está distante do DESEJO e o fastio da saciedade. Como vês, meus servidores são felizes, especialmente na visão celeste. Ela satisfaz seus DESEJOS, sacia suas vontades.
- Neste sentido afirmei que a vida eterna consiste na posse das coisas que a vontade DESEJA, isto é, conhecer-me, ver-me. 14.9

Ilusão do pecado
- O demônio convida os homens para a água morta, a única que lhe pertence, cegando-os com prazeres e satisfações do mundo. Usa o anzol do prazer e fisga-os mediante a aparência de bem. Sabe ele que por outros caminhos nada conseguiria; sem o vislumbre de um bem ou satisfação, os homens não se deixam aprisionar.
- Quando o homem decide suportar as tentações, parece-lhe difícil a quem DESEJA seguir a estrada da Verdade. Há sempre luta entre a consciência de um lado e a sensualidade do outro.
- Mas quando a pessoa virilmente renega a si mesma e se decide dizendo: "Quero seguir Cristo crucificado", então ela quebra aqueles espinhos e descobre inestimável doçura. A doçura será maior ou menor conforme a boa disposição e o esforço pessoal. 14.8

Riquezas
- As almas DESEJOSAS de grande perfeição, desprezaram o ouro, afetiva e efetivamente; estes são os que seguem os conselhos evangélicos quanto ao DESEJO e quanto a prática, conforme o legado de Cristo.
- Outros, na posse de bens, seguem os conselhos evangélicos somente pelo DESEJO não na vida prática.
- Como os conselhos evangélicos estão ligados aos mandamentos, ninguém vive estes últimos se não segue os conselhos, senão efetivamente, pelo menos quanto ao DESEJO. Em outras palavras: o cristão que possui bens, deve fazê-lo na humildade, sem orgulho, como coisa emprestada, não própria.
- O afeto do coração deve estar em mim, não nas coisas externas; elas não pertencem aos homens, são dadas em empréstimo.
- Não tenho preferência por pessoas ou posições sociais; somente pelos DESEJOS do coração. 14.11

Remorso
- Quanta ilusão produz o remorso; como se martiriza quem DESEJA vingar-se! O homem DESEJOSO de vingança se corrói e morre antes mesmo de matar o inimigo. O primeiro morto é ele mesmo. Mata-se com o punhal do ódio. 14.12

Adversidades
- Venham de onde vierem, as adversidades são instrumentos meus que fazem meus servidores padecer no corpo; perseguidos pelo mundo, nada sofrem no espírito. Identificaram-se com a minha vontade e até se alegram em tolerar males por mim.
- Quanto aos pecadores sofrem externe e internamente. Sobretudo internamente! Seja pelo medo de perder quanto amam, seja por DESEJAR o que não conseguem adquirir. 14.13

Perseverança
- Quem não persevera, jamais realiza seus DESEJOS, levando a termo o que começou. 14.14


 O Diário | Santa Catarina de Sena

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Humildade

Humildade
            Quanto a humildade, não devemos nos envaidecer com as riquezas, honras, nobreza, talentos, nem com nenhuma outra vantagem natural e muito menos ainda com vantagens espirituais, lembrando-nos que tudo é dom de Deus. Devemos, pelo contrário, considerar-nos como os mais indignos dos homens e, consequentemente, gostar de nos ver desprezados sem fazermos como os que se dizem os piores de todos e querem ser mais bem tratados que os outros.
            Aceitemos as correções com humildade, sem nos desculpar, mesmo quando repreendidos sem razão, contanto que não estejamos obrigados a nos defender para evitar um escândalo.

            Guardemo-nos do desejo de aparecer e procurar honras humanas. Tenhamos sempre diante dos olhos a sábia máxima de São Francisco: “Somos na realidade o que somos diante de Deus”. Pior ainda seria procurar na vida religiosa cargos honrosos ou de superioridade. A honra de um religioso é ser o mais humilde de todos; e mais humilde é aquele que abraça as humilhações com mais alegria.


A Prática de amor a Jesus Cristo | Santo Afonso Maria de Ligório

terça-feira, 10 de junho de 2014

Purificação Interior

Purificação interior
Quando uma alma tem certeza moral de estar na graça de Deus, embora despojada dos prazeres do mundo e dos dons de Deus, está contente sabendo que ama a Deus e é amada por ele.
Mas o que faz Deus, querendo vê-la mais purificada e despida de toda a satisfação sensível, para uni-la toda a si por meio de seu puro amor?
- Coloca-a na prova da desolação que causa uma dor pior do que todos os sofrimentos interiores e exteriores que uma alma pode sofrer. Priva-a do conhecimento de estar na graça e a deixa em densas trevas, de modo a pensar que não mais encontrará a Deus. As vezes Ele permite que seja assaltada por fortes tentações dos sentidos, tentações contra a castidade, pensamentos de desconfiança, de desespero e até mesmo de ódio a Deus.
            Parece-lhe que o Senhor a rejeitou e já não escuta as suas orações. De um lado as tentações são fortes e a concupiscência se faz sentir, de outro lado, a alma se vê em tão grande escuridão, que, embora resista com a vontade, não distingue bem se está resistindo como deve as tentações ou se nelas está consentindo.
            Com isso cresce-lhe o temor de perdido a Deus, e de que Deus, pelas suas infidelidades nesses combates, justamente a tenha abandonado de todo. Parece-lhe ter chegado a extrema ruina, de não mais amar a Deus e de ser odiada por ele.
- Santa Tereza experimentou essa provação. Diz ela que em tal estado, a solidão já não a consolava mas lhe era um tormento, e quando ia rezar, parecia-lhe encontrar um inferno.

Combater o bom combate
            Acontecendo isso a uma alma que ama a Deus, não deve ficar ela aborrecida nem o diretor espiritual ficar assustado. Tais movimentos dos sentidos, as tentações contra a fé, a desconfiança, os impulsos que a movem a odiar a Deus, são temores e tormentos da alma, esforços do inimigo, mas não são atos voluntários e por isso não são pecados.
            A pessoa que ama de verdade a Jesus Cristo resiste bem a esses combates e não consente em tais sugestões. Envolvida pelas trevas, não sabe distinguir o seu estado e se perturba. Vendo-se afastada da presença da graça, teme e se aflige. Bem se pode ver, nessas almas assim provadas, que tudo é medo e apreensão, mas não realidade. Perguntai-lhes se, enquanto se encontram abandonadas assim, cometeriam um só pecado venial conscientemente. Resolutamente responderiam estar prontas a sofrer, não uma, mas mil mortes, antes de deliberadamente dar um desgosto a Deus.

Unir-se a vontade de Deus
Devemos distinguir:
- Uma coisa é fazer um ato bom, como vencer a tentação, confiar em Deus, amar e querer o que Deus quer.
- Outra coisa é conhecer que, de fato, fazemos esse ato bom.
- Conhecer que fazemos um ato bom traz-nos consolação. O proveito não nos vem de conhecer que praticamos uma boa ação, mas de a praticarmos.
            Deus contenta-se com o ato feito e priva a alma do conhecimento. Assim ele lhe tira toda a satisfação própria que, na verdade, nada acrescenta ao ato praticado. O Senhor quer mais o nosso proveito do que a nossa satisfação.
            Consolando uma pessoa aflita, São João da Cruz escreveu-lhe:
“Nunca estiveste em melhor estado do que este, porque nunca estiveste tão humilhada e desapegada do mundo. Nunca te reconheceste tão miserável como agora, nem despojada e longe de procurar a ti mesma”
            Não creiamos, enfim, ser mais amados de Deus quando sentimos as consolações espirituais, pois, a perfeição não consiste nisso, mas em mortificar a nossa vontade e uni-la a vontade de Deus.

Perseverança na desolação
            Nessa desolação a alma não deve dar ouvidos a tentação que sugere Deus tê-la abandonado, nem deixar a oração, pois é isso que o demônio pretende para jogá-la no precipício. Diz Santa Tereza:
“O Senhor prova com aridez e tentações aqueles que o amam.
Ainda que a aridez dure toda a vida, não deixe a alma a oração; tempo virá em que tudo lhe será bem pago”.
            Em tal estado de sofrimento, a alma deve humilhar-se, julgando-se merecedora de ser assim tratada pelas ofensas feitas a Deus. Humilhar-se e resignar-se inteiramente a vontade divina, dizendo-lhe:
“Aqui estou, Senhor. Se me quereis assim desolada e aflita durante toda a minha vida ou mesmo por toda a eternidade, dai-me a vossa graça, fazei que eu vos ame; depois disponde de mim como for do vosso agrado”.

Manter-se em estado de graça
            Querer a alma ter a certeza de estar na graça de Deus, ou de que isto é provação e não abandono de Deus, será inútil e talvez causa de maior inquietação pois Ele não quer que ela saiba.
Não o quer para maior bem, para que a alma se humilhe mais e multiplique as orações e atos de confiança na sua misericórdia.
A alma quer ver e Deus não quer que veja.
            Além disso, São Francisco de Sales diz: A resolução de não consentir em nenhum pecado, por pequeno que seja, nos assegura que estamos em estado de graça”.
            Mas, quando a alma se encontra em grande desolação, nem isso conhece claramente. Ela não deve pretender sentir o que deseja, basta-lhe querer com a limitação de sua vontade. Dessa forma, deve abandonar-se toda nos braços da bondade divina. Oh! Como agradam a Deus esses atos de confiança e de resignação no meio das trevas da desolação! Confiemos no Senhor que, como diz Santa Tereza, nos ama mais do que nós amamos a nós mesmos”.

A Prática de amor a Jesus Cristo Cap XVII– Santo Afonso Maria de Ligório

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Felizes os humildes (Santo Afonso)

10. “Quem é verdadeiramente humilde, vendo-se humilhado, mais se humilha” diz S.Joana Chantal. Sim, porque a pessoa humilde nunca se julga tão humilhada quanto merece. Os que fazem assim são chamados por Cristo de ‘felizes’. Os que são estimados, honrados e louvados por sua nobreza, ciência e poder não são chamados ‘felizes’ por Cristo.
Mas uma grande recompensa será dada no céu aos que são amaldiçoados pelo mundo, perseguidos e caluniados pelos homens, se sofrerem tudo isso com paciência: “Bem aventurados sois vós, quando vos injuriarem e vos perseguirem e mentindo, disserem todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus” Mt5, 11-12.

11. Devemos praticar a humildade principalmente quando somos repreendidos por alguma falta pelos nossos superiores ou por outra pessoa qualquer.
Alguns fazem como ouriços: quando não são atacados, parecem calmos e cheios de mansidão. Mas quando um superior ou amigo o toca lembrando-lhes alguma coisa mal feita, arrepiam logo os espinhos. Respondem com azedume dizendo que não é verdade, ou que tiveram motivos para o fazer, ou que não tinham cabimento aquela admoestação. Em resumo, quem os repreende torna-se seu inimigo. Fazem como aqueles que se zangam com o médico porque os faz sofrer dores quando realiza os curativos de suas feridas.
Diz S.João Crisóstomo: “A pessoa santa é humilde, quando é repreendida, arrepende-se da falta que fez. Ao contrário, quem é orgulhoso fica magoado quando é corrigido. Fica magoado por ver descoberto o seu defeito e por isso responde e indigna-se com quem o adverte.”
S.Felipe Neri dá esta regra a quem é acusado sem motivo: “Quem quer ficar verdadeiramente santo nunca desse se desculpar, nem que seja falso o que lhe atribuem”. A única exceção acontece quando é necessário defender-se para evitar escândalo. Quando merecimento perante Deus tem uma pessoa que é repreendida, até mesmo sem razão, e se cala e não se desculpa!
S.Tereza: “Uma pessoa caminha mais para Deus quando deixa de desculpar-se do que ouvindo dez sermões. Não se desculpando, começa a adquirir a liberdade interior e a não se preocupar se dizem dele bem ou mal”.


A Prática de amor a Jesus Cristo Cap IX– Santo Afonso Maria de Ligório

sexta-feira, 28 de março de 2014

Humildade (Santo Afonso)

Quem ama a Jesus Cristo não se envaidece de suas qualidades
1. O orgulhoso é como um balão cheio de vento que se sente grande diante de si mesmo. Na verdade, toda a sua grandeza se reduz a um pouco de ar que se esvai rapidamente, quando o balão se rompe.
- Quem ama a Deus é verdadeiramente humilde. Não se orgulha vendo em si algumas boas qualidades. Sabe que tudo quanto possui é dom de Deus; de seu, só tem o nada e o pecado. Por isso, conhecendo os dons concedidos por Deus, mais se humilha, sentindo-se indigno e tão favorecido por Deus.

            2. S.Tereza falando das graças especiais concedidas a ela por Deus, diz: “Deus faz comigo como se faz com uma casa prestes a cair, sustenta-as com escoras.”
- Quando alguém recebe uma visita de Deus, sentindo em si a força extraordinária do amor divino que o leva até a emoção e a uma grande ternura de coração, não se julgue favorecido ou recompensado pelo Senhor por ter feito alguma obra boa. Humilha-se ainda mais, entendendo que Deus acaricia, para que não o abandone. Mas se tais graças lhe inspiram alguma vaidade, sentindo-se mais favorecido porque é mais fiel a Deus do que os outros, tal defeito fará com que Deus o prive de suas graças. Para conservar uma casa, duas são as coisas mais necessárias: o alicerce e o telhado. Na casa da nossa santificação, o alicerce é a humildade, reconhecendo que nada somos e nada podemos. O telhado é a proteção de Deus na qual unicamente devemos confiar.

            3. Quando nos vemos mais favorecidos por Deus, ais devemos ser humildes. Quando S.Tereza recebia uma graça procurava pôr diante de seus olhos todas as suas faltas e assim o Senhor mais se unia a ela. Quanto mais uma pessoa se acha indigna de graças, mais Deus a enriquece delas.
- S.Taís era uma pecadora e depois se tornou uma santa. Humilhava-se tanto na presença de Deus, julgando-se até indigna de dizer: “Meu Criador, tende piedade de mim” .
- S.Jerônimo diz ter visto um lugar especial no céu para ela por tal humildade.

- Um caso semelhante se lê na vida de S.Margarida de Cortona: Sentindo com ternura o amor de Deus, dizia: “Senhor, já esquecestes do que eu fui? Como me pagais com favores a tantas ofensas que vos fiz?”
- Deus então a fez sentir que, quando uma pessoa o ama e se arrepende de coração por tê-lo ofendido, ele se esquece das faltas recebidas. “Se no entanto, o homem mau renuncia a todos os seus erros... não lhe será tomada em conta qualquer das faltas cometidas” Como prova disso, mostrou-lhe no céu um lugar glorioso que lhe estava  preparado entre os anjos. Oh, se pudéssemos compreender o valor da humildade! Vale mais um ato de humildade do que a conquista de todas as riquezas do mundo.

Quem ama a Jesus Cristo é humilde
            4. S.Tereza: “Não acrediteis ter progredido na perfeição, se não vos julgardes piores de todos e se não DESEJAIS ser tratados como os últimos.” Assim fazia S.Tereza e todos os outros santos.
- S.Francisco Assis, S.Maria Madalena Pazzi e outros julgavam-se os maiores pecadores do mundo. Admiravam-se de que a terra os sustentasse e não se abrisse debaixo de seus pés. Afirmavam isso com verdadeira sinceridade. Achando-se perto da morte, S.João Ávila, que teve uma vida santa desde a juventude, veio assisti-lo um sacerdote que lhe dizia coisas muitos sublimes, tratando-o como uma grande servo de Deus e  como um grande sábio, o que era de fato. Mas João lhe disse: “Padre, peço-te que recomende a minha alma como se faz a um malfeitor, condenado a morte; porque eu sou isso” É isto o que sentem os santos!

            5. Façamos também assim, se queremos salvar-nos e conservar-nos na graça de Deus até a morte, colocando toda nossa confiança somente em Deus. O soberbo confia nas próprias forças e por isso cai. O humilde, embora seja assaltado pelas mais fortes tentações, resiste e não cai, porque só confia em Deus: “Tudo posso naquele que me conforta” Fl 4,13.
- O demônio ora nos tenta de presunção, ora de desconfiança. Quando ele diz que para nós não há perigo de cair, então temamos mais porque, se por um instante Deus não nos ajuda com sua graça, estamos perdidos. Quando nos tenta a desconfiar, voltemo-nos para Deus e digamo-lhe com grande confiança: “Em vós, Senhor, eu esperei; não seja eu confundido para sempre” Sl30,2. Meu Deus, coloquei em vós minhas esperanças; espero que jamais me veja confuso e afastado de vossa graça. Estes atos de desconfiança em nós e de confiança em Deus, devemos fazê-los até o ultimo momento de nossa vida, pedindo sempre ao Senhor que nos dê sai santa humildade.

O medo de ser humilhado
            6. Para ser humilde não basta ter um baixo conceito de si e da própria fraqueza.
- Tomás Kempis: o verdadeiro humilde é aquele que reconhece seu nada e se alegra nas humilhações. Isso é o que o Senhor nos recomendou fazer, segundo seu exemplo: “Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração” Mt11,29
- Quem diz ser o maior pecador do mundo e fica irritado quando o desprezam, mostra que é humilde da boca para fora, mas não de coração.
- S.Tomás: quando alguém, vendo-se desprezado, fica ressentido, mesmo se fizesse milagres, pode-se ter certeza que está ainda bem longe da perfeição. “A humildade consiste em alegrarmo-nos com tudo o que nos leva a reconhecer nosso nada”. Notemos bem ‘alegrarmo-nos. Se nossos sentimentos se ressentem com os desprezos recebidos, ao menos em nosso espírito devemos nos alegrar.

            7. Como poderá uma pessoa que ama a Jesus Cristo deixar de aceitar os desprezos, vendo seu Deus suportar escarros e tapas como sofreu na sua paixão? “E cuspiram-lhe no rosto, bateram-lhe com murros e deram-lhe tapas”
- Nosso Divino Redentor quis ser representado e exposto sobre os altares, não sob o aspecto glorioso, mas crucificado, para termos sempre diante de nós seus desprezos. Vendo-o assim, os santos também se alegravam quando desprezados na terra. Esta foi a oração de S.João Cruz a jesus Cristo que se lhe apresentava com a cruz as costas: “Senhor, quero padecer e ser desprezado por amor de vós”. Senhor, vendo-vos desprezado por meu amor outra coisa não vos peço, senão me fazerdes sofrer e ser desprezado por amor a vós.

O alicerce da humildade
            8. S.Francisco Sales: “Suportar os desprezos é pedra de toque da humildade e da verdadeira virtude. Uma pessoa que se apresenta como religiosa, reza, comunga frequentemente, jejua, pratica a mortificação, mas que depois não pode suportar uma injúria, uma palavra picante, mostra ser o que?
- Mostra que não passa de um pau oco, sem humildade e sem virtude. E que sabe fazer uma pessoa que ama a Jesus Cristo, se não é capaz de sofrer um desprezo por amor dele, que tanto sofreu por seu amor?
- Tomás kempis: “Já que te aborreces tanto em ser humilhado, é sinal de que não estás morto para o mundo, não tens humildade, não tens Deus como tudo na vida. Quem não tem Deus como tudo, perturba-se com toda a palavra de critica que escuta” Não podemos suportar bofetadas e ferimentos por Deus? Ao menos, suportemos alguma palavra mais dura!


A Prática de amor a Jesus Cristo Cap IX– Santo Afonso Maria de Ligório

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Maduros na fé


Os 30 'quês' de uma pessoa madura na fé
- Renovados que estamos e ao voltarmos para casa, para os ambientes em que vivemos apliquemos em nossos relacionamentos o que aprendemos e renovamos.
- Estamos num mundo completamente pluralista, por isso precisamos nos tornar verdadeiros especialistas em matéria de fé e conversão. Se não for dessa forma, os cristãos “mais ou menos” não vão resistir; daí a necessidade de um amadurecimento real e concreto na fé.

- O Projeto Nacional de Evangelização diz que é preciso ter e levar os outros ao encontro pessoal com Jesus, pois só assim vamos nos tornando maduros na fé, que nada mais é do que sermos crianças nas mãos de Deus.

- Livres da maturidade somente humana que questiona tudo, vamos a caminho de sermos verdadeiros cristãos com coluna vertebral.

- Textos-base para um aprofundamento e um exame de consciência a respeito da nossa fé:
1 Cor 3, 1-9; Heb 5, 12-14; Ef 4, 11-15.

A pessoa que tem uma fé vivida de forma madura com Deus é uma pessoa:
01 – Que escolhe inteiramente por Deus.
02 – Que sabe discernir a Vontade de Deus.
03 – Que faz a Vontade de Deus até o fim.
04 – Que vive o Evangelho sem questionamentos.
05 – Que é livre em Deus.
06 – Que sabe obedecer.
07 – Que sabe reconhecer os sinais do tempo.
08 – Que vive uma individualidade e não um individualismo.
09 – Que é capaz de viver a alteridade.
10 – Que vive uma fé com obras.

A pessoa que tem uma fé vivida de forma madura com o próximo é uma pessoa:
01 – Que pergunta, sem duvidar do próximo.
02 – Que vive a fé com o próximo.
03 – Que consegue se adaptar com o diferente.
04 – Que se alegra com o crescimento do próximo.
05 – Que reconhece o outro por também ser um filho de Deus.
06 – Que sabe o seu papel na sociedade.
07 – Que contagia o próximo com a santidade.
08 – Que tem como única competição amar mais o próximo.
09 – Que ama com caridade.
10 – Que é original na fé e na opinião.

A pessoa que tem uma fé vivida de forma madura consigo mesma é uma pessoa:
01 – Que tem autonomia na fé.
02 – Que é perseverante, mesmo no sofrimento.
03 – Que se engaja e se compromete.
04 – Que é especialista no que faz.
05 – Que é como pára-raios na intercessão.
06 – Que conhece a própria verdade.
07 – Que assume as experiências vividas.
08 – Que sabe receber elogios e também as críticas.
09 – Que sabe falar, mas também escutar.
10 – Que se deixa trabalhar no temperamento pelo Espírito de Deus.
 Padre Anderson Marçal