Mostrando postagens com marcador Morte. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Morte. Mostrar todas as postagens

sábado, 14 de novembro de 2020

Sábado da Minha grande dor

 

Sábado da Minha grande dor

Sábado Santo.

Primeiro dia da Maternidade Espiritual de Maria.

- Meus filhos prediletos, permanecei hoje junto de Mim, que sou vossa Mãe tão Dolorosa.

- Este é o dia da Minha grande dor. (Sábado Santo)

- Depois de O ter deposto piedosamente no sepulcro, com a ajuda de João e das piedosas mulheres,

depois de ter sido rolada uma grande pedra para fechar a sua entrada,

fiquei pela primeira vez sem o Meu Filho.

- Naquele momento, o tempo parou para Mim.

- Foi então que começou a Minha vigília contínua, numa oração incessante, que ritmava o passar das horas, numa firme esperança que chegava até a penetrar a Porta do Céu, num profundo e intenso sofrimento, enquanto podia, finalmente, dar espaço a expressão da Minha dor materna, e contínuas lágrimas desciam dos Meus olhos, formando quase como que um berço de pranto, no qual depositava a todos vós, que Me tínheis sido confiados por Jesus na Cruz.

- É o sábado do Grande Repouso.

- É o sábado do Grande Silêncio.

- É o sábado da Minha Grande Dor.

- É o único dia em que a Mãe fica só, crucificada e suplicante, confiante e fiel, oprimida sob o peso do Seu Sofrimento.

- É o dia em que também a vossa Mãe tem uma grande necessidade de conforto.

- É o dia em que a Mãe tem necessidade do amor de todos os seus filhos.

- Hoje recolho-vos nos Meus braços maternos e Sou consolada ao sentir que Me amais verdadeiramente como filhos.

- Parece-Me ouvir ainda a Sua voz, que se prolonga na Sua extrema e mais preciosa oferta:

“Mulher, eis o teu filho”

- Hoje, no berço desta Minha dor, todos vós vos abris para acolher o fruto divino deste seu último dom.

- Este é o Meu e o vosso dia.

- Entrai no novo repouso sabático da Minha Maternidade Espiritual.

- A Igreja recebeu este dom como o primeiro fruto da Paixão e Morte do Meu Filho Jesus.

- Foi por isso que desde os tempos mais antigos se difundiu a tradição de dedicar o sábado a uma Minha particular veneração.

- Ainda hoje vos peço que Me Consagreis este dia.

- É o dia que marca a passagem para todos:

da morte a vida;

da paixão a glória;

do egoísmo ao amor;

da escravidão a liberdade;

das mais profundas trevas a Luz que não conhece ocaso.

- Entrai neste repouso Luminoso.

- Por isso vos convido a dedicar ainda o Dia de Sábado em Minha honra, para que vos possa ajudar a entrar no vosso repouso, vivendo cada dia a vossa Páscoa comigo, Mãe dolorosa da Paixão e Mãe Jubilosa da Ressurreição.

MSM-Movimento Sacerdotal Mariano / Padre Stefano Gobbi / 18.04.1987

Clique aqui e veja também:

Porta do Céu

Getsemani e seus ensinamentos

O segredo para as almas

“Senhor, que vosso Amor, Sofrimento e Sangue derramado,

não tenha sido em vão pelas nossas almas e

pelas almas dos Vossos Sacerdotes, Filhos Prediletos de Nossa Senhora.”

"Senhor, sou teu servo, filho de Tua Serva"


quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Gotas das Minhas lágrimas

 

Gotas das Minhas lágrimas

- Recolhei-vos comigo em oração de adoração e de reparação, para passar as últimas horas deste ano, que está para terminar, em ato de profunda intercessão.

- Rezai para pedir a salvação deste mundo, que já tocou o fundo da impiedade e da impureza, da injustiça e do egoísmo, do ódio e da violência, do pecado e do mal.

- Quantas vezes e de quantos modos intervim pessoalmente para vos convidar a conversão e a voltar ao Senhor da vossa paz e da vossa alegria.

- Esta é a razão das minhas numerosas aparições, das mensagens que dou por meio deste meu pequeno filho e da Minha Obra do Movimento Sacerdotal Mariano, que Eu mesma difundi em toda a parte do mundo.

- Como Mãe, indiquei-vos repetidamente o caminho a percorrer, a fim de alcançardes a vossa salvação.

- Mas não fui ouvida.

- Continuou-se a correr pelo caminho da Rejeição de Deus e da Sua Lei de Amor.

- Os Dez Mandamentos do Senhor são contínua e publicamente violados.

- Já não se respeita o Dia do Senhor e o Seu Nome Santíssimo é cada vez mais vilipendiado.

- O preceito de Amor ao próximo é violado cada dia pelo egoísmo, pelo ódio, pela violência, pela Divisão que entrou nas famílias e na sociedade, pelas guerras violentas e sangrentas entre os povos da terra.

- A dignidade do homem, como livre criatura de Deus, é esmagada pelas cadeias de uma escravidão interior que o torna vitima das paixões desordenadas, dos pecados e da impureza.

- Já chegou a hora do castigo para este mundo.

- Entrastes nos Tempos fortes da Purificação e os sofrimentos deverão aumentar para todos.

- Também a Minha Igreja tem necessidade de ser Purificada dos males que a atingiram e que a fazem viver os momentos da agonia e da sua Paixão Dolorosa.

- Como se alastrou a Apostasia, por causa dos erros que já se difundiram e que são acolhidos pela maioria, sem qualquer reação.

- A fé de muitos se apagou.

- O Pecado, cometido, justificado e não mais confessado torna as almas escravas do mal e de Satanás.

- A que miserável estado se reduziu esta Minha amadíssima Filha.

- Rezai comigo nestas Últimas Horas do ano que está para acabar.

- Durante o seu curso, intervim ainda muitas vezes, para obter do Senhor o Dom da Sua Divina Misericórdia.

- Mas o tempo que vos espera é aquele em que a Misericórdia se desposará com a Justiça Divina, para a Purificação da terra.

- Não espereis o Ano Novo com o barulho, com a gritaria e as canções de alegria.

- Esperai-o com a oração intensa de quem quer reparar ainda todo o mal e o pecado do mundo.

- As horas que estais para viver são das mais graves e dolorosas.

- Rezai, sofrei, oferecei, reparai comigo, que sou a Mãe da intercessão e da reparação.

Assim, meus prediletos e filhos Consagrados ao Meu Coração, tornai-vos, nestas últimas horas do ano, as gotas das minhas lágrimas, que descem sobre as imensas dores da Igreja e de toda a humanidade, enquanto entrais nos Tempos fortes da Purificação e da Grande Tribulação.

MSM-Movimento Sacerdotal Mariano / Padre Stefano Gobbi / 31.12.1990

Clique aqui e veja também:

Misericórdia e Justiça

Prostrai-vos comigo

A Grande Prova

“Senhor, que vosso Amor, 

Sofrimento e Sangue derramado,

não tenha sido em vão pelas nossas almas e

pelas almas dos Vossos Sacerdotes, 

Filhos Prediletos de Nossa Senhora.”

"Senhor, sou teu servo, filho de Tua Serva"

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Dor do novo nascimento

 


Dor do novo nascimento

- Filhos prediletos, hoje vos associo a grande dor da vossa Mãe Imaculada.

- Vós sois os filhos da Minha materna predileção.

- Vós fostes escolhidos por Mim para fazer parte do Meu exército vitorioso.

- Vós sois parte importante do Meu desígnio de Medianeira e Corredentora.

- O Meu Filho Jesus Me quis aos pés da Cruz para associar a minha dor imaculada a todo o Seu Divino sofrimento.

- Quis unir o Meu sofrimento humano ao Seu e associou-Me intimamente ao mistério da Sua Redenção.

- Assim, chamou-Me a ser verdadeira Corredentora.

- O fruto da Minha Corredenção é a Minha maternidade espiritual.

- Aos pés da Cruz, no berço de tão grande sofrimento, tornei-Me, por vontade do Meu Filho Jesus, Vossa Mãe e Mãe de todos os redimidos.

- Mãe da Igreja e de toda a humanidade.

- E cumpri esta missão materna permanecendo, como uma verdadeira mãe, ao lado de todos os meus filhos, durante o curso terreno da história humana.

- Não deixei nenhum deles sozinho ou abandonado; ninguém foi repelido ou afastado por Mim.

- Sempre estive perto de todos, como Mãe amorosa e dolorosa.

- Trouxe no Meu Coração os sofrimentos de todos.

- Trouxe no Meu Coração os sofrimentos de toda a Igreja.

- Partilhei as imensas dores:

dos pobres e dos marginalizados,

dos pecadores e dos desesperados,

dos afastados e dos ateus,

dos bons e dos maus,

dos grandes e dos pequeninos,

dos Sacerdotes e dos fiéis,

dos sofredores e dos doentes,

dos agonizantes e dos moribundos.

- Tornei-Me Mãe de todas as dores.

- A Minha tarefa materna é, sobretudo, participar dos grandes sofrimentos da Igreja e de toda a humanidade, nestes dias da Purificação e da Grande Tribulação.

- São estes os sofrimentos que preparam os novos tempos, o surgir da Nova Era.

- É, por isso, a dor do novo nascimento.

- Como Mãe, Sou chamada a missão de gerar hoje, na dor, a nova humanidade, pronta para o encontro com o Seu Senhor, que está para voltar a vós na glória.

- Por isso, meu pequeno filho, te quis de novo aqui, nos Estados Unidos da América, para começares uma longa e cansativa viagem a muitos países, para fazer os Cenáculos do Meu Movimento e conduzir todos ao refúgio seguro do Meu Coração Imaculado.

- Quero, assim, associar-te a minha materna obra de corredenção e torno-te cada vez mais participante das minhas grandes dores.

- Torna-te, por isso, o sinal da Minha presença materna e dá a todos o carisma do Meu Bálsamo suave.

- Dá ajuda aos afastados,

conforto aos doentes,

coragem aos fracos,

amparo aos pequeninos,

Graça aos pecadores,

amor aos sacerdotes,

luz aos fiéis,

esperança aos desanimados e

grande confiança a todos.

- Verás em toda a parte as maiores maravilhas porque os tempos da Minha materna corredenção chegaram.

MSM-Movimento Sacerdotal Mariano / Padre Stefano Gobbi / 15.09.1990

Clique aqui e veja também:

Nova Era

Convertei-vos

O número da Besta: 666

Senhor, que vosso Amor, 

Sofrimento e Sangue derramado,

não tenha sido em vão pelas nossas almas e

pelas almas dos Vossos Sacerdotes, 

Filhos Prediletos de Nossa Senhora.”

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

O Filho e a Mãe

 


O Filho e a Mãe

Sexta feira Santa:

- Vivei hoje ao meu lado, vossa Mãe Dolorosa, as horas dolorosas da Paixão e da Morte do Meu Filho Jesus.

- Entrai no intimo do Seu Coração Divino, para participar da intensidade de todo o Seu sofrimento.

- Durante o julgamento do tribunal religioso, onde Jesus é vilipendiado, maltratado e, por fim, condenado, por ter testemunhado a verdade e Se ter proclamado Filho de Deus.

- Durante o processo padecido perante o tribunal civil, onde depois de ter sido reconhecido inocente de todas as acusações que Lhe tinham sido feitas, é submetido ao terrível castigo da flagelação e da coroação de espinhos e, no final, é condenado a morte de Cruz.

- É assim que hoje Eu encontro o Meu Filho:

como um manso cordeiro conduzido ao matadouro, sem uma palavra de rancor, sem um lamento, oprimido sob o peso da Cruz que o Pai Celeste Lhe dá, enquanto sobe o Calvário.

- O Seu rosto já não tem aparência de homem, tão desfigurado está pelo sangue e pelos golpes;

o Seu corpo está todo reduzido pela flagelação a uma chaga vive, da qual saem rios de sangue.

- As forças já não O sustentam mais e Ele vacila;

a febre O consome, a vida se Lhe escapa, cai sob o peso do Seu patíbulo;

está ali, estendido por terra, esmagado como um verme e já não é capaz de Se levantar.

- É neste momento que o Pai Celeste Lhe dá o conforto de Sua Mãe.

- A partir deste momento vivemos juntos, o mistério da Sua Paixão Redentora.

- O Filho e a Mãe.

- Juntos percorremos a última parte deste terrível percurso.

- Ele, com o peso infinito do Seu padecer, que O esmaga;

Eu com a espada dolorosa, que transpassa o Meu Coração Imaculado e o fere, fazendo-o sangrar.

- O Filho e a Mãe juntos em direção ao Calvário, carregando a Cruz de uma mesma dor.

- As Gotas de Sangue que escorrem da Sua cabeça unem-se as lágrimas copiosas que brotam dos meus olhos maternos.

- A Coroa de Espinhos que cinge a Sua cabeça forma uma espada cortante que transpassa o Meu Coração.

- O Seu Corpo chagado é o espelho da Minha alma transpassada e dilacerada.

- O Filho e a Mãe.

- Juntos chegamos ao cume do Gólgota;

juntos somos suspensos no patíbulo;

juntos somos transpassados pelos cravos;

juntos vivemos as horas dolorosas da agonia;

juntos ouvimos os gritos maldosos daqueles que O insultam e blasfemam contra Ele;

juntos perdoamos os algozes;

juntos rezamos e amamos;

juntos sentimos o abandono do Pai;

juntos confiamos e a Ele nos entregamos;

juntos finalmente morremos.

- Jesus morre no corpo;

Eu, a Sua Mãe, no coração.

- Milagrosamente, permaneço ainda viva porque, como Mãe, devo ajudar o Meu Filho a morrer.

- Agora compreendeis o profundo significado do Seu último Dom:

“Eis ai a tua Mãe”

- Sou Mãe para Ele e para vós.

- O Filho e a Mãe.

- Os filhos e a Mãe.

- Aqui, aos pés da Cruz, estou ainda viva, milagrosamente, porque, como Mãe, devo ajudar todos vós a nascer e a viver Nele e para Ele.

- De hoje em diante, todos os homens redimidos por Jesus são também meus filhos.

- Sou a Mãe dos homens de todos os tempos, até o fim dos tempos, quando Jesus voltar na glória e então a minha maternidade espiritual se tiver finalmente cumprido.

MSM-Movimento Sacerdotal Mariano / Padre Stéfano Gobbi / 13.04.90

Clique aqui e veja também:

Anúncio dos três Anjos

O Amor não é amado

Infância do Padre Michel Rodrigue

“Senhor, que vosso Amor, Sofrimento e Sangue derramado,

não tenha sido em vão pelas nossas almas e

pelas almas dos Vossos Sacerdotes, Filhos Prediletos de Nossa Senhora.”

domingo, 17 de setembro de 2017

Da Prisão a Flagelação de Jesus


A prisão e o sacrário
- Contempla-Me na prisão onde passei grande parte da noite.
- Ali vinham os soldados insultar-Me com palavras e ações, escarnecendo de Mim, ultrajando-Me, batendo-Me na cabeça e sobre o Meu Corpo.
- Fartos de Mim, abandonaram-Me sozinho e amarrado, num lugar úmido e escuro.
- Deram-Me uma pedra por assento onde o Meu Corpo dolorido se sentiu transido de frio.
  • Comparemos aqui a prisão com o coração daqueles que Me recebem.
- Na prisão, passei apenas parte da noite.
  • Mas no sacrário... quantos dias, quantas noites?
- Na prisão fui insultado e maltratado pelos soldados que eram Meus inimigos.
  • Mas no sacrário... quantas vezes não o sou por almas que Me chamam de Pai... mas não se comportam como filhos.
- Na prisão, sofri frio e sono, fome e sede, tristeza, vergonha e abandono.
  • E vi, no decorrer dos séculos, tantos tabernáculos onde Me faltaria o abrigo do amor... tantos corações gelados que seriam para Meu Corpo chagado, como a pedra da prisão.
Senhor, quero suavizar sua tristeza
- E quantos dias esperarei que tal alma ou tal outra, venha visitar-Me no sacrário e Me receber no seu coração.
- Quantas noites passadas a desejar sua vinda:
  • Mas ela se deixa dominar por suas ocupações, por sua moleza, pelo medo de prejudicar a saúde... e não vem.
  • Esperava-te para saciar Minha sede e para consolar Minha tristeza, alma querida, e não vieste.
- Quantas vezes terei fome das almas, de sua fidelidade, de sua generosidade:
  • Saberão elas aplacar esta fome ardente com aquela pequenina vitória sobre si mesmas, ou aquela leve mortificação?
  • Saberão aliviar Minha tristeza com sua ternura e compaixão?
  • Saberão, quando vier um momento mais doloroso a natureza?
  • Saberão, quando tiverem que suportar um sofrimento qualquer?
  • Um esquecimento?
  • Um desprezo?
  • Uma mágoa de coração ou de família?
- E com tudo isso, dizer-Me do fundo da alma:
“Isto será para suavizar Vossa tristeza,
para Vos acompanhar na Vossa Solidão”
- Ah, se soubessem unir-se a Mim com que paz atravessariam a dificuldade, como sua alma sairia dali fortificada e como Meu Coração seria consolado e aliviado.

Minha prisão e a frieza das almas
- Na prisão quantas palavras obscenas proferidas contra Mim Me haviam de cobrir de confusão:
  • E essa dor aumentava ainda lembrando-Me que semelhantes palavras cairiam um dia de lábios muito amados.
- Na prisão, enquanto aquelas mãos imundas descarregavam pancadas e bofetões sobre Meu Corpo:
  • Eu Me via espancado e esbofeteado pelas almas que Me receberiam sem delicadeza e Me acabrunhariam sob golpes repetidos de pecados habituais e consentidos.
- Depois, quando Me empurraram e Me deixaram cair por terra, atado e sem forças:
  • Vi muitas almas preferirem suas satisfações e acorrentarem-Me por suas ingratidões , repelirem-Me e renovarem Minha dolorosa queda, prolongando Minha solidão.
- Ó almas escolhidas, aproximai-vos de Vosso Esposo na prisão, comtemplai-O durante essa noite de padecimento:
  • E vede-A prolongar-se na solidão de tantos sacrários e na frieza de tantas almas.
Quereis dar-Me prova de vosso amor?
- Quereis dar-Me prova de vosso amor?
  • Deixai-Me vosso coração para que dele faça minha prisão.
  • Atai-Me com as cadeias do vosso amor.
  • Cobri-Me com as vossas delicadezas.
  • Saciai-Me a fome com a vossa generosidade.
  • Dai-Me de beber com o vosso zelo.
  • Consolai a Minha tristeza com a fidelidade de vossa companhia.
  • Tirai-Me esta dolorosa confusão com a vossa pureza e a vossa reta intenção.
- Quereis que Eu repouse em vós?
  • Preparai-Me um leito com vossos atos de mortificação.
  • Sujeitai a vossa imaginação.
  • Acalmai os tumultos de vossas paixões.
- Então, no silêncio de vossa alma, dormirei tranquilo e ouvireis a Minha Voz dizendo suavemente:
v  Ó Esposa Minha, que és agora o Meu Descanso, Eu serei o teu na eternidade.
v  Já que, com desvelo e amor, Me guardaste na prisão do teu coração, Minha recompensa não terá limites e nunca te arrependerás dos sacrifícios que por Mim fizeste durante a tua vida.

- Paremos aqui, Josefa, deixa-Me passar o dia de hoje na prisão de tua alma. Haja nela profundo silêncio para escutares as Minhas Palavras e responderes aos desejos que Eu te confiar.

Almas fieis imitadoras de Meu Coração
- Depois de ter passado a maior parte da noite na prisão úmida, escura e sórdida.
- Depois de ter suportado os ultrajes e os escárnios da criadagem curiosa acerca do que Me sucederia, quando já Meu Corpo estava exausto com tantos tormentos...
- O que Me consumia de amor e avivava em Mim nova sede de dores, era o pensamento de muitas almas que Eu atrairia mais tarde a seguir-Me os passos.
- Eu as via, como fiéis imitadoras de Meu Coração, aprendendo de Mim, não apenas mansidão, paciência e serena aceitação dos sofrimentos e dos desprezos, mas até o amor daqueles que as perseguiriam.
- Vi-as chegarem ao ponto de se sacrificar por eles, como Eu próprio Me sacrificava pela salvação dos que Me maltratavam.
- Vi-as:
  • amparada por Minha Graça,
  • responderem ao apelo Divino,
  • abraçarem o estado de perfeição,
  • mergulharem na solidão,
  • amarrarem-se, elas mesmas nas cadeias do amor,
  • renunciarem a tudo que amavam legitimamente,
  • suportarem com coragem as revoltas da sua própria natureza,
  • deixarem-se julgar,
  • aceitarem desprezos, difamação e mesmo serem tidas por loucas,
  • guardarem, apesar de tudo, seu coração, intimamente unido a seu Deus e Senhor.
- Assim, no meio de ultrajes e tratamentos infames, o Amor Me consumia em desejos de cumprir a Vontade do Pai e Meu coração, estreitamente unido a Ele nas horas de solidão e de dor, oferecia-se para reparar a Sua Glória.

- Também, almas religiosas que permaneceis na prisão escolhida pelo Amor e que, mais de uma vez passais aos olhos das criaturas, por inúteis e quiça prejudiciais... não temais:
  • Nas horas de solidão e dor deixai revoltar-se o mundo contra vós.
  • Una-se vosso coração mais intimamente a Deus, único Objeto de vosso amor.
  • Reparai Sua Glória ultrajada por tantos pecados.
Amanheceu
- Ao amanhecer do dia seguinte, Caifaz ordenou que Me conduzissem a Pilatos a fim de que pronunciasse contra Mim a sentença de morte.
- Pilatos interrogou-Me com sagacidade, com a esperança de descobrir um verdadeiro motivo de condenação, mas, não encontrando nenhum, sentiu logo a consciência perturbada a vista da injustiça que ia cometer. Então, para se desembaraçar de Mim, mandou-Me conduzir a Herodes.

Alma de Pilatos
- Pilatos é o tipo das almas que, balouçadas entre os impulsos da Graça e os das paixões, se deixam dominar pelo respeito humano e pelo amor excessivo de si mesma.
- Encontram-se diante de tentação ou de ocasião perigosa? Tornam-se voluntariamente cegas e raciocinam até ficarem persuadidas de que não há nisso mal nem perigo algum... que elas tem juízo bastante para decidir, e não precisam de conselho... receiam parecer ridículas aos olhos do mundo... faltam de energia para vencerem a si próprias e, passando ao lado da graça, caem de uma ocasião em outra e acabam como Pilatos, entregando-Me a Herodes.
- Quando é uma alma religiosa, não haverá talvez ocasião para ofensa grave.
- Mas, para resistir, seria preciso aceitar uma humilhação, suportar uma contrariedade.
- E se, longe de obedecer ao movimento da graça e de descobrir lealmente sua tentação, a alma consultar sua própria razão e se convencer de que não há motivo para afastar tal perigo ou recusar tal satisfação, cairá brevemente em perigo maior.
- Como Pilatos, cegará seus próprios olhos, perderá a coragem para agir com retidão e, pouco a pouco, senão rapidamente, também ela Me entregará a Herodes.

Meu Reino não é deste mundo (João 18,36)
- A todas as perguntas de Pilatos nada respondi, mas quando Me disse:
“És tu o Rei dos Judeus?”
- Então com gravidade e na plenitude de Minha responsabilidade, respondi:
“Tu o disseste, Sou Rei, mas Meu Reino não é deste mundo”
- Assim deve a alma responder com energia e generosidade, quando se apresentar ocasião de vencer o respeito humano, de aceitar algum sofrimento ou humilhação aos quais lhe seria fácil escapar.
- “Não, Meu Reino não é deste mundo” eis porque não procuro o favor dos homens.
- Vou para a minha verdadeira pátria onde me espera repouso e felicidade.
- Aqui na terra não devo fazer caso da opinião do mundo mas cumprir fielmente o meu dever.
- Se para isso precisar atravessar humilhação e sofrimento, não recuarei; escutarei a Voz da Graça.
- Se não for capaz de o conseguir sozinha, buscarei socorro e pedirei conselho, pois bem sei que o amor próprio e a paixão tentam cegar a alma para enveredá-la pelo mau caminho.
- Pilatos, pois, dominado pelo respeito humano e o receio de arcar com tamanha responsabilidade, ordenou que Me levassem a Herodes.
- Era este um homem perverso que só procurava satisfazer suas paixões desordenadas.
- Regozijou-se vendo-Me comparecer a seu tribunal, esperando divertir-se com Minhas Palavras e Meus Milagres.

“Para os puros, todas as coisas são puras;
mas para os impuros e descrentes; nada é puro:
tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas” Tito 1, 15
- Considerai, almas queridas, a repulsão que experimentei na presença daquele homem viciado e cujas perguntas, gestos e movimentos Me cobriram de confusão.
- Almas puras e virginais, vinde cercar vosso Esposo.
- Escutai os falsos testemunhos que se levantam contra Mim.
- Vede a implacável sede dessa multidão ávida de escândalos e da qual Me tornara joguete.

Quando Deus se cala
- Herodes espera que Eu responda as suas perguntas sarcásticas para Me justificar e Me defender; mas Meus Lábios não se abrem e guardo diante dele o mais profundo silêncio.
- Este silêncio era a maior prova que lhe podia dar da Minha dignidade.
- As suas palavras obscenas não mereciam cruzar-se com as Minhas puríssimas.

União intima do Coração de Jesus com o Pai eterno, eu me uno a Vós
- Durante esse tempo Meu Coração estava intimamente unido a Meu Pai Celeste.
- Consumia-Me em desejo de dar, pelas almas, que tanto amo, o Meu Sangue até a última gota.
- O pensamento de todas as almas, que um dia Me seguiriam, conquistadas pelos Meus exemplos e pela Minha liberalidade, inflamava-Me em amor.
- E não só regozijava-Me durante aquele terrível interrogatório mas desejava ao suplicio da Cruz.
- Depois de ter suportado as piores ignominias no mais perfeito silêncio, deixei que Me tratassem como louco e, coberto com veste branca sinal de zombaria e irrisão, por entre gritos da multidão, fui levado novamente ao tribunal de Pilatos.
- Vê como esse homem está aturdido e apavorado.
- Não sabe que fazer de Mim e para ver se acalma a sede daquele povo que pede a Minha morte, ordena que Me flagelem.

Discernir entre ‘ser tentado’ e ‘consentir’ na tentação CIC 2847
- Assim faz a alma que não tem coragem e generosidade para romper energicamente com as exigências do mundo, da sua natureza ou das suas paixões.
- Em vez de afrontar a tentação e cortar pela raiz, como lhe pede a consciência, o que ela sabe que não vem do espírito bom:
  • Ora cede a um pequeno capricho.
  • Ora concede a si mesma alguma leve satisfação.
  • Se tenta vencer-se num ponto, capitula diante de outro que lhe custaria maior esforço.
  • Se mortifica alguns desejos, hesita em muitos outros em que deveria, para ser fiel a Graça ou obedecer a regra privar-se de muita coisa que alimenta a sensualidade e agrada a natureza.
  • Concede a si mesma a metade de um capricho, a metade do que exige a paixão, e pacifica assim o remorso da consciência.
Paixão não mortificada
- Tratar-se-á por exemplo, de divulgar uma falta que ela crê descobrir no próximo?
- Não é nem caridade fraterna, nem desejo do bem, mas uma paixão oculta, um secreto movimento de inveja que lhe inspiram essa ideia.
- A Graça e a consciência lançam então dentro dela um grito de alarme e a previnem do espírito que a guia e da injustiça que vai cometer.
- Haverá, de certo, na alma, um primeiro instante de luta, mas a paixão que ela não mortificou priva-a brevemente de luz e de coragem para repelir a ideia diabólica.
- Então inventa um meio para só calar uma parte do que sabe, mas não tudo; e ela se desculpa diante de si mesma:
“É preciso que se saiba... só direi uma palavra...”
- Assim é que Me abandonas, como Pilatos para ser flagelado.
- Dentro em pouco, essa paixão te obrigará a terminar sua obra.
- Não penses acalmar assim tua sede.
- Hoje deste um passo, amanhã irás mais longe.
- E, tendo cedido numa pequena ocasião, com quanto mais razão cederá diante de grave tentação.

A Flagelação
- E agora, contemplai, almas caríssimas a Meu Coração, como Me deixei conduzir com mansidão de cordeiro, ao terrível suplicio da flagelação.
- Sobre Meu Corpo, moído de pancadas e alquebrado de cansaço, os verdugos descarregam cruelmente açoites e chicotes.
- Todos os Meus ossos são abalados com a mais terrível dor, feridas sem conta Me estraçalham.
- De Minha Carne Divina lá se vão pedaços arrancados pelos açoites.
- O Sangue jorra de todos os Meus Membros e em breve fico reduzido a tão lastimável estado que não tenho mais aparência de homem.
- Ah, como podeis contemplar-Me neste oceano de amargura sem que vosso coração se compadeça de Mim?
Não pertence aos algozes consolar-Me,
mas a vós, almas escolhidas, para aliviar a Minha Dor.
- Contemplai as Minhas feridas e vede se tem quem tenha sofrido tanto para vos provar seu amor.

O instrumento contempla Jesus Flagelado
- E, dirigindo-se a Josefa, Jesus continua:
“Contempla-Me nesse estado de ignominia”
- Jesus se cala e ela ergue os olhos para o Mestre.
- Ali está, diante dela, naquele lamentável estado em que o pusera a flagelação, Ele a mantém longo tempo diante da dolorosa contemplação como que para lhe imprimir para sempre na alma.
  • “Dize-Me se Minhas Feridas não te darão força para te venceres e resistires a tentação”
  • Dize-Me se não te encontrarás generosidade para te sacrificares e te entregares totalmente a Minha Vontade”
  • “Sim, olha para Mim e deixa-te guiar pela graça e pelo desejo de Me consolares neste estado de vitima.”
  • “Não temas. Teu sofrimento jamais igualará ao Meu e Minha Graça te assistirá em tudo o que Eu te pedir.”
  • “Adeus. Conserva-Me assim em teus olhos.”
Os efeitos da Mensagem de Amor e da contemplação
- Então o Senhor desaparece. Josefa continua imóvel, com os olhos fechados e uma indizível emoção gravada no rosto.
- Envolve-a impressionante silêncio.
- Pouco a pouco volta a si... não pode falar... com a mão trêmula, escreve:
- Mostrou-se no estado em que O deixaram depois da Flagelação, e esta visão me encheu de tanta compaixão que me parece que ora em diante terei coragem para sofrer o que for até o fim de minha vida.
- Dor nenhuma chegará perto sequer da Sua Dor.
- O que mais me impressionou foram Seus Olhos que são habitualmente tão belos e cujo Olhar tanto me fala a alma... hoje, estavam fechados, muito inchados e ensanguentados, principalmente o Olho direito.
- Os Cabelos cheios de Sangue caiam-lhe sobre o Rosto, sobre os Olhos e sobre a Boca.
- Estava em Pé mas curvado e atado a alguma coisa, mas eu não via senão a Ele.
- Suas Mãos estavam amarradas uma a outra, a altura da cintura e cobertas de Sangue.
- Seu Corpo sulcado de feridas e manchas roxas com as veias dos braços inchadas e quase pretas.
- Do Ombro esquerdo pendia um pedaço de Carne s destacar-se e também de várias outras partes do Corpo.
- As Vestes estavam a Seus Pés rubras de Sangue.
- Uma corda muito apertada segurava a altura da Cintura um pedaço de pano Ensanguentado que não se lhe podia ver a cor.
- Não posso dizer em que estado O vi... não sei exprimi-lo.

17.março.1923 (397-409)
“Apelo ao Amor” A mensagem do Coração de Jesus ao Mundo e Sua Mensageira Irmã Josefa Menéndez da Sociedade do Sagrado Coração.

Veja também:


quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Jesus abandonado


- Meus Apóstolos Me abandonaram.
- Só Pedro, levado pela curiosidade, se disfarçou no meio dos criados.
- Em volta de Mim, apenas falsas testemunhas que acumulavam mentiras sobre mentiras para atiçar a raiva dos juízes iníquos.
- Os mesmos lábios que outrora tanto aclamaram meus milagres, tornam-se hoje meus acusadores.
- Chamam-Me perturbador, profanador do sábado, falso profeta, e a soldadesca excitada por essas calúnias profere contra Mim gritos e ameaças.
- Aqui farei ouvir um apelo aos Meus Apóstolos de então, as Minhas almas escolhidas de hoje.

- Onde estáveis, Apóstolos e discípulos, testemunhas de Minha Vida, dos Meus Ensinamentos, dos Meus Milagres?
- Ai de todos aqueles que Me deviam alguma prova de amor, nenhum ali está para Me defender.
- Estou só, acusado dos mais abomináveis crimes, cercado de soldados que, como lobos vorazes, querem devorar-Me.
- Todos Me maltratam, um Me bate na face, outro cospe em Mim a sua saliva imunda, aquele outro expõe-Me ao escárnio.

- E enquanto Meu Coração se oferece a todos estes suplícios para livrar as almas da escravidão do pecado...
... Pedro constituído por Mim, Chefe da Igreja,
... Pedro, que poucas horas antes prometera seguir-Me até a morte,
... Pedro que tem ocasião de dar testemunho de Mim, responde a uma simples pergunta com uma negação.
- E como a pergunta é repetida e o temor se apodera cada vez mais dele, jura que nunca Me conheceu e que jamais fôra Meu Discípulo.
- Ah, Pedro, juras que não conheces teu Mestre! E não só juras, mas pela terceira vez O renégas com horríveis imprecações.

Almas escolhidas
- Almas escolhidas, medite quão dolorosa é para Meu Coração que arde e se consome de Amor ver-se renegado pelos Seus?
- Quando o mundo se revolta contra Mim e que tantas almas Me desprezam, Me maltratam e procuram matar-Me e que, voltando-Se para os Seus Meu Coração só encontra isolamento e abandono...
Que tristeza e que amargura.

Recorrei a Mim
- A vós, como a Pedro, Ei direi:
- Esquecestes as provas de Amor que vos tenho dado?
- Os laços que vos prendem a Mim?
- As promessas com que tantas vezes protestáveis fidelidade em defender-Me até a morte?
- Se sois fracas e receais ceder ao respeito humano, vinde pedir-Me força para vencer.
- Não vos apoieis sobre vós mesmas, mas recorrei a Mim com confiança e Eu vos sustentarei.

Fugi das ocasiões de pecado
- Se viveis no meio do mundo, cercadas de perigos e ocasiões de pecado, não vos exponhais voluntariamente ao perigo.
- Teria Pedro sucumbido se, resistindo corajosamente, não tivesse cedido a vã curiosidade?
- E vós que trabalhais na Minha Seara ou na Minha Vinha, se, em alguma ocasião vos sentirdes arrastados a ação por uma satisfação humana: fugi.

Trabalhai em comunhão com a Igreja
- Mas se trabalhais puramente por obediência, para Minha Glória e a Salvação das Almas, nada temais:
  • Eu vos defenderei e vós passareis vitoriosamente através do perigo.

Procurai e pensai nas coisas do alto (Colossenses 3)
- Enquanto os soldados Me conduziam a prisão, avistei Pedro no meio dos criados e Meus Olhos fitaram-no; ele olhou para Mim e chorou amargamente seu pecado.
- É assim que fixo Meus Olhos sobre a alma culpada.
- Mas ela? Olhará para Mim? E os nossos olhares se encontrarão sempre?
- Ai, quantas vezes o Meu em vão procura o dela.
- A alma não Me vê, está cega.
- Insisto  com doçura, ela não Me ouve.
- Chamo-a pelo nome, não Me responde.
- Tento acorda-la com alguma tribulação, ela não desperta do seu sono.

Sem fé a razão falha
- Almas que amo, se não olhardes mais para o céu, sereis nesta terra como entes privados de razão.
- Levantai a cabeça para o vosso fim, para a Pátria que vos espera.
- Procurai a Vosso Deus e O encontrareis sempre com os Olhos fixos sobre vós; e no Seu Olhar, Paz e Vida.

16.março.1923 (390-396)
“Apelo ao Amor” A mensagem do Coração de Jesus ao Mundo e Sua Mensageira Irmã Josefa Menéndez da Sociedade do Sagrado Coração.

sábado, 9 de setembro de 2017

Getsêmani e seus ensinamentos


- Vamos ao Getsêmani e enche tua alma com os sentimentos de tristeza e amargura que inundaram a Minha.

Aprendei de Mim (Mateus 11,28)
- Depois de ter pregado as multidões, curado doentes, restituído vista aos cegos, ressuscitado mortos...
- Depois de ter vivido três anos no meio de meus Apóstolos para forma-los e ensinar-lhes Minha Doutrina...
- Acabei finalmente por lhes mostrar com Meu exemplo, a se amarem e a se suportarem mutuamente, a praticarem caridade uns para com os outros, lavando-lhes os pés e tornando-Me seu alimento.

Entrega e Sacrifício
- Era chegada a hora em que o Filho de Deus feito homem, Redentor do gênero humano, ia derramar o Sangue e dar a Vida pelo mundo.
- Foi então que quis pôr-Me em oração e entregar-Me a Vontade de Meu Pai.
- Almas caríssimas, Aprendei de Mim, Vosso Modelo, que a única coisa necessária, quaisquer que sejam as revoltas da natureza, é entregar-vos e sacrificar-vos humildemente com um ato supremo da vontade, ao cumprimento da Vontade de Deus, seja em que circunstância for.

Oração antes da ação
- Aprendei de Mim que toda ação importante deve ser precedida de oração e por ela vivificada, pois é na oração que a alma alcança fortaleza para as horas difíceis.
- É pela oração que Deus se comunica, aconselha e inspira, mesmo sem que a alma o sinta.
- Retirei-Me ao Jardim de Getsêmani, isto é, a solidão.
- Assim a alma há de procurar a seu Deus, longe de tudo, dentro de si mesma.
- Para O encontrar há de impor silencio a todas as agitações da natureza, tantas vezes em luta contra a graça.
- Há de fazer calar os raciocínios do amor próprio ou da sensualidade, que procuram abafar as inspirações da graça e se opõem ao encontro de Deus.

- Tomei comigo Três dos meus Discípulos para ensinar que as Três Potências da Alma devem acompanhar-vos na oração:
  • Recorde-vos a Vossa Memória as Perfeições e os Benefícios de Vosso Deus, Sua Misericórdia, Seu Amor, Seu Poder, Sua Bondade.
  • O Vosso Entendimento procure os meios de corresponder a tantas graças maravilhosas que multiplicou para vós.
  • A Vossa Vontade fortaleça-se com o desejo de fazer mais e melhor por Ele... de trabalhar pela salvação das almas, quer no labor apostólico, quer no silencio e na oração de uma vida humilde e oculta.
- Submetei a Vossa Vontade a Vontade de Deus... Adorai Seus Desígnios para convosco, sejam quais forem... e todo o vosso ser se prostre como convém a criatura diante do Criador.
- Foi assim que Eu Me ofereci para realizar a Obra da Redenção do mundo.

Agonia sem morte (Lucas 22,44)
- No mesmo instante vi cair sobre Mim todos os tormentos da Minha Paixão, as calunias e os insultos, os açoites e a coroa de espinhos, a sede, a cruz.
- Todas estas dores se acumularam diante de Meus olhos e ao mesmo tempo a multidão de ofensas, de pecados e de crimes que se cometeriam no decurso dos séculos.
- Não somente Os vi, mas senti-Me revestido de todos esses horrores.
- E sob este fardo de ignomínias, apresentei-Me a Meu Pai Santíssimo para implorar Misericórdia.
- Então senti precipitar-se sobre Mim a cólera de um Deus ofendido e irritado e ofereci-Me como fiador. Eu, Seu Filho, para aplacar Sua ira e satisfazer a Sua Justiça.
- Mas, sob o peso de tantos crimes, experimentei na Minha natureza humana tal angústia e tão mortal agonia que todo o Meu corpo ficou coberto com um suor de Sangue.
- Oh! Pecadores, que Me fazeis sofrer assim. Dar-vos-á este Sangue salvação e vida? Ou ficará perdido para vós?
- Como exprimir Minha dor, pensando neste suor, nestas angústias, nesta agonia, neste Sangue, inúteis para tantas e tantas almas.
  
Consolar e ser consolado
- Venho revelar-te os sentimentos de Meu Coração, mas também repousar-Me no meio de vós.
- Ah, que alegria Me dão as almas que sabem receber-Me com júbilo... porque as visito ora para consolá-las, ora para nelas procurar consolo. Mas elas nem sempre Me reconhecem, mormente quando tem que sofrer.
“Quando sofres, é Meu consolo e Meu repouso.
Quando repousas, Sou Eu que te guardo” (182)

Desperta, tu que dormes (Efésios 5,14)
- Aproxima-Te de Mim e quando Me vires submerso num oceano de tristeza, vem comigo procurar os três discípulos que deixei a alguma distância.
- Tinha-os escolhido para repousar ao pé deles, associando-os a Minha prece e a Minha Angústia.
- Como dizer o que sofreu o Meu Coração quando, indo procurá-los os encontrei adormecidos?  Que mágoa para quem ama, ver-se só e sem poder confiar nos seus.
- Quantas vezes Meu Coração sofre com esta dor, e quantas vezes procurando alívio junto de suas Almas escolhidas, as encontra adormecidas.
- Em vão tento despertá-las, arrancá-las a si mesmas e as preocupações pessoais, aos entretenimentos inúteis e frívolos. Muitíssimas vezes respondem-Me, com atos, se não com palavras:
  • Agora não posso, tenho muito que fazer, estou muito cansada, preciso de um pouco de sossego.
- Então, insistindo suavemente, digo a essa alma:
  • Vem um momento, vem orar comigo, agora é que tenho necessidade de ti, não receies sacrificar esse descanso por Mim, pois serei Eu tua recompensa.
- Recebo a mesma resposta.
- Pobre alma adormecida, que não pode velar uma hora comigo.
  
É vão o socorro humano (Salmo 107, 13)
- Aprendei de Mim, almas queridas, como é inútil e vão procurar alívio junto das criaturas.
- Ao pé delas, muitas vezes não encontrareis senão acréscimo de sofrimento, pois estão dormindo e não respondem nem a vossa expectativa, nem ao vosso amor.

Meu Pai
- Voltando depois a Minha oração, prostei-Me de novo, adorei o Pai e implorei-Lhe socorro.
- Não Lhe disse: “Meu Deus” mas “Meu Pai”.
- Quando o vosso coração sofre mais, deveis também chamar a Deus Vosso Pai.
- Suplicai-Lhe que vos ajude, expondo-Lhe os vossos sofrimentos, os vossos temores, os vossos desejos, e, com os gemidos da vossa dor, recordai-Lhe que sois sua filha, seu filho.
- Dizei-Lhe:
  • que vosso corpo está extenuado,
  • que vosso coração está opresso até a morte,
  • que vossa alma parece experimentar o suor de sangue.
- Orai com confiança de filha e esperai tudo dAquele que É Vosso Pai.
- Ele próprio vos consolará e vos dará a força necessária para atravessar a tribulação ou o sofrimento, seja este vosso ou das almas que vos são confiadas.
- Minha alma, triste e desamparada ia sofrer angústia ainda mais mortal, pois sob o peso das iniquidades dos homens e em troca de tanto padecimento e de tanto amor só via Eu ultrajes e ingratidões.

Sangue Divino! Méritos infinitos!
- O Sangue que escorria por todos os Meus poros e que daí a pouco havia de jorrar de todas as minhas feridas seria inútil para muitíssimas almas, muitas se perderiam, outras, em maior número, Me ofenderiam, e grandes multidões nem sequer Me conheceriam.
- Eu derramaria Meu Sangue por todas e Meus Méritos seriam oferecidos a cada uma; Sangue Divino! Méritos infinitos! Inúteis entretanto para tantas e tantas almas.
- Sim, por todas derramaria Meu Sangue e todas seriam amadas com grande Amor:
·         Mas para algumas quanto seria mais terno, mais delicado, mais ardente este Amor. Dessas almas escolhidas esperava Eu mais consolo e amor, mais generosidade e abnegação; em uma palavra, mais correspondência as Minhas Bondades.
·         Mas ai! Quantas vi, naquele momento, desviarem-se de Mim; fecharem umas os ouvidos a Minha voz; outras ouvirem-na sem a seguirem; outras, corresponderem por algum tempo, com certa generosidade mesmo, ao Apêlo de Meu Coração, depois adormecerem pouco a pouco, e um dia chegarem a dizer-Me por sua obras:
o   Já trabalhei bastante, fui fiel aos pormenores de minhas obrigações, dominei minha natureza, vivi na abnegação; agora preciso de um pouco mais de liberdade, já não sou criança. Tantas privações, tanta vigilância, não são mais necessárias, bem posso largar tal coisa que me incomoda, etc...
- Pobre alma! Começas a adormecer?
- Dentro em pouco voltarei e, no teu sono, não me ouvirás.
- Virei oferecer-Te Minha Graça e não a receberás.
- Terás algum dia força para despertar?
- Não é para temer que, tendo ficado por longo tempo sem alimento, te enfraqueças e não possas mais sair de tua letargia.
- Almas que amo, sabei que muitos foram surpreendidos pela morte no meio de profundo sono.
- Onde e como acordaram?
- Tudo isso estava diante de Meus olhos e de Meu Coração.
- Que fazer?
- Recusar?
- Pedir ao Pai que Me livrasse dessa angústia?
- Representar-Lhe a inutilidade de Meu Sacrifício para tantas almas?
- Não!
- Submeti-Me novamente a Sua Vontade Santíssima, aceitei o Cálice para esgotá-lo até as fezes.
  
Não recuse o sofrimento
- Assim procedi para ensinar-Vos a não recuar diante do sofrimento.
- Nunca julgueis inútil, mesmo se não virdes o seu resultado:
  • Submetei o vosso juízo e deixai que a Vontade Divina opere e se cumpra em vós.
- Eu não quis recuar nem fugir, e, sabendo que ali naquele Jardim viriam prender-Me os inimigos. De lá não arredei o pé.

Os traidores
- Depois de ter sido reconfortado pelo Enviado de Meu Pai (Lucas 22,43), vi que se aproximava Judas, um dos Meus Doze Apóstolos e atrás dele vinham os que haviam de apoderar-se de Mim.
- Estavam armados com bordões e pedras, traziam correntes e cordas para Me prender e amarrar.
- Levantei-Me e indo-lhes ao encontro, disse-lhes: “A quem procurais?”
- Então Judas, pondo as mãos sobre os Meus ombros, beijou-Me!
- Ah! Judas, que fazes e que significa este ósculo?
- A quantas almas não posso Eu dizer também. Que fazeis? Por que Me atraiçoais com um ósculo?

Reuniões perigosas
- Alma que amo, que acabas de Me receber, que Me repetes os protestos do teu amor; mal sais da Minha presença, logo Me entregas aos Meus inimigos?
- Bem sabes que nessa reunião que te atrai, há conversas que Me ferem e tu, que Me recebeste pela manhã e Me receberás talvez no dia seguinte, perdes ali a brancura preciosa de Minha Graça.

Negócios ilícitos
- Porque levas adiante esse negócio que te enegrece as mãos? Direi a outra.
- Não sabes que não é licito o modo por que adquires essa fortuna, como te elevas a essa posição e como procuras esse bem estar?
- Tu Me recebes e Me beijas como Judas, depois, dai a alguns instantes, ou quando muito, daí a algumas horas, és tu mesmo que dás sinal aos Meus inimigos para que me reconheçam e se apoderem de Mim.
  
Amizade perigosa
- Também Me dirijo a ti, alma Cristã, que Me atraiçoas com essa amizade perigosa.
- Não só Me acorrentas e Me lapidas, mas és causa de que outra Me atraiçoe também.
- Por que Me entregas assim? Tu que Me conheces e que mais de uma vez te tens gloriado da tua piedade e da tua caridade?
- Sem dúvida, poderias recolher com elas grande mérito mas na realidade, que são senão véu que encobre tua malícia?

Almas escolhidas
- Amigo, por que vieste?
- Judas! Com um beijo traiste o Filho de Deus, Teu Mestre e Teu Senhor. Aquele que te ama e está pronto a te perdoar ainda... tu, um dos Meus Doze... um dos que se sentaram a Minha Mesa e aos quais lavei Eu próprio os pés.
- Quantas vezes posso e devo falar assim as almas mais caras a Meu Coração.
- Alma querida! Porque te deixas arrastar por esta paixão?
- Porque lhe deixas campo livre?
- Não está sempre em teu poder te livrares dela, mas só te peço combate-la, lutar e resistir-lhe.
- Que são os prazeres momentâneos? Senão os trinta dinheiros por que Judas Me vendeu e que só serviram para perdição?
- Quantas almas Me te vendido e Me venderão ainda pelo preço vil de um deleite passageiro.
- Ah! Pobres almas. A quem procurais?
- A Mim? A este Jesus que conheceis e que amáveis?

Vigiai e orai (Mateus 26,41)
- Sim, trabalhai sem descanso a fim de que vossos defeitos e vossas más inclinações não cheguem a se transformar em hábitos.
- A erva dos campos dever ser ceifada todos os anos e, até mesmo, em cada estação.
- É preciso lavrar a terra para fortifica-la e arrancar incessantemente as ervas daninhas.
- Do mesmo modo, a alma deve vigiar e endireitar com cuidado as suas tendências defeituosas.
- Nem sempre é uma falta grave que abre caminho a desordens piores.
- O ponto de partida das maiores quedas é frequentemente pouca coisa:
  • Um pequeno gozo;
  • Um momento de fraqueza;
  • Um consentimento, talvez licito, mas pouco mortificado;
  • Um prazer legitimo em si, mas que não convém.
- Tudo isso aumentando e multiplicando-se, a alma vai caindo na cegueira, a graça tem menos preponderância, a paixão se fortifica e afinal triunfa.
- Ah! Como é triste para o Coração de Deus, cujo Amor é infinito, ver tantas almas aproximarem-se insensivelmente no abismo.

Balança do Amor
- Toma a Cruz e nada temas.
- Nunca ultrapassará tuas forças, pois Eu a medi e a pesei na Balança do Amor.
- Ah! Sabes quanto te amo e quanto amo as almas. É por elas que Me sirvo de ti, pois embora sejas muito pequena e pouco valhas, utilizo tua pequenez conservando-te unida a Meus Méritos e a Meu Coração.
- Fica com Minha Cruz e sofre pelas almas e por amor de Mim.

Pecado, arma contra Deus
- Como as almas que Me ofendem gravemente, Me entregam aos inimigos a fim de que Me levem a morte, ou antes, são elas que se tornam inimigas e a arma de que se servem contra Mim é o pecado.

Almas de eleição
- Não se trata porém sempre de grandes quedas.
- Há também almas, e almas de eleição que Me atraiçoam por:
·         suas faltas habituais,
·         suas más inclinações não combatidas,
·         suas condescendências com a natureza imortificada,
·         suas faltas de caridade, de obediência, de silêncio, etc...
- E se Meu Coração sofre com os pecados e a ingratidão do mundo, quanto mais, se são ofensas vindas de almas muito amadas.
- Se o beijo de Judas Me causou tanta dor, foi justamente por ser dos Meus Doze e que dele, como dos outros, esperava Eu mais amor, mais consolo, mais delicadeza.
- Ó vós, que escolhi para lugar de Meu repouso e Jardim das Minhas Delicias, de vós também espero muito mais amor, ternura, delicadeza, que de outras que não Me são tão intimamente unidas.
- Sêde o bálsamo que cicatriza as Minhas feridas, enxugai Minha Face manchada e desfigurada.
- Ajudai-Me a esclarecer as almas cegas que, na escuridão da noite, Me prendem e Me amarram para Me conduzirem a morte.

Sou Eu, aquele que te ama
- Não Me deixeis só.
- Acordai e vinde, porque se aproximam os Meus inimigos.
- Quando os soldados avançaram para Me prender, disse-lhes:
  • Sou Eu! É a palavra que repito a alma que se acerca do perigo e da tentação; Sou Eu sim, Sou Eu! Tu vens para Me trair e Me entregar.
- Não importa!
- Vem, Sou Teu Pai e se quiseres, ainda estás a tempo:
  • Perdoar-te-ei; e ao invés de Me amarrares tu, com teus pecados; Eu é que te prenderei com os laços do Meu Amor.
- Vem, Sou Aquele que te ama. Aquele que derramou todo o Sangue por ti.
- Tenho compaixão de tua fraqueza e espero-te, com desejo ardente de te acolher em Meus Braços.
- Vem, alma Minha Esposa, Meu Sacerdote, Sou a Misericórdia infinita.
- Não te hei de castigar, não te hei de repelir, mas abrir-te-ei Meu Coração e Te amarei com mais ternura ainda.
- Lavarei tuas manchas no Sangue de Minhas Chagas.
- Tua beleza recobrada causará admiração ao céu e Meu Coração repousará em ti.

Apelo as almas
- Ah! Que tristeza, quando, depois de um apelo destes a almas cegas e ingratas, elas Me ligam e Me conduzem a morte.
- Depois de Me ter dado o beijo da traição, Judas saiu do Jardim e compreendendo o alcance de seu crime, caiu em desespero.
- Quem poderá calcular a Minha Dor quando vi Meu Apostolo correr para a perdição eterna?
- Entretanto soara a hora e, dando inteira liberdade aos soldados, entreguei-Me com docilidade de cordeiro.
- Arrastaram-Me logo a casa de Caifaz onde fui recebido com zombarias e insultos, onde um dos criados Me deu a primeira bofetada.
- A primeira bofetada.
- Compreende isto bem: Acaso Me fez sofrer mais que os golpes da flagelação? Não, mas nesta primeira bofetada, Eu vi o primeiro pecado mortal de tantas almas que tinham, vivido até então na Minha Graça.
- E depois do primeiro, quantos outros, e quantas almas arrastadas pelo exemplo ao mesmo perigo.
- Talvez a mesma desgraça: a desgraça de morrer em pecado.

“Apelo ao Amor” A mensagem do Coração de Jesus ao Mundo e Sua Mensageira Irmã Josefa Menéndez da Sociedade do Sagrado Coração 12 a 15.março.1923. (378)

Veja também: