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domingo, 8 de novembro de 2020

Hora da Minha grande dor

 


Hora da Minha grande dor

- Filhos prediletos, ficai hoje comigo, vossa Mãe Dolorosa, que vos gerou aos pés da Cruz, em que morreu o Meu Filho Jesus pela vossa salvação.

- Sou a Mãe da dor.

- Entrai hoje no mistério profundo da Minha desolação para compreender como a Minha maternidade espiritual e universal se exerce sobretudo no amor e na dor.

- No amor para com todos vós, Meus filhos.

- Na dor por causa das vossas dores, pelos graves perigos que vos ameaçam, pelos muitos sofrimentos destes Últimos Tempos da Grande Tribulação.

- Por isso, os dias que viveis assinalam também a hora da minha grande dor.

- É a hora da Minha grande dor pela Igreja, Minha filha amadíssima.

- Quanto sofre a Igreja, nestes tempos, em que leva a sua grande Cruz e sobe o sangrento Calvário da sua paixão e da sua cruenta imolação.

- A Igreja tornou-se hoje, mais que nunca, em tudo semelhante ao Meu Filho Jesus:

- É semelhante a Ele na solidão e no abandono;

é semelhante a Ele na renegação e na traição;

é semelhante a Ele no vilipêndio e na condenação;

é semelhante a Ele na crucifixão e na Sua Agonia.

- Esta é a hora da Minha grande dor pela Igreja, porque chegou a hora da sua paixão redentora.

- É a hora da Minha grande dor pela humanidade, tão doente, que se tornou escrava dos espíritos do mal.

- Os poderes diabólicos dominam a terra, levando por toda a parte os maus frutos do seu domínio tenebroso.

- Assim, esta humanidade voltou a ser pagã, depois de dois mil anos da sua Redenção e do primeiro anúncio do Evangelho de salvação.

- A incredulidade e a impiedade cobrem-na;

os pecados ferem-na;

os males a envenenam;

o orgulho a domina;

a impureza a seduz;

o egoísmo e o ódio a prendem;

satanás torna-a cada vez mais sua escrava e reina nela com o seu poder diabólico.

- Esta é a hora da Minha grande dor por esta pobre humanidade, dominada pelos espíritos do mal, porque já chegou para ela a hora do seu Grande Castigo.

- É a hora da Minha grande dor por vós, meus filhos.

- Como se torna grande o peso do vosso sofrimento nestes dias.

- Olho, com os olhos cheios de lágrimas:

para as crianças, encaminhadas precocemente para a experiência do mal e do pecado;

para os jovens, enganados e atraiçoados pela sociedade em que vivem, aos quais são propostos falsos valores e que se tornaram vitimas da impureza e da droga;

para as famílias divididas e destruídas;

para os pobres que morrem de fome;

para os massacrados e mortos pelas guerras;

para os doentes a quem são negados os tratamentos e a assistência;

para os abandonados,

para os que estão sós,

para os desesperados,

para os agonizantes,

para os moribundos.

- Como Mãe, estou hoje ao lado de todo aquele que geme sob o peso da sua Cruz.

- Jamais vos abandono;

estou convosco sobretudo quando tendes mais necessidade.

- Esta é a hora da Minha grande dor por todos vós, meus pobres filhos, porque chegou o tempo do vosso grande sofrimento.

- Refugiai-vos em Mim.

- Correi para o refúgio seguro do Meu Coração Imaculado, porque devemos viver juntos a hora da maior prova, que já chegou para vós, para a Igreja e para toda a humanidade.

MSM-Movimento Sacerdotal Mariano / Padre Stefano Gobbi / 15.09.1992

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Segundo Advento de Jesus

Com Jesus no deserto

Estou aos pés da Cruz

“Senhor, que vosso Amor, 

Sofrimento e Sangue derramado,

não tenha sido em vão pelas nossas almas e

pelas almas dos Vossos Sacerdotes, 

Filhos Prediletos de Nossa Senhora.”

"Senhor, sou teu servo, filho de Tua Serva"

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Gotas das Minhas lágrimas

 

Gotas das Minhas lágrimas

- Recolhei-vos comigo em oração de adoração e de reparação, para passar as últimas horas deste ano, que está para terminar, em ato de profunda intercessão.

- Rezai para pedir a salvação deste mundo, que já tocou o fundo da impiedade e da impureza, da injustiça e do egoísmo, do ódio e da violência, do pecado e do mal.

- Quantas vezes e de quantos modos intervim pessoalmente para vos convidar a conversão e a voltar ao Senhor da vossa paz e da vossa alegria.

- Esta é a razão das minhas numerosas aparições, das mensagens que dou por meio deste meu pequeno filho e da Minha Obra do Movimento Sacerdotal Mariano, que Eu mesma difundi em toda a parte do mundo.

- Como Mãe, indiquei-vos repetidamente o caminho a percorrer, a fim de alcançardes a vossa salvação.

- Mas não fui ouvida.

- Continuou-se a correr pelo caminho da Rejeição de Deus e da Sua Lei de Amor.

- Os Dez Mandamentos do Senhor são contínua e publicamente violados.

- Já não se respeita o Dia do Senhor e o Seu Nome Santíssimo é cada vez mais vilipendiado.

- O preceito de Amor ao próximo é violado cada dia pelo egoísmo, pelo ódio, pela violência, pela Divisão que entrou nas famílias e na sociedade, pelas guerras violentas e sangrentas entre os povos da terra.

- A dignidade do homem, como livre criatura de Deus, é esmagada pelas cadeias de uma escravidão interior que o torna vitima das paixões desordenadas, dos pecados e da impureza.

- Já chegou a hora do castigo para este mundo.

- Entrastes nos Tempos fortes da Purificação e os sofrimentos deverão aumentar para todos.

- Também a Minha Igreja tem necessidade de ser Purificada dos males que a atingiram e que a fazem viver os momentos da agonia e da sua Paixão Dolorosa.

- Como se alastrou a Apostasia, por causa dos erros que já se difundiram e que são acolhidos pela maioria, sem qualquer reação.

- A fé de muitos se apagou.

- O Pecado, cometido, justificado e não mais confessado torna as almas escravas do mal e de Satanás.

- A que miserável estado se reduziu esta Minha amadíssima Filha.

- Rezai comigo nestas Últimas Horas do ano que está para acabar.

- Durante o seu curso, intervim ainda muitas vezes, para obter do Senhor o Dom da Sua Divina Misericórdia.

- Mas o tempo que vos espera é aquele em que a Misericórdia se desposará com a Justiça Divina, para a Purificação da terra.

- Não espereis o Ano Novo com o barulho, com a gritaria e as canções de alegria.

- Esperai-o com a oração intensa de quem quer reparar ainda todo o mal e o pecado do mundo.

- As horas que estais para viver são das mais graves e dolorosas.

- Rezai, sofrei, oferecei, reparai comigo, que sou a Mãe da intercessão e da reparação.

Assim, meus prediletos e filhos Consagrados ao Meu Coração, tornai-vos, nestas últimas horas do ano, as gotas das minhas lágrimas, que descem sobre as imensas dores da Igreja e de toda a humanidade, enquanto entrais nos Tempos fortes da Purificação e da Grande Tribulação.

MSM-Movimento Sacerdotal Mariano / Padre Stefano Gobbi / 31.12.1990

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Misericórdia e Justiça

Prostrai-vos comigo

A Grande Prova

“Senhor, que vosso Amor, 

Sofrimento e Sangue derramado,

não tenha sido em vão pelas nossas almas e

pelas almas dos Vossos Sacerdotes, 

Filhos Prediletos de Nossa Senhora.”

"Senhor, sou teu servo, filho de Tua Serva"

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Prostrai-vos comigo

 


Prostrai-vos comigo

- Filhos prediletos, vigiai comigo na oração e no recolhimento.

- Passai assim as últimas horas deste ano, que foi assinalado por acontecimentos graves e importantes para o destino de toda a humanidade.

- Prostrai-vos comigo em ato de profunda adoração a Jesus Eucarístico.

- A Sua Presença Real, entre vós, na Eucaristia, custodiada com amor em todos os Sacrários da terra:

é Luz no caminho,

conforto no cansaço,

bálsamo para as feridas,

alegria na dor,

paz na tribulação,

é a aurora que dá início ao novo dia da vossa existência humana.

- Prostrai-vos comigo em ato de grande agradecimento por todo os benefícios que vos foram concedidos pelo amor e pela providência do vosso Pai Celeste.

- É o Pai que dispõe para vós cada minuto da vossa vida, como expressão do seu amor e da sua Divina Misericórdia.

- Vós viveis no tempo para realizar um seu grande desígnio de amor.

- Mesmo quando vos afastais Dele, Ele nunca vos abandona, mas prepara, espera e faz com que se realize o vosso retorno.

- A Sua Divina Misericórdia é orvalho celeste que desce para tornar fecunda a grande aridez deste mundo e para fazer germinar de santidade e de vida o deserto em que viveis.

- Entrais agora nos tempos em que se tornará manifesto para todos o Milagre da Divina Misericórdia.

- Vede como a humanidade jaz prostrada e ferida, dilacerada e derrotada, ameaçada e vilipendiada, doente e moribunda.

- Se não for uma Grande Misericórdia a reerguê-la, ela, sozinha, já não pode se levantar.

- Está próxima a hora em que o Pai Celeste a tomará nos seus braços, erguê-la-á do mal, curá-la-á e levá-la-á consigo para o seu Jardim Delicioso.

- Prostrai-vos comigo em ato de intensa reparação pelas inúmeras ofensas ao Espírito do Pai e do Filho que geme em vós com gemidos inenarráveis. (Rom 8, 26)

- Quanto mal se comete ainda cada dia no mundo.

- A Lei de Deus é abertamente violada;

o Seu Nome é blasfemado;

o Seu Dia é profanado.

- Não mais se se respeita o valor da vida:

o número de abortos aumenta cada vez mais;

alastram-se os homicídios e os crimes, o ódio e a violência;

as guerras explodem de improviso, cruéis e sangrentas, ameaçando a paz de toda a humanidade.

- Quantos pecados se cometem hoje contra o Espírito Santo.

- Rezemos juntos, com humildade e confiança para invocar que o Dom do Espírito Santo desça como orvalho para Purificar a Terra e Renovar o mundo inteiro.

- Não passeis as últimas horas deste ano no barulho e na dissipação.

- Prostrai-vos comigo em oração de adoração, de agradecimento e de reparação, para obter do Pai, do Filho e do Espírito Santo que seja abreviado o Tempo da Grande Tribulação que estais agora vivendo, a fim de entrardes na Nova Era que vos espera.

MSM-Movimento Sacerdotal Mariano / Padre Stefano Gobbi / 31.12.1991

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Convertei-vos

Tempo do Espírito Santo

O Dragão será acorrentado

“Senhor, que vosso Amor, 

Sofrimento e Sangue derramado,

não tenha sido em vão pelas nossas almas e

pelas almas dos Vossos Sacerdotes, 

Filhos Prediletos de Nossa Senhora.”

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Consolação

Testemunho de Santa Joana de Chantal
Consolem-se, pois, as almas que estão resolvidas a ser todas de Deus, embora se vejam privadas de toda a consolação. Sua dor é sinal de que são muito queridas por Deus e de que ele preparou para elas um lugar no céu onde a felicidade é plena e eterna.
Tenham por certo que, quanto mais aflitas neste mundo, tanto mais serão consoladas no céu: “Segundo as muitas dores que experimentou o meu coração, as tuas consolações alegraram a minha alma” Salmo 93,19.
Para consolo dessas pessoas, quero acrescentar aqui o que se conta na vida de Santa Joana de Chantal: Por espaço de quarenta e um anos foi atormentada por terríveis sofrimentos interiores, tentações, medo de não estar na graça de Deus e até de ter sido abandonada por ele. Eram tão continuas e tão grandes as suas aflições que chegava a dizer que só o pensamento da morte é que lhe dava alivio.
“São tão furiosos os assaltos –dizia ela- que eu não sei onde repousar o meu pobre espírito. As vezes me parece acabar a paciência e estar ao ponto de perder e deixar tudo. É tão cruel a tirania da tentação, que todas as horas do dia eu trocaria com a morte. As vezes chego a perder o sono e a vontade de comer”

Tentações
Nos últimos anos de sua vida, as tentações tornaram-se mais violentas. Ela sofria dia e noite em continuo martírio interior quando rezava, quando trabalhava, quando descansava. Era tentada contra todas as virtudes –exceto a castidade- com duvidas, trevas e repugnâncias. As vezes Deus lhe tirava sua luz interior e parecia como que irritado com ela, como que a rejeitando.
            Assustada, ela virava os olhos para o outro lado, procurando algum alivio; mas, não o encontrando, era forçada a olhar para Deus e abandonar-se a sua misericórdia. Parecia-lhe que estivesse para cair a todo momento devido aos ataques das tentações. Embora a assistência divina não a desamparasse, parecia-lhe que o Senhor já a tinha abandonado.
Não sentia satisfação alguma, mas só o tedio e angustias na oração, na leitura espiritual, na comunhão e em todos os outros exercícios de piedade. Seu único recurso em tal estado de abandono era olhar para seu Deus e entregar-se a sua vontade divina.

Tentações intensas
            “Em todo este meu desamparo –dizia ela- até a simplicidade de minha vida se torna para mim uma nova cruz, aumentada com a incapacidade que sinto de praticar boas obras”.
            Por isso, ela dizia que lhe parecia ser como um doente cheio de dores, sem poder voltar-se de um lado para outro, como um mudo que não pode explicar seus males, como um cego que não vê se lhe dão remédio ou veneno. “Parece-me não ter fé, nem esperança, nem amor ao meu Deus”
            Apesar de tudo, a santa conservava o rosto sereno, era delicada no trato com as pessoas e mantinha os olhos fixos em Deus, entregando-se a vontade divina.

Assim são feitos os santos
São Francisco de Sales, seu diretor espiritual, sabendo quanto Deus amava sua bela alma, assim escreveu sobre ela: “Seu coração era como um musico surdo que, embora catasse maravilhosamente, não podia tirar do canto nenhum prazer”. Mais tarde ela escreveu: “Deveis servir ao vosso Salvador só por amor a sua vontade, com a privação de todas as consolações e com esses dilúvios de tristezas e amarguras”. Assim são feitos os santos.
            “Cortadas com o cinzel, polidas e lavradas –diz a Igreja- as pedras brilhantes, unidas com arte e perfeição, elevarão o templo até o céu”. Os santos são essas pedras escolhidas; trabalhadas e cinzeladas com as tentações, os temores, as trevas e outros sofrimentos internos e externos, tornam-se aptas para serem colocadas nos tronos do paraíso.

Oração
            Jesus, minha esperança, minha felicidade, amor único de minha alma, não mereço suas consolações. Reservai-as para as almas inocentes que sempre vos amaram. Eu, como pecador, sou indigno delas, não vos peço. Eis o que desejo: fazei que eu vos ame e cumpra vossa vontade em toda a minha vida; depois disponde de mim como vos aprouver. Amém.


A Prática de amor a Jesus Cristo Cap XVII– Santo Afonso Maria de Ligório

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Aridez espiritual - Consolações

A alma que se dá a Deus experimenta a principio, consolações sensíveis. O Senhor procura atraí-la e desprende-la dos prazeres terrenos, para que ela vá se desapegando das criaturas e unindo-se a ele. Contudo, pode unir-se a ele seguindo um caminho errado, levada mais pelo gosto das consolações espirituais, do que por uma verdadeira vontade de agradar a Deus. Engana-se, pensando que tanto mais o ama, quanto mais gosto encontra nas suas devoções. Daí provém inquietar-se e afligir-se ao ser perturbada nos exercícios de piedade que lhe davam prazer, quando deve fazer outras coisas por obediência, ou por caridade, ou por obrigações do seu próprio estado.

É um defeito universal de nossa fraca humanidade procurar em tudo a própria satisfação. Não encontrando nestes exercícios o prazer desejado, deixa-os ou ao menos os reduz. Reduzindo-os de dia para dia, finalmente deixa todos. Essa desgraça acontece a muitas almas. Chamadas por Deus ao seu amor, começam a marchar no caminho da perfeição e avançam enquanto duram as consolações espirituais. Mas depois, quando elas acabam, abandonam tudo e voltam a vida antiga. É preciso persuadir-nos de que o amor de Deus e a perfeição não consistem em sentir consolações, mas em vencer o amor próprio e fazer a vontade de Deus.
- Diz São Francisco de Sales: “Deus é tão digno de nosso amor quando nos consola e quando nos faz sofrer”

            No tempo das consolações não é grande virtude deixar os gostos sensíveis e suportar as ofensas e contrariedades. No meio das alegrias a alma suporta tudo. Essa paciência nasce, muitas vezes, mais das consolações do que da força do verdadeiro amor a Deus.
            Por isso, com a finalidade de consolidá-la na virtude, o Senhor retira-se e lhe recusa esses gostos sensíveis para destruir todo o apego ao amor próprio que se alimentava com tais satisfações.

            Primeiro sentia gosto em fazer atos de oferecimento, confiança, amor; depois que secou a fonte de consolações, faz estes atos com frieza e dificuldade. Fica aborrecida com os exercícios mais piedosos, com a oração, com a leitura espiritual, com a comunhão. Só vê trevas e temores e tudo lhe parece perdido. Reza, torna a rezar, e se aflige por lhe parecer que Deus não a ouve.

            Vejamos na prática o que devemos fazer da nossa parte. Quando o Senhor, por sua misericórdia, nos consola com visitas consoladoras e nos faz sentir a presença de sua graça, não é bom rejeitar essas consolações, como queriam alguns falsos místicos. Aceitemo-las agradecidos, mas  cuidemos em não nos determos nelas com complacências. A isto São João da Cruz chama de ‘gula espiritual’, o que é defeito e não agrada a Deus.
            Esforcemo-nos em afastar de nossa alma a complacência sensível nessas consolações. Cuidemos especialmente em não pensar que ele usa de tais finezas conosco, porque nos comportamos com ele de forma melhor que os outros. Esse pensamento de vaidade obrigaria o Senhor a retirar-se inteiramente de nós e a nos deixar em nossa miséria. Devemos agradecer a Deus porque essas consolações espirituais são dons que ele nos fez, bem maiores do que todas as riquezas e honras temporais. Não sejamos famintos em saborear essas satisfações sensíveis, mas sejamos humildes, tendo diante dos olhos os pecados da vida passada.
            É preciso crer que essas consolações são pura consequência da bondade de Deus. Talvez o Senhor antes nos conforte para que depois soframos com paciência alguma grande tribulação que deseja nos enviar.
            Por isso, ofereçamo-nos para suportar qualquer sofrimento externo ou interno, enfermidades, perseguições, aridez espiritual, dizendo-lhe: “Meu Senhor, aqui estou. Fazei de mim e de tudo o que tenho o que vos aprouver. Dai-me a graça de vos amar e de cumprir perfeitamente a vossa vontade, e nada mais vos peço!


A Prática de amor a Jesus Cristo Cap XVII– Santo Afonso Maria de Ligório

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Aridez espiritual

Aridez espiritual
            Diz São Francisco de Sales: “É um erro querer medir a nossa devoção através das consolações que experimentamos. A verdadeira piedade no caminho de Deus consiste em ter uma vontade resoluta de fazer tudo que lhe agrada”.
            Deus une a si as almas que ele mais ama através da aridez espiritual. O que nos impede a verdadeira união com Deus é o apego as nossas inclinaçõesdesordenadas.
Por isso, quando Jesus quer atrair uma alma ao seu perfeito amor, procura desprende-la de todos os apegos aos bens criados. Assim a vai afastando dos bens temporais, dos prazeres mundanos, das coisas, das honrarias, dos amigos, dos parentes, da saúde física. Por meio dessas perdas, desgostos, desprezos, mortes e enfermidades, ele a vai desprendendo de todas as coisas criadas para leva-la a colocar no seu Criador todas as suas afeições.

Para afeiçoá-la aos bens espirituais, Deus lhe faz experimentar muitas consolações sensíveis.
Por isso, a alma procura desapegar-se dos prazeres sensuais e até mesmo praticar mortificações. É preciso que seu diretor espiritual a ajude negando-lhe licença de fazer mortificações, ao menos em tudo que pede. Levada por esse entusiasmo sensível, poderia facilmente prejudicar a saúde.

É tática do demônio, vendo uma alma dar-se a Deus e percebendo que Deus a consola como o faz com principiantes, procura fazer-lhe perder a saúde com penitências indiscretas. Depois, vindo as doenças, poderá deixar não só as penitências mas também a oração, a comunhão e todos os exercícios piedosos e voltar a vida antiga.
Por isso, o diretor espiritual desse ser muito sóbrio em conceder licenças a essas almas que começam a vida espiritual e procuram penitências. Procure exorta-las a se mortificarem interiormente, sofrendo com paciência os desprezos e contrariedades, obedecendo aos superiores, refreando a curiosidade dos olhos e dos ouvidos e outras coisas semelhantes. Diga-lhes que depois, quando tiverem adquirido o costume de praticar essas mortificações interiores, poderão praticar as mortificações externas.

É claro o erro daqueles que dizem que as mortificações externas de nada ou pouco servem. Está fora de dúvida que as mortificações internas são necessárias a perfeição. Mas nem por isso deixam de ser necessárias também as externas.
Dizia São Vicente de Paulo que quem não pratica as mortificações externas, não será mortificado nem externa nem internamente. E acrescentava São João da Cruz que não se deve dar crédito a um diretor espiritual que despreza as mortificações externas, ainda que ele fizesse milagres.


A Prática de amor a Jesus Cristo Cap XVII– Santo Afonso Maria de Ligório