segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Empatia

Empatia
Empatia: Capacidade de compreender profundamente o outro.
- Se promovêssemos na comunidade um curso de ‘oratória’ com certeza teríamos muitos candidatos; será que os mesmos candidatos teriam interesse em um curso de ‘escuta’.
Todo mundo quer aprender a falar... ninguém quer aprender a ouvir...
- Quantos de nós queremos ser ouvidos e não encontramos ninguém?
- Quantos de nós pagamos por Psicólogos para simplesmente nos ouvir? Eis aqui o ponto chave de uma pessoa ‘empática’: saber se calar para ouvir.

- Quantas vezes demoramos a perceber o real significado de uma frase? Que sentimentos o outro vive? Que sentimentos encobre? Que motivos? Que contexto?
- Quantas vezes fazemos o exercício de sair de nós, esvaziarmos-nos de nós para realmente ouvir o que o outro está a nos dizer? Com silêncio interno, com atenção e disponibilidade?
- Quantas e quantas vezes interrompemos a fala do outro para falar de nós? Se não com palavras, mas em pensamento? Porque é muito comum – enquanto o outro fala - embarcarmos nos nossos próprios pensamentos, seja para responder, seja para comparar ou emitir um juízo de valor a respeito da fala dele.
- Quando finalmente consigo ouvir o que o outro me diz, a partir do ponto de vista dele, consigo realmente compreender. Isto é empatia. E não é fácil. Exige esforço e disposição interna. Mas é a ponte que atravessa para o mundo do outro. Que, uma vez compreendido, não me pede julgamentos nem críticas, apenas compreensão.
- Portanto, a característica de uma pessoa empática é:
Sabe ouvir, é tolerante, quer ajudar, dialoga sem julgar ou se espantar com as dificuldades do outro, sente o que o outro sente –alegria ou dor- porém sensibilidade para experimentar o que ele está experimentando; viver temporariamente a vida do outro, comover-se sem julgar, acreditar no dom da vida, Salvação e no crescimento do outro; não julgar, avaliar ou dar diagnóstico; enfim é permitir que o outro se sinta da mesma ‘tribo’ ou ‘grupo social’, perceber que alguém o ama, aceita e se interessa por ele.
- A pessoa empática deve deixar de lado seu ponto de vista e valores que tem, para entrar no mundo do outro sem preconceito, porém, sem perder sua identidade própria, voltando ao seu mundo quando desejar.
- “Hoje” se faz urgente encontrar uma pessoa empática em nosso ‘caminho’, seja para ajudar, aconselhar e mesmo a nos acompanhar.
- Todo pai, mãe, catequista, formador leigo ou profissional, deve ser uma pessoa empática. Esta capacidade de aceitar, compreender, acolher e ver o mundo como o outro vê é uma virtude educável que podemos cultivar dia a dia para melhorar nossos relacionamentos e ajudar os outros em suas dificuldades.
- Quem é nosso modelo de empatia senão o próprio Jesus:
·         com a Adúltera (Jo 8, 1-11)
·         com Zaqueu (Lc 19, 1-10)
·         na Agonia (Lc 22, 42)
·         na Crucificação (Lc 23, 33-34)
·          e com Judas, que mesmo sendo traído por ele queria saciá-lo com o Pão da Vida e que não tinha medo de sua traição, mas de perdê-lo;
- Jesus compreendeu homens incompreensíveis e perdoou homens imperdoáveis; deixava sua mensagem e exemplo; e apesar de viver nos focos de tensão e risco de vida, não deixava de orar e ter um sono reparador-(Mt 8, 23-27); não impõe a Verdade, somente a ilumina para que o encontremos no ‘Caminho’ de nossa existência redimida.

Empatia no dia-a-dia
- Você sabia que a empatia é algo extremamente importante para que nós possamos saber como melhor expor o que pensamos aos outros? Por exemplo, em momentos que exigem conversas sobre assuntos delicados, que podem ser acompanhadas de um nível de tensão, precisamos estar atentos aos sinais que o outro envia sobre a sua abertura ou não para o tema. Deste modo, podemos detectar qual é a melhor abordagem a ser feita, usar um modo mais direto ou mais delicado de falar. E quem sabe, até adiar a conversa por um tempo.
- Ser uma companhia agradável também envolve demonstrar empatia, pois podemos ser pessoas mais sérias ou mais sorridentes, mas o que importa é a sensação de presença, de como nos faz bem interagir com as pessoas ao nosso lado. Essa atitude traz como resultado novos laços de amizade acompanhados de respeito ao outro. No âmbito das relações amorosas, ter um parceiro que não demonstra empatia por você cria uma sensação de vazio, como se você não significasse nada de importante para quem ama, como se as suas ideias e emoções não fossem relevantes para a vida em comum.
Como quebrar o gelo e se permitir ser mais empático com os outros?
- Para ficar livre de imagens ruins ou pré-estabelecidas sobre o outro, permita-se adotar uma atitude de abertura, com o intuito de se socializar.
- Transmitir uma postura de isolamento e recolhimento pode afastar os outros de você.

- Muitas pessoas acham que ser empático é falar pelos cotovelos, mas não é bem isso. O detalhe principal para criar uma relação prazerosa é saber ouvir, é perguntar a opinião do outro sobre os temas pertinentes ao relacionamento, seja ele amoroso, profissional ou de amizade. Pessoas que são boas ouvintes demonstram grande grau de amabilidade, confiança e amizade.

- Para adotar esse sentimento na sua vida é necessário distinguir entre o que você considera aceitável do que é inadmissível que o outro faça com você. É importante ressaltar que empatia não é a mesma coisa que simpatia.
- Quando dizemos que alguém é simpático significa que essa pessoa é, por natureza, mais extrovertida e comunicativa. No entanto, ter empatia depende da sua postura frente ao outro, a fim de nutrir bons laços sociais, além de oferecermos gentileza e cordialidade.
Se você é uma pessoa que sofre por não receber a empatia do outro, se questione:
- Como você se comporta diante de outras pessoas? Tenta manter uma atitude de ostra sempre que tocam em assuntos que você considera inadequados ou exprime verbalmente que você não quer falar sobre isso?

- Você é uma pessoa que mantém uma atitude considerada por você como característica de alguém tímido, não cumprimentando os outros e se abstendo de dizer palavras como "obrigado" e "com licença"?
Será que você não anda fechado demais em seu mundo, pensando nos seus problemas e assim, acaba se fechando para que o outro se aproxime de você? Será que realmente faz parte de seus planos tecer boas relações interpessoais ou você prefere manter relacionamentos mais superficiais?

- Para receber a empatia, é preciso ser empático e se você estiver passando por esse problema, que tal mudar sua conduta para o seu próprio bem?


Para saber mais, assista o filme: “Quem se importa” de Mara Mourão.

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