quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Maria, relato de sua vida

- Josefa pergunta a Nossa Senhora se a presença do Menino Jesus, tão pequeno e tão lindo, não lhe tinha dado muitas consolações.

- Escuta, filha:
desde a infância, eu tive conhecimento das coisas divinas e das esperanças colocadas na vinda do Messias.
- Quando o anjo Me anunciou o Mistério da Encarnação e Eu me vi escolhida para Mãe do Salvador dos homens, meu coração, embora em grande submissão à Vontade de Deus, foi mergulhado numa torrente de amarguras.
- Pois Eu bem sabia tudo o que a terna e divina criança deveria sofrer, e a profecia do velho Simeão apenas confirmou minhas angústias maternas.

- Podes, por ai, imaginar quais seriam os meus sentimentos, contemplando os encantos de meu Filho, seu semblante, suas mãos, seus pés, todo o seu Ser, sabendo que haveriam de ser cruelmente maltratados.
- Beijava-lhe os pés e já os contemplava cravados na cruz. Cuidava-lhe da linda cabeleira, e já a via coberta de sangue, emaranhada nos espinhos da coroa.
- Beijava-lhe as mãos e parecia que meus lábios já se ensopavam com o Sangue que um dia havia de jorrar das suas feridas.
- E quando, em Nazaré, Ele deus os primeiros passos e correu para Mim com os bracinhos abertos, não pude reter as lágrimas, pensando nos braços estendidos sobre a Cruz em que Ele morreria.
- Quando chegou à adolescência, reunia em Si tal conjunto de Beleza que ninguém O podia contemplar sem admiração...somente meu coração de Mãe ficava apertado, pensando nos tormentos cuja repercussão eu já sofria de antemão...

- Depois do afastamento dos três anos de Vida apostólica, as horas da Paixão e da Morte foram para mim o mais terrível martírio.
- Quando no terceiro dia O vi ressuscitado e glorioso, a provação mudou, é certo, de aspecto, pois Ele já não podia sofrer. Mas, quão dolorosa e triste seria a separação! Consolá-lo, reparar as ofensas dos homens, seria então meu único alívio. Que longo exílio, entretanto!
- Que ardor subia de minha alma para o céu... como eu suspirava pela hora de minha eterna união!...que vida sem Ele!... que luz misturada em treva!... que união desejada!... e como Ele tardava a vir!...

- Foi no momento de chegar aos setenta e três anos que minha alma passou como um relâmpago da terra ao céu. No fim do terceiro dia, os anjos vieram buscar o meu corpo, e o transportaram em triunfo de júbilo, para reunir à minha alma...
- Que admiração, que adoração e que doçura, quando os meus olhos viram, pela primeira vez, na Glória e na Majestade, no meio do exército angélico, o Meu Filho!... O Meus Deus!.

- E que dizer, filha, da admiração que me empolgou à vista de minha extrema baixeza coroada de tantos dons e cercada de tantas aclamações!...
- Finda toda mistura de tristeza! Tudo é suavidade, tudo é Glória, tudo é Amor.

- A Santíssima Virgem se exprimiu com entusiasmo, dirá mais tarde, Josefa, entretanto, em reflexo de humildade envolvia cada palavra sua.

- Filha, a Igreja me louva e honra contemplando a minha Imaculada Conceição. Os homens admiram os prodígios que o Senhor operou em mim e a beleza com que me revestiu, antes mesmo que o pecado original pudesse atingir a minha alma.
- Sim, Aquele que é Deus Eterno, me escolheu para Mãe e me cumulou de graças singulares, com que jamais favoreceu criatura alguma.
- Toda a beleza que resplandece em mim é reflexo das perfeições do Onipotente e os louvores que me são dirigidos glorificam Aquele que, sendo Criador e meu Senhor, quis tornar-me sua Mãe.
- O mais belo titulo meu de glória é ser Imaculada ao mesmo tempo que Mãe de Deus. Mas alegra-me principalmente unir a este titulo o de Mãe de Misericórdia e de Mãe dos pecadores.

·        Maria, Imaculada Conceição, rogai por nós.
·        Maria, Mãe de Deus, rogai por nós.
·        Maria, Mãe de Misericórdia, rogai por nós.
·        Maria, Mãe dos pecadores, rogai por nós.

Extraído do Livro: ‘Apelo ao Amor’ de Irmã Josefa Menendez
 relato de Nossa Senhora por ocasião da Festa da Assunção de 15.08.1923

Na luz do Paraiso
- Com o coração e a alma olhai para o Paraiso que vos espera.
- Ele é a vossa meta.
- Não fostes feitos para a vida terrena que, no entanto, muito vos absorve, cansa e vos consome.
- A vida nesta terra é como uma demorada e dolorosa sala de espera, que deveis suportar para poderdes entrar no Reino preparado para vós pelo Pai Celeste.
- Neste Reino, meu Filho já predispõe um lugar para cada um de vós; os anjos aguardam jubilosos a vossa chegada e todos os Santos rezam e se inflamam de amor, na expectativa de que todos os demais lugares sejam também ocupados por vós e para sempre.
- Hoje é preciso olhar muito para o Paraiso que vos espera, se quereis caminhar com serenidade, esperança e fé.
- À Luz do Paraiso melhor compreendereis também este tempo em que viveis. É tempo de sofrimento. É o tempo descrito no Apocalipse, em que satanás instaurou no mundo o seu reino de ódio e de morte.
- Os mais pobres, os mais frágeis, os mais indefesos, que são os meus pequenos, muitas vezes são tão esmagados pelos sofrimentos que cada dia se tornam mais intensos.
- Ó sim, o Senhor, em consideração da vossa fidelidade e da vossa dor há de abreviar o tempo da prova!
- Mas para que sejais confortados, deveis hoje, olhar para o Paraiso preparado para vós.
- Na Luz do Paraiso que vos espera, sabereis ler melhor os sinais do vosso tempo.
- São maus os dias em que viveis, porque os corações dos homens se tornaram áridos e frios, enclausurados em tão grande egoísmo que não são mais capazes de amar.
- Quantos sinais o Senhor vos envia para convidar-vos ao arrependimento e a emenda: doenças, desgraças, males incuráveis que se alastram; guerras que se propagam e ameaças de males que estão iminentes!
- Para que não desespereis nestes tempos, e caminheis na estrada da fé firme e inabalável, é urgente viver com os olhos voltados para o Paraiso.
- Desejo que se volte a pratica do jejum, tão recomendado por Jesus no Evangelho. Sereis então verdadeiros discípulos de Jesus e difundireis em torno de vós a sua Luz neste tempo invadido pelas trevas.

Movimento Sacerdotal Mariano-Festa da Assunção 15.08.1983

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