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sábado, 9 de setembro de 2017

Getsêmani e seus ensinamentos


- Vamos ao Getsêmani e enche tua alma com os sentimentos de tristeza e amargura que inundaram a Minha.

Aprendei de Mim (Mateus 11,28)
- Depois de ter pregado as multidões, curado doentes, restituído vista aos cegos, ressuscitado mortos...
- Depois de ter vivido três anos no meio de meus Apóstolos para forma-los e ensinar-lhes Minha Doutrina...
- Acabei finalmente por lhes mostrar com Meu exemplo, a se amarem e a se suportarem mutuamente, a praticarem caridade uns para com os outros, lavando-lhes os pés e tornando-Me seu alimento.

Entrega e Sacrifício
- Era chegada a hora em que o Filho de Deus feito homem, Redentor do gênero humano, ia derramar o Sangue e dar a Vida pelo mundo.
- Foi então que quis pôr-Me em oração e entregar-Me a Vontade de Meu Pai.
- Almas caríssimas, Aprendei de Mim, Vosso Modelo, que a única coisa necessária, quaisquer que sejam as revoltas da natureza, é entregar-vos e sacrificar-vos humildemente com um ato supremo da vontade, ao cumprimento da Vontade de Deus, seja em que circunstância for.

Oração antes da ação
- Aprendei de Mim que toda ação importante deve ser precedida de oração e por ela vivificada, pois é na oração que a alma alcança fortaleza para as horas difíceis.
- É pela oração que Deus se comunica, aconselha e inspira, mesmo sem que a alma o sinta.
- Retirei-Me ao Jardim de Getsêmani, isto é, a solidão.
- Assim a alma há de procurar a seu Deus, longe de tudo, dentro de si mesma.
- Para O encontrar há de impor silencio a todas as agitações da natureza, tantas vezes em luta contra a graça.
- Há de fazer calar os raciocínios do amor próprio ou da sensualidade, que procuram abafar as inspirações da graça e se opõem ao encontro de Deus.

- Tomei comigo Três dos meus Discípulos para ensinar que as Três Potências da Alma devem acompanhar-vos na oração:
  • Recorde-vos a Vossa Memória as Perfeições e os Benefícios de Vosso Deus, Sua Misericórdia, Seu Amor, Seu Poder, Sua Bondade.
  • O Vosso Entendimento procure os meios de corresponder a tantas graças maravilhosas que multiplicou para vós.
  • A Vossa Vontade fortaleça-se com o desejo de fazer mais e melhor por Ele... de trabalhar pela salvação das almas, quer no labor apostólico, quer no silencio e na oração de uma vida humilde e oculta.
- Submetei a Vossa Vontade a Vontade de Deus... Adorai Seus Desígnios para convosco, sejam quais forem... e todo o vosso ser se prostre como convém a criatura diante do Criador.
- Foi assim que Eu Me ofereci para realizar a Obra da Redenção do mundo.

Agonia sem morte (Lucas 22,44)
- No mesmo instante vi cair sobre Mim todos os tormentos da Minha Paixão, as calunias e os insultos, os açoites e a coroa de espinhos, a sede, a cruz.
- Todas estas dores se acumularam diante de Meus olhos e ao mesmo tempo a multidão de ofensas, de pecados e de crimes que se cometeriam no decurso dos séculos.
- Não somente Os vi, mas senti-Me revestido de todos esses horrores.
- E sob este fardo de ignomínias, apresentei-Me a Meu Pai Santíssimo para implorar Misericórdia.
- Então senti precipitar-se sobre Mim a cólera de um Deus ofendido e irritado e ofereci-Me como fiador. Eu, Seu Filho, para aplacar Sua ira e satisfazer a Sua Justiça.
- Mas, sob o peso de tantos crimes, experimentei na Minha natureza humana tal angústia e tão mortal agonia que todo o Meu corpo ficou coberto com um suor de Sangue.
- Oh! Pecadores, que Me fazeis sofrer assim. Dar-vos-á este Sangue salvação e vida? Ou ficará perdido para vós?
- Como exprimir Minha dor, pensando neste suor, nestas angústias, nesta agonia, neste Sangue, inúteis para tantas e tantas almas.
  
Consolar e ser consolado
- Venho revelar-te os sentimentos de Meu Coração, mas também repousar-Me no meio de vós.
- Ah, que alegria Me dão as almas que sabem receber-Me com júbilo... porque as visito ora para consolá-las, ora para nelas procurar consolo. Mas elas nem sempre Me reconhecem, mormente quando tem que sofrer.
“Quando sofres, é Meu consolo e Meu repouso.
Quando repousas, Sou Eu que te guardo” (182)

Desperta, tu que dormes (Efésios 5,14)
- Aproxima-Te de Mim e quando Me vires submerso num oceano de tristeza, vem comigo procurar os três discípulos que deixei a alguma distância.
- Tinha-os escolhido para repousar ao pé deles, associando-os a Minha prece e a Minha Angústia.
- Como dizer o que sofreu o Meu Coração quando, indo procurá-los os encontrei adormecidos?  Que mágoa para quem ama, ver-se só e sem poder confiar nos seus.
- Quantas vezes Meu Coração sofre com esta dor, e quantas vezes procurando alívio junto de suas Almas escolhidas, as encontra adormecidas.
- Em vão tento despertá-las, arrancá-las a si mesmas e as preocupações pessoais, aos entretenimentos inúteis e frívolos. Muitíssimas vezes respondem-Me, com atos, se não com palavras:
  • Agora não posso, tenho muito que fazer, estou muito cansada, preciso de um pouco de sossego.
- Então, insistindo suavemente, digo a essa alma:
  • Vem um momento, vem orar comigo, agora é que tenho necessidade de ti, não receies sacrificar esse descanso por Mim, pois serei Eu tua recompensa.
- Recebo a mesma resposta.
- Pobre alma adormecida, que não pode velar uma hora comigo.
  
É vão o socorro humano (Salmo 107, 13)
- Aprendei de Mim, almas queridas, como é inútil e vão procurar alívio junto das criaturas.
- Ao pé delas, muitas vezes não encontrareis senão acréscimo de sofrimento, pois estão dormindo e não respondem nem a vossa expectativa, nem ao vosso amor.

Meu Pai
- Voltando depois a Minha oração, prostei-Me de novo, adorei o Pai e implorei-Lhe socorro.
- Não Lhe disse: “Meu Deus” mas “Meu Pai”.
- Quando o vosso coração sofre mais, deveis também chamar a Deus Vosso Pai.
- Suplicai-Lhe que vos ajude, expondo-Lhe os vossos sofrimentos, os vossos temores, os vossos desejos, e, com os gemidos da vossa dor, recordai-Lhe que sois sua filha, seu filho.
- Dizei-Lhe:
  • que vosso corpo está extenuado,
  • que vosso coração está opresso até a morte,
  • que vossa alma parece experimentar o suor de sangue.
- Orai com confiança de filha e esperai tudo dAquele que É Vosso Pai.
- Ele próprio vos consolará e vos dará a força necessária para atravessar a tribulação ou o sofrimento, seja este vosso ou das almas que vos são confiadas.
- Minha alma, triste e desamparada ia sofrer angústia ainda mais mortal, pois sob o peso das iniquidades dos homens e em troca de tanto padecimento e de tanto amor só via Eu ultrajes e ingratidões.

Sangue Divino! Méritos infinitos!
- O Sangue que escorria por todos os Meus poros e que daí a pouco havia de jorrar de todas as minhas feridas seria inútil para muitíssimas almas, muitas se perderiam, outras, em maior número, Me ofenderiam, e grandes multidões nem sequer Me conheceriam.
- Eu derramaria Meu Sangue por todas e Meus Méritos seriam oferecidos a cada uma; Sangue Divino! Méritos infinitos! Inúteis entretanto para tantas e tantas almas.
- Sim, por todas derramaria Meu Sangue e todas seriam amadas com grande Amor:
·         Mas para algumas quanto seria mais terno, mais delicado, mais ardente este Amor. Dessas almas escolhidas esperava Eu mais consolo e amor, mais generosidade e abnegação; em uma palavra, mais correspondência as Minhas Bondades.
·         Mas ai! Quantas vi, naquele momento, desviarem-se de Mim; fecharem umas os ouvidos a Minha voz; outras ouvirem-na sem a seguirem; outras, corresponderem por algum tempo, com certa generosidade mesmo, ao Apêlo de Meu Coração, depois adormecerem pouco a pouco, e um dia chegarem a dizer-Me por sua obras:
o   Já trabalhei bastante, fui fiel aos pormenores de minhas obrigações, dominei minha natureza, vivi na abnegação; agora preciso de um pouco mais de liberdade, já não sou criança. Tantas privações, tanta vigilância, não são mais necessárias, bem posso largar tal coisa que me incomoda, etc...
- Pobre alma! Começas a adormecer?
- Dentro em pouco voltarei e, no teu sono, não me ouvirás.
- Virei oferecer-Te Minha Graça e não a receberás.
- Terás algum dia força para despertar?
- Não é para temer que, tendo ficado por longo tempo sem alimento, te enfraqueças e não possas mais sair de tua letargia.
- Almas que amo, sabei que muitos foram surpreendidos pela morte no meio de profundo sono.
- Onde e como acordaram?
- Tudo isso estava diante de Meus olhos e de Meu Coração.
- Que fazer?
- Recusar?
- Pedir ao Pai que Me livrasse dessa angústia?
- Representar-Lhe a inutilidade de Meu Sacrifício para tantas almas?
- Não!
- Submeti-Me novamente a Sua Vontade Santíssima, aceitei o Cálice para esgotá-lo até as fezes.
  
Não recuse o sofrimento
- Assim procedi para ensinar-Vos a não recuar diante do sofrimento.
- Nunca julgueis inútil, mesmo se não virdes o seu resultado:
  • Submetei o vosso juízo e deixai que a Vontade Divina opere e se cumpra em vós.
- Eu não quis recuar nem fugir, e, sabendo que ali naquele Jardim viriam prender-Me os inimigos. De lá não arredei o pé.

Os traidores
- Depois de ter sido reconfortado pelo Enviado de Meu Pai (Lucas 22,43), vi que se aproximava Judas, um dos Meus Doze Apóstolos e atrás dele vinham os que haviam de apoderar-se de Mim.
- Estavam armados com bordões e pedras, traziam correntes e cordas para Me prender e amarrar.
- Levantei-Me e indo-lhes ao encontro, disse-lhes: “A quem procurais?”
- Então Judas, pondo as mãos sobre os Meus ombros, beijou-Me!
- Ah! Judas, que fazes e que significa este ósculo?
- A quantas almas não posso Eu dizer também. Que fazeis? Por que Me atraiçoais com um ósculo?

Reuniões perigosas
- Alma que amo, que acabas de Me receber, que Me repetes os protestos do teu amor; mal sais da Minha presença, logo Me entregas aos Meus inimigos?
- Bem sabes que nessa reunião que te atrai, há conversas que Me ferem e tu, que Me recebeste pela manhã e Me receberás talvez no dia seguinte, perdes ali a brancura preciosa de Minha Graça.

Negócios ilícitos
- Porque levas adiante esse negócio que te enegrece as mãos? Direi a outra.
- Não sabes que não é licito o modo por que adquires essa fortuna, como te elevas a essa posição e como procuras esse bem estar?
- Tu Me recebes e Me beijas como Judas, depois, dai a alguns instantes, ou quando muito, daí a algumas horas, és tu mesmo que dás sinal aos Meus inimigos para que me reconheçam e se apoderem de Mim.
  
Amizade perigosa
- Também Me dirijo a ti, alma Cristã, que Me atraiçoas com essa amizade perigosa.
- Não só Me acorrentas e Me lapidas, mas és causa de que outra Me atraiçoe também.
- Por que Me entregas assim? Tu que Me conheces e que mais de uma vez te tens gloriado da tua piedade e da tua caridade?
- Sem dúvida, poderias recolher com elas grande mérito mas na realidade, que são senão véu que encobre tua malícia?

Almas escolhidas
- Amigo, por que vieste?
- Judas! Com um beijo traiste o Filho de Deus, Teu Mestre e Teu Senhor. Aquele que te ama e está pronto a te perdoar ainda... tu, um dos Meus Doze... um dos que se sentaram a Minha Mesa e aos quais lavei Eu próprio os pés.
- Quantas vezes posso e devo falar assim as almas mais caras a Meu Coração.
- Alma querida! Porque te deixas arrastar por esta paixão?
- Porque lhe deixas campo livre?
- Não está sempre em teu poder te livrares dela, mas só te peço combate-la, lutar e resistir-lhe.
- Que são os prazeres momentâneos? Senão os trinta dinheiros por que Judas Me vendeu e que só serviram para perdição?
- Quantas almas Me te vendido e Me venderão ainda pelo preço vil de um deleite passageiro.
- Ah! Pobres almas. A quem procurais?
- A Mim? A este Jesus que conheceis e que amáveis?

Vigiai e orai (Mateus 26,41)
- Sim, trabalhai sem descanso a fim de que vossos defeitos e vossas más inclinações não cheguem a se transformar em hábitos.
- A erva dos campos dever ser ceifada todos os anos e, até mesmo, em cada estação.
- É preciso lavrar a terra para fortifica-la e arrancar incessantemente as ervas daninhas.
- Do mesmo modo, a alma deve vigiar e endireitar com cuidado as suas tendências defeituosas.
- Nem sempre é uma falta grave que abre caminho a desordens piores.
- O ponto de partida das maiores quedas é frequentemente pouca coisa:
  • Um pequeno gozo;
  • Um momento de fraqueza;
  • Um consentimento, talvez licito, mas pouco mortificado;
  • Um prazer legitimo em si, mas que não convém.
- Tudo isso aumentando e multiplicando-se, a alma vai caindo na cegueira, a graça tem menos preponderância, a paixão se fortifica e afinal triunfa.
- Ah! Como é triste para o Coração de Deus, cujo Amor é infinito, ver tantas almas aproximarem-se insensivelmente no abismo.

Balança do Amor
- Toma a Cruz e nada temas.
- Nunca ultrapassará tuas forças, pois Eu a medi e a pesei na Balança do Amor.
- Ah! Sabes quanto te amo e quanto amo as almas. É por elas que Me sirvo de ti, pois embora sejas muito pequena e pouco valhas, utilizo tua pequenez conservando-te unida a Meus Méritos e a Meu Coração.
- Fica com Minha Cruz e sofre pelas almas e por amor de Mim.

Pecado, arma contra Deus
- Como as almas que Me ofendem gravemente, Me entregam aos inimigos a fim de que Me levem a morte, ou antes, são elas que se tornam inimigas e a arma de que se servem contra Mim é o pecado.

Almas de eleição
- Não se trata porém sempre de grandes quedas.
- Há também almas, e almas de eleição que Me atraiçoam por:
·         suas faltas habituais,
·         suas más inclinações não combatidas,
·         suas condescendências com a natureza imortificada,
·         suas faltas de caridade, de obediência, de silêncio, etc...
- E se Meu Coração sofre com os pecados e a ingratidão do mundo, quanto mais, se são ofensas vindas de almas muito amadas.
- Se o beijo de Judas Me causou tanta dor, foi justamente por ser dos Meus Doze e que dele, como dos outros, esperava Eu mais amor, mais consolo, mais delicadeza.
- Ó vós, que escolhi para lugar de Meu repouso e Jardim das Minhas Delicias, de vós também espero muito mais amor, ternura, delicadeza, que de outras que não Me são tão intimamente unidas.
- Sêde o bálsamo que cicatriza as Minhas feridas, enxugai Minha Face manchada e desfigurada.
- Ajudai-Me a esclarecer as almas cegas que, na escuridão da noite, Me prendem e Me amarram para Me conduzirem a morte.

Sou Eu, aquele que te ama
- Não Me deixeis só.
- Acordai e vinde, porque se aproximam os Meus inimigos.
- Quando os soldados avançaram para Me prender, disse-lhes:
  • Sou Eu! É a palavra que repito a alma que se acerca do perigo e da tentação; Sou Eu sim, Sou Eu! Tu vens para Me trair e Me entregar.
- Não importa!
- Vem, Sou Teu Pai e se quiseres, ainda estás a tempo:
  • Perdoar-te-ei; e ao invés de Me amarrares tu, com teus pecados; Eu é que te prenderei com os laços do Meu Amor.
- Vem, Sou Aquele que te ama. Aquele que derramou todo o Sangue por ti.
- Tenho compaixão de tua fraqueza e espero-te, com desejo ardente de te acolher em Meus Braços.
- Vem, alma Minha Esposa, Meu Sacerdote, Sou a Misericórdia infinita.
- Não te hei de castigar, não te hei de repelir, mas abrir-te-ei Meu Coração e Te amarei com mais ternura ainda.
- Lavarei tuas manchas no Sangue de Minhas Chagas.
- Tua beleza recobrada causará admiração ao céu e Meu Coração repousará em ti.

Apelo as almas
- Ah! Que tristeza, quando, depois de um apelo destes a almas cegas e ingratas, elas Me ligam e Me conduzem a morte.
- Depois de Me ter dado o beijo da traição, Judas saiu do Jardim e compreendendo o alcance de seu crime, caiu em desespero.
- Quem poderá calcular a Minha Dor quando vi Meu Apostolo correr para a perdição eterna?
- Entretanto soara a hora e, dando inteira liberdade aos soldados, entreguei-Me com docilidade de cordeiro.
- Arrastaram-Me logo a casa de Caifaz onde fui recebido com zombarias e insultos, onde um dos criados Me deu a primeira bofetada.
- A primeira bofetada.
- Compreende isto bem: Acaso Me fez sofrer mais que os golpes da flagelação? Não, mas nesta primeira bofetada, Eu vi o primeiro pecado mortal de tantas almas que tinham, vivido até então na Minha Graça.
- E depois do primeiro, quantos outros, e quantas almas arrastadas pelo exemplo ao mesmo perigo.
- Talvez a mesma desgraça: a desgraça de morrer em pecado.

“Apelo ao Amor” A mensagem do Coração de Jesus ao Mundo e Sua Mensageira Irmã Josefa Menéndez da Sociedade do Sagrado Coração 12 a 15.março.1923. (378)

Veja também: 

domingo, 27 de agosto de 2017

Reparar os pecados desta hora

Reparar os pecados desta hora
- Ó Deus infinitamente Santo!
- Pai Infinitamente Misericordioso, eu vos adoro!
- Desejo reparar todos os ultrajes que recebeis dos pecadores:
·         em todos os lugares da terra,
·         em todos os momentos do dia e da noite.
·         Mas, sobretudo, ó Meu Pai, quisera reparar as ofensas e pecados que se cometem nesta hora.
- Para isso, Vos apresento todos os Atos de Adoração e Reparação das almas que vos amam e sobretudo o Holocausto Contínuo do Vosso Divino Filho, Imolando-Se sobre o altar em todos os recantos da terra e em cada instante desta hora.
- Ó Pai Terno e Compassivo!
- Recebei este Sangue Divino e Puríssimo em reparação de todos os ultrajes que Vos fazem os homens, e por Ele, perdoai-Lhes os pecados e usai para com eles de misericórdia.
Amém.
Apelo ao Amor pg 356 / Mensagem do Coração de Jesus ao Mundo e sua mensageira Irmã Josefa Menendez

sábado, 29 de abril de 2017

Jesus as Almas Consagradas


Apelo de Jesus as Almas consagradas
- Quero dirigir-Me agora as minhas Almas consagradas, a fim de que possam dar-Me a conhecer aos pecadores e ao mundo inteiro.
- Dirijo-me também as Almas comuns.
- Muitas dessas almas ainda não sabem aprofundar os Meus sentimentos.
- Tratam-Me como alguém de quem vivem afastadas, como alguém que conhecem pouco e em quem não depositam bastante confiança.
- Quero que reanime a sua fé e o seu amor, e vivam de confiança e de intimidade com Aquele a quem amam e que as ama.

- Numa família, em geral é o filho mais velho quem melhor conhece os sentimentos e os segredos de seu pai. É nele, com efeito, que o pai confia mais completamente, visto como os mais novos ainda não são capazes de se interessar pelos negócios sérios, nem ver mais do que a superfície das coisas. Por isso é ao mais velho que compete transmitir aos seus irmãos mais novos os desejos e as vontades do pai, quando este vem a morrer.

- Na Minha Igreja, Eu tenho filhos mais velhos: são almas que escolhi para Mim. Consagradas pelo Sacerdócio ou pelos Votos religiosos, são elas que vivem mais perto de Mim, que participam das Minhas graças de eleição e a quem Eu confio os Meus segredos, Meus desejos e Meus sofrimentos, também! São elas que Eu encarrego, por meio do Santo Ministério, de velar pelos meus filhinhos, seus irmãos, e, direta ou indiretamente, de os instruir, de os guiar e de lhes transmitir os Meus desejos.

- Se estas almas escolhidas Me conhecem bem, facilmente poderão tornar-Me conhecido, e se Me amam me farão amar.
- Mas, que hão elas de ensinar aos outros, se pouco Me conhecem?
- Pode amar-se muito Aquele que se conhece mal?
- Falar com verdadeira intimidade Aquele de quem vivemos afastados?
- Que temos pouca confiança?

- Eis precisamente o que quero recordar as Minhas Almas de eleição.
- Não lhes digo nada de novo, mas tem ela necessidade de reanimar a sua fé, o seu amor e a sua confiança.
- Quero que elas me tratem com maior intimidade, que Me procurem dentro de si mesmas, pois sabem que a alma em estado de graça é morada do Espírito Santo. E, ali devem ver-Me tal como sou, isto é, como Deus de amor.
- Tenham mais amor que temor, creiam que Eu as amo e nunca o esqueçam. Muitas com efeito, sabem perfeitamente que Eu as escolhi porque as amei. Mas quando as suas misérias, talvez mesmo as suas faltas, as confundem, então a tristeza as invade, porque pensam que o Meu Amor já não é o mesmo que foi antes.

- Essas almas não Me conhecem.
- Essas almas não compreendem o que o Meu Coração Divino é.
- São precisamente as suas misérias e as suas faltas que inclinam a Minha Bondade para elas.
- E, quando, reconhecendo a sua impotência e a sua fraqueza, se humilham e vem a Mim com toda a confiança, é então que Me glorificam muito mais do que antes de haverem caído.
- O mesmo acontece quando oram por si mesmas ou pelos outros:
- Se hesitam e duvidam de Mim, não honram o Meu Coração; mas quando esperam com certeza o que Me pedem, sabendo que não lhes posso recusar senão o que não convém ao bem estar de sua alma, então glorificam ao Meu coração.
- Quando o Centurião veio suplicar-Me a cura de seu servo, disse-Me com profunda humildade:
  • “Não sou digno de que entreis na minha morada...”
- Mas cheio de fé e de confiança, acrescentou:
  • “Todavia, Senhor, dizei uma só palavra e o meu servo será curado.”
- Este homem conhecia Meu coração.
- Sabia que não posso resistir a suplica duma alma que espera tudo de Mim.
- Este homem deu-Me grande glória, porque a humilhação juntou firme e inteira confiança.
- Sim, este homem conhecia Meu Coração.
- E, no entanto, Eu não Me tinha manifestado a ele como Me manifesto as minhas almas escolhidas.
- Pela confiança é que alcançarão copiosíssimas graças, não somente para si mesmas mas também para os outros.
- É o que Eu quero que compreendam a fundo, porque desejo que revelem o Meu Coração as pobres almas que não Me conhecem.

- Torno a repetir: o que estou dizendo agora nada é de novo. Mas assim como a chama tem necessidade de alimento para não se apagar, também as almas precisam de novo impulso que as mova a avançar e de novo calor que as reanime.

- Entre as almas que Me são consagradas, poucas são as que tem em Mim confiança verdadeira, porque poucas vivem em união intima comigo.
- Quero que saibam que amo as almas tais quais são.
- Sei que sua fragilidade as levará a cair mais de uma vez.
- Sei que em muitas ocasiões não cumprirão o que Me prometem.
- Mas a sua determinação Me glorifica, o ato de humildade que fizeram depois da queda, a confiança que em Mim depositam Me honram tanto que Meu coração derrama sobre elas torrentes de graças.

- Quero que todas as almas saibam quanto desejo, se reanimem e renovem nesta vida de união e intimidade.
- Não devem contentar-se com falar-Me só quando estão ao pé do Tabernáculo. Estou lá, é certo, mas também vivo nelas e apraz-Me viver em união com elas.
- É preciso que Me falem de tudo! Consultem-Me em tudo! Tudo Me peçam!
- Vivo nas almas para ser a sua vida, moro nas almas para ser sua força.
- Sim, repito, não esqueçam que Me agrada ficar unido a elas, lembrem-se que estou nelas. Ali as vejo, as ouço, as amo. Ali espero que correspondam ao Amor que lhes tenho.

- Há muitas almas que, todas as manhãs, fazem oração. Mas esta é mais uma fórmula do que uma entrevista de amor... Ouvem ou celebram Missa e recebem-Me na comunhão; mas saídas do Lugar Santo, não se deixam elas absorver pelas suas ocupações, a tal ponto que mal pensam em Me dirigir uma palavra no resto do dia?

- Estou nessa alma como num deserto, ela nada Me diz, nada Me pede... E quando tem necessidade de consolação, o mais das vezes vai pedi-la a uma criatura que tem de ir procurar, e não a Mim, Seu Criador, que estou e vivo nela!
- Não é isto falta de união, falta de vida interior ou, o que dá no mesmo, falta de amor?

- Quero também repetir as almas que Me estão consagradas, como Eu as escolhi de modo especial para que, vivendo em intima união comigo, Me consolem e ofereçam reparações por todos aqueles que Me ofendem.
- Quero recordar-lhes que devem estudar o Meu Coração, a fim de partilharem os seus sentimentos e realizarem os seus desejos, tanto quanto lhes for possível.

- Quando um homem trabalha no campo que lhe pertence, aplica-se a arrancar todas as ervas daninhas e não se poupa nem a trabalhos, nem a fadigas, até que consiga. Assim Eu quero que as minhas almas escolhidas, desde que conheçam os Meus desejos, trabalhem com zelo e ardor no seu cumprimento, não recuem diante de nenhum esforço, de nenhum sofrimento, para aumentar a Minha Glória e reparar as ofensas do mundo.

- Chamo-as todas: Meus Padres, Minhas Religiosas, Meus Religiosos, a viverem em intima união comigo.
- A estas almas pertence conhecer os Meus desejos e participar das Minhas alegrias e das Minhas tristezas.
  • A elas, cumpre trabalhar pelos Meus interesses, sem se pouparem a esforços nem a sofrimentos.
  • A elas, compete reparar, com as suas orações, trabalhos e penitências, as ofensas de tantas e tantas almas!
- Devem, sobretudo redobrar sua união comigo e fazer-Me companhia... e não Me deixar só! Ah! Muitas não compreendem isto e esquecem-se de que lhes compete fazer-Me companhia e consolar-Me!
- Devem, enfim, formar uma liga de Amor e, unindo-se todas no Meu Coração, implorar para as almas o conhecimento da Verdade, a luz e o perdão.
- E quando, cheias de dor, a vista das ofensas que recebo de todos os lados, elas, as minhas almas escolhidas, se oferecem para reparar e para trabalhar na Minha Obra, é necessário que todas elas tenham inteira confiança, porque Eu não poderei resistir as suas suplicas e as despacharei da maneira mais favorável.
- Apliquem-se, pois, todas a estudar o Meu Coração e aprofundar os Meus sentimentos. Esforcem-se por viver unidas comigo, por Me falar, e por Me consultar.

- Sejam as suas ações revestidas dos Meus Méritos e cobertas do Meu Sangue.
- Consagrem a sua vida a Salvação das almas e ao aumento da Minha Glória.
- Não se diminuam, considerando a si mesmas. Mas dilatem o coração, vendo-se revestidas do poder do Meu Sangue e dos Meus Méritos.
- Porque, se trabalharem sozinhas, nunca poderão fazer grande coisa.
Mas, se trabalharem Comigo, em Meu Nome e para Minha Glória, então serão poderosas.
- Reanimem as minhas almas consagradas o seu desejo de reparar, e peçam confiadamente que se erga sobre o mundo o Dia do Divino Rei, isto é, o Dia do Meu Reino Universal!
  • Não temam, esperem em Mim, confiem em Mim.
  • Devore-as o zelo e a caridade pelos pecadores!
  • Tenham compaixão deles, orem por eles e tratem-nos com mansidão!
- Narrem ao mundo inteiro a Minha Bondade, o Meu Amor e a Minha Misericórdia!
- Em seus trabalhos apostólicos, armem-se de oração, de penitência e sobretudo de confiança, não em seus próprios esforços, mas no Poder, na Bondade do Meu Coração que os acompanha!
  • “Em Vosso Nome, Senhor, farei isto e sei que serei poderoso”.
- Esta foi a oração dos meus Apóstolos, homens pobres e ignorantes, mas ricos e sábios de Riqueza e Sabedoria Divinas!
- Peço três coisas as minhas almas consagradas:
  • Reparação: quer dizer, vida de união com o Reparador Divino: Trabalhar por Ele, com Ele, nEle, em espírito de reparação, em estreita união com os Seus sentimentos e com os Seus Desejos.
  • Amor: quer dizer, intimidade com Aquele que É todo Amor e que se põe ao nível das suas criaturas para lhes pedir que não O deixem só e que Lhe deem amor.
  • Confiança: isto é, segurança
    • Naquele que é Bondade e Misericórdia,
    • Naquele com quem vivo dia e noite... que Me conhece e que eu conheço... que me ama e que eu amo,
    • Naquele que, chama de maneira especial suas almas escolhidas, a fim de que, vivendo com Ele e conhecendo Seu Coração, tudo esperem Dele.
- Josefa, por que Me amas?
- Senhor, porque sois Bom.
- Sim, bem dizes: Sou Bom!
- Para compreende-lo só falta uma coisa as almas: união e vida interior.
- Se minhas almas escolhidas vivessem mais unidas a Mim, haveriam de Me conhecer melhor.
- Senhor, -responde Josefa ingenuamente- é difícil... porque as vezes elas tem tanto que fazer para Vós!
- Sim, bem sei, e é por isso que, quando se afastam, procuro-as para as aproximar de Mim.
- Eis nosso trabalho do alto do céu:
  • Ensinar as almas a viverem unidas a Mim, não como se Eu estivesse longe delas, mas nelas, pois pela graça vivo dentro delas e durante o tempo da comunhão, minha Santa Humanidade, por assim dizer, nelas se encarna.
- Se as minhas Almas escolhidas assim vivessem unidas a Mim e Me conhecessem em verdade, que bem não poderiam fazer a tantas pobres almas que vivem longe de Mim e não Me conhecem.
- Quando as minhas Almas escolhidas se unirem estreitamente ao Meu Coração, compreenderão os Meus Sentimentos. Então, Me consolarão, repararão e, cheias de confiança em Minha Bondade, pedirão perdão e obterão graça para o mundo!

“Apelo ao Amor” A mensagem do Coração de Jesus ao Mundo e Sua Mensageira Irmã Josefa Menéndez da Sociedade do Sagrado Coração. 01 a 09.dezembro.1923

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Nas tentações, recorrer a Deus

Recorrer a Deus
            Oxalá todos os homens recorressem a Deus, quando são tentados a ofendê-lo; certamente nenhum o ofenderia. Caem os coitados porque, impelidos pelos seus maus instintos, preferem perder o supremo bem, que é Deus, só para não perderem uns breves prazeres.
            A experiência mostra de sobra que quem recorre a Deus nas tentações, não cai; quem não recorre, cai, especialmente nas tentações impuras. Salomão bem sabia de usa impossibilidade de ser casto, se Deus não o ajudasse. Por isso recorria a Deus nas tentações: “Consciente de que não posso ser continente, a não ser por Dom de Deus, voltei-me para o Senhor e o invoquei do fundo do coração” Sabedoria 8, 21.

            Nessas tentações impuras –e o mesmo acontece com as tentações contra a fé- não é boa tática a gente se pôr a lutar com elas frente a frente, cara a cara. Quando elas começam, é preciso procurar afastá-las indiretamente, fazendo um ato de amor a Deus ou um ato de arrependimento dos pecados; ou então procurar uma ocupação diferente que nos distraia. Logo que percebemos qualquer pensamento mau, é preciso procurar livrar-se dele. Fechar-lhe, por assim dizer, a porta na cara e negar-lhe a entrada na alma sem perguntar-lhe o que diz ou o que pretende. Essas sugestões más devem ser apagadas logo como se faz com uma faísca que de repente salta do fogo sobre nós.

A tentação começa nos sentidos
            Se a tentação impura já entrou na alma e mostrou o que desejava, provocando os primeiros movimentos nos sentidos, deve-se fazer o que aconselha São Jerônimo: “Logo que sentimos os movimentos da carne, comecemos a gritar: Senhor: sede o meu auxilio”. Invoquemos os santíssimos nomes de Jesus e Maria que têm uma força particular para dissipar essa espécie de tentações.
            Diz São Francisco de Sales que as crianças, vendo o lobo correm logo para os braços do pai ou da mãe, pois ali se sentem seguras. Assim devemos fazer: recorrer imediatamente a Jesus e a Maria. 
Eu digo: ‘recorrer imediatamente’, sem dar atenção a tentação nem discutir com ela.

Quais os meios que devemos usar para vencer as tentações
            Se mesmo assim a tentação continua a nos molestar, cuidemos em não nos inquietar e não nos irritar contra ela. De tal inquietação o demônio poderia aproveitar-se para nos fazer cair.
            Devemos nos conformar com humildade a vontade de Deus que permite a tentação.
            Devemos rezar: “Senhor, mereço ser atormentado por esses pensamentos, como castigo pelas ofensas que já vos fiz. Vós me socorrereis e me livrareis deles”.
            Por isso, se a tentação continua a perseguir-nos, continuemos a invocar os nomes de Jesus e Maria. Enquanto a tentação persiste nos atormentando, convém renovar o propósito feito a Deus de antes sofrer todas as dores e morrer do que ofendê-lo; ao mesmo tempo não se deve deixar de lhe pedir ajuda. Se a tentação é tão forte que nos vemos em grande perigo de consentir, é preciso redobrar o fervor na oração, recorrer ao Santíssimo Sacramento, ajoelhar-se diante de um crucifixo ou imagem de Nossa Senhora e rezar com ardor, gemer e chorar pedindo ajuda.
            É verdade que Deus está pronto a ouvir a quem o invoca, sendo ele e não o nosso empenho que nos dará forças para resistir. Contudo, as vezes o Senhor quer de nós esse esforço e depois ele supre a nossa fraqueza, dando-nos a vitória.

            É bom também, na hora da tentação, fazer o sinal da cruz. É bom manifestar a tentação ao diretor espiritual.
            Dizia São Felipe Neri que a tentação revelada já é vencida pela metade.
            É bom notar que é doutrina seguida comumente pelos teólogos, mesmo rigoristas, que as pessoas que levaram durante muito tempo uma vida devota, tementes a Deus, quando ficam em dúvida se consentiram em algum pecado grave, devem ficar tranquilas de que não perderam a graça de Deus.
            É moralmente impossível que a vontade, confirmada por muito tempo nos bons propósitos, mude num momento e consinta num pecado mortal, sem perceber claramente. A razão disso é que o pecado mortal é um monstro tão horrível, que não pode entrar numa alma que por longo tempo o detestou, sem se fazer claramente conhecido.
            Dizia Santa Tereza: “Ninguém se perde sem saber, ninguém é enganado sem querer ser enganado”.

Tentação consentida e tentação não consentida
            Para algumas pessoas de consciência delicada e virtuosa, mas tímidas e molestadas pelas tentações, especialmente contra a fé ou a castidade, será conveniente, as vezes, que o diretor espiritual lhes proíba revelar ou falar dessas tentações.
            Para falar delas, terão de refletir como vieram aqueles pensamentos, se houve prazer, complacência ou consentimento. Dessa forma, refletindo muito, esses maus pensamentos causam maior impressão e mais inquietação.
            Quando o confessor está moralmente certo de que a pessoa não consentiu nesses pensamentos, é melhor obriga-la a não falar delas. Assim fazia Santa Joana de Chantal. Tendo ela passado muitos anos agitada por grandes tentações, sabendo que não tinha consentido nelas, nunca se confessou disso, mas continuou seguindo a orientação de seu diretor espiritual. Ela diz: “Nunca tive conhecimento claro de ter consentido”. Dizendo isso, dá a entender que lhe restava algum escrúpulo por causa daquelas tentações, mas se tranquilizava com a obediência ao diretor que lhe proibia confessar tais dúvidas. No mais, falando de modo geral, é muito bom manifestar as tentações ao confessor.


A Prática de amor a Jesus Cristo Cap XVII– Santo Afonso Maria de Ligório

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Nas tentações, Deus é fiel

Deus fiel
“Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados acima de vossas forças”. Quem resiste as tentações, não perde nada, “mas tira delas grande proveito” I Coríntios 10,13. Por isso o Senhor muitas vezes permite tentações as almas mais escolhidas para que adquiram maiores méritos neste mundo e mais glória no céu.
A água parada logo apodrece. Do mesmo modo a alma ociosa, sem tentações e lutas, corre o risco de se perder com alguma complacência no próprio merecimento, julgando talvez ter atingido a perfeição. Descuida-se do temor de Deus e, por isso, pouco se recomenda a Deus e pouco se esforça para assegurar sua salvação.
Quando, porém, é agitada pelas tentações, vendo-se no perigo de cair no pecado, recorre a Deus, recorre a Mãe de Deus, renova os propósitos de ante morrer do que pecar. Humilha-se e se lança nos braços da divina misericórdia, adquirindo assim mais força e unindo-se mais a Deus, como nos mostra a experiência.

Devemos desejar as tentações?
Pelo contrário, devemos pedir sempre a Deus que nos livre delas, especialmente daquelas nas quis Deus vê que seremos vencidos. É justamente isso que pedimos no Pai Nosso: “Não nos deixeis cair em tentação”.
Mas quando Deus permite que sejamos tentados, não nos inquietemos com os maus pensamentos e não nos abatamos; confiemos em Jesus Cristo e peçamos ajuda. Ele, na certa, não deixará de dar-nos a força para resistir a tentação.
Santo Agostinho diz: “Entrega-te a Deus e não temas, porque, se ele te coloca na luta, certamente não te deixará sozinho para que caias”

Quais os meios que devemos usar para vencer as tentações
- Os mestres da vida espiritual indicam muitos. O meio mais necessário e

mais seguro é recorrer logo a Deus com humildade e confiança: “Deus, vinde em meu auxilio; Senhor, apressai-vos em me socorrer” Salmo 69, 2.
- Senhor, ajudai-me e ajudai-me depressa! Só essa oração bastará para nos fazer vencer os assaltos de todos os demônios do inferno, porque Deus é infinitamente mais forte do que todos eles.
            Deus bem sabe que não temos força para resistir as tentações. Por isso diz o Cardeal Gotti: “Quando somos tentados e estamos em perigo de sucumbir, se recorremos a Deus, ele é obrigado a nos conceder forças suficientes para que possamos resistir”

Deus vem em nosso auxilio
            Como podemos recear que Jesus Cristo não nos ajude, depois de tantas promessas que fez na sagrada Escritura?
“Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei... Invoca-me no dia da tribulação, livrar-te-ei e honrar-me-ás... então o invocarás e o Senhor te ouvirá. Chamarás e ele dirá: Eis-me aqui.” Mateus 11,18; Salmo 49, 15; Isaias 58, 9.
            No momento do perigo, chamarás o Senhor em teu auxilio e ele te ouvirá. Clamarás: Senhor, apressai-vos em me socorrer. Ele dirá: Aqui estou, pronto a te ajudar. “Quem jamais invocou o Senhor e foi por ele desprezado?” Eclesiástico 2, 12.
- Quem invocou o Senhor e ele o desprezou sem o socorrer? Davi sentia tanta força com esse poderoso meio de oração, que tinha a certeza de nunca ser vencido pelos inimigos: “Invocarei o Senhor digno de todo o louvor, e ficarei livre de meus inimigos” Salmo 17, 4.
- Ele já sabia que Deus está perto daquele que o chama em seu auxilio: “O Senhor está perto de todos os que o invocam” Salmo 144, 18.
- São Paulo acrescenta que Deus não é avarento, mas rico de graças para com todos os que o invocam” Romanos 10, 12.


A Prática de amor a Jesus Cristo Cap XVII– Santo Afonso Maria de Ligório

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Maria sustenta o corpo e a alma

Ela os sustenta no Corpo e na Alma
§208. O segundo dever de caridade que a Santíssima Virgem exerce para com os Seus fiéis servos é que os provê de tudo, quanto ao corpo e quanto à alma. Dá-lhes vestes duplas, como acabamos de ver. Alimenta-os com os manjares escolhidos da mesa de Deus. Dá-lhes a comer o Pão de Vida que Ela própria formou: “Meus filhos, diz-lhes Ela pela boca da Sabedoria, enchei-vos dos meus frutos” (Eclo 24, 26), isto é, de Jesus, o fruto de vida, que Eu dei à luz para vós.
“Vinde, repete-lhes, comei o meu Pão, que é Jesus, e bebei o Vinho do seu Amor, que para vós preparei com o leite do meu peito” (Pr 9, 5; Ct 5, 1).
- Por Ela ser a tesoureira e a dispensadora do Altíssimo, prepara uma boa parte, e a melhor parte, para alimentar e sustentar os Seus filhos e servos.
  • Sacia-os com o pão vivo, inebria-os com o vinho que gera as virgens (Zc 9, 17).
  • Leva-os aos seios (Is 66, 12).
  • Dá-lhes tanta facilidade em levar o jugo de Jesus Cristo que quase não lhe sentem o peso, devido ao óleo da salvação em que o faz apodrecer: “Seu jugo apodrecerá por causa da abundância do azeite” (Is 10, 27).

Ela os guia
§209. O terceiro bem que a Santíssima Virgem faz aos Seus fiéis servos é que Ela os conduz e dirige segundo a vontade de seu Filho.
Rebeca conduzia seu filho Jacó e dava-lhe bons conselhos, de tempos a tempos, quer para atrair sobre ele a benção de seu pai, quer para o subtrair ao ódio e à perseguição de Esaú, seu irmão.
Maria, que é a estrela do mar, conduz todos os Seus servos fiéis a bom porto; mostra-lhes os caminhos da vida eterna e faz-lhes evitar os passos perigosos; leva-os pela mão nas veredas da justiça e sustenta-os, quando estão prestes a cair; se caem, levanta-os;
- Mãe caridosa que é, repreende-os quando erram, e chega mesmo, por vezes, a castigá-los amorosamente. Poderá um filho obediente a Maria, sua Mãe nutrícia e diretora esclarecida, perder-se nos caminhos da eternidade?
- Como diz São Bernardo: “Seguindo-a não te desvias!” (§174).
- Não receeis que um verdadeiro filho de Maria seja enganado pelo espírito maligno e caia em alguma heresia formal (§167). Onde é Maria que guia, não há lugar nem para o demônio com as suas ilusões, nem para os heréticos com as suas sutilezas: “Se Ela te sustém, não cais” (§174).

Ela os defende e protege
§210. O quarto benefício que a Santíssima Virgem presta a Seus filhos e fiéis servos é que os defende e protege contra os seus inimigos.
Rebeca, por meio dos seus cuidados e diligências, livrou Jacó de todos os perigos em que se encontrava. Livrou-o particularmente da morte que seu irmão Esaú lhe teria provavelmente dado, como outrora Caim a seu irmão Abel, tanto era o ódio e a inveja que lhe tinha.
Maria, a boa Mãe dos predestinados, abriga-os sob as asas da sua proteção, como a galinha aos seus pintainhos.
- Fala-lhes, abaixa-se até eles, condescende com as suas fraquezas.
- Cerca-os para os livrar do falcão e do abutre,
- acompanha-os como “um exército posto em linha de batalha” (Ct 6, 3).
- Um homem, rodeado por um exército bem disciplinado de cem mil homens, poderá temer os seus inimigos? (§50).
- Um fiel servo de Maria, cercado pela sua proteção e pelo seu poder imperial, tem ainda menos a temer!
- Esta boa Mãe e Poderosa Princesa dos Céus enviaria batalhões de milhões de anjos em socorro de um dos Seus servos, antes que se pudesse jamais dizer que um fiel servo de Maria, que n'Ela confiara, tinha sucumbido ante a malícia, o número e a força dos seus inimigos.

Ela intercede em seu favor
§211. Enfim, o quinto e último grande bem que esta Mãe amável presta a Seus fiéis devotos é que intercede por eles junto de seu Filho, apaziguando-o com Seus rogos. Ela os une a Ele com liames muito íntimos e nessa união os conserva. Rebeca fez aproximar Jacó do leito de seu pai, e o bom homem tocou-o, abraçou-o e até o beijou com alegria. Sentiu-se contente e saciado com a carne bem preparada que Jacó lhe trouxe, e tendo aspirado com grande prazer os preciosos aromas das roupas dele, exclamou:
“Eis que o perfume de meu filho é semelhante ao aroma dum campo fecundo, que o Senhor abençoou” (Gn 27, 27).
- Esse campo fecundo, cujo perfume regozijou o coração do pai, não é outro senão o das virtudes e méritos de Maria.
- Ela é um campo cheio de graça, onde Deus Pai semeou, qual grão de trigo dos eleitos, o seu Filho Único.
- Oh! Como um filho perfumado pelo bom odor de Maria é bem acolhido por Jesus Cristo, Pai do século futuro! (Is 9, 6). Como se une rápida e perfeitamente a Ele! Já o demonstramos mais demoradamente (§152-168; 184 e 191-200).

§212. Além disto, depois de ter cumulado de favores os Seus filhos e fiéis servos, depois de ter obtido a benção do Pai celeste, e a união com Jesus Cristo, conserva-os em Jesus Cristo e Jesus Cristo neles. Guarda-os e vela sempre por eles, para que não venham a perder a graça de Deus, e a cair nas ciladas do inimigo: “Detém os santos na sua plenitude”, e fá-los perseverar até o fim, como vimos (§173-182).
- Eis, portanto, a explicação desta grande e antiga figura da predestinação e da condenação, tão pouco conhecida e tão cheia de mistérios.

Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem Maria
São Luis Maria Grignion de Monfort