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sábado, 9 de novembro de 2013

Jesus, Fiel Pelicano

Jesus, o bom Pelicano
- A figura do pelicano é baseada no fato de que, em tempos de fome, a mãe pelicano arranca suas penas do peito e alimenta seus filhotes com o próprio sangue. Esta figura é amplamente usada para representar o sacrifício expiatório de Cristo. Pois Cristo voluntariamente derramou seu sangue para nos dar perdão e salvação. O pelicano é o símbolo do sacrifício abnegado e da caridade universal.
- Jesus derramou e derrama todos os dias no sacrifício da missa, o seu sangue quando pelas palavras da instituição da Eucaristia, na consagração, o pão e o vinho se transubstanciam-se no seu corpo e no seu sangue para nos alimentar. Alimentar aqueles que têm fome e sede.
- Nosso Salvador, limpa no seu sangue todo o pecador!
- Dele uma só gota lava todo o mal, faz do mundo, lúcido cristal.
"Minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida".(Jo 6,55)
- "A devoção a Eucaristia é a mais nobre de todas as devoções, porque tem o próprio Deus por seu objeto; é a mais salutar, porque dá o próprio autor da graça; e é a mais suave, pois suave é o Senhor". (São Pio X, o Papa da Eucaristia)
- "A Eucaristia é o sacramento do amor, significa o amor, produz o amor." (São Tomás)
­ "O Senhor confiou-nos o seu Corpo e o seu Sangue em coisas tais que são reduzidas a unidade a partir de muitas outras, porque o pão é um, embora conste de muitos grãos, e o vinho é feito a partir de muitas uvas". (Santo Agostinho)
- "Pela virtude do Sacramento da Eucaristia a alma faz uma refeição espiritual por deleitar-se e inebriar-se pela doçura da bondade divina, segundo o Cântico dos Cânticos. Amigos, comei, bebei, inebriai-vos ó caríssimos". (Suma Teológica III a)
- A Eucaristia é Deus no meio de nós. É o Senhor Jesus presente nos sacrários de nossas Igrejas, com seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade.
- É o verdadeiro "Emanuel" , isto é "Deus Conosco".(Mt.1,23)
- "Achareis tudo na Eucaristia: a palavra de conforto, a ciência, os milagres. Sim, até os milagres". (S.Pedro Julião Eymard)
- "Jesus, alimento das almas fortes, fortalecei-me, purificai-me, divinizai-me". (Santa Gema Galgani)
Fonte: Vários Eucaristia
  
Jesus: Pão da Vida Eterna
- Ao tomarmos consciência de nossa missão de cristãos, gostaria muito que voltássemos nossos olhos à Santa Eucaristia, até Jesus que, presente entre nós, tem-nos constituído como membros seus:
"Vós sois o corpo de Cristo e membros unidos a outros membros"
- Nosso Deus decidiu permanecer no Sacrário para alimentar-nos, para fortalecer-nos, para divinizar-nos, para dar eficácia à nossa tarefa e a nosso esforço. Jesus é simultaneamente o semeador, a semente e o fruto da terra: o Pão da Vida Eterna.
- Este milagre, continuamente renovado, da Sagrada Eucaristia, tem todas as características da forma de atuar de Jesus.
- Perfeito Deus e perfeito homem, Senhor dos Céus e terra, oferece-se como sustento, da maneira mais natural e ordinária. Assim espera nosso amor, desde até quase dois mil anos. É muito tempo e não é muito tempo: porque, quando há amor os dias voam.
- Vem a mim, memória una, encantadora poesia galega, uma dessas Cantigas de Afonso X, o Sábio.
- A legenda de um monge que, em sua simplicidade, suplicou à Santa Maria poder contemplar o céu, ainda que fosse por um instante apenas. A Virgem acolheu seu desejo, e o bom monge foi trasladado ao paraíso. Quando retornou, não reconhecia a nenhum dos moradores do monastério: sua oração, que a Ele lhe havia parecido brevíssima, havia durado três séculos. Três séculos não são nada, para um coração amante.
- Assim explico eu esses dois mil anos de espera do Senhor na Eucaristia. É a espera de Deus, que ama aos homens, que nos busca, que nos quer tal como somos – limitados, egoístas, inconstantes –, mas com a capacidade de descobrir seu infinito carinho e de entregar-nos inteiramente a Ele.
- Por amor e para ensinar-nos a amar, Jesus veio à terra e fez-se um entre nós na Eucaristia. "Amando os seus que viviam no mundo, amou-os até o fim"; com essas palavras, começa São João sua narração do que sucedeu aquela véspera da Páscoa, em que Jesus – refere-nos São Paulo –
"tomou o pão, e dando graças, o partiu e disse: tomai e comei; isto é o meu corpo, que será entregue por vós; fazei isto em memória de mim. E da mesma maneira o cálice, ao fim da ceia, dizendo: este cálice é o sangue da nova aliança; fazei isto quantas vezes o bebereis, em memória de mim".
Escritos de São Jose Maria Escrivá.

Música “Fiel Pelicano”
Fiel Pelicano milagre supremo de amor
Eucaristia meu Deus e Senhor
Banhado de sangue a Ti toda glória e eterno louvor
Glória, glória
Glória, glória
Um Deus que é tão grande se faz tão pequeno assim
Só por amor pra chegar até mim
Que seja assim que venha até mim
E eu vou Te dar glórias
Oração
Eu te adoro com afeto, Deus oculto, que te escondes nestas aparências.
A ti sujeita o meu coração por inteiro e desfalece ao te contemplar.

A vista, o tato e o gosto não te alcançam, mas só com o ouvir-te firmemente creio.
Creio em tudo o que disse o Filho de Deus, nada mais verdadeiro do que esta Palavra da Verdade.

Na cruz estava oculta somente a tua divindade, mas aqui se esconde também a humanidade.
Eu, porém, crendo e confessando ambas, peço-te o que pediu o ladrão arrependido.

Tal como Tomé, também eu não vejo as tuas chagas, mas confesso, Senhor, que és o meu Deus; faz-me crer sempre mais em ti, esperar em ti, amar-te.

Ó memorial da morte do Senhor, pão vivo que dás vida ao homem,
faz que meu pensamento sempre de ti viva, e que sempre lhe seja doce este saber.

Senhor Jesus, Terno Pelicano, lava-me a mim, imundo, com teu sangue, do qual uma só gota já pode salvar o mundo de todos os pecados.

Jesus, a quem agora vejo sob véus, peço-te que se cumpra o que mais anseio: que vendo o teu rosto descoberto, seja eu feliz contemplando a tua glória.

Amém.

Clique aqui e veja também:

Ato de Consagração ao Imaculado Coração de Maria

Tempo do Espírito Santo

Tudo já foi revelado

Anúncio dos três Anjos

“Senhor, que vosso Amor, Sofrimento e Sangue derramado,

não tenha sido em vão pelas nossas almas e

pelas almas dos Sacerdotes, Filhos Prediletos de Nossa Senhora.”

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Dever de sentar-se

Dever ignorado
- Neste século de atividades desordenadas e de velocidades vertiginosas, há uma obrigação bastante desconhecida. E, no entanto, Cristo a menciona por duas vezes (Lc 14, 28-33): é o Dever de Sentar-se.
- Acredito não fazer um julgamento temerário ao afirmar que os melhores esposos cristãos, aqueles mesmo que nunca esquecem o dever de se ajoelhar, cometem muitas vezes o pecado de não se sentarem.
- Antes de empreenderdes a construção do vosso lar, confrontastes sem dúvida os vossos pontos de vista, pesastes os vossos recursos materiais e espirituais, elaborastes um plano, mas, depois que vos entregastes ao trabalho, não houve da vossa parte negligência em vos sentardes juntos a examinar a tarefa já realizada, reencontrar o ideal entrevisto, consultar o Mestre da obra?
- Sei das objeções e dificuldades, mas sei também que a casa desmorona um dia se não tivermos vigiando a sua estrutura (Mt 7, 24-27).
- No lar que não encontra tempo para uma pausa destinada a reflexão, frequentemente:
·         a desordem material e moral se introduz insidiosamente;
·         a rotina se apodera da oração comum, das refeições e de todos os ritos familiares;
·         a educação fica reduzida a reflexos de pais mais ou menos nervosos;
·         a união conjugal fica abalada.
- Estas deficiências e muitas outras se observam, não só nos casais sem formação, naqueles que ignoram os problemas da educação e da espiritualidade familiar, mas muitas vezes naqueles mesmos que são considerados como competências em ciências familiares e o são na realidade... teoricamente.
- Por não tomarem a distância necessária a uma boa visão, os esposos não veem mais o que qualquer visita percebe logo ao transpor o limiar da casa; o desleixo que faz objeto da conversa dos amigos, por vezes desolados, mas evitando falar aos interessados muitas vezes incapazes de compreensão ou simplesmente susceptíveis.
- Houve casais que compreenderam o perigo, encararam e adotaram vários meios para combatê-lo. Um deles dizia-me recentemente, depois de fazer a experiência, quanto é útil para os esposos, abandonarem todos os anos os filhos e irem juntos repousar ou fazer uma viagem de uma ou duas semanas.
- Mas, pensareis talvez ao ler-me, não é dado a todo mundo ter a disposição pessoal, amigos ou parentes a quem se possam confiar assim as crianças. Há, entretanto, outras soluções.
- Três famílias se associaram para as férias, foram para o mesmo lugar: cada casal pôde ausentar-se durante uma semana, deixando aos outros dois o cuidado dos filhos.

- Para evitar o perigo da rotina no lar, há outro recurso a respeito do qual quero vos entreter um pouco mais longamente:
·         Tomai a vossa ‘agenda’ e assim como nela seria inscrito eventualmente um compromisso qualquer, seja um concerto ou uma visita a amigos, anotai um encontro convosco mesmo; e fique bem estipulado que estas duas ou três horas são sagradas, e que por nada neste mundo vos faria suprimir esse ‘encontro’, como não suprimiriam um espetáculo na cidade ou um jantar de amigos.

Como utilizar estas horas?
·         Em primeiro lugar, ireis tomar a decisão de que não estais com pressa, uma vez que não é costume.
·         Mudai de ambiente; é preciso a qualquer preço modificar o quadro habitual e esquecer as preocupações.
·         Leiam, juntos, um capitulo bem escolhido de um livro propositalmente posto em reserva para esta hora privilegiada (pode ser a Bíblia, a Imitação de Cristo... ou qualquer leitura espiritual de sua predileção).
·         Fazei longamente uma oração: que cada qual faça, quanto possível, em voz alta, uma oração pessoal e espontânea; esta forma de oração, sem condenar as outras, aproxima milagrosamente os corações.
·         Penetrando assim na paz do Senhor, comunicai-vos um ao outro aqueles pensamentos, aquelas queixas, aquelas confidências que não é fácil nem recomendável fazer no decurso das jornadas, ativas e ruidosas e que, no entanto, seria perigoso fechar no segredo do coração, pois que, bem o sabeis, há ‘silenciosos inimigos do amor’.
·         Não vos detenhais somente sobre vós mesmos, nem sobre as preocupações atuais, mas fazei uma excursão às fontes de vosso amor, reconsiderando o ideal vislumbrado então, na época em que juntos e com passo decidido empreendestes a marcha pela estrada.
·         ‘Renovai o vosso fervor e o sentimento de vossas almas’(leia Efésios 4, 22-32): É preciso crer naquilo que fazemos e fazê-lo com entusiasmo.
·         Voltai para o presente, confrontai ideal e realidade, fazei o exame de consciência de vossa própria família (não o vosso exame de consciência pessoal) e tomai as resoluções práticas e oportunas para curar, consolidar, rejuvenescer, arejar, abrir o vosso lar. Empregai neste exame lucidez e sinceridade; remontai às causas do mal diagnosticado.
·         Meditar alguns instantes sobre cada um de vossos filhos, pedindo ao Senhor que ponha ‘suas próprias vistas dentro de vosso coração’ segundo a sua promessa, a fim de que possais vê-los e amá-los como Ele próprio, a fim de conduzi-los segundo as suas vistas.
·         Finalmente, perguntai a vós mesmos se Deus é o primeiro servido em vosso lar.
·         Se sobrar tempo, fazei aquilo que bem entenderdes, mas eu vos suplico, não retorneis às banalidades a rádio ou TV.

Não tendes mais nada a dizer?
·         Calai-vos juntos, este momento também é de grande proveito.
·         Será de grande importância fazer por escrito um pequeno relatório daquilo que tiver sido descoberto, estudado, decidido, no decorrer do encontro, mas isto poderá ser feito depois, por um dos dois e será lido por ambos, juntos, no próximo encontro.

- O que faz objeto destas minhas palavras, nada mais é do que um meio de conservar jovem e vivo o vosso amor e o vosso lar; há seguramente muitos outros.
- Adotado por numerosos casais que eu conheço, já deu provas de sua eficiência.

Padre Henri Caffarel-Fundador das Equipes de Nossa Senhora (L’Anneau d’Or nº 5/Novembro 1945)

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Do Papai para os filhos


Exortação do Pai aos filhos
- Vinde agora aprender, filhos meus o que vos pede vosso Pai como prova de amor: bem sabeis que a disciplina é necessária no exército e o regulamento na família bem ordenada.
- Também na grande família de Jesus Cristo impõe-se uma Lei, mas uma Lei cheia de suavidade.
- Na ordem humana os filhos usam sempre o nome do pai, sem o que não poderiam ser reconhecidos como da sua família. Assim, os filhos que são Meus usam o nome de Cristãos, que lhes é conferido pelo Sacramento do Batismo, ao nascerem.
- Vós, que recebestes este nome, sois meus filhos, tendes direito a todos os bens de Vosso Pai...

- Sei que não Me conheceis nem Me tendes amor, antes, pelo contrário, Me odiais e perseguis...mas Eu, vos amo com amor infinito e quero dar-vos parte daquela herança a que tendes direito.
Crede no Meu Amor e na Minha Misericórdia...
Vós Me ofendestes: Eu vos perdôo...
Vós Me perseguistes: Eu vos amo...
Vós Me feristes com Palavras e com ações...Eu quero fazer-Vos bem e abrir para Vós os meus tesouros.
- Não penseis que ignoro como até aqui vivestes: sei que desprezastes as minhas graças, talvez mesmo tenhas profanado Meus Sacramentos. Pois Eu vos perdôo.

- E agora, se quereis viver felizes na terra e assegurar ao mesmo tempo a vossa eternidade, fazei o que vou dizer-vos:
- Sois pobres?
- Esse trabalho que vos é imposto pela necessidade, fazei-o com submissão e ficai sabendo que também Eu vivi trinta anos sujeito à mesma lei, porque fui pobre e até muito pobre.
- Não olheis aos vossos patrões como tiranos...não desejeis a sua desgraça, mas fazei valer os seus interesses e sede fiéis.
- Sois ricos?
- Tendes por vossa conta operários, servos?
- Não exploreis o seu trabalho...remunerai o seu labor segundo a justiça e provai-lhes a vossa afeição e a vossa bondade, porque, se tendes uma alma imortal, eles também a têm; se recebestes os bens que possuís, não foi somente para vosso gozo e bem-estar pessoais, mas a fim de que, administrando-os com prudência, possais exercer a caridade para com o próximo.
- Depois de terdes uns e outros, aceitado a submissão a lei do trabalho, reconhecei humildemente a existência de um Ser que está acima de tudo o que é criado. Esse Ser é o Vosso Deus e, ao mesmo tempo, Vosso Pai.

- Como Deus, exige que cumprais a sua Lei Divina.
- Como Pai, pede-vos filial submissão aos seus Mandamentos.
- Assim, depois de terdes passado uma semana inteira nos vossos trabalhos, nos vossos negócios, nos vossos recreios lícitos, pede-vos que deis uma hora ao menos, ao cumprimento do seu preceito. Será exigir muito?
- Ide pois á sua Casa, a Igreja. Ele lá vos espera dia e noite; e, em cada domingo ou dia de festa dai-lhe essa hora, assistindo ao mistério de Amor e de Misericórdia que se chama Missa.
- Durante ela, falai-Lhe de tudo: da vossa família, dos vossos filhos, dos vossos negócios, dos vossos desejos...apresentai-Lhe as vossas penas, as vossas dificuldades, os vossos sofrimentos...
- Se soubésseis como Ele vos ouvirá e com que Amor vos atenderá.

- Talvez Me diga: Não sei participar da Missa...há tanto tempo não entro numa Igreja.
- Não vos atemorizeis; vinde! Passai simplesmente essa hora a meus pés...deixai que a consciência vos diga o que deveis fazer e não cerreis os ouvidos à sua voz...abri vossa alma...então Minha graça vos falará...mostrar-vos-á, pouco a pouco como deveis proceder em cada circunstância de vossa vida, como haveis de comporta-vos com vossa família ou nos vossos negócios...como deveis educar os vossos filhos, amar os vossos inferiores, respeitar os superiores.
- Ele vos dirá, talvez, que deveis abandonar esta empresa, quebrar aquela amizade má, afastar-vos energicamente daquela reunião perigosa.
- Ela vos dirá que odiais tal pessoa sem razão, e que, ao contrário, desta pessoa que frequentais e amais, deveis separar-vos e fugir dos seus conselhos...
- Experimentai e, pouco a pouco, vereis como se vai estendendo a cadeia das minhas graças. Porque acontece com o bem, como com o mal, basta começar. Os anéis da cadeia prendem-se uns aos outros.
- Se HOJE ouvirdes a minha graça e a deixardes trabalhar em vós, amanhã a ouvireis melhor; mais tarde, ainda melhor, e assim, de dia para dia, a Luz aumentará, a paz crescerá e preparareis a vossa felicidade eterna.

- Porque o homem não foi criado para ficar sempre neste mundo. É feito para a eternidade.
- Sendo imortal, deve portanto viver, não para aquilo que morre, mas para o que permanecerá...
- Juventude, riqueza, sabedoria, glória humana, tudo isso passa e acaba...só Deus subsiste por toda a eternidade.

- Se o mundo e a sociedade estão repletos de ódios e em lutas continuas, povos contra povos, nações contra nações e indivíduos contra indivíduos, é porque o grande fundamento da fé quase desapareceu.
- Reanime a fé, a paz voltará e a caridade reinará.
- A fé não prejudica a civilização e não se opõe ao progresso, pelo contrário, quanto mais se enraíza nos indivíduos e nos povos, mais crescem neles a sabedoria e a ciência, porque Deus é Sabedoria e Ciência infinitas.

O sentido da Paternidade de Deus
- Gosto que Me chames de PAI.
- Quando Me dás o nome de PAI, Meu Coração se sente obrigado a cuidar de ti.

- Aqui na terra, quando a criança começa a falar e pronunciar esta palavra tão terna:“PAI”, os pais transbordam de alegria, abrem-lhe os braços e apertam-na ao coração com tanto amor, que todos os prazeres do mundo nada são perto de tal felicidade.
- Se o pai e a mãe da terra são assim, como não será Aquele que É ao mesmo tempo PAI, MÃE, DEUS, CRIADOR, SALVADOR e ESPOSO; Aquele cujo coração não tem rival em ternura e amor.

- Alma querida, quando te achares angustiada e oprimida, vem, corre a Mim, chama-me “PAI” e repousa em meu coração.
- Se não podes no meio de teu trabalho lançar-te a meus pés como gostarias, repete apenas isto: “PAI”.
- Então ajudar-te-ei, sustentar-te-ei, guiar-te-ei e te consolarei.

“Vós Me chamareis Meu Pai” Jeremias 3,4; 19

De Jesus a Josefa da Sociedade do Sagrado Coração

no Livro “Apelo ao amor” páginas 474; 521-525.

Clique aqui e veja também:


“Senhor, que vosso Amor, Sofrimento,

Sangue derramado e Morte na Cruz,

não tenha sido em vão pelas nossas almas e

pelas almas dos Vossos Sacerdotes,

Filhos Prediletos de Nossa Senhora.”

“Senhor, sou teu servo, filho de Tua Serva.”

sábado, 2 de novembro de 2013

Obras de Misericórdia Espirituais

Meditação das ‘atitudes espirituais’ de Santa Faustina

1ª) Dar bom conselho
“Muitas vezes o Senhor me dá a conhecer interiormente as pessoas com quem me encontro na portaria. Uma alma, digna de compaixão, tomou a iniciativa de ela mesma me dizer alguma coisa. Aproveitando a ocasião, delicadamente dei-lhe a conhecer em que miserável estado se encontra sua alma. Retirou-se com melhor disposição.” §1283




2ª) Suportar com paciência as fraquezas do próximo
“A irmã designada para me acompanhar ia comigo, contrafeita. Demonstrou isso por diversas vezes e finalmente disse-me: ‘O que vamos fazer? tenho pouco dinheiro para o fiacre. Não respondi nada a isso. ‘E se não houver fiacre? Como é que vamos andar tanto?
Dizia isso e muitas outras coisas, unicamente para me inquietar, porque as queridas superioras deram dinheiro para tudo e não faltou. E, tendo conhecido interiormente tudo isso, ri-me e disse àquela irmã: ‘Estou inteiramente tranqüila, confiemos em Deus.’ Entretanto percebi que a minha profunda serenidade a irritava. Então, comecei a rezar na intenção dela. ‘O meu Senhor, tudo isso é para Vós, para conseguir misericórdia para os pobres pecadores.” §1636

3ª) Corrigir os que erram
“Hoje veio visitar-me certa pessoa leiga que me causou grandes dissabores, que abusou de minha bondade, mentindo em muitas coisas. No primeiro momento, quando a vi, ferveu-me o sangue nas veias, porquanto surgiu diante dos meus olhos tudo o que tive que sofrer por causa dela, embora eu pudesse livrar-me desses sofrimentos com uma só palavra. E tive uma idéia de lhe dar a conhecer a verdade decidida e imediatamente. Mas, nesse momento, vi diante dos meus olhos a misericórdia divina e resolvi proceder com ela como Jesus procederia se estivesse no meu lugar. Comecei a conversar com ela bondosamente, e quando ela quis conversar comigo a sós, aí lhe dei a conhecer claramente o triste estado da sua alma, de maneira muito delicada. Eu via sua profunda emoção, embora a esconder diante de mim.” §1694

4ª) Ensinar os ignorantes
“Na minha vida há instantes e momentos de conhecimento interior, ou seja, luzes divinas pelas quais a alma recebe um ensinamento interior sobre coisas que nem leu em livros, nem foi instruída por qualquer pessoa. São momentos de conhecimento interior; que o próprio Deus concede a alma. São grandes mistérios... frequentemente, recebo a luz e o conhecimento da vida interior de Deus e da Sua mais intima disposição, o que me enche de inefável confiança e tal felicidade que não posso conter em mim; só desejo dissolver-me toda nele...”



5ª) Consolar os aflitos
“A noite, no ultimo dia da minha permanência em Vilna, uma Irmã, já idosa, desvendou-me o estado da sua alma. Disse que já havia alguns anos sofria interiormente, que lhe parecia que todas as suas confissões eram malfeitas e que tinha duvidas sobre o perdão de Nosso Senhor. Perguntei-lhe se, alguma vez, tinha falado disso ao confessor. Respondeu-me: Já, varias vezes tenho falado disso aos confessores, e eles sempre me dizem que eu fique tranqüila e, no entanto, sofro muito e nada me traz alivio e sempre me parece que Deus não me perdoou.’ Respondi-lhe: ‘A Irmã deve ser obediente ao confessor e ficar inteiramente tranquila, porque com certeza se trata de tentação.’ Ela, no entanto, me suplicava com lágrimas nos olhos que eu perguntasse a Nosso Senhor se lhe havia perdoado e se suas confissões eram boas ou não. Respondi-lhe energicamente: ‘A Irmã mesma pergunte, se não confia nos confessores.’ Mas ela pegou-me pela mão e não queria soltar. Pediu que eu rezasse por ela e lhe transmitisse o que Nosso Senhor dela me dissesse. Chorando amargamente, retinha-me, dizendo: ‘Eu sei que Jesus fala com a Irmã.’ Não podendo desprender-me dela, porque me segurava pela mão, prometi-lhe que rezaria por ela. Á noite, durante a benção, ouvi na alma estas Palavras: ‘Diz-lhe que mais fere o Meu Coração a incredulidade do que os pecados que cometeu.’ Quando lhe falei disso, chorou como uma criança e uma grande alegria encheu a sua alma. Compreendi que Deus desejava consolar essa alma por meu intermédio e, embora isso me custasse muito, cumpri o desejo de Deus.” §628

6ª) Perdoar os que nos ofenderam
“Hoje tive um certo desgosto por causa de certa pessoa, ou seja, por causa de certa pessoa leiga. Essa pessoa, com base numa coisa verdadeira, disse muitas coisas inventadas, e como todas essas coisas foram tidas por verdadeiras e espalhadas pela casa toda, quando vieram aos meus ouvidos, senti uma dor no coração. Como se pode abusar da bondade dos outros? Mas resolvi não dizer palavra alguma em minha defesa e demonstrar uma bondade ainda maior para com essa pessoa. Mas, para suportá-lo com tranqüilidade, percebi que tinha poucas forças, pois isso se prolongava por semanas. Quando vi a tempestade a levantar-se e o vento a jogar areia diretamente nos meus olhos, fui diante do Santíssimo Sacramento e disse ao Senhor:
‘Jesus, peço-vos a força da Vossa graça atual, porque sinto que não vou conseguir suportar essa luta. Protegei-me com o Vosso peito.’
Então ouvi estas Palavras: ‘Não temas, Eu estou contigo.’
Quando me afastei do altar, uma estranha força e paz inundaram a minha alma, e a tempestade que se desencadeou batia contra a minha alma como contra um rochedo, e a espuma da tempestade caiu sobre aqueles que a provocaram.” §1150

7ª) Rezar pelos vivos e pelos mortos
“Quando entrei por um momento no dormitório vizinho para visitar as Irmãs doentes, uma delas disse: ‘Quando a Irmã morrer, não terei medo da Irmã. Venha falar comigo depois da morte, porque tenho um segredo da alma a confiar-lhe, para que a Irmã me resolva isso com Nosso Senhor. Eu sei que a Irmã pode conseguir isso para mim junto de Nosso Senhor.” §1615

“Já eram onze horas da noite, todas as Irmãs dormiam nas celas, apenas a minha alma estava lutando, e com uma grande esforço.

O tentador continua a falar-me: ‘Porque te importas com as outras almas? Tu deverias rezar apenas por ti mesma. Os pecadores, eles se converterão sem as tuas preces. Estou vendo que estas sofrendo muito neste momento; por isso vou te dar um conselho, do qual vai depender a tua felicidade: nunca fales da misericórdia de Deus e, especialmente, não encorajes os pecadores a confiança na Misericórdia de Deus, porque eles merecem o justo castigo.” §1497
Diário de Santa Faustina

Obras de Misericórdia Corporais


Meditação das ‘atitudes corporais’ de Santa Faustina
1ª) Alimentar os famintos
“Jesus veio hoje à portaria na figura de um jovem pobre. Esse miserável jovem, com as vestes terrivelmente rasgadas, descalço e de cabeça descoberta, todo a tiritar, porque o dia era chuvoso e frio. Pediu algo de quente para comer. Fui a cozinha e nada encontrei para os pobres; mas depois de procurar melhor, achei um pouco de sopa, que esquentei, ajuntei um pedaço de pão e ofereci ao pobre, que a tomou. No momento em que estava me entregando o prato, deu-me a conhecer que era o Senhor do céu e da terra. Logo que vi quem era, desapareceu dos meus olhos. Entrando na casa refleti sobre o que tinha sucedido na portaria, e ouvi estas palavras na alma:
- Minha filha, chegaram aos meus ouvidos as bênçãos dos pobres, que, afastando-se da portaria, Me bendizem, e gostei dessa tua caridade nos limites da obediência e por isso desci do Trono para saborear o fruto da tua misericórdia.”§1312
  
2ª) Dar de beber a quem tem sede
“Hoje veio visitar-me certa pessoa leiga que me causou grandes dissabores, que abusou de minha bondade, mentindo em muitas coisas. Essa pessoa me pediu um copo de água e mais duas outras coisas, no que de boa vontade a satisfaço. Contudo, se não fosse a graça de Deus, não teria condições de proceder assim com ela. Quando saiu, agradeci a Deus pela graça que então me fortaleceu.” §1694
  



3ª) Vestir os nus
“Quando vêm à portaria os mesmos pobres, trato-os com maior bondade e não lhes dou a conhecer que já estiveram uma vez, para deixá-los a vontade, e eles então me falam abertamente dos seus sofrimentos e necessidades.
Embora uma das irmãs me diga que não procede assim com mendigos e, na minha presença, lhes feche bruscamente a porta na cara, sempre que ela não está trato-os como o meu Mestre o faria. Algumas vezes se dá mais não dando nada do que dando muito, mas de maneira rude.” 1282
  





4ª) Visitar os doentes
“Uma vez fui visitar uma irmãzinha doente; tinha já 84-anos e distinguia-se por muitas virtudes. Perguntei-lhe: ‘Certamente a irmã já está pronta para se apresentar diante do Senhor’ Respondeu-me que se preparou a vida toda para essa última hora e disse-me estas palavras: ‘A idade não dispensa a luta’ §517
  



5ª) Visitar os presos
“Quando perguntei a Nosso Senhor como pôde suportar tantos delitos e diversos crimes e não os castigar, respondeu-me o Senhor:
‘Para castigá-los tenho a eternidade, e agora prolongo-lhes o tempo da misericórdia, mas ai deles se não conhecerem o tempo da minha visitação. Minha filha, secretária da minha misericórdia, não apenas estás obrigada a escrever e divulgar a minha misericórdia, mas também pedir a graça, para que também eles bendigam a minha misericórdia” §1160





6ª) Acolher os peregrinos
“Desejo que a festa da misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores. Nesse dia, estão abertas as entranhas da minha misericórdia. Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da minha misericórdia. A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das culpas e das penas. Nesse dia, estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais fluem as graças.” §699
  





7ª) Enterrar os mortos
“Quando faleceu a Irmã Dominika, por volta da uma hora da noite, veio ter comigo e deu-me a conhecer que havia falecido. Rezei ardentemente por ela. De manhã disseram-me as irmãs que já estava morta. Respondi que sabia, porque tinha vindo falar comigo. Multipliquei as minhas orações por ela.” §1382



Diário de Santa Faustina


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Necessidade da oração


A oração é a força e a luz da esperança cristã
- No Concilio Vaticano II, que tanto se preocupou com o homem, fez-se esta pergunta: Quem é o homem? Onde responderam:
Desde as suas origens o ser humano se entretinha com Deus;
Desde o seu nascimento o homem é chamado ao diálogo com Deus;
Desde o seio materno Deus me chamou (Is 49,1).
- O homem é o centro e o vértice de tudo o que existe sobre a terra; mas é um ser finito, limitado, aberto e sempre em busca de Deus.
- O homem existe para dialogar com Deus, iluminado pelos faróis da fé e da razão. Existe para fazer da vida um diálogo de; amor com o Deus Criador, com o Cristo Redentor, e com o Espírito Santo Santificador. Sempre criatura amada; sempre filho perdoado e redimido por amor; e, por gratidão sempre aberto para acolher e agradecer este gesto de amor de Deus.

- Oração, em breves palavras, é justamente isto; diálogo da criatura com o Criador, diálogo entre Deus e o ser humano. Santa Tereza D’Ávila definiu:
“Oração mental não é senão tratar de amizade, estando muitas vezes tratando a sós, com quem sabemos que nos ama”
- Poder dialogar com Deus não é só desejo de quem busca a perfeição, mas a vocação. Empreender um caminho para chegar a dialogar com Deus é uma aventura digna do ser humano. Santo Agostinho exclamou:
“Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração está inquieto até descansar em ti”. Um coração que vivia afogado e sem poder respirar até descobrir Aquele que o conhecia e o chamava desde o ventre materno.
João Paulo II dizia: “Sem a oração nosso esforço seria inútil e nossa esperança de uma nova evangelização que seja eficaz poderia ficar sem fundamento”.

É fácil rezar?
- A oração é uma arte. Há quem diga que o artista nasce e pronto. Certamente a tendência é inata, mas o artista torna-se artista explorando o dom concedido por Deus, trabalhando com esforço essa tendência, esse dom. Todos nós somos chamados a dialogar com Deus. Este dom está na bagagem do homem que sai das mãos do Criador para a viagem neste mundo. Resta a cada um de nós explorá-lo para que produza frutos Mt 25,15.
- Ser chamado ao diálogo com Deus significa que há um caminho que devemos percorrer com nosso empenho. É uma aventura, empreendida por quem sente esta sede e quer satisfazer o inquieto coração. Ninguém sai para uma aventura sem uma boa dose de esperança, de confiança e de coragem para enfrentar os obstáculos que poderá encontrar.
- A arte exige exercício diário, sem descanso.
- ‘Rezar é o tempo da encarnação de Deus em ti,
  • é o tempo em que deixas inspirar por Deus,
  • o tempo em que te deixas transformar em imagem de Deus,
  • o tempo em que aprendes a conhecer Deus como ele é, vendo aquilo que te estás tornando”
- Os artistas treinam muito e não poderia ser diferente com a oração, a mais nobre das artes.

A Igreja precisa de ti
“A Igreja do Concílio Vaticano II considera o mundo moderno com o amor, que sabe descobrir em toda parte os vestígios de Deus; serve-o com o gênio da caridade e de sua oração”. A Igreja “abre-se para o mundo moderno não para contaminar-se com seus costumes, mas para infundir-lhe o fermento de sua salvação”. Esse fermento és tu, somos nós. Por isso, a pergunta: de quem necessita a Igreja?
- A Igreja necessita de cada um de nós, do casal cristão, da comunidade.
- A Igreja precisa de quem busca aproximar-se de Deus, de quem reza, de quem se coloca no alto da montanha, como fazia Moisés, quando queria encontrar-se com Deus, para escutar a Deus e dele receber as orientações do que devia fazer e como devia fazer.
- O matrimônio e a família precisam ouvir da boca de Deus o seu projeto sobre o matrimônio e a família.
- Deus está a espera dos orantes, lá no alto da montanha, para comunicar-lhes seu projeto, para iluminar a Igreja.
- A Igreja necessita de pessoas que se deixam habitar por Deus. O Mais aberto para escutar é o mais apto para servir. Quem mais reza é quem mais serve.
- A oração ilumina a visão do mundo. O bem e o mal existentes no mundo são percebidos pelos que se aproximam de Deus através da oração. Na beleza do mundo resplandece o vestígio de Deus, e no mal que afeta os homens percebe-se a grande ausência de Deus. O mal impera onde não há lugar para Deus.
Vida de oração e a amizade
- Seguindo a definição de Santa Tereza, a oração é ‘tratar de amizade’.
- O orante está na presença de Deus como um amigo está diante do amigo. - Sabemos o valor do amigo pela Palavra de Deus na Escritura. É um verdadeiro tesouro. “Um amigo fiel é um poderoso refúgio; quem o descobriu, descobriu um tesouro” Eclo 6,14. E quem encontra o tesouro é capaz de vender tudo para adquiri-lo e fará de tudo para não perde-lo Mt13.
“Onde está o teu tesouro ai estará também o teu coração Mt 6,21.
- O amigo me conhece como eu me conheço, porque aos amigos abrimos o coração.
- Oração é estar com Deus como amigo verdadeiro. Tornar-se amigo de Deus é tornar-se orante. Jesus nos ensina o segredo da verdadeira amizade quando diz: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos”Jo 15,13. Essa afirmação de Jesus vem ao nosso encontro para curar, ensinar e transformar o coração. Só o amor transforma. Não é possível conceber o amor sem a capacidade de entrega, sem doação sem oblação.

Como tornar-se um homem de oração
- Um sério caminho espiritual começa quando abrimos um espaço para Deus no barco da vida. Para acolhermos Deus no barco de nossa vida precisamos colocar alguns objetivos:
- Em primeiro lugar, a oração pessoal todos os dias, isso se chama fidelidade.
- A oração deve ser um encontro previsto e desejado. A vida espiritual tem seu ponto de partida aqui: fidelidade pontual para os encontros com o Senhor.
- Oração que se faz ocasionalmente denota valor relativo. Deus é necessidade e valor absoluto.
- O Senhor precisa entrar na nossa barca, na barca da vida. Um lugar definido para Deus no espaço do dia, guardado com fidelidade persistente, é que nos define como homens e mulheres de oração.
- A oração precisa ser um encontro desejado. A vida torna-se árida, sem gosto, quando não há oração.
- Precisamos adquirir gosto pela oração e, como os discípulos de Jesus, manifestar o desejo:

“Senhor, ensina-nos a rezar”Lc11,1.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Quem não cresce, mingua

- Seria ilusão imaginar que quando nascemos para a Vida Natural e depois pelo Batismo para a Vida Sobrenatural, nasceríamos crescidos, amadurecidos e prontos para o que der e vier (CIC 1936).
- Quem pensasse assim ficaria decepcionado.

- Quando nascemos – VIDA NATURAL - já somos criaturas racionais, com as faculdades pelas quais somos incomparavelmente superiores a todas as coisas criadas. Estas faculdades da alma (Inteligência, memória, vontade), porém, estão no recém-nascido apenas de modo virtual, sujeitas à lei de um lento crescimento e amadurecimento.
- Para se atualizar, cada faculdade tem seu próprio tempo e dinamismo.
- Com intelecto, memória, vontade, afeto e livre arbítrio inteiramente normais, a criança só pouco a pouco será capaz de ter atos de inteligência e vontade. O processo dura muitos anos, sujeito a pacientes treinamentos, até chegar à maturidade e produzir frutos próprios.

- Na vida Cristã – VIDA SOBRENATURAL será parecido. Pelo Batismo nascemos de novo, do alto, pela água e pelo Espírito Santo. Mas nesta nova vida no Espírito não nascemos grandes e maduros.
- Recebemos virtualidades, faculdades, propriedades ou sementes que não estavam em nós segundo a ordem da criação. Foi-nos comunicada então a graça da filiação divina adotiva, da participação na natureza divina, chamada também Graça Santificante, com todo o cortejo de Virtudes Infusas e Dons do Espírito Santo (CIC 1803-1832).

- Como na Ordem da Criação/Vida Natural, ninguém vem ao mundo feito e já com aptidão de atuar de modo inteligente e livre, assim também na Ordem da Redenção/Vida Sobrenatural, ninguém nasce maduro e capaz de atuar como filho adotivo de Deus, enviado do Senhor Jesus e templo vivo do Espírito Santo.
- No Batismo recebemos o Espírito Santo como uma semente, que tem em si, a graça, mas que precisa ser atualizadas num penoso processo de crescimento.

- A vinda e ação do Paráclito em nós devem ser entendidas à luz da parábola do semeador em Mateus 13,3-30.
- Para poder desenvolver-se, a semente precisa de condições, sem as quais não será capaz de crescer e produzir fruto. Ai entra a formação recebida.
A semente é de excelente qualidade.
A diferença está no solo. E o solo somos nós.
1) “Todo aquele que ouve a Palavra do Reino e não a entende, vem o maligno e arrebata o que foi semeado no seu coração. Esse é o que foi semeado na beira do caminho.
2) O que foi semeado em lugares pedregosos é aquele que ouve a Palavra e a recebe imediatamente com alegria, mas não tem raiz em si mesmo, é de momento: quando surge uma tribulação ou uma perseguição por causa da Palavra, logo sucumbe.
3) O que foi semeado entre os espinhos é aquele que ouve a Palavra, mas os cuidados com do mundo e a sedução da riqueza sufocam a Palavra e ela se torna infrutífera.
4) O que foi semeado em terra boa é aquele que ouve a Palavra e a entende. Esse dá fruto, produzindo á razão de cem, de sessenta e de trinta”.

- Os cuidados com o mundo, a sedução das riquezas, os prazeres da vida, as ambições desmedidas, as dificuldades na caminhada, as tentações de todo tipo, tudo isso se opõe à germinação da semente, ao crescimento da planta, ao florescimento dos ramos e ao amadurecimento dos frutos.

- Quem se fechar à semeadura da semente (Palavra) da qual nascem os frutos do Paráclito, ou a arrancar de si, ou não se deixar guiar pelo Espírito, sentirá sem demora a brotação das obras da carne (conf. Gálatas 5, 16-21 e Mt 15,19).

Crescer juntos até a colheita
- Muitas vezes justificamos nossas atitudes e pensamentos perversos dizendo que “todo mundo” pratica ou pensa daquela forma, por isso, agimos ou pensamos assim; mas a resposta do Senhor é bem clara:
Deixai crescer juntos até a colheita. No tempo da colheita, direi aos ceifeiros: ‘Arrancai primeiro o joio e ataio em feixes para ser queimado; quanto ao trigo, recolhei-o no meu celeiro’”. Mateus 13, 30

- Não desanimemos:
“Nós, porém, vos exortamos, irmãos, a progredir cada vez mais.” ITess 4, 10
“No mundo tereis tribulações, mas tende coragem: Eu venci o mundo.” “Esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé.” João 16, 33 e I João 5, 4
- Não atrasemos o nosso crescimento deixando que a Palavra de Salvação seja abafada por nossas misérias:
Os espinhos cresceram e a abafaram.” Mateus 13, 7
- O Senhor nos concedeu a vida para que sejamos Louvor de Sua Glória, em tudo dai graças:
“Bem e mal, vida e morte, pobreza e riqueza, tudo vem do Senhor.” Eclo 11,14
“Não digas: ‘É o Senhor que me faz pecar’,
                    porque Ele não faz aquilo que odeia.
Não digas: ‘É Ele que me faz errar’,
                  porque Ele não tem necessidade de um homem pecador.
- O Senhor odeia toda espécie de abominação e nenhuma é amável para os que a temem. Desde o principio Ele criou o homem e o abandonou nas mãos de sua própria decisão:
  • Se quiseres, observarás os mandamentos: a fidelidade está no fazer a Sua vontade.
- Ele colocou diante de ti o fogo e a agua;
  • para o que quiseres estenderás a tua mão.
- Diante dos homens está a vida e a morte;
  • ser-te-á dado o que preferires. Eclo 15, 11-17

Viver em estado de graça
“Começareis por purificar-vos com a contrição interior, desapegando-vos da iniquidade e desejando a virtude.
Sem essa predisposição, exigida na medida de vossas possibilidades como ramos unidos à Videira, que é Jesus, nada recebereis.” Diálogo 69; CIC 1431

- Manter-se puro:
“Quando o espírito impuro sai do homem*, perambula em lugares áridos, procurando repouso, mas não o encontrando, diz:
‘Voltarei para minha casa, de onde saí’. Chegando lá, encontra-a varrida e arrumada**. Diante disso, vai e toma outros sete espíritos piores do que ele, os quais vêm habitar aí. E com isso a condição final daquele homem torna-se pior do que antes.” Lucas 11, 24-26
* O ‘espírito impuro sai do homem’ significando que houve uma libertação através dos Sacramentos e da Palavra de Deus; a alma então fica em estado de graça.
** ‘encontra-a varrida e arrumada’ significa que houve uma limpeza, jogou-se fora tudo que não presta, porém, não preencheu o coração com o Senhorio de Jesus, seu estado foi transitório conforme as quatro circunstâncias explicadas na Parábola do Semeador em Mateus 13, 18-23.

Romper com o pecado
- Todo pecado por menor que seja nos leva a morte lentamente:
“Vós ainda não resististes até o sangue em vosso combate contra o pecado” Hb 12,4
- O pecado tem aparência de bem:
“O Espírito Santo nos faz discernir entre:
  • a provação, necessária ao crescimento do homem interior em vista de uma ‘virtude comprovada’;
  • e a tentação, que leva ao pecado e a morte.
Devemos também discernir entre ‘ser tentado’ e ‘consentir’ na tentação.
O discernimento desmascara a mentira da tentação:
  • Aparentemente, seu objeto é ‘bom, sedutor para a vista, agradável’(Gn 3,6), ao passo que, na realidade, seu fruto é a morte.” CIC 2847
- Toda circunstância pode gerar uma escravidão. Enquanto vivemos nesta peregrinação, vivemos momentos de muita luta interior e que pouco a pouco vamos vencendo ou não, depende da vontade: O que falta vencer?
  • Alcoolismo, Jogo, Sexo: desejo, filmes...
  • Ira: trânsito, relacionamentos...
  • Gula
  • Inveja, Maledicência
  • Julgamento precipitado
  • Fidelidade a Doutrina Católica
“Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas não me deixarei escravizar por coisa alguma.” ICorintios 6, 12
- Este equilíbrio emocional e psíquico faz-se necessário uma vez que não somos mais ignorantes da Palavra de Deus e que haveremos de prestar contas de tudo o que fazemos ou falamos.(conf. Atos 17, 30)

Ficamos na letargia até atingirmos a maturidade

- O exemplo de Zacarias é claro; pode nos faltar a confiança em Deus, mesmo sendo justos e praticando a religião; após o anuncio do anjo, vacilou: “Sou velho e minha esposa de idade avançada. Respondeu-lhe o anjo: Eis que ficarás mudo e sem poder falar até o dia em que isso acontecer, porquanto não creste em minhas palavras, que se cumprirão no tempo oportuno...Somente após o nascimento de João sua boca “abriu-se”. Lucas 1