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segunda-feira, 3 de março de 2014

Desejo de perfeição

Sequencia da postagem “Tibieza”
9. O primeiro meio para deixar a tibieza é o DESEJO de perfeição. – Os SANTOS DESEJOS são as asas que nos fazem voar da terra. Por um lado, eles nos dão força para caminhar na perfeição, por outro lado, eles nos aliviam os sofrimentos da caminhada.
- Quem DESEJA de verdade a perfeição nunca deixa de progredir nela e, se não ficar desanimado, vai consegui-la. Aquele, porém, que não a DESEJA, andará sempre para trás e se torna mais imperfeito do que no começo.
Na caminhada para Deus quem não avança, sempre retrocede arrastado pela correnteza de nossa natureza corrompida.

            10. É um grande erro dizer como alguns dizem: Deus não quer que todos sejam santos. “Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação” Tess 4,3
- Deus quer todos santos , cada um no seu estado de vida: o religioso como religioso, o leigo como leigo, o sacerdote como sacerdote, o casado como casado, o negociante como negociante, o soldado com soldado, e assim em todos os estados de vida.
- S. Tereza: “Os nossos pensamentos sejam grandes, porque deles nascem nosso bem... É preciso não diminuir os nossos DESEJOS, mas confiar em Deus; esforçando-nos, chegaremos pouco a pouco até onde os santos chegaram com a graça de Deus”. Em confirmação, diz ela ter visto pessoas corajosas que em pouco tempo fizeram grande progresso espiritual: “Agradam ao Senhor tanto os DESEJOS como se já fossem realizações... Deus não concede muitas graças importantes, senão para quem muito DESEJOU o seu amor... Deus não deixa de pagar qualquer bom DESEJO nesta vida, pois, ele ama as almas generosas quando não confiam em si mesmas”
- S. Tereza tinha esse espírito generoso. Chegou uma vez, a dizer ao Senhor que pouco lhe importaria ver no céu pessoas gozando maior felicidade do que ela; mas ver pessoas que o amassem mais do que ela, não sabia como poderia suportar.

            11. É preciso ter coragem.
- S. Tereza: “O Senhor é bom para aqueles que o procuram”, é extremamente bom e aberto para com as pessoas que o buscam de coração. Se DESEJAMOS ser santos de verdade, nem os pecados cometidos podem nos impedir. “O demônio faz tudo para nos parecer um orgulho ter grandes DESEJOS e o querer imitar os santos; mas ajuda muito ter coragem para as coisas grandes. Mesmo que a alma não tenha logo a força, ele dá um voo generoso e avança muito.”
“Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” Rm 8,28
- Mesmo os pecados cometidos podem concorrer para a nossa santificação, na medida em que sua lembrança nos faz mais humildes, mais agradecidos as graças que Deus nos deu, depois de tantas ofensas.
- O pecador deve dizer: nada posso, nada mereço, a não ser o inferno. Mas sirvo a um Deus de bondade infinita e ele prometeu ouvir a todos que lhe pedem alguma coisa. Já que ele me livrou da condenação e quer que eu me torne um santo oferecendo-me sua ajuda, então posso me tornar um santo, não com minhas forças, mas com a graça de Deus que me sustenta:
“Tudo posso naquele que me conforta” Fil 4,13
- Tendo os bons DESEJOS, é preciso que tenhamos coragem e, confiantes em Deus, procuremos realizar esses DESEJOS. Encontrando depois alguma dificuldade na sua realização, permaneçamos na vontade de Deus. A vontade de Deus deve estar acima de todos os nossos DESEJOS.

Decisão de ser de Deus
12. O segundo meio para chegar a santificação é a decisão de dar-se a Deus. Chamados a perfeição, muitos sentem o DESEJO de obtê-la, movidos pela graça. Se depois, porém, não tomam a decisão, vivem e morrem no lodo de sua vida tíbia e imperfeita.
- Não basta só o DESEJO de ser santo, se não juntarmos a ele uma firme resolução de alcança-lo. Quantas pessoas se alimentam só de DESEJOS e nunca dão um passo nos caminhos de Deus. Estes são os DESEJOS de que fala em Prov 21,25:
“Os DESEJOS do preguiçoso o matam”.
- O preguiçoso DESEJA sempre e nunca se decide a empregar os meios próprios de seu estado de vida para se tornar santo. Por isso, costuma dizer: Oh! Se eu morasse num deserto e não nesta casa! Se eu estivesse vivendo em outro convento, eu me entregaria todo a Deus! E no entanto, não suporta um companheiro, não pode ouvir uma palavra que o contraria, dissipa-se com muitas coisas inúteis, cai em muitas faltas, pecados da gula, curiosidade, orgulho, e depois suspirando diz: Oh! Se eu pudesse...
- Tais DESEJOS são mais prejudiciais do que úteis; alimenta-se deles e no entanto vive e continua a viver imperfeitamente.

- S. Francisco Sales: Não concordo com uma pessoa que, ligada por uma obrigação ou por uma vocação, fique a DESEJAR outro tipo de vida, fora daquele que é seu dever, os outros trabalhos que são incompatíveis com seu estado presente. Isso lhe dissipa o coração e a faz afrouxar nas suas obrigações.

            13. Portanto, é necessário DESEJAR a perfeição e empregar com decisão os meios de alcança-la.
- S. Tereza: “Deus não quer de nós apenas uma resolução, para ele depois fazer o resto. O demônio não tem medo das pessoas irresolutas.”; “Prefiro oração de pouco tempo mas que produz grandes efeitos, do que orações de muitos anos nas quais a pessoa não chega a resolução de fazer alguma coisa de valor por Deus... Sei por experiência que se alguém, desde o começo, toma a resolução de fazer alguma coisa por Deus, por difícil que seja, nada tem que temer”.
- A meditação é útil para conhecer os meios que conduzem a santidade. Alguns fazem oração, mas nunca tiram conclusão alguma.

            14. A primeira resolução deve ser esta: esforçar-se sempre e preferir morrer do que cometer um pecado deliberado, por pequeno que seja. É verdade que nossos esforços, sem a ajuda da Deus, não bastam para vencermos as tentações. Deus, porém, quer que, de nossa parte, nos esforcemos. Ele suprirá com sua graça, socorrerá nossa fraqueza e nos alcançará a vitória. Essa resolução nos torna possível caminhar para frente e ao mesmo tempo nos dará grande coragem, trazendo-nos a certeza da graça divina.

- S. Francisco Sales: “A maior segurança que podemos ter neste mundo de estar na graça de Deus, não consiste tanto nos sentimentos que temos de seu amor, mas no puro e irrevogável abandono de todo nosso ser nas suas mãos e na resolução firme de nunca mais consentir em algum pecado, nem grande nem pequeno.” Nisso consiste a delicadeza de consciência.
- Note-se que uma coisa é ser delicado de consciência, e outra é ser escrupuloso:
·         Ser delicado de consciência é uma necessidade para se tornar santo.
·         Ser escrupuloso é um defeito e nos faz mal; devemos, por isso, obedecer ao diretor espiritual e vencer os escrúpulos, preocupações inúteis e sem razão.

A Prática de amor a Jesus Cristo Cap VIII– Santo Afonso Maria de Ligório

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Amor de Cristo

I,13. S. João de Ávila era tão entusiasmado por Jesus Cristo que em todas suas pregações não deixava nunca de falar do amor de Cristo por nós. Escrevendo sobre o amor de nosso querido Redentor, expressa estes ardentes sentimentos, que por serem muito bonitos, resolvi colocar aqui:
14. “Vós Redentor, amastes o homem de tal modo que, quem considerar este amor, não pode deixar de vos amar. Vosso amor faz violência aos corações, como diz S. Paulo: “O amor de Cristo nos constrange” IICor 5,14 A origem do amor de Jesus Cristo para com os homens é sua caridade para com Deus. Ele mesmo o disse aos seus discípulos na quinta-feira santa: “Para que o mundo saiba que amo o Pai: Levantai-vos e vamos”.
            Mas para onde?
            Morrer pelos homens, na cruz!

15. Inteligência alguma compreenderá o quanto arde este fogo no Coração de Jesus Cristo. Assim como lhe foi mandado sofrer uma morte, do mesmo modo, se lhe tivesse sido ordenado que sofresse mil mortes, ele teria amor bastante para sofrê-las todas. Foi-lhe imposto sofrer por todos os homens; mas se lhe fosse pedido fazê-lo pela salvação de um só, tê-lo-ia feito do mesmo modo que o fez por todos. Assim como esteve três horas na cruz, se fosse necessário estar nela até o dia do juízo, ele teria amor para o fazer.
Jesus Cristo amou muito mais do que sofreu.
- O amor divino, fostes maior do que exteriormente vos mostrastes. Mostrastes-vos grande exteriormente, porque tantas chagas e feridas nos falam de um grande amor. Mas não dizem toda sua grandeza. Interiormente fostes maior do que exteriormente vos manifestastes: vossas dores físicas foram, apenas, uma faísca que saiu daquela grande fornalha de imenso amor.
- O maior sinal de amor é dar a vida pelos amigos. Contudo, não foi um sinal que bastasse a Jesus Cristo para exprimir seu amor por nós.

16. Esse amor, quando se dá a conhecer, faz as pessoas boas saírem de si e ficarem estarrecidas. Por isso as pessoas sentem afervorar-se o coração, DESEJAM o martírio, alegram-se no sofrimento, têm alivio nos grandes sofrimentos. Passeiam nas brasas como se fossem rosas, DESEJAM os tormentos, regozijam-se com o que o mundo teme, abraçam o que o mundo detesta. Para a pessoa unida a Cristo na cruz –diz S. Ambrósio- nenhuma coisa é mais consoladora e gloriosa do que trazer consigo os sinais de jesus Crucificado.

Frutos da Caridade
III,8. Eis o que S. João Crisóstomo diz dos frutos gerados em uma pessoa que possui o amor de Deus: “Quando o Amor de Deus se apodera de uma pessoa, produz nela um insaciável DESEJO de trabalhar pela pessoa amada; tanto que, por muitas e grandes que sejam as obras que faça, e por mais longo que seja o tempo dedicado a seu serviço, tudo parece nada.
- Sempre se aflige por fazer pouco para Deus, e se lhe fosse lícito morrer e consumir-se inteiramente por ele, de bom grado o faria. Por isso, por mais que faça sempre se considera inútil. O amor ensina a pessoa o que Deus merece, e na caridade desta luz divina vê todos s defeitos de suas ações, de tudo tira confusão e sofrimento, reconhecendo que todos os seus trabalhos são bem pouca coisa para um Senhor tão grande.

9. Diz S. Francisco de Sales: Como se engana a pessoa que faz consistir a santidade em outras coisas e não em amar a Deus! Uns põem na austeridade ou em dar esmolas, outros na oração ou frequência dos sacramentos. Para mim, não conheço outra santidade senão a de amar a Deus de todo o coração; todas as outras virtudes sem este amor não passam de um montão de pedras. E se não possuímos esse amor, a culpa é nossa, pois não nos decidimos a nos dar inteiramente a Deus.

10. S. Tereza sentiu em sua alma, certa vez, como se Jesus lhe dissesse: “Tudo o que não me agrada, é vaidade”. Como seria bom que todos entendessem esta verdade: “Uma só coisa é necessária”. Não é necessário ser rico neste mundo, ganhar a estima dos outros, levar vida cômoda, ter dignidades, passar por sábio.
A única coisa necessária é amar a Deus e fazer sua vontade.
- Só para este fim ele nos criou e nos conserva a vida; somente assim podemos ser admitidos no céu. A toda a alma que DESEJA ser sua esposa, o Senhor diz: “Coloca-me como um selo sobre teu coração, como um selo sobre teus braços” Ct8, 6 para que:
·         dirijas a mim todos os teus DESEJOS e ações; sobre teu coração a fim de que não entre em ti outro amor senão o meu, sobre teu braço para que não tenhas em vista senão a mim em tudo que fazes.
- Como corre rapidamente na perfeição quem só olha Jesus Crucificado em todas suas ações e só a ele procura agradar!

11. O fim de todos nossos esforços deve ser, portanto, adquirir um verdadeiro amor a Jesus Cristo. Os mestres da vida espiritual descrevem os sinais do verdadeiro amor:
·         É TEMEROSO, e o seu medo é dar desgosto a Deus.
·         É GENEROSO, cheio de confiança em Deus, tudo faz para a sua glória.
·         É FORTE, pois resiste a todas as más inclinações mesmo nas mais violentas tentações, e nos mais profundos sofrimentos.
·         É OBEDIENTE, porque procura seguir imediatamente a voz de Deus.
·         É PURO, amando somente a Deus e só porque Deus merece ser amado.
·         É ARDENTE, porque desejaria inflamar todos os corações, vendo-os consumidos pelo amor de Deus.
·         É ARREBATADOR, pois arrasta a alma e a faz viver como que fora de si mesma, como se não visse, não ouvisse e não tivesse mais os sentidos para as coisas da terra. Atenta em só amar a Deus.
·         É UNITIVO, unindo estreitamente à vontade da criatura a vontade de seu Criador.
·         É DESEJOSO, porque enche a alma do DESEJO de deixar a terra para unir-se perfeitamente a Deus no Paraiso, a fim de amá-lo com todas suas forças.

12. Mas ninguém ensina melhor as características e a prática da caridade do que o grande pregador desta rainha das virtudes, São Paulo. Ele diz primeiramente que sem a caridade o homem é nada, e de nada se aproveita: “Ainda que eu tivesse toda a fé a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada. Ainda que eu distribuísse todos meus bens em sustento dos pobres, ainda que entregasse meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria”. ICor 13, 1-7
- S. Paulo nos indica os sinais da verdadeira caridade, e ao mesmo tempo nos ensina a prática das virtudes que são filhas da caridade:
“A caridade é paciente, é bondosa. A caridade não tem inveja, não se ostenta, não se enche de orgulho, não é ambiciosa e não busca os seus próprios interesses. Não se irrita, não guarda rancor, nem se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” ICor 13, 1-7

A Prática de amor a Jesus Cristo Cap I, II e III– Santo Afonso Maria de Ligório

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Cristo, Ama-lo na Eucaristia

1. Nosso Salvador, sabendo ter chegado a hora de partir deste mundo, antes de morrer por nós, quis deixar-nos a maior prova possível de seu amor. Foi precisamente este dom do Santíssimo Sacramento. Diz S. Bernardino: “As provas de amor que se dão na hora da morte ficam mais firmemente na memória e se prezam mais”. Dai o costume de os amigos, ao morrer, deixarem algum presente, uma peça de roupa, um anel, às pessoas que amaram na vida, como recordação de sua amizade.
- Mas vós, Jesus, partindo deste mundo, o que nos deixastes em memória de vosso amor?
Não uma veste, um anel, mas o vosso corpo, o vosso sangue, a vossa alma, a vossa divindade, vós mesmo, todo, sem reservas. “Deu-se todo não reservando nada para si” diz S. João Crisóstomo.

2. Neste dom da Eucaristia –Diz o Concilio de Trento- Cristo quis derramar todas as riquezas do amor que reservava para os homens. Ele quis fazer esse presente aos homens precisamente na noite em que os homens lhe preparavam a morte. Como diz S. Paulo: “Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e depois de dar graças, partiu-o e disse: isto É o meu corpo que é entregue por vós” (ICor 11, 23-24).
- Diz S. Bernardino de Sena que Jesus Cristo, abrasado de amor por nós e não satisfeito de preparar-se para dar sua vida pela nossa salvação, foi constrangido pelo excesso de seu amor a fazer uma obra maior: dar-nos, como alimento o seu próprio corpo.

3. S. Tomás chama este sacramento “Sacramento de amor, prova de amor”.
- Sacramento de amor, porque só o amor o levou a dar-se todo nele.
- Prova de amor para que nós, se alguma vez duvidarmos de seu amor, tenhamos neste sacramento uma prova.
- É como se nos dissesse o Redentor quando nos deixava este dom:
            Homens, se algum dia duvidarem de meu amor, eis que eu lhes deixo a mim mesmo neste sacramento. Com tal garantia na mão, não podem ter dúvidas de que eu os amo e os amo muito!
- S. Bernardo chama este sacramento: “Amor dos amores”. É que este dom compreende todos os outros que o Senhor nos fez: a criação, a redenção, o destino ao céu.
- A Eucaristia não é só garantia do amor de Jesus Cristo, mas é também garantia do paraíso que ele nos quer dar... no qual, nos é dada a garantia da glória futura, diz a Igreja.
- Por isso S. Felipe Neri não sabia chamar a Jesus Cristo na Eucaristia senão com o nome de “amor”. Quando lhe foi levado o viático, ouviram-no exclamar: “Eis o meu amor, dai-me o meu amor”.

Invenções de Deus
4. O Profeta Isaias queria que se manifestassem a todos s invenções encontradas por Deus para fazer-se amar pelos homens (12,4). E quem teria imaginado se ele mesmo não o tivesse feito, que o Verbo Encarnado se esconderia sob as espécies do pão para se fazer nosso alimento? Não parece uma loucura, diz S. Agostinho, dizer: comei minha carne, bebei o meu sangue?
- Quando Jesus Cristo revelou a seus discípulos esse sacramento, que nos queria deixar, eles não puderam acreditar. Retiraram-se dizendo: “Como pode ele nos dar a comer sua carne? Esta palavra é dura; quem pode escuta-la? (Jo 6, 53.61)
- Mas o que os homens não podiam pensar nem acreditar, pensou-o e o fez o grande amor de Jesus Cristo. “Tomai e comei” –disse aos discípulos e por eles a todos nós, antes de morrer!
- “Tomai e comei!” Mas que alimento será esse, ó Salvador do mundo, que, antes de morrer nos quereis dar?
- “Depois de dar graças, partiu-o e disse: isto É o meu corpo, que é entregue por vós”. Este alimento não é terreno, sou eu mesmo que me dou todo a vós!

Disposições e Efeitos
12. O Concilio de Trento nos ensina que a comunhão é o remédio que nos livra dos pecados veniais e nos preserva dos mortais: “Remédio pelo qual somos livres das falhas cotidianas e preservados dos pecados mortais”
- Diz-se que somos livres das falhas cotidianas porque, segundo S. Tomás, por meio deste sacramento, o homem é estimulado a fazer atos de amor e por eles se apagam os pecados veniais. Somos preservados dos pecados mortais, porque a comunhão confere o aumento da graça que nos preserva das culpas graves. Por isso escreveu Inocêncio III:
“Jesus Cristo com sua Paixão nos livrou do poder do pecado,
mas com a Eucaristia nos livra do poder de pecar”.
13. Além disso, este sacramento inflama de modo especial as pessoas no amor de Deus: “Deus é amor”. 
- É fogo que consome todos os afetos terrenos em nossos corações: “É fogo devorador”.
- O Filho do Homem veio precisamente acender este fogo de amor em cada um de nós. “Vim trazer fogo a terra, e que DESEJO, senão que ele se acenda?” (João 4,8). Que chamas de amor acende Jesus Cristo em todo aquele que devotamente o recebe neste sacramento!
- S. Catarina de Sena imaginava Jesus Sacramentado nas mãos do sacerdote como se fosse um globo de fogo e a santa admirava-se de não ficarem abrasados e consumidos todos os corações dos homens.
- S. Rosa de Lima, depois da comunhão impressionava a todos que dela se aproximavam por sua grande piedade e recolhimento.
- Conta-se também que S. Venceslau ao visitar as Igrejas, onde estava o Santíssimo Sacramento, transformava-se exteriormente a ponto de chamar atenção de quem o seguia. Por isso diz S. João Crisóstomo: “O Santíssimo Sacramento é o fogo que nos inflama  de modo que, retirando-nos do altar, espargimos tais chamas de amor que nos tornam terríveis ao inferno.”

14. Dizia a esposa em Cânticos: “Ele me introduziu numa adega”. Escreveu S. Gregório de Nissa que a comunhão é exatamente essa adega de vinho em que a pessoa fica inebriada do amor de Deus, de tal modo que esquece e perde de vista todas as coisas criadas. É aquele morrer de amor mencionado em Cânticos: Estou enferma de amor” (2, 4.5)
- Não comungo com frequência, dirá alguém, porque me vejo frio no amor de Deus. Responde Gerson: Porque você se sente frio, tanto mais você deve se achegar a este sacramento, se é que tem verdadeiro DESEJO de amar a jesus Cristo!
- S.Boaventura escreve: Ainda que friamente, aproxime-se confiando na misericórdia de Deus. Tanto mais uma pessoa precisa do médico, quanto mais se sente doente. Também dizia São Francisco de Sales: “Duas espécies de pessoas devem comungar com frequência: os perfeitos, para se conservarem na perfeição, e os imperfeitos para chegarem a perfeição.
- Mas, para comungar frequentemente é preciso, ao menos ter um grande DESEJO de fazer-se santo e crescer no amor a Jesus Cristo. “Quando você for comungar, DESEJE todo aquele amor que jamais um coração teve para comigo, e eu receberei este seu amor como você gostaria que fosse; é o que nos diz o Senhor (S. Matilde).

A Prática de amor a Jesus Cristo Cap II– Santo Afonso Maria de Ligório

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Sacramentos, disposições da alma

- Diretamente para a alma, deixei na Santa Igreja, os Sacramentos, eles são alimentos para a alma:
* Enquanto espirituais, os Sacramentos, se destinam a alma;
* Quando são recebidos apenas materialmente, não produzem a vida da graça.

- Os Sacramentos supõem que o homem os receba com disposições espirituais e desejo santo:
* O desejo santo não provem do corpo, mas da alma;
* Embora ministrados através do corpo, quem os recebe é o desejo da alma.

(O Diálogo-Santa Catarina de Sena, pg320)

OS SACRAMENTOS:
- São forças que saem do Corpo de Cristo, sempre vivo e vivificante;
- São ações do Espírito Santo operante no Corpo de Cristo, que é a igreja;
- São obras primas de Deus na Nova e Eterna Aliança. CIC 1116;1127;1129
Destinam-se:
- A santificação dos homens;
- A edificação do Corpo de Cristo;
- Ao culto a ser prestado a Deus;
- A instrução. CIC 1123
É:
- Sinal rememorativo daquilo que antecedeu – A Paixão de Cristo;
- Sinal demonstrativo daquilo que em nós é realizado pela Paixão de Cristo, a Graça;

- Sinal prenunciador da Glória futura. CIC 1130

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Vontade de Deus

Vontade de Deus
- Todos os que nascem e vivem neste mundo passam por fadigas corporais e espirituais. Sim, também os meus servidores padecem nos seus corpos; mas em seus espíritos não, porque suas vontades estão identificadas com a minha.
- O que faz o homem sofrer é a vontade.
- Sabe qual é a grande felicidade dos santos? É possuir a vontade satisfeita em todas as suas aspirações:
Ao desejar-me, possuem-me, tendo deixado o peso do corpo que produzia a lei que luta contra o espírito.
- Na vida terrena, o corpo impedia o perfeito conhecimento da Verdade e minha visão face a face. Separando-se do corpo, a vontade dos bem-aventurados realiza-se: ao desejo de ver-me corresponde a visão, e com ela, a beatitude:
Vendo, conhecem-me; conhecendo, amam-me; amando, saboreiam-me; saboreando, realizam-se quanto ao desejo de me ver e conhecer.
Desejando, possuem; possuindo, desejam.
- O sofrimento está distante do desejo e o fastio da saciedade. Como vês, meus servidores são felizes, especialmente na visão celeste. Ela satisfaz seus desejos, sacia suas vontades. Neste sentido afirmei que a vida eterna consiste na posse das coisas que a vontade deseja, isto é, conhecer-me, ver-me.
- Já a partir desta vida meus servidores gozam da eternidade, ao saborearem a causa de sua felicidade.
- E qual é tal causa? Respondo: é a certeza da minha presença em suas vidas, é o conhecimento da minha Verdade. Tal conhecimento se realiza na inteligência, que é o olho da alma; pupila de tal olho é a fé.
- Pela iluminação da fé, eles distinguem, conhecem e seguem a estrada mensagem do Verbo encarnado. Sem a fé, ninguém reconhece tal estrada, à semelhança daquele que possuísse o olho, mas coberto por um pano. Sim a pupila deste olhar é a fé; nada verá quem cobrir sua inteligência com o pano da infelicidade, por causa do egoísmo. Tal pessoa terá a inteligência, mas não a luz para conhecer.
- Portanto, tais pessoas vendo, conhecem; conhecendo, amam; amando, afogam e destroem a vontade própria; tendo-a destruído, revestem-se da minha vontade, a qual deseja unicamente a vossa santificação.
- Neste sentido meus servidores não padecem no espírito, mas somente no corpo.
O querer sensível já morreu, ele que é a fonte de sofrimento e dor para o homem.

- Destruída essa ‘vontade’ sensível, o sofrimento desaparece e meus servidores tudo passam a tolerar com respeito. Consideram como graça as dificuldades que permito, só desejam o que eu desejo. Quando deixo que os demônios os atormentem com tentações para provar suas virtudes eles as superam com a intervenção da vontade, por mim fortalecida. Humilham-se, consideram-se indignos de sossego e merecedores de castigo. Vivem, pois, na alegria, sem sofrer.
- Nas perseguições e adversidades provenientes dos homens, na pobreza ou rebaixamento de posição social, na morte de filhos e pessoas amadas –espinhos produzidos pela terra depois do pecado de Adão- meus servidores tudo suportam com discernimento e fé. Confiam em mim, Bondade Suprema, certos de que somente quero o bem e para o seu bem tudo permito com amor.

O Diálogo-Santa Catarina de Sena , pg105

sábado, 16 de novembro de 2013

Reescrever minha história


O sonho de Deus
- Desde o começo, Deus tinha um sonho.
- Seu sonho era restaurar o homem à plena comunhão com Ele, o seu Criador.
- Jesus foi a resposta a esse sonho.
- Todos os homens piedosos que, ao longo dos séculos, escreveram a Bíblia, registraram vislumbres desse sonho, incluindo-os em seus escritos.
- Por isso, em toda a Bíblia –desde a criação até o nascimento de Jesus- podemos ver os autores bíblicos se referindo a esse sonho messiânico.

Jesus, então, é o tema central da Bíblia.
  • Abraão viu seu reflexo em Melquizedeque, Rei de Salém, ou Rei da Paz.
  • Jacó o chamou de Silo, o enviado.
  • Para Moisés Ele foi o Cordeiro da Páscoa, Aquele que seria levantado.
  • Para Josué Ele foi o Capitão da nossa Salvação.
  • Rute O viu como o Parente Resgatador.
  • Samuel O retratou como Nosso Rei.
  • Davi O chamou de Leão de Judá e Bom Pastor.
  • Para Salomão Ele é o Amado.
  • Esdras e Neemias O viram como o Restaurador.
  • Para Ester Ele é o nosso Advogado.
  • disse que Ele era o seu Redentor.
  • Isaías O descreveu como o Servo Sofredor.
  • Jeremias O viu como O Grande Oleiro.
  • Ezequiel O chamou de Filho do Homem.
  • Daniel O chamou de Príncipe e Pedra.
  • Oséias O comparou a um marido restaurando Sua esposa caída.
  • Para Joel Ele era o Restaurador.
  • Amós O viu como o Lavrador Celestial.
  • Para Abadias Ele era o Salvador.
  • Jonas O retratou como a Ressurreição e a vida.
  • Miquéias O chamou de Testemunha.
  • Para Naum Ele era Fortaleza no dia da angústia.
  • Habacuc O chamou de Deus da Minha Salvação.
  • Para Sofonias Ele era o Senhor Zeloso.
  • Ageu disse que Ele era o Desejado das nações.
  • Zacarias O denominou Renovo de Justiça.
  • Malaquias O chamou de Sol de Justiça.
  • João Batista, por fim, proclamou:
“Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.

- Estes acontecimentos foram refletidos e aprofundados.
- Os pais contavam a seus filhos, de geração a geração.
- Aos poucos, começaram a escrever; a Bíblia começou a ser formada.
- Aos poucos estes escritos foram colecionados; assim, hoje, temos um livro que nos conta a descoberta de Deus pelo povo da Bíblia.

- Temos na Bíblia a revelação de Deus. Deus nos fala por meio dela.
- A Bíblia ilumina os acontecimentos de hoje e nos ajuda a interpretá-los.
- A Bíblia foi escrita por muitas pessoas diferentes e há muito tempo, mas ela é sempre a Boa Nova, sempre o livro atual, seja no passado, presente ou futuro.

- Tudo o que se passou conosco está escrito em nosso livro de vida. Não podemos apagar nada. Talvez, até aqui não tenhamos escrito nada valoroso, apenas alguns rabiscos, mas nada profundo.
- Precisamos assumir: temos sido maus escritores e é necessário reescrever nossa história sem receio de assinar embaixo.
- Perdoar-nos por ter escrito a história da nossa própria vida de forma errada.

- A Bíblia nos ensina a reescrever nossa história, pois no tempo de nossa ignorância de conhecimento de Deus ficamos dispersos e fomos levados pelos “...joguetes das ondas, agitados por todo vento de doutrina, presos pela artimanha dos homens e da sua astúcia que nos induz ao erro.
MAS, seguindo a verdade em amor, cresceremos em tudo em direção àquele que é a cabeça, Cristo”.(Efésios 4,14s)

Colocando em prática
- É realmente surpreendente, até mesmo misterioso, considerar que o Deus transcendente do céu e da terra queira comunicar-se comigo, um minúsculo grão de areia neste imenso universo.
- Por mais incrível que pareça, é verdade.
- Deus quer falar conosco, especialmente através de Sua Palavra.
- Ele não grita, nem nos força a parar em nossa vida cheia de pressa.
- Ele apenas nos convida a reescrever nossa história n’Ele e com Ele:
“Levá-lo-ei ao deserto e falarei ao seu coração” (Oséias 2,16)

A Liturgia Diária é o ‘caminho ao deserto’; além dela poderá também exercitar-se nesta Palavra durante 7-dias:
  • 1º dia- Isaias 55, 1-3.10.11 A Palavra que sair de minha boca não voltará a mim sem fazer seu efeito.
  • 2º dia- Jeremias 7, 1-15-Enquanto Eu vos falava...vós não me escutastes.
  • 3º dia- Jeremias 23, 16-29 Não é Minha Palavra como fogo e como martelo?
  • 4º dia- Oséias 6, 1-6 Palavra punidora de Deus que quer amor e não sacrifícios.
  • 5º dia- Sabedoria 18, 14-16 Do alto do céu, a Vossa Palavra onipotente.
  • 6º dia- Salmo 8 Senhor, nosso soberano, quão admirável o Vosso Nome.
  • 7º dia- Salmo 19 Narram os céus a glória de Deus.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Orar sem cessar

O que é oração?
“A oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da alegria”. (Santa Terezinha do Menino Jesus)
“A oração é a elevação da alma a Deus ou o pedido a Deus dos bens convenientes” (São João Damasceno)

A vida de oração
- A oração é a vida do coração novo e deve nos animar a cada momento.
- Nós, porém, esquecemo-nos daquele que é nossa Vida e nosso Tudo. Por isso os Padres espirituais insistem na oração como "recordação de Deus", como um despertar frequente da "memória do coração":
"E preciso se lembrar de Deus com mais frequência do que se respira".
- Mas não se pode orar "sempre", se não se reza em certos momentos, por decisão própria: são os tempos fortes da oração cristã, em intensidade e duração.
- A oração não se reduz ao surgir espontâneo de um impulso interior:
para rezar é preciso querer.
- A Igreja propõe aos fiéis ritmos de oração destinados a nutrir a oração continua.

Orar sem cessar ou jaculatórias
"A oração mental, a meu ver, é apenas um relacionamento íntimo de amizade em que conversamos muitas vezes a sós com esse Deus por quem nos sabemos amados" (Santa Teresa de Jesus).
- A oração mental busca "aquele que meu coração ama". É Jesus e, nele, o Pai. Ele é procurado porque desejá-lo é sempre o começo do amor, e é procurado na fé pura, esta fé que nos faz nascer dele e viver nele. Na oração, podemos ainda meditar; contudo, o olhar se fixa no Senhor.
- A meditação mobiliza:
·         o pensamento,
·         a imaginação,
·         a emoção
·         e o desejo.
- Essa mobilização é necessária para:
  • aprofundar as convicções de fé,
  • suscitar a conversão do coração e
  • fortificar a vontade de seguir a Cristo.
- A oração cristã procura meditar de preferência "os mistérios de Cristo", como na "lectio (leitura) divina" ou no Rosário. Esta forma de reflexão orante é de grande valor, mas a oração cristã deve procurar ir mais longe: ao conhecimento de amor do Senhor Jesus, à união com Ele.

- Em nosso dia a dia e a cada batida de nosso coração é possível ‘orar sem cessar’ para que nossa vida esteja, em todas as circunstancias, mergulhada no mistério de Cristo. Eis alguns exemplos:
- Ao acordar (Salmo 117,24):
“Este é o dia que o Senhor fez, exultemos e alegremo-nos nele.”
- Pedindo o Espírito Santo (MSM-Movimento Sacerdotal Mariano):
“Vinde Espírito Santo, vinde por meio da poderosa intercessão do Imaculado Coração de Maria Vossa amadíssima esposa” 3x

- Ao deitar-se (Santa Josefa):
“Senhor, tomai e recebei: minha liberdade, minha vontade, minha memória e minha inteligência”, pois se sou ou tenho alguma coisa foi de vós que recebi.

- Medo do futuro, envolvido demais com as coisas do mundo e com os contra valores cristãos propostos pelo mundo (Efésios 4,14; CIC 2726s) como:
- Consumismo (tendência a comprar exageradamente ou além da necessidade);
- Corrupção (cuidados com o mundo e a sedução das riquezas terrenas sufocando a Palavra Mt 13);
- Hedonismo (considerar o prazer como objetivo de vida-msm080989);
- Relativismo (ato de afirmar que as verdades que cremos –morais, religiosas, etc-.variam conforme a época, lugar, grupo social ou indivíduos).
- Permissivismo (tudo posso, faço, ouço e vejo tudo o que quero, tudo experimento em minha vida. Contrario a Palavra de Deus que diz: “Tudo posso, mas nem tudo me convém”)
“Senhor, salva-nos, estamos perecendo” (Mateus 8,25)

- Nas necessidades, angustias, fraquezas e impotências (2ªCor 12, 1-10):
“Quando sou fraco, então que sou forte”

- Quando for rezar por um doente (João 11, 3):
“Senhor, aquele que amas está doente”

- Quando faltar humildade (Lucas 18, 9-14):
“Kyrie Eleison!” = “Senhor, tende piedade de mim, sou pecador”
- Para aumentar a confiança em Deus [terço da misericórdia (Santa Faustina)]:
“Jesus, eu confio em Vós”

“Oh Sangue e água que jorrastes do coração de Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós”

“Deus santo, Deus forte, Deus imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro”

- Ato Incessante de amor (Santa Consolata):
“Jesus, Maria, amo-Vos, salvai almas.”

- Exorcismo (se possível aspergindo água benta no local ou objeto):
“Levanta-te Deus, intercedendo a Bem Aventurada sempre Virgem Maria, São José seu castíssimo esposo, São Miguel Arcanjo e todas as milícias celestes e sejam dispersos todos aqueles que vos odeiam.
Em nome do Pai do Filho e do Espirito Santo.”

“Ave Maria, virgem poderosa, Imaculada Conceição, Rainha das vitórias, que vossas lágrimas de sangue destruam os poderes do inferno, assim seja.

- Pedindo a vinda do Senhor (Apocalipse 22, 20):
Maranatha = “Vem, Senhor Jesus!”

- Rezar por aqueles que não conhecem o amor de Deus (Do Anjo aos Pastorinhos de Fátima: Francisco, Jacinta e Lúcia)
“Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, eu Vos adoro profundamente; e vos ofereço o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, presente em todos os Sacrários da terra em reparação pelos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido.
E pelos merecimentos infinitos do seu Santíssimo Coração e pela intercessão do Imaculado Coração de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores.
- Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos; peço-Vos perdão por aqueles que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam, amém.


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Impureza

- É dever dos meus ministros ficar junto a cruz de Cristo pelo desejo santo, trabalhando pela minha glória e pela salvação dos homens.
- Embora se trate de uma obrigação geral dos cristãos, com maior razão a isso devem dedicar-se aqueles que escolhi para ministrar o Sangue de Cristo Crucificado pelo exemplo de uma vida santa, pelo trabalho a favor dos homens segundo o exemplo de Meu Filho, conformados nos sofrimentos e no desejo santo.
- Os pecados cometidos ultrapassam aqueles da fraqueza natural, que a razão pode dominar quando a vontade o quer. Esses infelizes, não somente não refreiam tal tendência, mas fazem algo de muito pior e caem no vicio contra a natureza.
- São cegos e estúpidos, cuja inteligência obnubilada não percebe a baixeza em que vivem. Desagrada-me este ultimo pecado, pois SOU A PUREZA ETERNA.
- Ele me é tão abominável, que somente por sua causa fiz desaparecer cinco cidades (Conforme Sabedoria 10,6; Gênesis 19). Minha justiça não mais consegue suportá-lo. Esse pecado, aliás, não desagrada somente a mim. É insuportável aos próprios demônios, que são tidos como patrões por aqueles infelizes. Os demônios não toleram esse pecado. Não porque desejam a virtude; por sua origem Angélica, recusam-se a ver tão hediondo vício. Eles atiram as flechas envenenadas de concupiscência, mas voltam-se no momento em que o pecado é cometido.

(O Diálogo-Santa Catarina de Sena, pg258)

Pureza completa


- Desejas chegar a pureza completa?
- Desejas livrar-te das preocupações, de modo que teu espírito em nada se escandalize?
- Procura sempre estar unida a mim no amor, pois sou eu a pureza suma e eterna; sou o fogo que purifica o homem.
- Quanto mais alguém se avizinhar de mim, mais puro será; quanto mais distante, mais impuro.
- Quem se une diretamente a mim participará da minha pureza.
- Há uma segunda coisa que deves fazer para atingir tal união e pureza: ao veres ou ouvires, de quem quer que seja, afirmações referentes a mim ou aos homens, não pronuncies julgamentos.
- Diante de um pecado evidente, procura extrair uma rosa de espinheiro. Em outras palavras: oferece tudo a mim com santa compaixão!
- Relativamente as ofensas cometidas contra ti mesma, lembra-te de mim, pois sou eu que permito tais coisas para experimentar tua virtude.
- Recorda-te de que o ofensor foi mero instrumento meu, e que ele age muitas vezes com reta intenção.
 Ninguém tem o direito de julgar o segredo do coração humano.
- Se uma ação não te parecer pecado mortal claro, evidente, não julgues interiormente além de quanto faço Eu, que estou presente naquelas pessoas; se notares um pecado certo, não condenes; procura apenas compadecer-te. Comportando-se deste modo, chegarás a pureza perfeita.
- Teu espírito não se escandalizará, nem por minha causa nem por causa dos homens.
- Quando julgais iníqua a vontade de alguém, como contrária a vós, sem perceber no acontecido um desígnio Meu, nasce em vós uma certa raiva contra aquela pessoa; tal raiva vos afasta de mim e prejudica vosso aperfeiçoamento. Em certos casos, chega a eliminar a graça, conforme a maior ou menor gravidade do rancor concebido contra o irmão no momento de condená-lo.
- Tal é Minha vontade, para vosso bem! Tudo quanto quero ou permito tem uma finalidade:  que atinjais a meta para a qual vos criei! Quem ama o próximo, sempre Me ama; quem Me ama, acha-se unido a Mim.
- Portanto, se desejas realmente atingir a Pureza, deves realizar três coisas principais:
* Unir-te a Mim no amor com a lembrança dos favores recebidos;
* Entender o inestimável amor que vos dedico;
* Não julgar má a vontade alheia, procurando ver nela a Minha vontade.
Eu Sou o Juiz; vós, não! Assim agindo, muito aproveitarás.

(O Diálogo-Santa Catarina de Sena, pg211)